Autolesão: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
{{sem notas|data=março de 2012| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=Este artigo ou secção|2=|3=|4=|5=|6=}}
| Nome = Autolesão
{{Info/Patologia
| Imagem = SelfHarm2017.jpg
| Nome = Automutilação
| Legenda = Cicatrizes no antebraço causadas por lesões autoinfligidas
| CID10 = X84.
| Especialidade = [[Psiquiatria]]
| CID9 =
| Sinónimos = Lesão autoprovocada intencionalmente ([[CID-10]]), lesão auto-infligida, automutilação
| DiseasesDB = 30605
| DiseasesDB_mult = {{DiseasesDB2|29126}}
| ICD10 = {{ICD10|X|60}}—{{ICD10|X|84 || x|60}}
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}}
'''Autolesão''' ou '''lesão autoprovocada intencionalmente''' é qualquer lesão intencional e direta dos [[tecido]]s do corpo provocada pela própria pessoa, mas sem que haja intenção de cometer [[suicídio]].<ref name=Gindhu05>{{citation |author=Laye-Gindhu, A. |title=Nonsuicidal Self-Harm Among Community Adolescents: Understanding the "Whats" and "Whys" of Self-Harm |journal=Journal of Youth and Adolescence |volume=34 |year=2005 |pages=447–457 |doi=10.1007/s10964-005-7262-z |last2=Schonert-Reichl |first2=Kimberly A. |issue=5}}</ref><ref name="Klonsky07">{{citation |author=Klonsky, D. |year=2007 |title=The functions of deliberate self-injury: A review of the evidence |journal=Clinical Psychological Review |volume=27 |pages=226–239 |doi=10.1016/j.cpr.2006.08.002 |pmid=17014942 |issue=2}}</ref><ref name=Muehlenkamp05>{{citation |author=Muehlenkamp, J. J. |journal=[[American Journal of Orthopsychiatry]] |title=Self-Injurious Behavior as a Separate Clinical Syndrome |year=2005 |volume=75 |pages=324–333 |pmid=15839768 |doi= 10.1037/0002-9432.75.2.324 |issue=2}}</ref> A forma mais comum de autolesão é a utilização de um objeto afiado para cortar a pele. No entanto, o termo descreve uma ampla diversidade de comportamentos, incluindo [[queimadura]]s, arranhões, bater em ou com partes do corpo, [[Dermatotilexomania|agravar lesões existentes]], [[Tricotilomania|arrancar cabelos]] ou ingerir objetos ou substâncias [[tóxica]]s.<ref name="Klonsky07"/><ref name="Skegg05">{{citation |author= Skegg, K. |title=Self-harm |journal=Lancet |year=2005 |volume=366 | doi = 10.1016/s0140-6736(05)67600-3 |pages=1471–1483}}</ref><ref name="MHF">{{citation |title=Truth Hurts Report |url=http://www.mentalhealth.org.uk/publications/?EntryId5=38712 |isbn= 978-1-903645-81-9 |publisher=Mental Health Foundation |year=2006 |accessdate=2008-06-11}}</ref>
'''Automutilação''' ('''AM''') é definida como qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo sem intenção consciente de suicídio. Os atos geralmente têm como intenção o alívio de dores emocionais e em grande parte dos casos, estão associados ao [[Transtorno de Personalidade Borderline]]. As formas mais frequentes de automutilação são cortar a própria pele, bater em si mesmo arranhar-se ou queimar-se. A automutilação é comum entre jovens e adolescentes que sofrem pressão psicológica.
 
