Reino da Nortúmbria: diferenças entre revisões

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|p1 = Bernícia
|p2 = Deira
|bandeira_p1 =
|bandeira_s2 =
|s1 = Reino da Inglaterra
|s2 = Reino VikingViquingue de Iorque
|bandeira_s1 = Flag of England.svg
|bandeira_s2 =
|mapa = Kingdom of Northumbria in AD 802.jpg
|continente = Europa
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|estatuto = Heptarquia
|estatuto_texto =Monarquia
|capital = [[Bamburgo]] (Bebamburgo), [[Iorque]] (''Eoferwic'')
|idioma = [[Dialeto nortúmbrio|Inglês antigo]] (''Englisc'')
|título_líder = Rei
|líder1 = [[OswiuOsvio da Nortúmbria|OswiuOsvio]]
|ano_líder1 = 654—670
|líder2 =[[Érico I da Noruega|Érico I]]
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== História ==
A Nortúmbria era originalmente composta da união de dois reinos independentes, [[Bernícia]] e [[Deira]]. Bernícia possuía territórios ao Norte do [[rio Tees]], enquanto Deira tinha territórios pertencentes à [[Yorkshire]] dos dias atuais. Bernícia e Deira foram unidos pela primeira vez por [[Etelfrido da Bernícia|Etelfrido]], um rei de Bernícia que conquistou Deira em [[604]]. Ele foi derrotado e morto por volta do ano [[616]] na batalha no [[rio Idle]] por [[RedvaldoRedualdo da Ânglia Oriental|RedvaldoRedualdo]] de [[Reino da Ânglia Oriental|Ânglia Oriental]], que instalou [[Eduíno da Nortúmbria|Eduíno]], filho de [[Ella de Deira|Ella]], um antigo rei de Deira, como rei.
 
Eduíno, que aceitou o [[cristianismo]] em [[627]], logo cresceu para se tornar o rei mais poderoso na [[Inglaterra]]: ele foi reconhecido como [[bretwalda]] e conquistou a [[Ilha de Man]] e [[GwyneddReino da Venedócia|Venedócia]], no norte do [[País de Gales]]. Ele foi, no entanto, derrotado por uma aliança entre o rei deda GwyneddVenedócia, [[Cadwallon apde CadfanVenedócia|Cadwallon]] e [[Penda de Mércia|Penda]], rei da [[Reino da Mércia|Mércia]], na [[batalha de Hatfield Chase]] em [[633]]. Após a morte de Eduíno, a Nortúmbria foi dividida entre a Bernícia, onde [[Eanfrido da Bernícia|Eanfrido]], um filho de [[Etelfrido da Bernícia|Etelfrido]], assumiu o poder, e Deira, onde um primo de Eduíno, [[Osrico de Deira|Osrico]], tornou-se rei. Ambos os governantes foram mortos durante os anos que se seguiram, enquanto Cadwallon continuava sua devastadora invasão da Nortúmbria. Após o assassinato de Eanfrido, seu irmão, [[Osvaldo da Nortúmbria|Osvaldo]], apoiou guerreiros enviados por [[Domnall Brecc]] de [[Dál Riata]], derrotando e matando Cadwallon na [[batalha de Heavenfield]] em [[634]]. Osvaldo expandiu seu reino consideravelmente. Ele incorporou terras ao norte até o [[estuário do rio Forth]], e também estendeu gradualmente seu alcance para o oeste, invadindo a [[Cúmbria]]. Assim, a Nortúmbria tornou-se não apenas uma parte do extremo norte da Inglaterra moderna, mas também cobria grande parte do que é hoje o sudeste da [[Escócia]]. O rei Osvaldo re-introduziu o [[cristianismo]] para o Reino através da nomeação de [[Edano de Lindisfarne|Santo Edano]], um monge [[Irlandeses|irlandês]] da ilha escocesa de [[Iona (Escócia)|Iona]] para converter o seu povo. Isso levou à introdução de práticas do [[cristianismo céltico]]. Um monastério foi instituído em [[Lindisfarne]].
 
==Cultura==
 
[[ImageImagem:LindisfarneFol27rIncipitMatt.jpg|leftesquerda|thumb|upright|Página dos [[Evangelhos de Lindisfarne]].]]
 
A Nortúmbria durante sua "época dourada" foi o mais importante centro de ensino religioso e artístico das Ilhas Britânicas. Inicialmente o reino foi [[Missão hiberno-escocesa|evangelhizadoevangelizado]] por monges irlandeses da [[Igreja Celta]] sediados em [[Iona (Escócia)|Iona]], na moderna [[Escócia]], o que levou a um florescimento da [[vida consagrada|vida monástica]]. [[Lindisfarne]], na costa leste, foi fundada por [[Edano de Lindisfarne|Santo Edano]] por volta de 635 e permaneceu como o maior centro monástico da Nortúmbria, tendo como figuras de destaque [[Vilfrido]] e [[São Cuteberto]]. O nobre [[Benedito Biscop]] visitou [[Roma]] e dirigiu o [[Catedral de Cantuária|mosteiro de Cantuária]] em [[Reino de Kent|Kent]] e o seu [[monastério duplo]] de [[Abadia de Monkwearmouth-Jarrow|Monkwearmouth-Jarrow]] acrescentou uma influência romana direta a cultura da Nortúmbria, produzindo personagens como [[Ceolfrido]] e [[Beda]]. A Nortúmbria desempenhou um importante papel na formação da [[arte hiberno-saxónica]], um combinação única dos estilos anglo-saxãossaxões, celtas, [[pictos]], [[bizantinos]] entre outros, produzindo obras como os [[Evangelhos de Lindisfarne]], [[Evangelhos de São Cuteberto]], a [[Cruz de Ruthwell]] e a [[Cruz de Bewcastle]] e mais tarde o [[Livro de Kells]]. Depois do [[Concílio de Whitby]] em 664 as práticas da igreja romana substituíram oficialmente os ritos celtas, mas a influência do estilo celta permaneceu, o exemplo mais conhecido são os Evangelhos de Lindisfarne. O [[venerável Beda]] {{nwrap||673|735}} escreveu ''[[Historia ecclesiastica gentis Anglorum]]'' ([[História Eclesiástica do Povo Inglês]], finalizado em 731) em [[Monkwearmouth-Jarrow]] e, em grande parte, se concentra no reino.<ref>Goffart, Walter. ''The Narrators of Barbarian History (A.D. 550&ndash;800): Jordanes, Gregory of Tours, Bede, and Paul the Deacon''. Princeton: Princeton University Press, 1988. 238ff.</ref> Um devastador ataque [[vikingviquingues|viquingue]] a Lindisfarne em 793 marca o início de um século de invasões viquingues que mudaram de forma marcante a cultura anglo-saxônica e anunciaram o fim da posição da Nortúmbria como centro de influência, embora, nos anos seguintes, trabalhos como a [[Cruz de Easby]] continuaram sendo produzidos.
 
{{referências}}