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{{Política}}
 
'''Tecnocracia''' é o modelo de governabilidade funcional, no qual há aplicação das ciências no ciclo de todas as cadeias produtivas garantindo a sustentabilidade da espécie humana. O termo era usado originalmente para designar a aplicação do [[método científico]] na resolução de problemas sociais, em contraste com a tradicional abordagem [[política]]. No entanto, a palavra tecnocracia tem sido usada popularmente para indicar qualquer tipo de administração feito por especialistas de qualquer campo (não apenas da ciência física) e em diversos contextos.<ref name="Wilton">[http://web.archive.org/web/20010311014228/http://www.technocracy.org/periodicals/nwtechnocrat/237/who-is-a-technocrat.html Who Is A Technocrat? - Wilton Ivie - (1953)]{{ligação inativa|data=dezembro de 2017}}</ref>
 
Isto significa que, no lugar de convenções econômicas obsoletas - e paradoxalmente em uso como "Dois Tratados sobre o Governo" de 1689 de [[John Locke]] - os conceitos de "[[Mão invisível|mão invisível sobre a economia]]" e "raça de trabalhadores" seriam substituídos por métodos científicos para gestão dos recursos e da sociedade.
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Os esforços para capacitação técnica, o planejamento rigoroso para o desenvolvimento, a industrialização, a geração de empregos para cargos altamente especializados, a criação de infraestrutura a partir da economia inovadora, o aumento na qualidade da Educação Fundamental, Média e Superior com produção de Ciência & Tecnologia fariam dos cidadãos cientistas que governariam um Tecnado. Deste modo, o Tecnado substituiria a República e os representantes que ocupam os poderes legislativos e executivos seriam escolhidos com base na experiência, no notório saber e pelas contribuições a humanidade – quaisquer que seja o campo científico.
 
As aptidões técnicas e de liderança seriam selecionadas através de processos burocráticos, assentes no desempenho e conhecimentos especializados, ao invés de uma eleição "democrática representativa" cujo dispositivo é apenas o convencimento pelo marketing ao invés da competência.
 
Considerando o grande nível de planejamento central econômico e todo aparato burocrático de uma tecnocracia, esse modelo político e econômico cai no mesmo erro econômico do [[socialismo]], o [[Problema do cálculo econômico|problema de cálculo econômico]], formulado pelo economista [[Ludwig von Mises|Ludwig von Mises.]]. Que resumidamente diz que o planejamento central é um impossibilidade pela ausência de um sistema de preços livres e propriedades privadas conduzindo a produção.<ref>{{Citar web|url=http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1141|titulo=O cálculo econômico sob o socialismo|acessodata=2017-12-05|obra=Mises Brasil}}</ref>
 
== História do termo ==
O termo ''tecnocracia'' deriva das palavras gregas tekhne, que pode significar técnica, destreza, habilidade ou aptidão. Ao passo que kratos, designa governo. William Henry Smith, um engenheiro californiano, é apontado como o inventor do termo tecnocracia em 1919, que o definia como "the rule of the people made effective through the agency of their servants, the scientists and engineers", embora a palavra já tivesse sido usada várias vezes antes.<ref>[http://www.technocracy.org/Archives/History%20&%20Purpose-r.htm History and Purpose of Technocracy by Howard Scott]{{ligação inativa|data=dezembro de 2017}}</ref><ref>[[:en:Barry Jones (Australian politician)|Barry Jones]] (1995, fourth edition). ''Sleepers, Wake! Technology and the Future of Work'', Oxford University Press, p. 214.</ref>
 
== História do projeto de governabilidade ==
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== Usos da imprensa atual do termo ==
Após a [[Crise da dívida pública da Zona Euro|crise das dívidas soberanas]], o termo tecnocrata foi novamente usado na imprensa europeia. Estes, tais como os primeiros-ministros de Itália ([[Mario Monti]]) e da Grécia ([[Lucas Papademos]]), foram vistos por uns como solucionadores de problemas que os políticos não conseguiram resolver e, por outros, como pessoas catapultadas para o topo da política, a fim de pôr em prática as ordens dos seus "diretores" na Alemanha e na França,<ref>{{citar web |url=http://www.presseurop.eu/pt/content/article/1181041-em-defesa-dos-tecnocratas |título=Em defesa dos tecnocratas |acessodata=19 de Janeiro de 2012 |língua=português }}</ref> tendo por conseguinte a palavra ''tecnocrata'', adquirido uma conotação pejorativa.
 
== A tecnocracia no Brasil ==
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Os setores da alta sociedade civil conservadora e militar brasileira subverteram o projeto tecnocrata que teve seu conceito adaptado para a realidade autoritária e caracterizava-se primariamente por um crescimento econômico baseada em sistemas de exclusão da classe trabalhadora das decisões políticas. Paralelamente ao endurecimento do regime, o governo militar punha em ação o plano de modernização da indústria nacional, baseada na racionalidade tecnicista.<ref name="tecbr">{{citar web |título=Educação e Ideologia Tecnocrática no Brasil |autor=Amarilio Ferreira Jr. |coautor=Marisa Bittar |url=http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v28n76/a04v2876.pdf }}</ref> A Plutocracia que interrompeu a Tecnocracia no Brasil foi marcada por intervenções negativas do Estado na política econômica.
 
Entretanto, depois do fim da [[Ditadura Militar]] houve iniciativas democráticas de partidos com traços tecnocratas de [[Getúlio Vargas]] e [[João Goulart]] tendo em vista consolidar o Brasil como grande potência:
<ol type="a">
<li> [[PRONA]] [Partido de Reedificação da Ordem Nacional], de extrema-direita: foi extinto depois da morte de seu líder [[Enéas Ferreira Carneiro]];</li>