História do cristianismo: diferenças entre revisões
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{{Links ambíguos}}
{{Cristianismo}}
A '''história do cristianismo''' é o estudo da [[religião]] baseada nos ensinamentos de [[Jesus]] de [[Nazaré]]. O cristianismo tornar-se-ia numa das maiores religiões, afetando todas as outras e mudando o curso da História do mundo|história humana]] (''ver: [[impacto do cristianismo na civilização]]''). Isso diz respeito principalmente a [[cristianismo|religião cristã]] e da [[Igreja cristã|Igreja]], até a era atual e as [[Denominação cristã|denominações]]. O [[cristianismo]] difere significativamente das outras [[
O cristianismo começou a se espalhar a partir de [[Jerusalém]], e depois em todo o [[Oriente Médio]], acabando por se tornar a [[estado confessional|religião oficial]] da [[Armênia]] em 301, da [[Etiópia]] em 325, da [[Geórgia]] em 337, e depois a [[Igreja estatal do Império Romano]] em 380. Tornando-se comum em toda a Europa na [[Idade Média]], ela se expandiu em todo o mundo durante a [[Era dos Descobrimentos]].
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{{Artigo principal|[[Cristianismo primitivo]]}}
[[Ficheiro:Cristo crucificado.jpg|thumb|direita|''Crucificação de Jesus Cristo''
Durante sua história, o cristianismo passou de uma obscura [[Judaísmo|seita judaica]] do século I para uma religião existente em todo o mundo conhecido na [[Antiguidade]].
Na [[Judeia (província romana)|Judeia]], uma das províncias romanas no [[Oriente]], facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a.C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes [[
Poucas fontes históricas não-cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do [[cristianismo]]. A principal fonte a respeito de sua vida são os [[Evangelhos]], que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de [[
Segundo os Evangelhos, as autoridades religiosas judaicas não aceitaram que aquele homem simples, que pregava aos humildes, pudesse ser o rei, o Messias que viria salvá-los (''ver: [[Rejeição de Jesus]]''). Consideraram-no um dissidente e o enquadraram na lei religiosa, condenando-o à morte por [[crucificação]], a ser aplicada pelos romanos (do ponto de vista das autoridades romanas, Jesus era um rebelde político). Levadas pelos seus discípulos, os [[
Por volta do ano 70, foram escritos os evangelhos atribuídos a [[Mateus (evangelista)|Mateus]] e [[São Marcos|Marcos]], em [[língua grega]]. Trinta anos depois, publicava-se o evangelho atribuído a [[
Apegados ao [[monoteísmo]], os cristãos não juravam o culto divino ao imperador, provocando reações violentas. As perseguições ocorreram em curtos períodos, embora violentos, na medida em que o culto divino ao imperador, estabelecido por [[Augusto]] mas formalizado por [[Domiciano]], era aplicado nas províncias
| autor = ATIENZA, Juan G.
| título = Santos pagãos
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| volume = 1
| isbn = 85-274-0371-4|ref=harv}}</ref>
O poder do cristianismo não podia mais ser ignorado. A partir do momento em que cidadãos ricos do [[Império Romano]] se converteram à nova religião, a doutrina, que pregava a igualdade e a liberdade, deixava de representar um perigo social. Aos poucos, a [[Igreja Católica]] se institucionalizava e o clero se organizava, numa enorme escalada da hierarquia com o surgimento dos bispos e presbíteros, no lugar de anciãos e superintendentes. O território sob o domínio romano foi dividido em províncias eclesiásticas. Os patriarcas, bispos dos grandes centros urbanos - como [[Roma]], [[Constantinopla]], [[Antioquia da Síria]] e [[Alexandria]] -, ampliaram seu poder, controlando as províncias. O bispado de Roma procurou se sobrepor aos demais, alegando que o bispo de Roma era o herdeiro do apóstolo Pedro, que teria recebido de Jesus a incumbência de propagar a fé cristã entre os povos.
