Batalha de Adrianópolis (378): diferenças entre revisões

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== Consequências ==
A primeira consequência da esmagadora derrota do [[Império Romano do Oriente]] foi o trono vago que Valente deixou em [[Constantinopla]]. Antes que o caos se apropriasse do Oriente, o imperador do Ocidente e sobrinho do defunto, [[Graciano]], encomendou o governo ao general [[Hispânia|hispânico]] Flávio Teodósio, que foi coroado em 379 e chegaria a ser conhecido como [[Teodósio I]]. Teodósio adquiriu o trono do Ocidente anos mais tarde e foi o último homem que governou o [[Império Romano]] na íntegra, pelo que é chamado ''o último dos romanos''.
 
Teodósio dirigiu pessoalmente uma nova campanha contra os godos, que terminou ao cabo de dois anos, após os quais conseguiu derrotá-los e negociar um pacto em 382 com o seu novo chefe, Atanarico, no que voltava a restituí-los como [[federados (Roma Antiga)|federados]] na Mésia. Fritigerno morrera por causas naturais no ano anterior.
 
Ainda que o novo pacto supostamente retornava ao ''[[statustatus quo]]'' inicial, já nada voltaria a ser igual para os godos nem para os romanos. Após Adrianópolis, os tervíngios eram conscientes da sua força e continuaram extorquindo os romanos quanto lhes parecia conveniente. Foi [[Alarico I]] quem chegou mais longe com esta política, e até mesmo aspirou a ocupar algum cargo importante no governo do Império do Oriente. Ao não ver resolvidas as suas demandas, submeteu os Bálcãs a uma nova política de saques, chegando a entrar em [[Atenas]]. Somente cessou quando Rufino, o tutor grutungo do filho de Teodósio, o reconheceu como [[mestre dos soldados]] da província da [[Ilírico (província romana)|Ilíria]]. Tal concessão foi na realidade um autêntico roubo, pois forçou os tervíngios a instalarem-se numas terras menos ricas e férteis que as que deixavam, e que, além disso, eram disputadas pelos Impérios do Oriente e Ocidente.
 
As desavenças de Alarico com os seus novos vizinhos ocidentais (que não reconheciam o governo do Oriente nem de Alarico sobre a Ilíria) conduziriam ao [[Saque de Roma (410)]], visto pelos contemporâneos como o fim do mundo conhecido.
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A derrota de Adrianópolis teve também as suas consequências na forma romana de fazer a guerra. Após o massacre romano, foi impossível recuperar o número de soldados e oficiais perdidos na batalha e o exército teve de ser reestruturado, abandonando o clássico sistema de legiões. A partir de então (foi Teodósio que exportou o novo modelo ao Ocidente), o exército romano foi dividido em pequenas unidades de [[limítanes]] (guardas fronteiriços, muitas vezes bárbaros federados) dirigidas por um "duque" (''dux'') que governava uma zona fronteiriça desde uma fortificação particular, mais um exército móvel (''comitatenses'') que se deslocava aonde aparecessem os problemas. Este novo sistema de defesa seria o embrião do futuro [[sistema feudal]] da [[Idade Média]]. A batalha de Adrianópolis também demonstrou a eficácia da cavalaria na guerra, pelo que o seu número aumentou nos novos exércitos em detrimento da infantaria. As novas unidades de cavalaria costumavam ser formadas, assim mesmo, por mercenários bárbaros, primariamente hunos, sármatas ou persas, que combatiam com espada longa e lança e foram pela sua vez os precursores dos [[cavaleiro]]s medievais.
 
Finalmente, o caos ocasionado pelos godos em Adrianópolis foi aproveitado pelos hunos para cruzarem o Danúbio e imitar a política de saques e extorsões que tão bons resultados tinha dado aos tervíngios. Quando [[Átila, o Huno|Átila]] chegou ao trono huno em 434, esta política era algo comum para o seu povo, e foi ele que a levou a sua máxima expressão acelerando a [[Quedaqueda do Império Romano|queda do Imperio Romano de OccidenteOcidente]].
 
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