Eslavos meridionais: diferenças entre revisões

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Os '''eslavos meridionais''' ou '''eslavos do sul''' são o ramo [[Etnografia|etnográfico]] meridional dos povos [[eslavos]], constituído por um grupo de [[Grupo étnico|grupos étnicos]] relacionados entre si que falam [[línguas eslavas meridionais]] e que são nativos da península dos [[Balcãs]], da [[Planície da Panónia]] e dos [[Alpes]] orientais. O número de eslavos meridionais ascende a aproximadamente 40 milhões e incluem os [[búlgaros]], [[sérvios]], [[croatas]], [[Macedônios (eslavos)|eslavo-macedónios]], [[eslovenos]], [[bósnios]], [[montenegrinos]] e outros grupos étnicos de menor dimensão.
 
Constituem a maior parte da população dos países da [[Europa]] [[Europa Central|Central]] e [[Europa meridional|Meridional]] da [[Bulgária]], [[Bósnia e Herzegovina]], [[Croácia]], [[Eslovénia]], [[República da Macedónia|Macedónia]], [[Montenegro]], [[Sérvia]]. Os seus territórios estão separados do resto das nações eslavas desde o {{séc|XV}} pelos estados não eslavos da [[Áustria]], [[Hungria]] e [[Roménia]], o que deu origem a diferenças na progressão histórica relativamente aos [[Eslavos do leste|eslavos orientais]] e {{ilc|[[eslavos ocidentais||Eslavos do oeste|Eslavos do ocidente}}]].
 
==História==
===Primeiros registos===
Pouco se sabe acerca dos eslavos [[antesantas (povo)|antesantas]] {{langp|la|''Antae''|nome}} do {{séc|V}}. A sua história anterior só pode ser deduzida de forma hipotética através de estudos [[Arqueologia|arqueológicos]] e [[Linguística|linguísticos]]. Muito do que se da sua história depois do {{séc|VI}} é das obras dos [[historiador]]es [[Império Bizantino|bizantinos]].{{Carece de fontes|soc|hist-eu|data=agosto de 2012}}
 
Na sua obra ''De Bellis'', [[Procópio de Cesareia]] descreve os eslavos como anormalmente altos e fortes, com tez bronzeada e cabelo [[Rutilismo|arruivado]] e com hábitos rudes e primitivos. Viviam em cabanas, usualmente distantes umas das outras e mudavam frequente de local de residência. Não eram governados por um líder único, mas durante muito tempo viveram em "democracia" (ou [[anarquia]]).{{Carece de fontes|soc|hist-eu|data=agosto de 2012}} [[João de Éfeso]] apresenta os eslavos na sua obra ''História Eclesiástica'' como extremamente violentos.{{
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}}<ref name=jef6 /> Provavelmente [[Politeísmo|acreditavam em vários deuses]], mas Procópio sugere que adoravam um deus, provavelmente supremo, ou seja, possivelmente eram [[Henoteísmo|henoteístas]]. Esse deus tem sido frequentemente identificado como [[Perunú]], o criador do [[relâmpago]]. Os eslavos iam para a batalha a pé, carregando diretamente sobre o inimigo, armados de [[lança]]s e pequenos [[escudo]]s, e não usavam [[armadura]].{{Carece de fontes|soc|hist-eu|data=agosto de 2012}}
 
Essa informação é complementada pelo [[Strategikon de Maurício I|''Strategikon'' de Maurício&nbsp;I]], o manual de guerra atribuído ao imperador bizantino [[Maurício I|Maurício]] {{nwrap|r.|582|602}}, onde os eslavos são descritos como numerosos mas desorganizados e sem líderes, resistentes às privações e não se deixando escravizar ou conquistar. Construíam as suas habitações em florestas, junto a rios e [[Zona húmida|zonas húmidas]].{{HarvRefsfn|Fouracre|2005|p=25}} O historiador bizantino [[Jordanes]] ({{séc|VI}}) escreveu que os eslavos ''«têm a sua terra natal no [[Danúbio]], não longe da margem norte»''. Há relatos subsequentes acerca de estados eslavos primitivos e da interação dos eslavos com os [[gregos]] no ''De Administrando Imperio'' de {{lknb|Constantino|VII Porfirogénito}} {{nwrap|r.|913|959}}, das compilações dos ''Milagres de [[Demétrio de Tessalônica|São Demétrio]]'', na ''História'' de [[Teofilato Simocata]] (início do {{séc|VII}}) e nos ''{{ilc|Annales regni Francorum||Anais do Reino Franco|Anais do reino franco}}'' ("Anais do reino Franco", séculos VIII e IX).{{Carece de fontes|soc|hist-eu|data=agosto de 2012}}
 