Em 313, o imperador [[
Em 391, [[Teodósio
O [[cristianismo primitivo]] pode ser dividido em duas fases distintas: o [[era apostólica|período apostólico]], quando os primeiros [[
=== Igreja Apostólica ===
{{artigo principal|[[
{{AP|vt=s|Judaísmo e cristianismo}}
A Igreja Apostólica era uma comunidade liderada pelos [[
Os primeiros cristãos eram de [[etnias judaicas]] ou [[Proselitismo|judeus prosélitos]]. Em outras palavras, os primeiros seguidores do [[cristianismo]] foram os [[judeus]] que [[Jesus]] chamou para ser seus primeiros discípulos. Apesar da Grande Comissão de {{Citar bíblia|livro=Mateus|capítulo= 28|verso=19-20}} ser
As [[doutrina]]s que os apóstolos trouxeram para a [[Igreja Primitiva]] entraram em conflito com algumas [[Religiosidade judaica|autoridades religiosas judaicas]]. Isto levou a expulsão dos cristãos das [[
==== Crenças e credos dos cristãos primitivos ====
[[Ficheiro:Good shepherd 02b close.jpg|thumb|
As fontes para as [[crença]]s da comunidade cristã primitiva são os [[
=== Igreja pós-apostólica ===
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{{Artigo principal|[[Padres da Igreja]]}}
Essa fase do cristianismo pós-apostólico vai desde a morte dos [[
==== Perseguições ====
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{{AP|vt=s|Cristianismo e paganismo}}
Desde o início os cristãos foram sujeitos a várias [[Perseguição aos cristãos|perseguições]]. Isso resultou na morte dos primeiros cristãos, como [[Santo Estêvão|Estêvão]] ({{Citar bíblia|livro=Atos|capítulo= 7|verso=59}}) e e [[Santiago Maior|Tiago, filho de Zebedeu]] ({{Citar bíblia|livro=Atos|capítulo= 12|verso=2}}). A perseguição aos cristãos pelo [[Império Romano]] ficou mais feroz a partir do ano 64 quando, conforme relatado pelo historiador Romano [[Tácito]], o imperador [[Nero]] culpou-os pelo [[grande incêndio de Roma]]. De acordo com a tradição da igreja, [[Paulo de Tarso|Paulo]] e [[São Pedro|Pedro]] foram martirizados em [[Roma]] por Nero. Da mesma forma, vários dos escritos do [[Novo Testamento]] mencionam o
==== Estrutura e episcopado ====
[[Ficheiro:Jean-Léon_Gérôme_-_The_Christian_Martyrs'_Last_Prayer_-_Walters_37113.jpg|thumb|left|
Os [[
Os principais bispos da era pós-apostólica incluem [[Policarpo de Esmirna]], [[Clemente de Roma]] e [[Ireneu de
A diversidade do [[cristianismo primitivo]] pode ser documentada a partir do registro do [[Novo Testamento]]. O livro de [[Atos dos Apóstolos
==== Primeiros escritos cristãos ====
Como a expansão do cristianismo, alguns membros bem-educados que faziam parte do círculos do mundo helenístico vieram a se tornar bispos e líderes da igreja. Eles produziram dois tipos de obras: [[Teologia|teológica]] e [[
==== Início da arte ====
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{{AP|Arte paleocristã}}
[[Ficheiro:VirgenNino.jpg|thumb|upright=1.0|''A Virgem e o Menino''
A arte cristã ou [[arte
==== Primeiras heresias ====
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{{Artigo principal|heresias cristãs segundo a Igreja Católica}}
O [[Novo Testamento]] fala da importância de manter a [[doutrina]] (ortodoxa) correta e refutar as [[heresias]], mostrando o quão antiga era essa preocupação.<ref>e.g., {{Citar bíblia|livro = 2Coríntios|capítulo = 11|verso = 13|verso final = 15}}; {{Citar bíblia|livro = 2Pedro|capítulo = 2|verso = 1|verso final = 17}}; {{Citar bíblia|livro = 2João|verso = 7|verso final = 11}}; {{Citar bíblia|livro = Judas|verso = 4|verso final = 13}}, e a Epístola de Tiago em geral.</ref> Por causa do alerta bíblico contra os falsos [[profetas]], o [[cristianismo]] sempre se preocupou em manter e ensinar a interpretação ortodoxa da fé. Com efeito, um dos papéis principais dos [[
