Partilha de África: diferenças entre revisões
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[[Imagem:Bismarck1894.jpg|thumb|esquerda|200px|[[Otto von Bismarck]] personagem importante na disputa pela África.]]
A [[Alemanha]] iniciou sua expansão mundial na segunda metade do século XIX sob a liderança de [[Otto von Bismarck|Bismarck]],<ref name="terra">
Assim, a [[Alemanha]] se transforma na terceira potência colonial na [[África]], adquirindo um império de 2,6 milhões de [[km²]] e 14 milhões de habitantes, principalmente em suas possessões africanas, como a [[Sudoeste Africano Alemão]], [[Togolândia]], [[Camarões alemãs]] e [[Tanganica]].<ref name="Campos"/> A disputa pela África levou Bismarck a propor a [[Conferência de Berlim]], que se realizou entre [[1884]] e [[1885]]. Depois do [[Entente cordiale]] de [[1904]] entre [[França]] e [[Reino Unido]], a [[Alemanha]] tentou isolar a França em [[1905]], com a [[Primeira Crise do Marrocos]]. Isto levou à [[Conferência de Algeciras]], na qual a influência da França sobre o [[Marrocos]] foi recompensada pela troca de outros territórios e em seguida a [[Crise de Agadir]] ou Segunda Crise do Marrocos em [[1911]]. Junto com o [[Incidente de Fachoda]] de [[1898]] entre França e Reino Unido, esta sucessão de crises internacionais prova a amargura da luta entre os diferentes impérios, fato que culminou na [[Primeira Guerra Mundial]].
==== O conflito de imperialismos rivais ====
Enquanto [[Pierre Savorgnan de Brazza|Pierre de Brazza]] estava explorando o [[Reino do Congo]] para a [[França]], [[Henry Morton Stanley|Henry Stanley]] também o explorou durante o início de [[1880]] em nome de [[Leopoldo II da Bélgica]], quem conquistaria seu próprio [[Estado livre do Congo]]. Ao pretender defender o [[Filantropia|humanitarismo]] e denunciar a [[escravidão]], Leopoldo II usou das táticas mais desumanas para explorar suas conquistas recentes. Seus crimes foram descobertos em [[1905]], porém permaneceu sob as autoridades até [[1908]], quando foi obrigado a ceder o controle para o governo [[Bélgica|belga]]..<ref>
A [[França]] ocupou a [[Tunísia]] em maio de [[1881]] e [[Guiné]] em [[1884]], que em parte convenceu a [[Itália]] para se unir em [[1882]] à Aliança Dual entre a [[Alemanha]] e o [[Áustria-Hungria|Império Austro-húngaro]], formando assim a [[Tríplice Aliança (1882)|Tríplice Aliança]]. No mesmo ano, o [[Reino Unido]] ocupou o Egito Otomano, que dominava o [[Sudão]] e parte da [[Somália]].<ref name="Campos"/>
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Assim, [[Jehudi Ashmun]], um dos primeiros líderes da ACS, visualizou um Império Americano na África. Entre os anos 1825 e [[1826]], fez o possível para arrendar, anexar e/ou comprar terras tribais em torno da costa e perto de importantes rios que conduzem ao interior africano. Igualmente que seu predecessor, o tenente [[Robert F. Stockton]], em [[1821]] estabeleceu um lugar para a [[Monróvia]] persuadindo a um chefe local, a quem se referia como "Rei Peter", para vender o [[Cabo Mesurado]] apontando uma pistola em sua cabeça, Ashmun estava preparado para usar a força para estender o território de sua colônia. Em um tratado de maio de 1825, o "Rei Peter" e outros reis nativos concordaram em vender as terras. Em março de 1825 a ACS iniciou uma publicação trimestral da "''revista colonial do repositório africano''". [[Ralph Randolf Gurley]], foi quem encabeçou a sociedade até [[1844]]. Concebido como órgão primordial da sociedade, o ''Conceived as the Society's propagand organ'', o repositório prometeu tanto a colonização quanto a [[Libéria]].