Os comportamentos relacionados com o [[abuso de substâncias]] ou [[Transtorno alimentar|distúrbios alimentares]] geralmente não são considerados atutolesões, uma vez que eventuais lesões daí decorrentes são apenas efeitos secundários não intencionais.<ref name=Klonsky07_JCP>{{citation |author=Klonsky, E. D. |journal=Journal of Clinical Psychology |title=Non-Suicidal Self-Injury: An Introduction |year=2007 |volume=63 |pages=1039–43 |doi=10.1002/jclp.20411 |pmid=17932979 |issue=11}}</ref> No entanto, a linha divisória nem sempre é clara e alguns destes casos podem ser considerados autolesões quando haja intenção deliberada de causar lesões nos tecidos.<ref name=Klonsky07_JCP/> Embora o [[suicídio]] não tenha como objetivo causar lesões, a relação entre as duas condições é complexa, dado que muitas das formas de autolesão apresentam também um elevado risco de morte.<ref>{{citation |author=Farber, S. |title=Death and annihilation anxieties in anorexia nervosa, bulimia, and self-mutilation |journal=Psychoanalytic Psychology |volume=24 |issue=2 |pages=289–305 |year=2007 |doi=10.1037/0736-9735.24.2.289|display-authors=etal}}</ref> O risco de suicídio é maior em indivíduos que auto-infligem lesões<ref name="Skegg05"/><ref name="Haw01">{{citation |author=Haw, C. |title=Psychiatric and personality disorders in deliberate self-harm patients |journal=[[British Journal of Psychiatry]] |volume=178 |pages=48–54 |year=2001 |doi=10.1192/bjp.178.1.48 |pmid=11136210 |issue=1|display-authors=etal}}</ref> e em 40–60% dos casos de suicídio verificam-se também autolesões.<ref name=Hawton_BMJ_03>{{citation |author= Hawton K., Zahl D. and Weatherall, R. |journal=British Journal of Psychiatry |year=2003 |volume=182 |pages=537–542 |doi=10.1192/bjp.182.6.537 |pmid=12777346 |title=Suicide following deliberate self-harm: long-term follow-up of patients who presented to a general hospital}}</ref> No entanto, nem todas as pessoas que se autolesionam apresentam tendências suicidas.<ref name="fox_hawton">{{citation |author= Fox, C |author2=Hawton, K |title=Deliberate Self-Harm in Adolescence |place=London |publisher=Jessica Kingsley |isbn=978-1-84310-237-3 |year=2004}}</ref><ref name="Suyemoto98">{{citation |author=Suyemoto, K. L. |title=The functions of self-mutilation |journal=Clinical Psychology Review |volume=18 |issue=5 |pages=531–554 |year=1998 |doi=10.1016/S0272-7358(97)00105-0 |pmid=9740977}}</ref>
==Definição==
Automutilação refere-se a comportamentos onde demonstráveis feridas são autoinfligidas. A maioria das pessoas que se automutilam estão bastante conscientes de suas feridas e cicatrizes e tomam atitudes extremas para escondê-las dos outros. Eles podem oferecer explicações alternativas para suas feridas, ou tapar suas cicatrizes com roupas. A pessoa que se automutila não está, usualmente, querendo interromper sua própria vida, mas sim usando esse comportamento como um modo de cooperação para aliviar dor emocional e desconforto.
 