As primeiras [[Disputas cristológicas|controvérsias]] eram muitas vezes sobre a [[cristologia|natureza cristológica]], isto é, eles estavam relacionados com a [[divindade]] ou a humanidade de [[Jesus]]. O [[docetismo]] declarava que a humanidade de Jesus era apenas uma ilusão, negando assim a encarnação. Já o [[arianismo]] considerava Jesus como um ser que não era eternamente divino - mas que também não era um mero mortal - sendo portanto de menor status do que o [[Deus, o Pai|Pai]].<ref>{{Citar bíblia|livro = João|capítulo = 14|verso = 28}}</ref> O [[Trindade (cristianismo)|trinitarianismo]] declarou que o Pai, o Filho e o [[Espírito Santo]] formavam um ser com três pessoas. Além disso, Cristo possuía uma dupla natureza, conhecida pelos teólogos como [[união hipostática]]. Muitos grupos mantinham [[Maniqueísmo|crenças dualistas]], sustentando que a realidade era composta de duas partes radicalmente opostas: a matéria, vista como mal, e o espírito, visto como bom. Tais visões deram origem a algumas [[Gnosticismo|teologias da encarnação]], que foram declaradas heréticas. A maioria dos estudiosos concorda que a [[Bíblia]] ensina que tanto o mundo material quanto o mundo espiritual foram criados por Deus, sendo portanto bons.<ref>R. Gerberding and J. H. Moran Cruz, ''Medieval Worlds'' (New York: Houghton Mifflin Company, 2004) p. 58</ref>
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[[Ficheiro:P46.jpg|thumb|esquerda|170|A folha de P46, um das primeiras coleções do século III das [[epístolas paulinas]].]]
O [[cânon bíblico]] é o conjunto de livros que os [[cristãos]] consideram como divinamente [[Inspiração (teologia)|inspirada]], formando assim a [[Bíblia|Bíblia cristã]]. Embora a [[Igreja Primitiva]] usasse o [[Antigo Testamento]] de acordo com o cânon da [[Septuaginta|Septuaginta (LXX)]], ao escrever os seus textos os [[
O processo de canonização do [[Novo Testamento]] foi complexo e demorado. Caracterizou-se por uma coletânea de livros que a tradição apostólica considerou autoritária no culto e no ensino, além de serem relevantes para as situações históricas em que viviam, e em consonância com o Antigo Testamento. Contrário à crença popular, o cânon do Novo Testamento não foi sumariamente decidido em reuniões do Conselho grande igreja, mas sim desenvolvido ao longo de muitos séculos.
Os escritos dos apóstolos circularam entre as primeiras comunidades cristãs. As [[Epístolas paulinas|epístolas de Paulo]] estavam circulando em forma de textos coletados no final do
Em sua carta de Páscoa de 367, [[Atanásio de Alexandria|Atanásio, bispo de Alexandria]], escreveu a primeira lista com os 27 que viriam a formar o Novo Testamento canônico.<ref name = "Lingberg-2006">{{citar livro|título=A Brief History of Christianity|nome=Carter|sobrenome=Lindberg| página=15|ano=2006|editora=Blackwell Publishing|isbn=1405110783}}</ref> O [[
Quando esses bispos e concílios discutiram sobre o assunto, no entanto, eles não estavam definindo algo novo, mas sim "estavam ratificando o que já havia se tornado a mente da Igreja."<ref>Everett Ferguson, "Factors leading to the Selection and Closure of the New Testament Canon", em ''The Canon Debate''. eds. L. M. McDonald & J. A. Sanders (Hendrickson, 2002) p. 320; Bruce Metzger, ''The Canon of the New Testament: Its Origins, Development, and Significance'' (Oxford: Clarendon, 1987) pp. 237–238; F. F. Bruce, ''The Canon of Scripture'' (Intervarsity Press, 1988) p. 97</ref> Assim, por volta do século IV, existia uma unanimidade no [[Ocidente]] sobre o cânon do Novo Testamento;<ref>F. F. Bruce, ''The Canon of Scripture'' (Intervarsity Press, 1988) p. 215</ref> O [[Oriente]], com poucas exceções, havia entrado em harmonia sobre a questão do canôn por volta do século V.<ref>''The Cambridge History of the Bible'' (volume 1) eds. P. R. Ackroyd and C. F. Evans (Cambridge University Press, 1970) p. 305''</ref> A única resistência estava relacionada ao livro do Apocalipse. Não obstante, um articulação dogmática completa do cânon não foi feito até 1546 no [[Concílio de Trento]] para o [[catolicismo romano]];<ref>Catholic Encyclopedia, ''[http://www.newadvent.org/cathen/03274a.htm Canon of the New Testament]''</ref> e em 1563 nos [[Trinta e Nove Artigos de Religião|Trinta e Nove Artigos da Igreja da Inglaterra]]; em 1647 na [[Confissão de Fé de Westminster]] para o [[calvinismo]]; e finalmente em 1672 no [[Sínodo de Jerusalém]] para ortodoxia grega.
