Margarida de Valois: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{Sem-fontes|data=dezembro de 2009}}
{{Info/Monarca
|nome =Margarida de Valois
|título =[[Lista de condes e duques de Vendôme|Duquesa de Vendôme]]
|imagem =[[Imagem:MargaretevonValoisReine Marguerite de Valois.jpg|250px]]
|legenda sucessão =A[[Lista de rainhas da França|Rainha Consorte rainhada ''Margot''.França]]
|sucessão =[[Rainha da França]]
|reinado =[[2 de agosto]] de [[1589]] — [[17 de dezembro]] de [[1599]]
|sucessão1 =[[Lista de rainhas de Navarra|Rainha Consorte de Navarra]]
|reinado1 =[[18 de agosto]] de [[1572]] — [[17 de dezembro]] de [[1599]]
|cônjuge =[[Henrique IV da França|Henrique IV da França]]
|casa =[[Casa de Valois|Valois]] {{small|(por nascimento)}}<br />[[Casa de Bourbon|Bourbon]] {{small|(por casamento)}}
|pai =[[Henrique II da França|Henrique II]]
Linha 15 ⟶ 13:
|data de nascimento ={{dni|14|5|1553|si|lang=br}}
|local de nascimento =[[Castelo de Saint-Germain-en-Laye]], [[França]]
|data da morte ={{nowrap|{{morte|27|3|15991615|14|5|1553}}}}
|local da morte =[[Paris]], [[Reino de França|França]]
|local de enterro =[[Basílica de Saint-Denis]], [[Paris]], [[França]]
}}
'''Margarida de Valois''', mais conhecida como '''Rainha Margot''' ({{lang-fr|''Marguerite''}}; [[Castelo de Saint-Germain-en-Laye]], [[14 de maio]] de [[1553]] — [[Paris]], [[27 de março]] de [[15991615]]), foi uma [[filhaFilho da França|princesa francesa]] da [[dinastia Valois]], que tornou-se esposa de [[Henrique IV deConsorte Françareal|Henriquerainha IVconsorte]], de [[Lista de monarcasrainhas dade FrançaNavarra|rei da FrançaNavarra]], vindoe adepois tornar-se,também portanto,da [[rainhaLista dade rainhas de França|França]].
 
TrêsPor seu casamento com [[Henrique IV de seusFrança|Henrique irmãosIII tornar-se-iamde reisNavarra]] da(mais tarde Henrique IV de França), ela foi rainha de Navarra e depois da França na ascensão de seu marido ao trono em 1589. Seu casamento foi anulado em 1599 por decisão do Papa. Ela era filha do rei [[Henrique II de França]] e da rainha [[Catarina de Médici]] e irmã dos reis [[Francisco II de França|Francisco II]], [[Carlos IX de França|Carlos IX]] e [[Henrique III de FrançaInglaterra|Henrique III]].
 
Seu casamento, que foi para celebrar a reconciliação dos Católicos e dos [[Huguenote|Huguenotes]], foi manchado pelo [[Massacre da noite de São Bartolomeu]] e pela retomada dos problemas religiosos que se seguiram. No conflito entre Henrique III e os [[Malcontents]], ela tomou o lado de [[Francisco, Duque de Anjou]], seu irmão mais novo, causando uma profunda aversão do rei contra ela.
 
Como Rainha de Navarra, ela também desempenhou um papel de pacificação nas relações tempestuosas entre seu marido e a monarquia francesa. Dividindo-se entre as duas cortes, ela se esforçou para levar uma feliz vida conjugal, mas a esterilidade do casal e as tensões políticas inerentes nas [[Guerras religiosas na França]] causaram o fim de seu casamento. Maltratada por um sombrio irmão, rejeitada por um marido oportunista, ela escolheu o caminho da oposição em 1585. Ela tomou o lado da [[Liga católica|Liga Católica]] e foi forçada a viver em [[Auvérnia]] em um exílio que durou vinte anos.
 
