Prudente de Morais: diferenças entre revisões

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== Na presidência da República ==
===A eleição===
 
Na disputa pela sucessão de [[Floriano Peixoto]], que chegara à presidência devido ao golpe de [[23 de novembro]] de [[1891]], candidatou-se pelo [[Partido Republicano|Partido Republicano Federal]] (PRF), fundado pelo paulista [[Francisco Glicério]] em [[1893]]. Venceu as eleições presidenciais de [[1º de março]] de [[1894]] e tomou posse no dia [[15 de novembro]] daquele ano,<ref name="UOL - Educação"/> tornando-se o primeiro presidente do Brasil a ser eleito pelo voto direto e o primeiro presidente civil do Brasil. Prudente teve 276.583 votos contra 38.291 de seu principal competidor [[Afonso Pena]], em uma eleição que teve mais 29 políticos que foram votados.<ref name="InfoEscola"/> Seu vice-presidente foi o médico [[Manuel Vitorino Pereira]].<ref>PORTO, Walter Costa, ''O voto no Brasil'', Topbooks, 2002</ref> A sua eleição marcou a chegada ao poder da oligarquia [[Café|cafeeira]] paulista em substituição aos setores militares.<ref name="UOL - Educação"/>
 
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Enfrentou a questão [[Diplomacia|diplomática]] envolvendo os [[Inglaterra|ingleses]], que acharam por bem, em julho de [[1895]], tomar posse da [[Ilha de Trindade (Espírito Santo)|Ilha da Trindade]], situada a aproximadamente 1.200 [[quilômetro]]s do litoral do [[Espírito Santo]], sob o pretexto de ali instalar uma estação telegráfica. A [[França]], com incursões abaixo do [[Rio Oiapoque]], invadiu o [[Amapá]] a partir de [[Guiana Francesa]], atacando e incendiando alguns povoados próximos à fronteira. O primeiro presidente civil do Brasil, em vez de recorrer às armas, preferiu o arbitramento internacional, de [[Portugal]] no caso da [[Trindade e Martim Vaz|Ilha da Trindade]], e da [[Suíça]] no [[Questão do Amapá|caso do Amapá]]. As questões diplomáticas foram resolvidas favoravelmente ao [[Brasil]].<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/biografias/prudente-de-morais/ |título=Prudente de Morais |acessodata=26 de agosto de 2012 |autor=Fernando Rebouças |coautores= |data=18 de julho de 2008 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=InfoEscola |páginas= |língua= |citação=}}</ref>
 
As dificuldades econômico-financeiras, herdadas da [[Encilhamento|crise do encilhamento]], acentuaram-se em sua administração, sobretudo devido aos gastos militares, aumentando as [[dívida]]s com os [[credor]]es estrangeiros.
Enfrentou, ainda, a revolta da [[Escola Militar]]. Fez então valer a sua autoridade: fechou a [[Escola Militar|escola]] e o [[clube militar]].
 
Com a assessoria de seus [[Ministério da Fazenda|ministros da Fazenda]], [[Rodrigues Alves]] e [[Bernardino José de Campos Júnior|Bernardino de Campos]], negociou com os [[banqueiro]]s ingleses a consolidação da [[dívida externa]], operação financeira que ficou conhecida como ''[[funding loan]]'', base da política executada por [[Joaquim Murtinho]] nos quatro anos seguintes.<ref name="InfoEscola"/>
Mas pouco tempo depois enfrentaria um movimento rebelde ainda maior: a [[Guerra dos Canudos|Guerra de Canudos]], no sertão [[Bahia|baiano]].
 
No plano da [[política externa]], resolveu, favoravelmente, para o Brasil a questão dos limites com a [[Argentina]], arbitrada pelo presidente [[Estados Unidos|norte-americano]] [[Grover Cleveland]], em que se destacou o representante brasileiro, o [[Barão do Rio Branco]].
 
Enfrentou, ainda, a revolta da [[Escola Militar]]. Fez então valer a sua autoridade: fechou a [[Escola Militar|escola]] e o [[clube militar]]. Mas pouco tempo depois enfrentaria um movimento rebelde ainda maior: a [[Guerra dos Canudos|Guerra de Canudos]], no sertão [[Bahia|baiano]].
 
Obrigado a submeter-se a uma [[cirurgia]], afastou-se do poder entre 10 de novembro de 1896 e 4 de março de 1897, passando o cargo ao vice-presidente, o médico baiano [[Manuel Vitorino Pereira]]. Nesta interinidade, Manuel Vitorino transferiu a sede do governo do [[Palácio do Itamaraty (Rio de Janeiro)|Palácio Itamaraty]] para o [[Palácio do Catete]].
 