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| image1 = Constantine Musei Capitolini.jpg
| alt1 =
| caption1 = [[Constantino
| image2 = Nicaea icon.jpg
| alt2 =
| caption2 =[[Ícone]] retratando o imperador [[Constantino
}}
[[Galério]] que havia sido uma das principais figuras na perseguição, em 311 [[Édito de Tolerância de Galério|emitiu um édito]] que acabou com a perseguição de Diocleciano ao cristianismo.<ref name="PersecutionEnded">Lactantius,[http://www.ucalgary.ca/~vandersp/Courses/texts/lactant/lactpers.html#XXXIV ''De Mortibus Persecutorum''] "On the Deaths of the Persecutors" ch. 35–34</ref> O édito foi proclamado de má vontade pelo imperador no seu leito de morte.<ref name="História do Cristianismo">SHELLEY, Bruce. ''História do Cristianismo ao Alcance de Todos''. São Paulo: Shedd, 2004</ref> Após a suspensão da perseguição aos cristãos, Galério reinou por mais dois anos. Ele então foi sucedido por um imperador com forte inclinção ao cristianismo, [[Constantino
Constantino
Constantino legitimou o cristianismo mas não o tornou à religião oficial do [[Império Romano]]. As [[Moeda da Roma Antiga|moedas romanas]], por exemplo, que foram cunhadas oito anos após a batalha ainda tinha as imagens dos [[Mitologia romana|deuses romanos]].<ref name="H. Moran Cruz 2004 p. 55"/> No entanto, a adesão de Constantino foi um ponto decisivo para a Igreja cristã. Após sua vitória, Constantino apoiou financeiramente a Igreja, construindo basílicas suntuosas e concedendo vários privilégios para o [[clero]], como a isenção de impostos que os
O imperador também desempenhou um papel ativo na liderança da Igreja. Em 316, ele atuou como juiz em uma disputa que ocorreu no norte africano sobre o [[donatismo]]. Mais significativamente, em [[325]] convocou o [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]], o primeiro [[Concílios ecuménicos católicos|concílio ecumênico]], para lidar principalmente com a [[controvérsia ariana]]. O concílio também emitiu o [[Credo Niceno]]. Dessa forma, Constantino estabeleceu um precedente para o imperador, que seria responsável perante [[Deus, o Pai|Deus]] pela saúde espiritual de seus súditos, tendo o dever de manter a ortodoxia. O imperador iria impor a [[doutrina]], erradicar a [[heresia]], e defender a unidade [[Eclesiologia|eclesiástica]].<ref>Richards, Jeffrey. ''The Popes and the Papacy in the Early Middle Ages 476–752'' (London: Routledge & Kegan Paul, 1979) pp. 14–15</ref>
Filho do sucessor de Constantino, conhecido como [[Juliano
Mais tarde os [[Padres da Igreja]] escreveram volumosos textos teológicos, inclusive [[Agostinho de Hipona]], [[Gregório de Nazianzo]], [[Cirilo de Jerusalém]], [[Ambrósio de Milão]], [[Jerónimo]] de Estridão
=== Concílios ecumênicos ===
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{{AP|[[Concílio ecuménico#Da Igreja Católica|Concílios ecuménicos cristãos]]}}
Durante esta época, vários [[Concílios ecuménicos católicos|concílios ecumênicos]] foram convocados. O principal assunto debatido eram as [[disputas cristológicas]]. O [[Primeiro Concílio de Niceia|primeiro]] (325) e o [[Primeiro Concílio de Constantinopla|segundo]] (381) condenaram os [[Controvérsia ariana|ensinamentos da heresia ariana]], produzindo assim o [[Credo niceno-constantinopolitano]]. O [[Concílio de Éfeso]] condenou o [[nestorianismo]] e afirmava ser [[Theotokos|Maria Theotokos]] (''portadora de Deus'' ou ''Mãe de Deus''). O [[Concílio de Calcedônia]] afirmou que [[Cristologia|Cristo tinha duas naturezas]]: era plenamente Deus e plenamente homem, ambas distintas, mas sempre em perfeita união. Assim, condenou o [[monofisismo]]. Esse Concílio serviu para refutar também o [[monotelismo]]. No entanto, nem todos os grupos aceitaram os termos aceitos nesses [[debate]]s. Os [[nestorianismo|nestorianos]] e a [[Igreja Assíria do Oriente]], por exemplo, se dividiram sobre o [[Primeiro Concílio de Éfeso|Concílio de Éfeso]] em 431; e a [[Igreja Ortodoxa|Ortodoxia Oriental]] se dividiu sobre o [[Concílio de Calcedónia]] de 451.