Bem conhecida como uma mulher de letras, uma mente iluminada e uma patrona extremamente generosa, ela desempenhou um papel considerável na vida cultural da corte, especialmente após seu retorno do exílio em 1605. Ela foi um vetor do [[Neoplatonismo]], que pregava a supremacia do amor platônico sobre o amor físico. Enquanto estava aprisionada, aproveitou o tempo para escrever suas ''memórias''. Ela foi a primeira mulher a ter feito isso.<ref>Craveri, ''Amanti e regine'', pp. 81–82.</ref> Ela era, de fato, uma das mulheres mais elegantes da época, e influenciou muitas das [[Corte (realeza)|cortes reais]] da Europa com suas roupas.
 
Ela foi vítima de uma tradição historiográfica que demoliu a importância de suas ações na esfera política da época, ao fortalecer a transição dinástica do Valois para o Bourbon, dando crédito à difamação e calúnia distribuídas em sua conta que criou e transmitiu ao longo dos séculos o mito de uma mulher bonita, culta, [[Apetite sexual excessivo|ninfomaníaca]] e [[Incesto|incestuosa]]. Esta lenda enraizou-se em torno do famoso apelido '''Rainha Margot''' (''La Reine Margot''), inventado por [[Alexandre Dumas, pai]].
 
==Infância==
[[Ficheiro:Clouet Margerite of Valois.jpg|thumb|150px322x322px|left|Princesa Margarida quandode jovem,Valois. Retrato por [[François Clouet]], [[Século XVI]].]]
Margarida nasceu em [[14 de maio]] de [[1553]], no [[Castelo de Saint-Germain-en-Laye]]; foi a sexta criança e a terceira filha de [[Henrique II de França|Henrique II]] e de [[Catarina de Médici]]. Seus irmãos a apelidaram de '''Margot'''. Três de seus irmãos se tornariam reis da França: [[Francisco II de França|Francisco II]], [[Carlos IX de França|Carlos IX]] e [[Henrique III de França|Henrique III]]. Sua irmã, [[Isabel de Valois, Rainha de Espanha|Isabel de Valois]], viria a ser a terceira esposa do rei [[Felipe II de Espanha]].
 
Linha 35 ⟶ 41:
Em 1572 casa com o jovem líder do Partido Protestante, Henrique de Navarra; esta união poderia, supostamente, determinar a reconciliação entre católicos e protestantes que se estavam enfrentando na [[Guerras religiosas na França|Terceira Guerra de Religião]].
 
As negociações são iniciadas entre [[Catarina de Médici]] e [[Joana III de Navarra|Joana D'Albret]], mãe de Henrique, rainha de Navarra e defensora ferrenha dos [[Huguenote|huguenotes]]. As negociações foram longas e difíceis. Joana D'Albret exige a conversão de Margarida ao protestantismo, mas esta não cede a sua exigência. No fim, Joana acaba dando consentimento para o casamento em troca de um considerável dote pago por sua nora. A rainha Joana faleceu pouco tempo depois, e [[Henrique IV de França|Henrique]] tornou-se o novo rei de Navarra. Margarida, obrigada por seu irmão, [[Carlos IX de França]], e por sua mãe, casa-se a contragosto com o soberano que considerava um herege de um reino residual.
 
Sem esperar a dispensa pontifical requerida, dada a diferença de religião, a união tem lugar em [[24 de agosto]] de [[1572]]. Entretanto, a pretendida reconciliação entre católicos e protestantes revelou-se uma farsa quando, coordenada pela Rainha Mãe, Catarina de Médicis (quem realmente detinha o poder), desencadeou-se uma ação que resultou no assassinato de líderes protestantes e um verdadeiro massacre dos huguenotes que se haviam reunido em Paris para a festa. Esse episódio ficou conhecido como "A Noite de São Bartolomeu", por haver ocorrido no dia dedicado ao santo católico.