Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Pirenópolis): diferenças entre revisões

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[[Imagem:Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.jpg|thumb|300px|right|Vista da Igreja do Rosário, por volta de 1886.]]
 
A '''Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos''' erafoi um templo [[Igreja Católica|católico]] em [[Pirenópolis]], [[Goiás]] dedicado à população [[afro-brasileiros|negra]] da cidade, proibida de frequentar as outras igrejas devido à [[segregação racial]] vigente na época. Foi construída entre 1743 e 1757 e demolida em 1944 por ordem da [[Diocese de Goiás|autoridade diocesana]]. Localizava-se onde hoje está a Praça do Coreto, que possui um memorial em sua homenagem. Era a igreja que continha mais altares queos quais, segundo [[Jarbas Jayme]], eram "''artisticamente cinzelados e de custosa e belíssima arquitetura''",. sendo umSeu altar-mor que hoje encontra-se na [[Igreja Matriz de Pirenópolis|Igreja Matriz]] e seus dois altares colaterais estão hoje na [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]].
 
==Histórico==
[[File:Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Pirenópolis.jpg|thumb|left|Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, escultura barroca do século XVIII, pertencente aà Igreja dos Pretos; hoje encontra-se na [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]].]]
Foi edificada entre 1743 e 1757, conforme atestam os dois únicos documentos disponíveis. Foi construída por milhares de [[escravos]] na época em que a [[mineração]] era a principal atividade econômica da cidade. Possuía um estilo genuinamente colonial. O altar-mor tinha entronizada a imagem de [[Nossa Senhora do Rosário]], hoje na [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]]. Nos dois nichos laterais do altar-mor ficavam as imagens de [[São Rafael]] e [[São Bento]]. Ambas as imagens se encontram na Matriz. O altar-mor chegou a ser vendido. No entanto, a reação enérgica da população local evitou que ele fosse transportado para São Paulo. Ele hoje encontra-se montado na Matriz. O altar lateral direito era dedicado a [[São Sebastião]], cuja imagem, levada para a [[Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (Pirenópolis)|Igreja do Bonfim]], foi de lá furtada em 1978. O altar lateral esquerdo era dedicado a [[São Benedito]], cuja imagem hoje se encontra na Matriz.
 
Foi edificada entre 1743 e 1757, conforme atestam os dois únicos documentos disponíveis. Foi construída por milhares de [[escravos]] na época em que a [[mineração]] era a principal atividade econômica da cidade. Possuía um estilo genuinamente colonial. O altar-mor tinha entronizada a imagem de [[Nossa Senhora do Rosário]], hoje abrigada na [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]]. Nos dois nichos laterais do altar-mor ficavam as imagens de [[São Rafael]] e [[São Bento]]. Ambas as imagens se encontram na Matriz. O altar-mor chegou a ser vendido. No entanto, a reação enérgica da população local evitou que ele fosse transportado para [[São Paulo]]. Ele hoje encontra-se montado na Matriz. O altar lateral direito era dedicado a [[São Sebastião]], cuja imagem, levada para a [[Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (Pirenópolis)|Igreja do Bonfim]], foi de lá furtada em 1978. O altar lateral esquerdo era dedicado a [[São Benedito]], cuja imagem hoje se encontra na Matriz.
[[File:Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Pirenópolis.jpg|thumb|left|Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, escultura barroca do século XVIII, pertencente a Igreja dos Pretos; hoje encontra-se na [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]].]]
 
Com o fim do [[ciclo do ouro]] veio o ciclo do agro-pastoreio e o empobrecimento geral da cidade. Apesar disso, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos empenhou-se durante mais de um século e meio napara preservaçãopreservar doo santuário. Durante mais de cem anos, a igreja possuiu apenas uma torre, do lado poente. Em 1870, foi construída uma segunda torre, do lado nascente. Nessa ocasião foram realizados trabalhos de restauração no telhado e nas paredes, por dentro e por fora. Em 1886, foi transferido da Igreja Matriz para a Igreja do Rosário, o antigo relógio de repetição, primeiro regulador público de Pirenópolis. A partir de 1889, com a aprovação da [[Lei Áurea]], a miséria da população negra da cidade cresceu e foi transmitida a seus descendentes, aos quais faltaram verbas para manter limpo, conservado e bem cuidado o templo de seus antepassados.
 
No século XX sofreu alterações onde foram destruídas torres, sacristia e consistório, passando sua fachada do estilo colonial para neo-gótico, ocasionado futuramente sua demolição em 1944, sendo os dois altares laterais e o altar-mor levados para a [[Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Pirenópolis)|Igreja do Carmo]] e o sino para a [[Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (Pirenópolis)|Igreja do Bonfim]]. Imagens, alfaias, paramentos, móveis e demais pertences do templo foram repartidos entre essas três igrejas, ainda hoje existentes na cidade. Em 2002, após incêndio na Matriz, o altar-mor foi montado naquela Igreja.
 
==Referências==
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{{DEFAULTSORT:Igreja Nossa Senhora Rosario Pretos (Pirenopolis)}}
[[Categoria:Igrejas de Pirenópolis]]
[[Categoria:Igrejas destruídas]]