=== Cristianismo como religião oficial do estado romano ===
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[[Ficheiro:Spread of Christianity in Europe to AD 600.png|thumb|direita|float|250px| {{legend|#FFC96A|Alcance do cristianismo no ano 325}} {{legend|#FFF88B|Alcance do cristianismo no ano 600}}]]
Em 27 de fevereiro de 380, o imperador [[Teodósio
No seu Édito, Teodósio
Em 385, numa parte do [[Império Romano do Ocidente]], regida por [[Magno Máximo]], não Teodósio, o bispo [[Prisciliano]], que tinha sido excomungado por heresia, foi condenado e executado por um tribunal civil pelo crime civil de feitiçaria, ação que provocou protestas de [[Papa Sirício]], [[Ambrósio]] e [[Martinho de Tours]].<ref>[http://books.google.com/books?id=kBtYocbJq6MC&pg=PA27&dq=Priscillian&hl=en&sa=X&ei=wi9OVMPyPM-V7AbfxIDICg&redir_esc=y#v=onepage&q=Priscillian&f=false Philip Hughes, ''History of the Church'', vol. 2 (A&C Black 1979 ISBN 978-0-72207982-9), pp. 27–28]</ref><ref>[http://www.newadvent.org/cathen/12429b.htm Patrick Healy, "Priscillianism" em ''The Catholic Encyclopedia''. Vol. 12. New York: Robert Appleton Company, 1911]</ref> Alguns apresentam isso como primeiro caso de pena capital de um herege,<ref name = "HereticsExecuted">{{citar web | ano = 2009 | url = http://www.historyguide.org/ancient/lecture27b.html | título= Lecture 27: Heretics, Heresies and the Church}}</ref> outros como primeiro exemplo de intervenção da justiça secular numa questão eclesiástica.<ref>[http://www.brown.edu/Departments/Portuguese_Brazilian_Studies/ejph/html/issue8/html/ajorge_main.html Jorge, Ana. "The Lusitanian Episcopate in the 4th Century: Priscilian of Ávila and the Tensions Between Bishops", e-JPH, Vol.4, number 2, Winter 2006, ISSN 1645-6432]</ref>
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Após sua criação, a Igreja dentro do Império Romano adotou na organização os limites das províncias civis: o bispo da capital de cada província (o [[metropolita]]) tinha certa autoridade sobre os outros bispos da província<ref>''Oxford Dictionary of the Christian Church'' (Oxford University Press 2005 ISBN 978-0-19-280290-3), s.v. ''metropolitan''</ref> O Primeiro Concílio de Niceia reconheceu também a autoridade super-metropolitana dos bispos de [[Papa|Roma]], [[Patriarca de Alexandria|Alexandria]] e [[Patriarca de Antioquia|Antioquia]].<ref>Cânon 6 entre as decisiões do Primeiro Concílio de Niceia: [http://www.earlychurchtexts.com/main/nicaea/canons_of_nicaea_01.shtml texto original com tradução em latim], [http://www.intratext.com/IXT/ENG0425/ em inglês], [http://www.intratext.com/IXT/ITA0141/ em italiano]</ref>
Em
O imperador [[Justiniano I]] (527-565) por primeiro restringiu o título de "patriarca" para designar exclusivamente os bispos de Roma, Constantinopla, Alejandria, Antioquia e Jerusalém: especificou as funções e a liderança de estes cinco patriarcas e teve um papel decisivo na formulação da [[Pentarquia]].<ref>[http://www.timelineindex.com/content/view/1318 Justinian I, Last Roman Emperor]</ref> adoptada depois pelo [[Concílio Quinissexto]] de [[692]].<ref>[http://www.britannica.com/eb/article-9059117/pentarchy ''Encyclopaedia Britannica'': "Pentarchy"]</ref>
