Títulos bizantinos: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Basilios II.jpg|thumb|Imagem do imperador {{Lknblknb|Basílio|II Bulgaróctone}}, representando a [[Coroa Imperial]] concedida por [[Anjo]]s.]]
 
O [[Império Bizantino]] tinha um sistema complexo de [[títulos]] nobiliárquicos ''stricto sensu'' e outros que correspondiam a cargos na [[burocracia|administração]]. A maior parte dos cargos e dos títulos era meramente honorífica, uma vez que só o [[Imperador bizantino|imperador]] governava. Ao longo dos mais de mil anos de existência do império, diversos títulos foram criados enquanto outros caíam em desuso, consoante as variações no prestígio de cada um ou as decisões de cada imperador. Inicialmente os diversos títulos eram os mesmo do [[Império Romano]] tardio, uma vez que o Império Bizantino não se distinguia de [[Roma]]. Já na época de [[Heráclio]], no {{séc|VII}}, muitos dos títulos nobiliárquicos se tinham tornado obsoletos; na altura de [[Aleixo I Comneno]] muitos dos cargos ou eram novos ou tinham sido radicalmente redefinidos, conservando-se desse modo até à [[Queda de Constantinopla|queda]] de [[Constantinopla]] em [[1453]].
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Heráclio usou ainda os títulos de ''autocrator'' (''αυτοκράτωρ'' — "autocrata," "governante único") e ''kyrios'' (''κύριος'' — "senhor"). Os bizantinos reservavam o título de "basileu", entre os governantes [[cristão]]s, para o imperador em [[Constantinopla]], e referiam-se aos reis da [[Europa Ocidental]] como "rigas", uma forma helenizada da palavra latina "rex" (=rei). O feminino ''basilissa'' identificava a imperatriz. As imperatrizes eram apelidadas "Eusebestati Augusta" (=Augusta muito piedosa), e também ''Kyria'' (=Senhora) ou ''despoina'' (o feminino de "déspota", ver ''infra'').
 
'''[[BasileopatorBasileopátor]]''' era um título honorífico atribuído ao "pai" de um imperador, embora o basileopatorbasileopátor não tivesse de ser de facto o pai do imperador. O primeiro basileopatorbasileopátor foi Zautzes, um aristocrata da época de {{Lknblknb|Leão|VI, o Sábio}}; {{Lknblknb|Romano|I|Lecapeno}} Lecapeno também usou o título quando era [[Regência (sistema de governo)|regente]] em nome de [[{{lknb|Constantino |VII]]|Porfirogênito}}.
 
O direito de primogenitura, ou sequer de hereditariedade, nunca foi claramente estabelecido para a sucessão imperial bizantina, porque em princípio o imperador romano era escolhido pelo [[senado]], pelo Povo e pelo [[Exército bizantino|exército]]. Era algo profundamente arreigado na tradição "republicana" de Roma, segundo a qual se rejeitava a [[monarquia]] hereditária e o imperador encarnava os diversos cargos da [[República Romana|república]] em uma só pessoa. Muitos imperadores, desejosos de assegurar o direito dos seus primogénitos ao trono, faziam-nos coroar co-imperadores ainda na infância, garantindo assim que por sua morte o trono não ficaria momentaneamente vago. Quando isto sucedia não se levantava a questão da sucessão. Outras ocasiões houve em que um imperador ascendia ao trono por se casar com a viúva do antecessor, ou depois de obrigar o antecessor a abdicar e a tomar [[votos monásticos]]. Outros imperadores foram depostos por terem demonstrado inépcia, como depois de uma derrota militar, ou simplesmente assassinados. São estas as razões por que o '''basileopator''' podia não ter sido ele próprio um imperador.