===Migrações e local de origem===
Antes dos [[haplogrupo]]s terem sido identificados por testes [[Genética|genéticos]], os estudiosos tendiam a localizar o ''[[Urheimat]]'' eslavo nos [[marismas de Pinsk]] (ou Pripet), na [[Ucrânia]], ou alternativamente entre os rios [[Rio Bug Ocidental|Bug]] e [[Rio Dniepre|Dniepre]]. Fontes do {{séc|V}} referem que os eslavos viviam a norte do [[Danúbio]]. Supostamente, a partir desse século espalharam-se em todas as direções. As Balcãs foi uma das regiões que se encontrou na rota de expansão dos eslavos.{{HarvRefsfn|Fine|1991|p=25}} Atualmente sabe-se que os haplogrupos eslavos se expandiram para leste e não para oeste, mas a questão de qual é a terra natal original dos eslavos mantém-se em aberto.{{Carece de fontes|soc|hist-eu|data=agosto de 2012}}
 
No que concerne aos eslavos mencionados pelos cronistas bizantinos do {{séc|VI}}, [[Florin Curta]] afirma que a sua "terra natal" era a norte do Danúbio e não nas zonas fronteiriças entre a Ucrânia e a [[Bielorrússia]]. Ele esclarece que a forma itinerante de agricultura (desconheciam a rotação de culturas) "pode ter encorajado a mobilidade numa escala micro regional".{{HarvRefsfn|Curta|2006|p=56}} A cultura material do Dunúbio sugere que houve uma evolução das sociedade eslava entre o início do {{séc|VII}} e o {{séc|VIII}}. À medida que os bizantinos reforçaram as defesas no Danúbio em meados do {{séc|VI}}, o produto das [[Pilhagem|pilhagens]] dos eslavos diminuíram. Como reação a este isolamento económico e ameaças externas (por exemplo, dos [[ávaros]] e dos bizantinos), ocorreu uma mobilização militar. Sítios arqueológicos do final do {{séc|VII}} mostram que os assentamentos que primitivamente não passavam de grupos de lugarejos, começaram a evoluir para comunidades maiores com áreas diferenciadas (por exemplo áreas específicas para festas públicas e áreas "industriais" para artífices). À mediada que as elites ganharam proeminência, incorporaram "um interesse e responsabilidade coletiva" pelo grupo. "Se essa identidade de grupo pode ser chamada [[etnicidade]], e se essa etnicidade pode ser chamada eslava, então ela formou-se certamente na sombra dos fortes de [[Justiniano I|Justiniano]], não nos pântanos de Pripet.{{HarvRefsfn|Curta|2006|p=61}}
 
Os bizantinos agrupavam genericamente as numerosas tribos eslavas em dois grupos: os [[esclavenos]] e os antes.{{HarvRefsfn|name=Hupc|Hupchick|2004}} Aparentemente os esclavenos viviam ao longo do médio Danúbio, enquanto que os antes estavam no baixo Danúbio, na [[Cítia Menor]]. Alguns académicos, como o búlgaro Zlatarsky, sugerem que o primeiro grupo se fixou nos Balcãs ocidentais, tornando-se os precursores do grupo linguístico que se tornaria o sérvio, enquanto ramos dos ''antes'' se fixaram nas regiões orientais (em termos aproximados), tornando-se os antepassados dos búlgaros.<ref name=Hupc />{{HarvRefsfn|Fine|1983|p=26}} Do Danúbio começaram a fazer [[raide]]s no Império Bizantino a partir da década de 520, com frequência anual. Espalhavam a destruição, pilhando e roubando gado, fazendo prisioneiros e conquistando fortalezas. Era frequente que os bizantinos estivessem pressionados pela defesa das suas ricas províncias asiáticas dos [[árabes]], [[persas]] e [[turcos]], o que tina como consequência que até pequenos grupos desorganizados de eslavos eram capazes de causar muitos distúrbios, apesar de não conseguir capturar as cidades maiores e mais fortificadas.{{HarvRefsfn|name=Fine29|Fine|1983|p=29}}
 
