Guerra árabe-israelense de 1948: diferenças entre revisões

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'''Irregulares:'''<br/>{{flagicon|Palestina}} [[Exército da Guerra Santa]]<br />[[FileImagem:Arab Liberation Army (bw).svg|25px]] [[Exército de Liberação Árabe]]
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'''Voluntários estrangeiros:'''<br/>{{flagicon image|Flag of the Muslim Brotherhood.gif}} [[Irmandade Muçulmana]]<br />{{flagcountry|Reino do Iêmen}}<br/>{{flag|Paquistão}}<br/>{{flagicon image|Flag of Anglo-Egyptian Sudan.svg}} [[Sudão Anglo-Egípcio|Sudão]]<ref>Morris, 2008, p. 332.</ref>
|combatente3 =
|comandante1 =
'''Políticos:'''<br />
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{{Flagicon|Jordânia}} [[John Bagot Glubb]]<br />
{{Flagicon|Jordânia}} [[Habis al-Majali]]<br />
[[FileImagem:Flag of Hejaz 1917.svg|border|22x20px|link=Exército da Guerra Santa]] [[Hasan Salama]] {{KIA}}<br />
[[FileImagem:Arab Liberation Army (bw).svg|25px|link=Exército de Liberação Árabe]] [[Fawzi al-Qawuqji]]
|comandante3 =
|unidade1 =
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|unidade3 =
|força1 = '''Israel''': inicialmente 29.677, subindo para 117.500 em março de 1949. Este número inclui todos os militares, de unidades de combate e de logística.<ref name = "Gelber12">Gelber (2006), p.12.</ref>
|força2 = '''Egito''': inicialmente 10.000, subindo para 20.000{{citationcarece neededde fontes|datedata=novembro de 2013}}<br />'''Iraque''': inicialmente 3.000, subindo para 15.000–18.000{{citationcarece neededde fontes|datedata=novembro de 2013}}<br />'''Síria''': 2.500–5.000{{citationcarece neededde fontes|datedata=novembro de 2013}}<br />'''Transjordânia''': 8.000–12.000{{Citationcarece neededde fontes|datedata=novembro de 2013}}<br />'''Líbano''': 1.000<ref>Pollack, 2004; Sadeh, 1997</ref><br />'''Arábia Saudita''': 800–1.200 <small>(Egyptian command)</small><br />'''Iêmen''': 300{{citationcarece de neededfontes|datedata=novembro de 2013}}<br />'''Exército de Liberação Árabe''': 3.500–6.000.<br /> No máximo, nem a metade das forças dos israelenses, mas estes números incluem apenas as unidades de combate enviadas para o território da Palestina e não toda a força militar.<ref name = "Gelber12"/>
|força3 =
|baixas1 = 6.373 mortos (cerca de 4.000 soldados e 2.400 civis)
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A '''guerra árabe-israelense de 1948''', geralmente conhecida pelos [[israel]]enses como '''Guerra da Independência''' (em [[hebraico]]: מלחמת העצמאות) ou '''Guerra da Liberação''' (מלחמת השחרור) e considerada pelos [[palestinos]] como parte de ''[[Êxodo palestino de 1948|al-Nakba]]'' (em [[língua árabe|árabe]]: النكبة), isto é, 'A Catástrofe', começou em [[15 de maio]] de [[1948]], logo após a [[declaração de independência de Israel]], e terminou após os vários acordos de [[cessar-fogo]] entre israelenses e árabes, firmados entre fevereiro e julho de [[1949]].
 
A guerra foi um desdobramento da [[Guerra civil no Mandato da Palestina|Guerra Civil na Palestina Mandatária]] (1947-1948). A guerra foi declarada pelos estados árabes, que haviam rejeitado o [[Plano da ONU de Partição da Palestina]] ([[Resolução 181 das Nações Unidas]]), segundo o qual a Palestina, ainda sob mandato britânico, seria dividida em um estado árabe e um Estado judeu.
 
Os confrontos tiveram início, no dia seguinte, em 15 de maio de [[1948]], exércitos árabes combinados atacaram Israel por três frentes diferentes. Os exércitos do Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita, estavam então convergindo para uma minúscula faixa de território que agora era Israel. Logo após a [[declaração de independência de Israel]], que precipitou o fim do [[Mandato Britânico na Palestina]] quando já estava em curso uma [[Guerra Civil na Palestina 1947-1948|guerra civil na Palestina]], iniciada em [[1947]].
 
O cenário principal da guerra foi o antigo território do Mandato, mas também incluiu, durante um curto período, a [[península do Sinai]] e o sul do [[Líbano]]. O conflito terminou com os [[acordos do armistício israelo-árabe de 1949]] e vários acordos bilaterais de cessar-fogo, firmados entre fevereiro e julho de [[1949]].
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== Antecedentes ==
{{Artigo principal|Plano da ONU para a partilha da Palestina de 1947}}
Em [[1917]], a Palestina abrigava, dentro de uma área de 26 mil km², uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do [[Império Otomano]]. Com a derrota dos turcos na [[Primeira Guerra Mundial]], a Palestina é colocada sob controle [[UK|britânico]], através de [[Mandato Britânico na Palestina|mandato]] recebido da [[Liga das Nações]], em [[1922]].
 