O desejo de provocar lesões em si próprio é um sintoma comum de [[perturbação de personalidade borderline]], podendo ainda ser observado em alguns casos de outras [[perturbações mentais]] como [[Depressão nervosa|depressão]], [[perturbações de ansiedade]], [[abuso de substâncias]], [[perturbações alimentares]], [[perturbação de stresse pós-traumático]], [[esquizofrenia]] e várias [[perturbações da personalidade]].<ref name="Klonsky07"/> No entanto, as autolesões também podem ocorrer em pessoas com elevado grau funcional sem qualquer outra perturbação mental subjacente.<ref name=Klonsky07_JCP/> Os motivos para inflingir autolesões variam.<ref name="welcometrust">{{citation |author=Swales, M. |url=http://www.wellcome.ac.uk/en/pain/microsite/culture4.html |title=Pain and deliberate self-harm |publisher=The Welcome Trust |accessdate=2008-05-26 |deadurl=yes |archiveurl=https://web.archive.org/web/20080916095230/http://www.wellcome.ac.uk/en/pain/microsite/culture4.html |archivedate=2008-09-16 |df= }}</ref> Algumas pessoas usam-nas como [[Mecanismos de enfrentamento|mecanismo de enfrentamento]] para obter alívio temporário de sentimentos intensos como ansiedade, pressão, stresse, alheamento emocional ou insucesso. Em muitos casos, as autolesões estão associadas a antecedentes de [[trauma psicológico]], como abusos [[Abuso psicológico|psicológicos]] ou [[Abuso sexual|sexuais]].<ref name="meltzer">{{citation |author=Meltzer, Howard |year=2000 |title=Non Fatal Suicidal Behaviour Among Adults aged 16 to 74 |place= Great Britain |publisher=The Stationery office |isbn=0-11-621548-8|display-authors=etal}}</ref><ref name="rea">{{citation |author=Rea, K., Aiken, F., and Borastero, C. |year=1997 |title=Building Therapeutic Staff: Client Relationships with Women who Self-Harm |journal=Women's Health Issues |volume=7 |issue=2 |pages=121–125 |doi=10.1016/S1049-3867(96)00112-0}}</ref> Existem vários métodos que podem ser usados para tratar os casos de autolesão. Estes métodos focam-se tanto no tratamento das causas subjacentes como no comportamento em si. Quando os casos de autolesão estão associados a perturbações depressivas, a [[psicoterapia]] e [[antidepressivo]]s podem ser eficazes.<ref name="Haw01"/> Outras abordagens envolvem técnicas evasivas, que se focam em manter a pessoa ocupada com outras atividades, ou em substituir o ato de se lesionar por outros métodos mais seguros que não causem lesões permanentes.<ref name="Klonsky08">{{Citation |author1=Klonsky, E. D. |author2=Glenn, C. R. |title=Resisting Urges to Self-Injure |journal=Behavioural and Cognitive Psychotherapy |volume=36 |pages=211–220 |year=2008 |doi=10.1017/S1352465808004128 |issue=02}}</ref>
==Perfil do automutilador==
[[Ficheiro:Schnittwunden.JPG|miniaturadaimagem|Um braço de uma pessoa que se automutilou.]]
 
<!-- Epidemiologia, sociedade e história -->
O automutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angústias nem chorar diante de outras pessoas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento automutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se automutilar diminui significativamente.
Em 2013 ocorreram cerca de 3,3 milhões de casos de autolesões.<ref>{{cite journal|last1=Global Burden of Disease Study 2013|first1=Collaborators|title=Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.|journal=Lancet|date=22 August 2015|volume=386|issue=9995|pages=743–800|pmid=26063472|doi=10.1016/s0140-6736(15)60692-4|pmc=4561509}}</ref> A condição é mais comum entre os 12 e os 24 anos de idade.<ref name=Gindhu05/><ref name="MHF"/><ref name=Klonsky07_JCP/><ref name=Shmidtke96>{{Citation |author=Schmidtke A |year=1996 |title=Attempted suicide in Europe: rates, trends and sociodemographic characteristics of suicide attempters during the period 1989–1992 |journal=Acta Psychiatrica Scandinavica |volume=93 |issue=5 |pages=327–338 |doi=10.1111/j.1600-0447.1996.tb10656.x |pmid=8792901|display-authors=etal}}</ref><ref name=NICE04>{{citation |author=National Institute for Clinical Excellence |title=National Clinical Practice Guideline Number 16: Self-harm |url=http://www.nice.org.uk/nicemedia/pdf/CG16FullGuideline.pdf |publisher=The British Psychological Society |year=2004 |accessdate=2009-12-13}}</ref> A autolesão em crianças é relativamente rara, embora a sua incidência tenha vindo a aumentar desde a década de 1980.<ref name="ThomasHardy1997">{{Citation |author=Thomas B |author2=Hardy S |author3=Cutting P |title=Stuart and Sundeen's mental health nursing: principles and practice |year=1997 |publisher=Elsevier Health Sciences |isbn=978-0-7234-2590-8 |page=343 |accessdate=}}</ref> No entanto, a autolesão pode ocorrer em qualquer idade.<ref name="welcometrust"/><ref name=Pierce87>{{citation |author=Pierce, D. |title=Deliberate self-harm in the elderly |journal=International Journal of Geriatric Psychiatry |volume=2 |pages=105–110 |year=1987 |doi=10.1002/gps.930020208 |issue=2}}</ref> O risco de lesões graves e de suicídio é maior entre os idosos que se autolesionam.<ref name=NICE04/> O comportamento de autolesão não está limitado ao ser humano, sendo observado também em animais de cativeiro.<ref name=Jones07>{{citation |author1=Jones I. H. |author2=Barraclough B. M. |title=Auto-mutilation in animals and its relevance to self-injury in man |journal=Acta Psychiatrica Scandinavica |volume=58 |year=2007 |pages=40–47 |doi=10.1111/j.1600-0447.1978.tb06918.x |pmid=99981 |issue= 1}}</ref> Os termos "autolesão" ou "lesão autoprovocada intencionalmente" têm sido usados na literatura recente para descrever o fenómeno com uma terminologia neutra. Na literatura mais antiga, sobretudo na que antecede o [[DSM-5]], o termo usado era quase exclusivamente '''automutilação'''.
 
{{Referências|col=2}}
Não possui amor próprio e usualmente define a si mesmo como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupá-los do mal que presumem ser a sua presença. Com o tempo, se veem executando sozinhos atividades que costumavam fazer em grupo.
 
Geralmente afirmam automutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. A maioria alega se tratar "de uma espécie de troca, da dor emocional pela dor física". Além disso, vários automutiladores se ferem também como uma forma de punição, por se sentirem insuficientes e fracassados. Todos eles descrevem o desejo automutilador como algo incontrolável, como um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar.
 
Logo após uma crise, em que o automutilador fere o próprio corpo ou apresenta qualquer outro comportamento autoagressivo, o sentimento que permanece é, geralmente, de culpabilidade. O indivíduo geralmente chora muito e a sensação de fracasso é extrema.
 
Possui extrema dificuldade em falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença, pois tem medo de não ser aceito, julgado ou incompreendido, pois a grande maioria das pessoas que não passam pelo mesmo não compreendem este comportamento e/ou a sua origem.
 
Constantemente se descobre buscando feridas ou cicatrizes nos pulsos de outras pessoas, talvez como uma forma de não sentir-se tão só ou de tentar ajudar essa pessoa, pois sabe o quão mau é não ter ninguém que o ajude e compreenda.
 
Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir à praia ou a um clube, para que suas feridas e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema nem corram o risco de serem impedidos da prática.
 
Não possui qualquer expectativa com relação ao futuro, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa - razão pela qual se surpreende muito quando alcança grandes feitos, como passar no vestibular ou conquistar o amor incondicional de alguém que lhes interesse. Ainda que acontecimentos do gênero lhes sejam de grande benefício, não são o bastante para que abandone as práticas autoagressivas, o que faz com que retorne à mesma falta de expectativas a respeito da vida.
 
Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-automutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. "Se alguém morresse ao meu lado, eu não daria a mínima" é uma sentença que bem traduz esse estado de espírito. Tal sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-automutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento autoagressivo e com o tempo, o abandona completamente.
 
Embora os automutiladores acreditem que sua prática faz com que passe a dor emocional (ex. ódio, raiva, medo, culpa, etc.), essa é uma impressão falsa. O que ocorre é que a dor emocional é suplantada momentaneamente pela dor física. Quando perguntadas por familiares ou amigos, muitas pessoas respondem não saber por que fazem isso.
 
Os automutiladores, no geral, sentem compaixão por outras pessoas na mesma situação e tentam ajuda-las, muitas vezes querendo que outros parem com este comportamento mesmo que o pratiquem também.
 
Alguns automultiladores não querem ser ajudados, como é o caso da personagem Sylwia do filme polonês [[Sala Samobójców|Sala Samóbojców]].
 
