Cultura afro-brasileira: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Protegeu "Cultura afro-brasileira": Vandalismo excessivo (progressivo) ([Editar=Permitir apenas utilizadores autoconfirmados] (expira a 14h42min de 26 de abril de 2018 (UTC)) [Mover=Permitir apenas utilizadores autoconfirmados] (expir...
m traduzindo nome/parâmetro nas citações usando script, Formatando 5 referência(s) com reFill ()
Etiqueta: Possível mudança indevida de nacionalidade
Linha 1:
{{Formatar referências|data=setembro de 2016}}
[[Imagem:Encontro estadual de maracatus.jpg|thumb|320px|Em [[Pernambuco]] surgiram o primeiro folguedo e o primeiro ritmo afro-brasileiros: a [[Congada]] e o [[Maracatu (ritmo)|Maracatu]]. Na foto, cortejo de [[Maracatu Nação]] no [[Recife]].<ref name="Congada">{{Citar web|url=https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/congada-festa-folclorica-une-tradicoes-africanas-e-ibericas.htm|título=Congada: Festa folclórica une tradições africanas e ibéricas|publicado=UOL|acessodata=3-3-2017}}</ref><ref name="Maracatu">{{citar web|url=https://novaescola.org.br/conteudo/3106/o-maracatu|título=O maracatu|publicado=Nova Escola|acessodata=3-3-2017}}</ref>]]
Denomina-se '''cultura afro-brasileira''' o conjunto de manifestações culturais do [[Brasil]] que sofreram algum grau de influência da [[cultura africana]] desde os tempos do [[Brasil Colônia]] até a atualidade. A cultura da [[África]] chegou ao país, em sua maior parte, trazida pela [[Escravos africanos|escravidão africana]] na época do [[Tráfico de escravos para o Brasil|tráfico transatlântico de escravos]]. No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas [[cultura europeia|europeia]] e [[Índios do Brasil|indígena]], de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais.
Linha 24 ⟶ 23:
{{Artigo principal|prefixo=Veja também|Lista de livros com tema afro-brasileiro}}
[[Imagem:Sobradomadalena.jpg|thumb|right|[[Museu da Abolição — Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira]], no Recife.]]
O interesse pela cultura afro-brasileira manifesta-se pelos muitos estudos nos campos da [[sociologia]], [[antropologia]], [[etnologia]], [[música]] e [[linguística]], entre outros, centrados na expressão e evolução histórica da cultura afro-brasileira.<ref>[{{citar web|url=http://www.mulheresnegras.org/cunha_01.html A Inclusão da História Africana no Tempo dos Parâmetros Curriculares Nacionais]|título=mulheresnegras.org|website=www.mulheresnegras.org}}</ref>
 
Muitos estudiosos brasileiros como o [[advogado]] [[Edison Carneiro]], o [[médico legista]] [[Nina Rodrigues]], o escritor [[Jorge Amado]], o [[poeta]] e [[escritor]] mineiro [[Antonio Olinto]], o [[escritor]] e [[jornalista]] [[João Ubaldo Ribeiro|João Ubaldo]], o [[antropólogo]] e [[museólogo]] [[Raul Lody]], entre outros, além de estrangeiros como o [[sociólogo]] [[francês]] [[Roger Bastide]], o fotografo [[Pierre Verger]], a pesquisadora [[etnologia|etnóloga]] [[estadunidense]] [[Ruth Landes]], o pintor argentino [[Carybé]], dedicaram-se ao levantamento de dados sobre a cultura afro-brasileira, a qual ainda não tinha sido estudada em detalhe.<ref>[{{citar web|url=http://www.pucsp.br/rever/rv1_2001/t_jensen.htm|título=[REVER Herança- Cultural e InovaçãoN. Religiosa1 -Revista deAno Estudos1 da- Religião2001] Texto - REVERTina -Gudrun PUCSP]Jensen|website=www.pucsp.br}}</ref>
 
Alguns infiltraram-se nas [[religiões afro-brasileiras]], como é o caso de [[João do Rio]], com esse propósito; outros foram convidados a fazer parte do [[Candomblé]] como membros efetivos, recebendo cargos honorificos como [[Obá de Xangô]] no [[Ilê Axé Opô Afonjá]] e [[Ogan]] na [[Casa Branca do Engenho Velho]], [[Terreiro do Gantois]], e ajudavam financeiramente a manter esses Terreiros.
Linha 38 ⟶ 37:
 
Algumas [[religiões afro-brasileiras]] ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso das casas tradicionais de [[Candomblé]] e do [[Xangô do Nordeste]]; outras formaram-se através do [[sincretismo religioso]], como o [[Batuque]], o [[Xambá]] e a [[Umbanda]].
Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do [[Catolicismo]] e da encataria europeia, assim como da [[pajelança]] [[Ameríndios|ameríndia]].<ref>[{{citar web|url=http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/enletrarte/article/viewFile/2051/1207 |título=O tambor de mina, encantados e o Terreiro da Turquia]|website=iff.edu.br}}</ref> O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do [[batismo]] dos filhos e o casamento na [[Igreja Católica]], mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.
 
Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em [[irmandade]]s religiosas católicas. A [[Irmandade da Boa Morte]] e a [[Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos]] foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como [[São Benedito]], [[Santo Elesbão]], [[Santa Efigênia]] e [[Santo Antônio de Noto]] ([[Santo Antônio de Categeró]] ou [[Santo Antônio Etíope]]); no culto preferencial de santos facilmente associados com os [[orixás]] africanos como [[São Cosme e Damião]] ([[ibejis]]), [[São Jorge]] ([[Ogum]] no [[Rio de Janeiro]]), [[Bárbara (santa)|Santa Bárbara]] ([[Iansã]]); na criação de novos santos populares como a [[Escrava Anastácia]]; e em ladainhas, rezas (como a [[Trezena|Trezena de Santo Antônio]]) e festas religiosas (como a [[Lavagem do Bonfim]] onde as escadarias da [[Igreja de Nosso Senhor do Bonfim]] em [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[Bahia]] são lavadas com [[água de cheiro]] pelas [[filho-de-santo|filhas-de-santo]] do candomblé).
Linha 72 ⟶ 71:
== Arte ==
[[Imagem:Neide da Costa.jpeg|thumb|200px|right|Tecelã do terreiro de Candomblé [[Ilê Axé Opô Afonjá]], em [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[Bahia]].]]
O '''Alaká africano''', conhecido como [[pano da costa]] no Brasil é produzido por tecelãs do terreiro de [[Candomblé]] Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador, no espaço chamado de '''Casa do Alaká'''.<ref>[{{citar web|url=http://casadoalaka.com/ |título=Casa do Alaka]|website=casadoalaka.com}}</ref>
[[Mestre Didi]], [[Alapini]] (sumo sacerdote) do [[Culto aos Egungun]] e [[Assogba|Assògbá]] (supremo sacerdote) do culto de [[Obaluaiyê]] e [[Orixá]]s da terra, é também [[escultor]] e seu trabalho é voltado inteiramente para a mitologia e arte yorubana.<ref>[http://www.mestredidi.org/mitologia.htm Mitologia e Arte]</ref>
Na [[pintura]] foram muitos os pintores e desenhistas que se dedicaram a mostrar a beleza do [[Candomblé]], [[Umbanda]] e [[Batuque]] em suas telas. Um exemplo é o escultor e pintor argentino [[Carybé]] que dedicou boa parte de sua vida no Brasil esculpindo e pintando os Orixás e festas nos mínimos detalhes, suas esculturas podem ser vistas no [[Museu Afro-Brasileiro]] e tem alguns livros publicados do seu trabalho.
Linha 88 ⟶ 87:
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o [[samba]], [[Maracatu (ritmo)|maracatu]], [[ijexá]], [[Coco (dança)|coco]], [[jongo]], [[carimbó]], [[lambada]], [[maxixe]], [[maculelê]].
 
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos africanos, a música feita pelos afro-descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do [[século XX]] e se tornou a mais popular nos dias atuais.<ref>[{{citar periódico|url=http://independent.academia.edu/fmc/Papers/698929/Estudo_acerca_dos_elementos_afro-brasileiros_do_candomble_nas_letras_e_musicas_de_Vinicius_de_Moraes_e_de_seu_parceiro_Baden_Powell_os_Afro-Sambas|título=ESTUDO EstudoACERCA acercaDOS dosELEMENTOS elementosAFRO-BRASILEIROS afroDO CANDOMBLÉ NAS LETRAS E MÚSICAS DE VINÍCIUS DE MORAES E BADEN POWELL: os &quot;Afro-brasileirosSambas&quot;.|primeiro =Frank M C|último =Kuehn|website=academia.edu|periódico=Anais do candombléTerceiro nasColóquio letrasde Pesquisa da Pós-Graduação em Música, Escola de ViníciusMúsica da Universidade Federal do Rio de Moraes]Janeiro (UFRJ), 2002, p.94-103.}}</ref>
 
; Instrumentos usados por afro-brasileiros: