Questão Coimbrã: diferenças entre revisões

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[[António Feliciano de Castilho|Castilho]] tornara-se um padrinho oficial dos escritores mais novos, tais como [[Ernesto Biester]], [[Tomás Ribeiro]] ou [[Manuel Joaquim Pinheiro Chagas]]. Dispunha de influência e relações que lhe permitiam facilitar a vida literária a muitos estreantes, serviço que estes lhe pagavam em elogios.
 
Em redor de Castilho formou-se assim um grupo em que o [[academismo]] e o [[formalismo]] vazio das produções literárias correspondia à hipocrisia das relações humanas, e em que todo o romantismorealismo desaparecia, grupo que [[Antero de Quental]] chamaria de «escola de elogio mútuo». Em [[1865]], solicitado a apadrinhar com um posfácio o ''Poema da Mocidade'' de Pinheiro Chagas, Castilho aproveitou a ocasião para, sob a forma de uma ''Carta ao Editor António Maria Pereira'', censurar um grupo de jovens de Coimbra, que acusava de exibicionismo, de obscuridade propositada e de tratarem temas que nada tinham a ver com a poesia, acusava-os de ter também falta de bom senso e de bom gosto. Os escritores mencionados eram [[Teófilo Braga]], autor dos poemas ''Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras''; Antero de Quental, que então publicara as ''Odes Modernas'', e um escritor em prosa, [[José Cardoso Vieira de Castro|Vieira de Castro]], o único que Castilho distinguia.
 
Antero de Quental respondeu com uma Carta Aberta publicada em folheto dizendo que os românticos estão "ultrapassados" . Nela defendia a independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas da época de grandes transformações em curso e a necessidade de eles serem os arautos dos grandes problemas ideológicos da actualidade, e metia a ridículo a futilidade e insignificância da poesia de Castilho.