==Formas de automutilação==
Uma forma comum de Automutilação envolve fazer [[cortes na pele dos braços]] (comumente o pulso esquerdo), pernas, abdômen, coxas, etc. O número de métodos automutilantes se restringe à criatividade do indivíduo. Os locais de lesão são, geralmente, áreas escondidas de uma possível detecção por outras pessoas.
 
Exemplos de formas de automutilação:
*Esmurrar-se, chicotear-se
*Cortar-se com giletes,navalhas,vidros,facas ou pontas de apontador
*Enforcar-se por alguns instantes
*Morder as próprias mãos, lábios, língua, ou braços
*Apertar ou reabrir feridas ([[Dermatotilexomania]])
*Arrancar os cabelos ([[Tricotilomania]])
*Queimar-se, incluindo com cigarro, produto químicos (por exemplo, sal e gelo)
*Furar-se com agulhas, arames, pregos, canetas
*Beliscar-se, incluindo com roupas e clips para papel
*Ingerir agentes corrosivos, alfinetes
* Se Bater
* Socar paredes e outras superfícies rígidas/ásperas capazes de machucar as mãos (como o tronco de uma árvore)
*Envenenar-se, medicar-se (por exemplo, exagerar na dose de remédios e/ou álcool), sem intenção de suicídio.
 
Auto-lesão entre indivíduos com distúrbios de desenvolvimento (por ex., autismo, retardamento, inteligência limítrofe) envolve, geralmente, ações relativamente simples, tais como bater a própria cabeça contra a parede, esmurrar superfícies duras e morder-se. É comum desenvolverem [[pica (transtorno)|pica]], que corresponde a um transtorno onde o afetado engole substâncias/objetos que não são comestíveis.
 
==Possíveis Causas==
A automutilação é usualmente associada ao [[Transtorno de Personalidade Borderline]], porém, grande parte dos automutiladores não sofrem desse transtorno de personalidade. A doença tem acometido cada vez mais pessoas e, nos dias atuais, tem sido observada sua crescente associação a problemas como Depressão, Transtorno Bipolar, Síndrome do pânico, Bulimia, Anorexia, Bullying, epilepsia, problemas emocionais, transtornos alimentares dentre outros.
 
Outro fator que deve ser investigado está relacionado à associação entre dor e prazer. Em muitos casos a origem do problema está em crianças que ficaram internadas em hospitais, às vezes por muitos dias ou meses. O comportamento autodestrutivo constantemente carrega uma carga de prazer associado, muito comum de ser encontrado em masoquistas. O psicanalista Robert J. Stoller escreveu em seu livro (Pain and Passion: a psychoanalyst explore the Word of S&M, Ed. Plenum Press) que a maior parte dos membros de grupos sado-masoquistas passaram por tratamentos dolorosos na infância. Eles ficaram submetidos à relação entre dor e alívio; o que gerou um forte condicionamento mental que faz com que a dor seja o gatilho para a percepção do prazer.
 
==Tratamento==
A associação psicoterapia e medicação tem se mostrado eficaz nos casos de automutilação. A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento. Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir à vontade de se machucar, caso esta apareça. O ideal é procurar um bom profissional, um psicólogo ou psiquiatra, que possa identificar as causas do problema no paciente e tratá-las. Contudo, é importante que essa iniciativa parta do próprio paciente, não sendo indicado forçá-lo à situação, o que poderia agravar seu quadro. O melhor é que família e amigos o incentivem a procurar voluntariamente ajuda médica, e facilitem o acesso. O automutilador necessita, sobretudo, do apoio da família e dos amigos.
 
==Bibliografia==
*Automutilação. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2007. [Consult. 2007-12-13].
 
==Ligações externas==
*[http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/medical_notes/4067129.stm Self-harm]. In BBC Online . BBC News, 2004. [Consult. 2007-12-13].
*[http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2009/09/04/5-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-automutilacao/ Cinco coisas que você deve saber sobre Automutilação]. In O que eu tenho UOL. [Consult. 2010-09-17].
 
[[Categoria:Comportamento humano]]