Em [[1921]], os [[UK|britânicos]] fizeram a partilha do território do Mandato, separando quase 80% para a criação de uma entidade árabe, chamada Transjordânia (futura [[Jordânia]]). Os 20% restante, seriam destinados à criação de um futuro lar nacional para o povo judeu, conforme previsto na [[Declaração Balfour]] de [[1917]].<ref>Howard Sachar. ''A history of Israel: From the Rise of Zionism to Our Time''. New York: Afred A. Knopf. 1979 pág. 129.</ref>
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Quando foi criada a [[ONU]], em [[1945]], a Palestina ainda era território administrado pela [[Grã-Bretanha]]. Entre as questões prioritárias a serem tratadas pela Organização estava a da criação de um "lar nacional judeu". O crescimento da imigração judaica para a Palestina, organizada pelo [[movimento sionista]], encontrava forte objeção por parte da população árabe local, que, em meados da [[década de 1940]] representava aproximadamente 2/3 dos habitantes do território - cerca de dois milhões de pessoas. Tendo em vista a escalada da violência entre judeus e palestinos, a Inglaterra decidiu, em fevereiro de [[1947]], levar a questão à ONU.<ref>[http://sol.sapo.pt/blogs/yusuf/ "A História de Jerusalém e a primeira colónia de judeus sionistas na Palestina (1878)", por Mahdi Abdul Hadi.]</ref> Naquele ano, a Palestina já tinha uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus.<ref>[http://www.unificado.com.br/calendario/11/palestina.htm Conflitos entre árabes e israelenses. A divisão da Palestina]</ref>
 
Em [[29 de Novembro]] de [[1947]], o representante [[brasil]]eiro [[Osvaldo Aranha]] presidiu a primeira Sessão Especial da [[Assembleia Geral da ONU]], depois de atuar fortemente em favor da aprovação do Plano, que afinal foi obtida, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções.<ref>[http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-24052002-163759/ Gomes, Aura R. - ''A Questão da Palestina e a Fundação de Israel'' (tese). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo, 2001.]</ref> O novo Estado não é reconhecido pela [[Liga Árabe]] (Egito, Síria, [[Líbano]], [[Jordânia]]).
 
A partir de [[30 de novembro]] de 1947, logo após a aprovação do Plano, a [[Haganah]], organização [[paramilitar]] judia, entrou em confronto com a população civil árabe. Em dezembro a [[Liga Árabe]] organizou o [[Exército de Liberação Árabe]], uma força de voluntários [[palestinos]], sob a liderança de [[Fawzi al-Qawuqji]] para resistir ao [[Plano de Partição da Palestina]].<ref>[http://www.palestineremembered.com/Acre/Palestine-Remembered/Story564.html#1947 Palestinian History, A Chronology.]</ref> Ao mesmo tempo, os britânicos, até então responsáveis pela administração do território, retiravam-se. As forças palestinas foram derrotadas, e várias cidades mistas, à exceção de [[Jerusalém]], passaram ao controle das forças judias. 350.000 a 400.000 palestinos iniciaram o caminho do êxodo.
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== O conflito ==
 
Em [[14 de maio]] de 1948, à meia-noite, termina oficialmente o mandato britânico da Palestina. Já numa fase adiantada da guerra civil na Palestina, [[David Ben-Gurion]] declara a [[Declaração de Independência do Estado de Israel|Independência do Estado de Israel]], reconhecida imediatamente pela [[União Soviética]] e pelos [[Estados Unidos]].
 
Ao longo do dia, o Estado de Israel é proclamado em várias partes do território. Os Estados árabes vizinhos, que contestam a criação de Israel, decidem intervir. Os exércitos do [[Egito]], [[Iraque]], [[Líbano]], [[Síria]] e [[Transjordânia]] - aos quais se incorporam as forças árabes palestinas remanescentes-, com apoio político de outros países,entram na Palestina. Começa a primeira de uma série de guerras que iriam constituir o longo [[conflito árabe-israelense]].
 
A guerra de 1948-1949 foi vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km² (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela [[Jordânia]], que anexou a [[Cisjordânia]], e pelo [[Egito]], que ocupou a [[Faixa de Gaza]].
 
A [[guerra civil palestina]] e a guerra árabe-israelense provocaram o deslocamento de aproximadamente 900 mil palestinos, que deixaram as áreas incorporadas por Israel. Esse imenso contingente de [[refugiados]] permaneceu disperso pelos campos do [[Oriente Médio]] e, nos anos seguintes, será frequentemente referido como ''"a questão palestina"'' - que permanece sem solução até os dias atuais. Atualmente, segundo a [[UNRWA]], o número de [[refugiados palestinos]] que vivem nos [[territórios ocupados]], [[Líbano]], [[Síria]] e [[Jordânia]] está próximo de cinco milhões.<ref>[http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/06/20/refugiados-palestinos-esperam-poder-retornar-aos-territorios-ocupados.jhtm Refugiados palestinos esperam poder retornar aos territórios ocupados]. [[Uol]], 20 de junho de 2011.</ref>