A sociedade controlou a colônia da Libéria até [[1847]] quando os britânicos se anexaram no assentamento, a Libéria foi proclamada um estado livre e independente, transformando-se assim com a primeira nação africana descolonizada. Em [[1867]], a sociedade havia mandado mais de 13 mil [[emigração|emigrantes]]. Depois da [[Guerra Civil dos Estados Unidos da América|Guerra Civil Americana]] ([[1861]]-[[1865]]), quando as pessoas tentaram ir à Libéria, o suporte financeiro para a colonização havia diminuído. Durante seus últimos anos, a sociedade se focou em projetos educacionais e missionários na Libéria mais do que na emigração.<ref>
== Sucessão de crises prévias à Primeira Guerra Mundial ==
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{{Artigo principal|[[História da República Democrática do Congo]]}}
[[Imagem:Hw-stanley.jpg|115px|thumb|A exploração de [[Henry Morton Stanley|Henry Stanley]] no Congo foi muito importante para o rei [[Leopoldo II da Bélgica]].<ref name="educaterra.terra.com.br">
[[Imagem:Ps-debrazza-nadar.jpg|thumb|direita|115px|[[Pierre Savorgnan de Brazza]] reclamou a região do [[Congo]] para a [[França]].]]
As explorações de [[David Livingstone]], continuadas por [[Henry Morton Stanley]],<ref name="educaterra.terra.com.br"/> excitaram a imaginação dos europeus, porém à principio, as ostentosas ideias de colonização de Stanley encontraram pouco apoio devido aos problemas técnicos e a escala de ação requerida, exceto por [[Leopoldo II da Bélgica]], quem em [[1876]] havia organizado a [[Associação Internacional Africana]]. De [[1879]] a [[1884]] Stanley foi enviado secretamente por Leopoldo para a região do [[Congo]], onde fez acordos com vários chefes africanos locais ao longo do [[Rio Congo]] até que em [[1882]], havia conseguido um território suficiente para formar as bases do [[Estado Livre do Congo]]. Leopoldo II tornou-se proprietário oficial da colônia em [[1885]] e a explorou com a extração de [[marfim]] e [[borracha]]. Em uma série de reuniões em Berlim de [[1885]] foi acordado que esta região seria abolida o tráfico negreiro, seria garantido o livre-trânsito no estuário da bacia do [[Rio Congo]] e que seria declarada militarmente neutra, sendo que esta parte do acordo foi cumprida somente até a [[Primeira Guerra Mundial]].<ref>
Enquanto Stanley estava explorando o Congo em nome de Leopoldo, o oficial franco-italiano da marinha francesa, [[Pierre Savorgnan de Brazza|Pierre de Brazza]] viajou até o vale do Congo ocidental e levantou a bandeira francesa sobre a recém fundada [[Brazzaville]] em [[1881]], ocupando assim a região da atual República do Congo. [[Portugal]] que também reclamou a área, devido à antigos tratados com o [[Reino do Congo]], fez um tratado com o [[Reino Unido]] em [[26 de fevereiro]] de 1884 para bloquear da sociedade do congo ao [[Oceano Atlântico|Atlântico]].
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[[Imagem:Boercamp1.jpg|thumb|300px|esquerda|Mulher e criança num [[campo de concentração]] durante a [[Segunda Guerra dos Bôeres]] (1899-1902).]]