A fixação em larga escala dos eslavos nos Balcãs iniciou-se no final da década de 570 e início da década seguinte.<ref name=Fine29 /> [[Menandro Protetor]], um historiador bizantino do final do {{séc|VI}}, refere a chegada de {{fmtn|100000}} eslavos à [[Diocese da Trácia|Trácia]] e [[prefeitura pretoriana da Ilíria|Ilíria]], — provavelmente com algum exagero — que tomavam cidades e se fixavam.{{HarvRefsfn|name=Fine31|Fine|1983|p=31}} Estes movimentos de população em larga escala estão associados à chegada dos ávaros, um grupo [[Nomadismo|nómada]] [[túrquicos]] que tinha perdido uma guerra contras outros nómadas mais a leste e se fixaram na [[Bacia Cárpata]] subjugando muitas das tribos eslavas mais pequenas.<ref name=Fine29 /> O movimento foi facilitado pelo facto do Império Bizantino estar então enredado numa série de guerras com a Pérsia e por isso não ter podido enviar tropas para os Balcãs.{{HarvRefsfn|name=Fine30|Fine|1983|p=30}} Por volta da década de 580, à medida que as comunidades eslavas no Danúbio ficaram maiores e mais organizadas, e os ávaros exerciam a sua influência, os raides tornaram-se maiores e resultaram em que os eslavos estabelecessem assentamentos permanentes. Muitos estudiosos consideram o período de 581-584 como o início da colonização eslava em larga escala nos Balcãs. Sensivelmente nessa altura, a crónica conhecida como os ''[[Milagres de São Demétrio]]'' fala em fixação em larga escala de eslavos na área em volta de [[Salonica]], embora os eslavos nunca tenham chegado a tomar a cidade.<ref name=Fine31 />
{{AP|Campanhas de Maurício nos Balcãs}}
Em 591, os bizantinos terminaram a [[Guerra bizantino-sassânida de 572-591|guerra com os persas]] e foi feita uma tentativa séria de repor a fronteira norte do império pelo imperador Maurício, um experiente estratega.{{HarvRefsfn|Fine|1983|p=32}} Embora tivesse bastante sucesso, Maurício não logrou eliminar completamente os [[ávaros]] e acabou por ser deposto e assassinado em 602, em parte devido à sua recusa em pagar resgate por um número elevado de reféns que por isso foram chacinados pelos ávaros. A [[Guerra bizantino-sassânida de 602-628|guerra com os persas reacendeu-se]] pouco tempo depois e a fronteira setentrional colapsaria novamente.{{HarvRefsfn|Fine|1983|p=33}}
 
Os [[ávaros]] chegaram à Europa no final da década de 550.<ref name=Fine29 /> Embora a sua identidade não fossem durar muito tempo, os ávaros tiveram um grande impacto nos acontecimentos dos Balcãs. Estabeleceram-se na [[Planície da Panónia|planície cárpata]], a ocidente dos principais assentamentos eslavos. Esmagaram o reino [[Germanos|germânico]] dos [[gépidas]] e empurraram os lombardos para a [[Península Itálica|Itália]], dividindo os Balcãs ocidentais. Firmaram a sua autoridade sobre muitos eslavos, os quais estavam divididos em numerosas tribos pequenas. Muitos eslavos foram deslocados para a base ávara na bacia cárpata e foram convencidos a tornar-se uma força muito eficaz de infantaria. Outras tribos eslavas continuaram a fazer assaltos de forma independente, por vezes aliando-se e coordenando os ataques com os ávaros. Houve ainda outros eslavos que se infiltraram nos territórios do Império Bizantino fugindo dos ávaros.<ref name=Fine30 />
 
