Manuel I de Portugal: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Livro de Horas dito de D. Manuel (Ofício dos Mortos), atribuído a António de Holanda, 1517-1551.png|300px|thumb|right|Iluminuras do Ofício dos Mortos no ''[[Livro de Horas de D. Manuel]]'', atribuídas a [[António de Holanda]]. Surge representada, ao fundo, a cerimónia da quebra dos escudos durante as exéquias de D. Manuel.]]
O corpo do rei foi levado em procissão para [[Belém (Lisboa)|Belém]] entre as duas e as três horas da manhã do dia 14 de dezembro de 1521. O ataúde, coberto de veludo preto com uma cruz de damasco branco, foi colocado sobre uma azémola. Junto às portas do [[Paço da Ribeira]], aguardava um grande número de clero e grandes e fidalgos do reino com seus criados, com mais de seiscentas tochas que alumiavam a noite. O caminho até Belém foi acompanhado por muitos populares. D. Manuel foi provisoriamente sepultado, em campa rasa, na [[ErmidaCapela de SantaSão Maria de BelémJerónimo|''igreja velha'' do Restelo]], uma vez que o corpo do [[Mosteiro dos Jerónimos]], onde deixara expresso desejar ser sepultado, não estava ainda concluído. O ataúde foi tomado aos ombros por fidalgos, ladeados pelos frades, segurando grandes círios acesos e de capelos sobre os olhos. Dentro da igreja, o Duque de Bragança, o Duque de Coimbra, o Marquês de Vila Real, e o Conde de Alcoutim, pegando em enxadas, enterraram-no numa campa rasa, sem mais cerimónia ou pompa, enquanto os presentes lamentavam e gritavam em altos brados o seu pranto, em vivas manifestações de pesar.<ref name="Buescu2011"/>
 
As exéquias reais tiveram lugar na terça-feira seguinte, na [[Sé de Lisboa]], com cerimónias que só terminaram cerca da uma hora da tarde do dia seguinte. O último ofício público foi a cerimónia da quebra dos escudos: acompanhados por muitos senhores e fidalgos a pé, três juízes da cidade (dois do crime, e um do cível), vestidos de negro, traziam sobre a cabeça três grandes escudos negros; diante deles, num cavalo preto coberto de de paramentos de linho da mesma cor, vinha um alferes, vestindo uma grande loba de pano preto, levando sobre o ombro direito uma bandeira de grandes dimensões, preta e com as armas reais, que, meia tombada, se ia arrastando pelo chão da cidade à medida que o cortejo avançava. Junto à Sé, o bacharel [[Diogo Vaz]] da Casa do Cível, subiu a um banco e fez um discurso em memória do monarca falecido; depois, desfez-se o primeiro escudo no chão com uma pancada forte. A multidão seguiu depois até meio da [[Rua Nova dos Mercadores]], onde se fez novo discurso e se quebrou o segundo escudo; o último escudo negro foi quebrado no [[Praça de D. Pedro IV|Rossio]]. Ao longo desse dia, repicaram os sinos em [[Lisboa]].<ref name="Buescu2011"/>