As ocupações no [[Egito]] e na [[Colônia do Cabo]] por parte do [[Reino Unido]] contribuíram para a preocupação de se preservar a nascente do [[Rio Nilo]]. O Egito foi ocupado pelas forças britânicas em [[1882]]<ref name="ReferenceA">
=== Incidente de Fachoda ===
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[[Imagem:Punch Rhodes Colossus.png|thumb|direita|240px|O projeto da ferrovia do [[Cairo]] à [[Cidade do Cabo]] de [[Cecil Rhodes]]. Fundador da [[De Beers]], uma das primeiras companhias de [[diamante]]s, Rhodes era também dono da Companhia Sul-africana. Ele fez a seguinte declaração: "''todas estas estrelas… estes vastos mundos que se mantiveram fora de alcance. Se pudesse, anexaria outros planetas''".<ref>Sarah Gertrude Millin, ''Rhodes'', Londres, 1933, p.138.</ref>]]
O [[Incidente de Fachoda]] de [[1898]] foi um dos conflitos cruciais para que a [[Europa]] consolidasse suas possessões no continente africano. Levou ao [[Reino Unido]] e [[França]] à margem de uma guerra porém culminou em uma grande vitória estratégica para o Reino Unido, e dispôs as bases para o "[[Entente cordiale]]" de [[1904]] entre as nações rivais. O conflito surgiu de algumas batalhas sobre o controle de certas regiões no [[Rio Nilo|Nilo]], o que aconteceu foi que Reino Unido de expandiu até o [[Sudão]].<ref>
O avanço francês até o interior da [[África]] foi principalmente desde a [[África Ocidental]] até o leste, através do [[Sahel]], em torno da borda sul do [[Deserto do Saara|Saara]], um território que atualmente engloba [[Senegal]], [[Mali]], [[Níger]] e [[Chade]]. Seu principal objetivo era possuir uma união ininterrupta entre o [[Rio Níger]] e o [[Nilo]], controlando desta forma todo o comércio da região de Sahel, em virtude do existente controle sobre os caminhos das caravanas que atravessavam o Saara. Os britânicos por outro lado, queriam unir suas possessões na [[África Austral]] (atuais [[África do Sul]], [[Botsuana]], [[Zimbábue]], [[Lesoto]], [[Zâmbia]] e [[Suazilândia]]) com seus territórios em [[África Oriental]] (atual [[Quênia]]) e essas duas com o nascimento no Nilo. O Sudão era a chave para a realização destas ambições, especialmente desde que o [[Egito]] esteve sob o controle britânico. Esta "linha vermelha" através da África foi o feito mais famoso de [[Cecil Rhodes]]. Junto com [[Alfred Milner|Lord Milner]], o (ministro colonial britânico na África do Sul), Rhodes defendeu tal império de "Cabo a Cairo" unindo com vias férreas o [[Canal de Suez]] com a parte rica em minerais do sul do continente. Enquanto que impedido pela ocupação alemã de [[Tanganica]] até o final da [[Primeira Guerra Mundial]], Rhodes exerceu pressão com êxito em nome do império.
Se se desenhar uma linha desde a [[Cidade do Cabo]] até ao [[Cairo]], e uma de [[Dacar]] até ao [[Corno de África]], essas duas linhas de intersetariam em alguma parte do leste do Sudão perto de Fachoda, explicando assim sua importância estratégica.<ref>{{Citar livro|sobrenome=Rezende|nome=Antônio Paulo|título=Rumos da História|editor=atual editora|edição=2ª|local=São Paulo|publicação=2005|páginas=442,443,447|isbn=978-85-357-0567-6|
Um exército sob o comando de [[Jean-Baptiste Marchand]] chegou primeiro ao forte estrategicamente localizado em [[Fachoda]], seguidos muito de perto pelo batalhão britânico comandado por [[Horatio Kitchener]], comandante e chefe da armada britânica desde [[1892]]. Os franceses se retiraram após um empate, e continuaram pressionando os reclamos de outros postos da região. Em março de [[1899]] os franceses e britânicos concordaram que os nascimentos dos rios [[Rio Nilo|Nilo]] e [[Rio Congo|Congo]] marcaram a fronteira de seus domínios.
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== Ver também ==
* [[
* [[Colonialismo]]
* [[Incidente de Fachoda]]
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== Bibliografia ==
* {{Citar livro|sobrenome=[[Gilberto Cotrim|Cotrim]]|nome=Gilberto|título=História Global, Brasil e Geral|editor=[[Editora Saraiva|Saraiva]]|edição=8ª edição|local=São Paulo, sp|páginas=312,313,314|isbn=978-85-02-05256-7|
* {{Citar livro|sobrenome=Martini|nome=Alice de|título=Ciências Humanas|editor=Ibep|edição=2ª|local=Rio de Janeiro|publicação=2005|páginas=110, 125, 127|acessodata=31/07/08|isbn=85-342-1506-5}}
* {{Citar livro|sobrenome=Souza Lima|nome=Lizânias|título=História do Mundo Ocidental|editor=[[Editora FTD|FTD]]|edição=1ª|local=São Paulo|publicação=2005|páginas=320,324|isbn=85-322-5602-3|
* {{Citar livro|sobrenome=Rezende|nome=Antônio Paulo|título=Rumos da História|editor=Atual Editora|edição=2ª|local=São Paulo|publicação=2005|páginas=442,443,447|isbn=978-85-357-0567-6|
== Ligações externas ==
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