Os ávaros e os seus aliados eslavos focaram-se sobretudo nos Balcãs ocidentais, enquanto as tribos eslavas que continuaram independentes predominaram no oriente. Após o [[Cerco de Constantinopla (626)|cerco fracassado a Constantinopla em 626]], a reputação dos ávaros diminuiu, e a confederação foi perturbada por guerras civis entre os ávaros e os seus clientes búlgaros e eslavos.{{HarvRefsfn|Fine|1983|p=43}} A sua área de influência passou a restringir-se à bacia cárpata. As evidências arqueológica mostram que houve mistura das culturas eslava, ávara e gépida, sugerindo que os últimos ávaros eram uma amálgama de diferentes povos. Finalmente, cerca de 810, o [[canato]] ávaro desmoronou-se depois de sucessivas derrotas frente aos [[francos]], búlgaros e eslavos, e deixou de se ouvir falar dos ávaros — os que restaram foram absorvidos pelos eslavos e búlgaros.
 
Os [[sérvios]] são uma das tribos mencionadas entre as tribos eslavas já presentes nos Balcãs. Sabe-se muito pouco acerca das suas origens. Segundo o ''De Administrando Imperio'', o imperador [[Heráclio]] {{nwrap|r.|610|641}} convidou-os para serem [[Federados (Roma Antiga)|federados]] para combaterem os ávaros. Os sérvios migraram da sua pátria original no sul da [[Polónia]] entre 615 e {{DC|640|n}} No entanto, exceto por aquele documento (frequentemente disputado), não há provas específicas da sua migração. Alguns sugerem que chegaram aos Balcãs com o resto dos migrantes eslavos, tornando-se depois mais proeminentes que as restantes tribos, emergindo como uma espécie de [[clã]] reinante entre as tribos eslavas vizinhas.{{HarvRefsfn|name=Fine57|Fine|1983|p=57}}
 
Cerca de 700, os eslavos estavam estabelecidos na maior parte dos Balcãs, desde a [[Áustria]] até ao [[Peloponeso]], e do [[Adriático]] até ao [[Mar Negro]], à exceção das áreas costeiras de algumas regiões montanhosas da [[Grécia]] peninsular.{{HarvRefsfn|Fine|1983|p=36}} O padrão de ocupação estava longe de ser uniforme, com maior concentração ao longo das principais rotas, como o {{ilc|vale do Morava|Grande Morava|Morava (Sérvia)|Morava}}.{{HarvRefsfn|name=Fine37|Fine|1983|p=37}} Um número bastante menor de eslavos parece ter-se fixado noutras zonas da Grécia onde houve presença eslava,{{HarvRefsfn|name=Fine64|Fine|1983|p=64}} o mesmo acontecendo com regiões montanhosas remotas como a [[Bósnia (região)|Bósnia]] e o [[Montenegro]].{{HarvRefsfn|name=Fine38|Fine|1983|p=38}}
 
Os vestígios arqueológicos da penetração eslava nos Balcãs são escassos, principalmente para o período anterior ao {{séc|VIII}}. Esta situação tem levado os estudiosos a lançar dúvidas sobre a precisão das fontes históricas, que frequentemente descrevem uma ocupação eslava em larga escala por todos os Balcãs, incluindo a Grécia meridional.{{
NotaNT|
1=Além disso, a prova arqueológica discutida neste capítulo não é coerente com qualquer padrão de migração de longa distância. Os conjuntos de artefatos encontrados na área do Danúbio, tanto a leste como a sul das montanhas dos [[Cárpatos]], antecedem os da alegada ''[[Urheimat]]'' eslava na região de [[Oblast de Jitomir|Jitomir]] e {{ilc|[[Polésia||Polesie|Polissya}}]], na qual Irina Rusanova baseou a sua teoria do tipo [[Praga]]-{{ilc|Korchak||Cultura Korchak}}-Jitomir.{{HarvRefsfn|name=Curta307|Curta|2001|p=307-308}}}}<ref name=Curta307 />
{{Âncora|Invasão dos Balcãs}}
 
