Igreja do Oriente: diferenças entre revisões

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O cristianismo entre os povos de língua aramaica na Síria e Alta Mesopotâmia, tradicionalmente remonta da época dos apóstolos e teria sido fundado por [[São Tomé|Mar Toma]], [[São Judas Tadeu|Mar Addai]], [[São Bartolomeu|Mar Bar Tulmay]] e [[São Pedro| Mar Shimun Keapa]] no {{séc|I}}.<ref>Philip,T.V.''[http://www.religion-online.org/showchapter.asp?title=1553&C=1361 | East of the Euphrates: Early Christianity in Asia]''CSS & ISPCK: India, 1998</ref> Uma antiga lenda diz que Jesus Cristo teria enviado emissários ao [[rei de Osroena|rei]] [[Abgar V de Edessa]]<ref>Eusebius. Ecclesiastical History 1.13.</ref>O cristianismo floresceu logo na Síria e Mesopotâmia, aos arredores de cidades como [[Antioquia]], [[Edessa (Mesopotâmia)|Edessa]], [[Nísibis]] e [[Ctesifonte]].<ref>Angold, M. ''The Cambridge History of Christianity'' Volume 5, "Eastern Christianity"</ref> Nessa região se encontra o prédio atestado como a igreja mais antiga conhecida (igreja de [[Dura Europos]], a mais antiga versão do [[Antigo Testamento]] e do [[Novo Testamento]] em um só volume (a [[Peshitta]]), o mais antigo hinário cristão (as [[Odes de Salomão]]<ref>Philip,T.V.''[http://www.religion-online.org/showchapter.asp?title=1553&C=1361 | East of the Euphrates: Early Christianity in Asia]''CSS & ISPCK: India, 1998</ref>) e talvez o primeiro estado majoritariamente cristão da história, o [[Reino de Edessa]], cujo monarca, [[Abgar IX de Edessa|Abgar IX]], teria se convertido por volta do ano 200.<ref>{{citar livro|último =Ball|primeiro =W|título=Rome in the East: the transformation of an empire|ano=2001|publicado=Routledge|isbn=978-0-415-24357-5|página=91|url=http://books.google.com/books?id=QRAOvgcamzIC}}</ref><ref>[http://books.google.ru/books?id=3yENB_dXAtwC&printsec=frontcover&dq=Pilgrimage+and+Holy+Space+in+Late+Antique+Egypt&hl=ru&sa=X&ei=zcn3UMhgrc7hBL_hgOAK&ved=0CDAQ6AEwAA ''David Frankfurter''. Pilgrimage and Holy Space in Late Antique Egypt. ''Irfan Shahid''. Arab Christian Pilgrimages. — BRILL, 1998 — p. 383 — ISBN 9789004111271]</ref> O cristianismo além do Rio Eufrates desenvolveu independente do cristianismo do Mediterrâneo, ao qual nunca esteve submisso.
 
Com o declínio do império Romano, a região ficou sob influência persa do [[Império Sassânida]]. Em 410 o rei [[Izdegerdes Isassânida|xá]] {{lknb|Izdegerdes|I}} deu liberdade de culto para o cristianismo em seu domínio,<ref>Procopius(1.2, 8)</ref> embora tenha depois feito uma breve perseguição. Nos sínodos de 410, 420 e 424 a Igreja do Oriente confirmou sua [[autocefalia]] em relação ao cristianismo do Mediterrâneo.<ref>Baum, Wilhelm; Winkler, Dietmar W . ''The Church of the East: A Concise HistoryThe Church of the East: A Concise History.''2003; p.21</ref>
 
== Expansão ==
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Em 486, o [[metropolita]] de [[Nísibis]] (atual [[Nusaybin]]), [[Barsauma]], publicamente aceitou o mentor de Nestório, [[Teodoro de Mopsuéstia]], como uma autoridade espiritual. Em 489, quando a [[Escola de Edessa]] (em [[Edessa, Mesopotâmia]]) foi fechada pelo [[imperador bizantino]] {{lknb|Zenão|I}} por suas tendências nestorianas, ela se mudou para sua cidade original, Nísibis, e se tornou novamente a [[Escola de Nísibis]], provocando uma onda de migração nestoriana para a Pérsia. O patriarca dali, {{lknb|Mar|Babai I}} {{nwrap|r.|497|502}}, reiterou e expandiu a alta estima da igreja por Teodoro, solidificando então a adoção do nestorianismo.<ref name=Britannica/>
 
Agora firmemente estabelecida na Pérsia, com centros em Nísibis, [[Ctesifonte]], [[Bendosabora]] e diversas [[sé metropolita|sedes metropolitas]], a Igreja Persa, com influências nestorianas, começou a se ramificar para fora do [[Império Sassânida]]. Contudo, durante todo o {{séc|VI}}, a igreja foi frequentemente acometida por disputas internas e perseguições pelas mãos dos zoroástricos. A luta levou a um novo cisma, que durou de 521 até 539, quando os assuntos em disputa foram resolvidos. Porém, logo em seguida o conflito com os [[Império Bizantino]] levou à perseguição da igreja pelo rei sassânida [[{{lknb|Cosroes |I]]}}, o que terminou em 545 A igreja sobreviveu a estas atribulações sob a liderança do patriarca {{lknb|Mar|Abba I}}, que tinha se convertido do [[Zoroastrismo]].<ref name=Britannica/>
 
A igreja se expandiu rapidamente sob os [[sassânidas]] e, após a [[conquista islâmica da Pérsia]], completada em 644 foi designada uma comunidade ''[[dhimmi]]'' protegida sob o domínio [[Islão|muçulmano]] sob o [[Califado Ortodoxo]]. A partir da {{séc|VI}}, se expandiu ainda mais, e foram estabelecidas comunidades na [[subcontinente indiano]] entre os [[cristãos de São Tomé]], na [[Ásia Central]] onde tiveram algum sucesso evangélico entre as [[Cristianismo entre os mongóis|tribos mongóis]], e na [[China]], que foi sede de uma próspera [[Igreja do Oriente na China]] sob a [[Dinastia Tang]], do {{séc|VII}} ao IX. Durante os séculos XIII e XIV a igreja passou por um período final de expansão, durante o [[Império Mongol]], no qual influentes cristãos do oriente frequentaram a corte mongol. Uma fonte chinesa, conhecida como [[Estela nestoriana]], relata uma missão sob um pregador persa chamado Alopen como tendo sido a origem do cristianismo do oriente na China em 635 Eles fizeram alguns avanços sobre o [[Egito (província romana)|Egito]], apesar da forte presença [[monofisismo|monofisista]] lá.<ref>{{citar livro|autor = Campbell| url = http://books.google.com/books?id=p2mUxxxGt_sC&pg=PA62&dq=nestorian+egypt+oriental+orthodox&client=firefox-a&cd=1#v=onepage&q=nestorian%20egypt%20oriental%20orthodox&f=false| título = Christian Confessions| língua= inglês| páginas = 62}}.</ref> A igreja e suas comunidades no exterior floresceram neste período. No {{séc|X}} ela já tinha quinze sedes metropolitas no território do califado e outras cinco em outros lugares, inclusive a Índia e a China.<ref name=Britannica/>