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{{Artigo principal|Cristandade gótica|Arianismo}}
[[Ficheiro:Constantine burning Arian books.jpg|thumb|direita|165px|''[[Constantino
A perspectiva [[cristologia|cristológica]] popular do século IV foi o [[arianismo]], defendida pelo presbítero egípcio [[Ário]]. Embora esse ponto de vista tivesse sido condenado pela [[Igreja Católica|Igreja romana imperial]], manteve-se popular no
=== Monasticismo ===
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{{AP|Iconoclastia}}
[[Imagem:Andrej Rublëv 001.jpg|thumb|esquerda|
Após uma série de reveses militares pesados contra os [[
No Ocidente, o [[Papa Gregório III]] realizou dois sínodos em Roma e condenou as ações de Leão III. O [[Império Bizantino]], convocou o [[Concílio de Hieria|concílio iconoclasta de Hieria]] em 754, declarando que os retratos dos santos eram [[heresia|heréticos]].<ref>Epitome, Iconoclast Council at Hieria, 754</ref> O movimento destruiu grande parte da das representações artísticas cristãs da [[Cristianismo Primitivo|igreja primitiva]]. O movimento iconoclasta foi definido como herético em 787 no [[Segundo Concílio de Niceia]], mas conseguiu um breve ressurgimento entre 815 e 842.
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{{AP|Renascença carolíngia}}
A [[Renascença carolíngia]] foi um período de renascimento cultural e intelectual da literatura, das artes e dos estudos das escrituras durante o final do século VIII até o século IX, principalmente durante o reinado de [[Carlos Magno]] e [[Luís I, o Piedoso]], que eram governantes [[francos]]. Para resolver os problemas do [[analfabetismo]] do [[clero]] e dos [[
=== Reforma
[[Ficheiro:Clocher abbaye cluny 2s.jpg|thumb|left|120px|Vista da [[Abadia de Cluny]].]]
Linha 269:
[[Ficheiro:Bernhard von Clairvaux (Initiale-B).jpg|thumb|[[Bernardo de Claraval]] em um manuscrito medieval.]]
A segunda onda de reformas monásticas veio com o [[Ordem de Cister|Movimento de Cister]]. Os primeiros cistercienses fundaram uma [[abadia]] em 1098, que ficou conhecida como [[Abadia de Cister]]. A tônica da vida cisterciense foi um retorno à observância literal das [[Ordem de São Bento|regras beneditinas]], rejeitando a evolução dos beneditinos. A característica mais marcante da reforma foi o retorno ao trabalho manual, especialmente o trabalho de campo. Inspirados por [[Bernardo de Claraval]], o principal construtor dos cistercienses, a ordem se tornou a principal força de difusão tecnológica da [[Europa medieval]] (''ver: [[Tecnologia medieval]]''). Até o final do século XII, as casas cistercienses chegavam a 500. No seu auge, no fim do
=== Ordens mendicantes ===
Linha 275:
{{artigo principal|[[Ordens mendicantes]]}}
Um terceiro nível da reforma monástica foi fornecida pelo estabelecimento das [[Ordens mendicantes]]. Vulgarmente conhecido como [[frades]], mendigos vivem sob uma regra monástica tradicional com os [[Castidade|votos de castidade]], pobreza e obediência. Entretanto, eles enfatizam a pregação, a atividade missionária e a educação em um monastério isolado. A partir do
{{Referências|Notas e referências|col=2}}
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