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As cidades maiores conseguiram persistir e inclusivamente florescer ao longo desses tempos difíceis. As evidências arqueológicas sugerem que a cultura das cidades mudou, pois as edificações de estilo romano como [[Fórum (Roma)|fóruns]] e grandes edifícios públicos foram abandonados e as cidades foram modificadas, passando a ocupar o cimo de montes ou escarpas e a ser fortificadas com [[muralha]]s. O centro da vida das cidades desse tempo passou a ser a igreja. Esta transição da cultura romana para a cultura bizantina foi acompanhada pela ascensão de uma nova classe dirigente: a antiga [[aristocracia]] dos donos das terras cedeu o lugar a elites militares e ao [[clero]]. Além das populações autóctones, quando os eslavos chegaram, havia descendentes dos invasores anteriores, como os [[hunos]] e vários povos [[Germanos|germânicos]]. Há ainda registo da presença de tribos [[sármatas]], como os [[Iáziges]] na região do [[Banato]] do Danúbio.<ref name=Fine57 />
 
À medida que os eslavos se espalharam para sul nos Balcãs, interagiram com numerosos povos e culturas que ali viviam. Como o seu estilo de vida era baseado na agricultura, preferiam colonizar zonas rurais ao longo das principais rotas por onde se movimentavam. Por não conseguirem tomar as cidades fortificadas maiores, saqueavam os campos e capturavam muitos prisioneiros. No seu ''[[Strategikon de Maurício I|Strategikon]]'', [[Maurício I|Maurício]] relata que era comum os eslavos incorporarem prisioneiros recém capturados nas suas fileiras. Apesar dos relatos bizantinos de saques e pilhagens, é possível que muitos povos indígenas se tenham assimilado voluntariamente com os eslavos. Estes não dispunham de uma organização centralizada que acelerasse esse processo de "eslavização". A principal prova dessa coexistência encontra-se em vestígios arqueológicos ao longo do Danúbio e da Dácia conhecidos como a cultura de Ipoteşti-Cândeşti. Aí, aldeias que remontam ao {{séc|VI}} apresentam a continuidade com a cultura eslava anterior de {{ilc|Penkovka|Cultura Penkovka|Cultura Pen'kovka|Penkovka}}, modificada por uma mistura de com elementos [[Dácios|dácio]]-[[getas]], {{ilc|dácio-romanos||Traco-Romanos|Daco-Romanos}} e bizantinos, os quais são encontrados na mesma aldeia. Essas interações resultaram numa situação em que as populações pré-eslavas gozavam da proteção que advinha da sua integração numa nova tribo dominante e contribuíram para uma evoluaçãoevolução genética e cultural dos eslavos meridionais.
 
Estes fenómenos resultaram também numa troca de diversas palavras. Por exemplo, a designação eslava para gregos, ''grci'', é derivada do {{ling|la}} ''graecus'', provavelmente usada pela população local romanizada. Por sua vez, os [[Valacos]] adotaram muitas palavras eslavas, especialmente relacionadas com agricultura. Não é claro se as culturas e línguas trácias e ilírias originais ainda existiam aquando da chegada dos eslavos. Esse é um tema muito debatido e difícil de analisar devido à grande influência greco-romana na região. Contudo, é certo que as identidades trácias<ref name=Fine37 /> e ilírias desapareceram da história durante este período.
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NotaNT|
1=Texto original: ''«It is now generally agreed that the people who lived in the Balkans after the Slavic "invasions" were probably for the most part the same as those who had lived there earlier, although the creation of new political groups and arrival of small immigrants caused people to look at themselves as distinct from their neighbours, including the Byzantines.»''
}}|2=[[Timothy E. Gregory]] {{HarvRefsfn|Gregory|2010|p=169}}
}}
As relações entre os eslavos e os gregos eram provavelmente pacíficas, à parte durante o (suposta) período inicial de fixação e insurreições esporádicas. Por serem agriculturalistas, provavelmente os eslavos comerciavam com os gregos no interior das cidades. Além disso, os eslavos não ocuparam todo o interior nem eliminaram a população grega; algumas aldeias gregas continuaram a existir no interior, possivelmente auto-governando-se e pagando tributo aos eslavos. Algumas aldeias eram provavelmente mistas, e é provável que se tenha dado algum grau de helenização dos eslavos no Peloponeso ainda antes da "re-helenização" ser completada pelos imperadores bizantinos.