Revolução Alemã de 1918-1919: diferenças entre revisões

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Foi feita a tradução do artigo em inglês de parte da influência da revolução russa na revolução alemã
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Depois da eclosão da [[Revolução Russa]] de fevereiro de 1917, aconteceram  na Alemanha as primeiras greves organizadas. Em março e abril de 1917, cerca 300.000 trabalhadores da indústria de armamento entraram em greve. O ''[[kaiser]]'' Guilherme II tentou acalmar os participantes da greve com sua mensagem de Páscoa no dia sete de abril, dado que o ingresso dos Estados Unidos na guerra muito provavelmente causaria uma piora da situação. Ele prometeu eleições gerais e igualitárias também para a [[Prússia]], onde ainda vigorava o sufrágio de três classes.
 
Depois que a direção do SPD, chefiada por [[Friedrich Ebert]], expulsou do partido todos os opositores da guerra, os [[Liga Spartacus|espartacistas]] juntaram-se aos chamados [[revisionista]]s, como [[Eduard Bernstein]] e aos centristas, como [[Karl Kautsky]], para fundar o Partido Social-Democrata Independente da Alemanha ([[USPD]]), em uma conferência realizada entre 6 e 8 de abril de 1917, na [[cidade de Gotha]]. O USPD, sob a liderança de [[Hugo Haase]], exigiu o término imediato da guerra e a democratização da Alemanha, mas o partido não tinha um programa unificado de políticas sociais. A Liga Espartaquista,  que até então se opusera a uma cisão do partido, passaria a formar, a partir de então, a ala esquerda do USPD. Tanto a Liga como o USPD continuariam a atuar nas fábricas, fazendo propaganda contra a guerra, especialmente nas fábricas de armamentos. Já o SPD, para se distinguir do USPD, passaria a se chamar Partido Social-Democrata Majoritário da Alemanha (MSPD), denominação que manteve entre 1917 e 1922.    
 
== Impacto da Revolução Russa ==
Depois da [[Revolução de Fevereiro]], na Rússia, e após a abdicação do czar [[Nicolau II da Rússia|Nicolau II]] em 15 de março de 1917, o [[Governo Provisório Russo|Governo Provisório da Rússia]] , liderado por [[Alexander Kerensky]] a partir de 21 de julho de 1917, continuou a guerra do lado das potências da [[Tríplice Entente|Entente]]. Contudo, a sociedade russa estava extremamente cansada pelas motivações antipatrióticas e pelo sentimento anti-guerra. Existia um grande incentivo pela continuação da guerra para que fossem defendidos o território e a honra russos, mas existia, também, um grande desejo de que o país fosse retirado do conflito para que as outras potências europeias se destruíssem umas às outras sem o envolvimento da Rússia.
 
O governo do [[Império Alemão]] via, então, mais uma chance de vencer a guerra: apoiar o sentimento anti-guerra na Rússia e, possivelmente, guiar a situação para um cessar-fogo através do auxílio à saída do exílio do líder [[bolchevique]] russo, [[Lenin]]. Lenin, que estava exilado na Suécia, recebeu ajuda da Alemanha para sair da Suíça em direção a São Petersburgo, atravessando a Alemanha, a Suécia e a Finlândia trancado em um vagão de trem. Desde que ouviu falar da Revolução de Fevereiro, Lenin planejou uma maneira de voltar à Rússia, mas nenhuma das opções disponíveis se mostrou viável. Poucos meses depois, Lenin já liderava a [[Revolução de Outubro]], na qual os bolcheviques tomaram o poder do [[Governo Provisório Russo|Governo Provisório]] e logo retiraram a Rússia da guerra. [[Leon Trótski|Leon Trótsky]] viu que a Revolução de Outubro não teria tido sucesso se Lenin tivesse continuado preso na Suíça<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/30914989|título=Lenin : a new biography|ultimo=Antonovich,|primeiro=Volkogonov, Dmitriĭ|ultimo2=Harold,|primeiro2=Shukman,|local=New York|isbn=9780029334355|oclc=30914989}}</ref>.
 
Com isso, o governo do Império Alemão passava a ter importante influência na criação do que veio a se tornar a [[União Soviética]] ao passar para as mãos dos bolcheviques a transformação do socialismo russo.
 
Entre o início e o meio de 1918, muitas pessoas na Rússia e na Alemanha esperaram que a Rússia pudesse, então, "pagar o favor" ajudando na criação de uma revolução comunista em solo alemão <ref name=":0" />. Comunistas europeus havia muito aguardavam o momento em que a Alemanha, terra de [[Karl Marx]] e [[Friedrich Engels]], passaria por tal revolução. O sucesso dos camponeses e do proletariado russo em derrubar a classe dominante na Rússia despertou medo entre a burguesia alemã. Além disso, o socialismo internacional de Marx e Engels ainda tinha muita influência no Oeste Europeu e na Rússia na época, e Marx e Engels tinham previsto que, para uma revolução comunista estourar na Rússia, seria provavelmente necessário que uma revolução comunista também acontecesse no Oeste Europeu, mais cedo ou, no mínimo, ao mesmo tempo. Lenin nutria grandes esperanças de que acontecesse uma [[revolução mundial]] entre 1917 e 1918. O comunismo de Marx e Engels tinha tido uma quantidade considerável de seguidores entre os trabalhadores alemães por décadas, e existiam, na Alemanha, alguns revolucionários ansiosos por ver sucesso na revolução na Rússia para obter dos colegas russos em uma revolução alemã.
 
== Bibliografia ==