Com a vitória dos amotinados de [[Antônio Conselheiro]] sobre várias expedições militares, a situação voltou a deteriorar-se. Prudente interrompeu a convalescença e nomeou [[ministro da Guerra]] o general [[Carlos Machado de Bittencourt]], que liderou nova expedição e derrotou os rebeldes. Durante o seu governo, as divergências internas no PR Federal e a [[Guerra de Canudos]] desgastam o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmam.
 
[[Ficheiro:Attentado contra o Dr. Prudente de Moraes, Presidente da República, e assassinato do Ministro da Guerra, no dia 5 de Novembro de 1897, no Arsenal de Guerra.jpg|thumb|300px|Atentado contra a vida do Presidente Prudente de Moraes em [[5 de novembro]] de [[1897]], no [[Museu Histórico Nacional|Arsenal de Guerra]] (atual [[Museu Histórico Nacional|Museu Histórico Nacional - MHN]]). No detalhe, o então Coronel [[Luís Mendes de Morais|Mendes de Morais]], chefe da [[Casa Militar (Brasil)|Casa Militar]], ferido na ocasião do atentado.]]
 
===O atentado contra Prudente de Morais===
As divergências internas no PR Federal e a [[Guerra de Canudos]] desgastam o governo. Mesmo com a vitória das tropas do governo na guerra, os ânimos não se acalmam. Em [[5 de novembro]] de [[1897]], durante uma cerimônia militar em que recepcionaria dois batalhões do Exército que retornavam de Canudos no [[Museu Histórico Nacional|Arsenal de Guerra]] (atual [[Museu Histórico Nacional]]), sofreu um atentado contra sua vida praticado pelo [[anspeçada]] [[Marcellino Bispo de Mello]];<ref>{{citar web |url=http://www1.uol.com.br/rionosjornais/rj08.htm |título=Atentado contra Prudente de Morais |acessodata=26 de agosto de 2012|publicado=UOL}}</ref> escapou ileso, mas seu ministro da Guerra, Marechal Bittencourt, faleceu, defendendo a vida de Prudente. O presidente decretou, então, [[estado de sítio]], para o Distrito Federal ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] e [[Niterói]]) conseguindo assim se livrar dos oposicionistas mais incômodos.
 
As dificuldades econômico-financeiras, herdadas da [[Encilhamento|crise do encilhamento]], acentuaram-se em sua administração, sobretudo devido aos gastos militares, aumentando as [[dívida]]s com os [[credor]]es estrangeiros.
 
Com a assessoria de seus [[Ministério da Fazenda|ministros da Fazenda]], [[Rodrigues Alves]] e [[Bernardino José de Campos Júnior|Bernardino de Campos]], negociou com os [[banqueiro]]s ingleses a consolidação da [[dívida externa]], operação financeira que ficou conhecida como ''[[funding loan]]'', base da política executada por [[Joaquim Murtinho]] nos quatro anos seguintes.<ref name="InfoEscola"/>
 
De inicio, o [[vice-presidente]] [[Manuel Vitorino]], que possuía divergências politicas com Prudente de Morais, foi indiciado no inquérito sobre o atentado, acusado de envolvimento. Vitorino respondeu com um Manifesto em que proclamava inocência e seu nome não foi incluído no despacho final do processo, mas sua carreira política foi arruinada.<ref name=":3">{{citar web |url=http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/VITORINO,%20Manuel.pdf |titulo=Dicionário da Elite Política Republicana (1889-1930), verbete: Manuel Vitorino |acessodata=8 de dezembro de 2017 |autor=Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil |coautores=Silvia Noronha Sarmento |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Fundação Getulio Vargas |páginas= |língua= |citação= }}</ref> Marcellino, feito prisioneiro e encontrado [[suicídio|enforcado]] na cadeia com um lençol, não foi mais do que mero instrumento de [[conspiração|conspiração política]]. Embora sua morte tenha comprometido as investigações, foram apontados Capitão Deocleciano Martyr e José de Souza Velloso como mentores intelectuais do crime.
No plano da [[política externa]], resolveu, favoravelmente, para o Brasil a questão dos limites com a [[Argentina]], arbitrada pelo presidente [[Estados Unidos|norte-americano]] [[Grover Cleveland]], em que se destacou o representante brasileiro, o [[Barão do Rio Branco]].
 
=== Ministros de Estado ===