História da África: diferenças entre revisões

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A '''[[História]] da [[África]]''' é conhecida no [[Mundo ocidental|Ocidente]] por escritos que datam da [[Antiguidade Clássica]]. O [[Homo sapiens|homem]] passou a estar presente na África durante os primeiros anos da [[Quaternário|era quaternária]] ou os últimos anos da era [[Terciário|terciária]]. A maioria dos restos de hominídeos fósseis que os arqueólogos encontraram, [[australopitecos]], atlantropos, homens de [[Homem de Neandertal|Neandertal]] e de [[Homem de Cro-Magnon|Cro-Magnon]], em lugares diferenciados da África é a demonstração de que essa parte do mundo é importante no [[Evolução|processo evolutivo]] da espécie humana e indica, até, a possível busca das origens do homem nesse continente. As semelhanças comparáveis da história da arte que vai entre o [[paleolítico]] e o [[neolítico]] são iguais às das demais áreas dos continentes [[Europa|europeu]] e [[Ásia|asiático]], com diferenças focadas em regiões então desenvolvidas. A maioria das zonas do interior do continente, meio postas em isolamento, em contraposição ao litoral, ficaram permanentes em estágios do período paleolítico, apesar da neolitização ter sido processada no início em {{AC|10000|x}}, com uma diversidade de graus acelerados.<ref name="dominiopublico.gov.br">{{citar web|URL=http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000318.pdf|título=História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África|autor=Joseph Ki -Zerbo|data=2010|publicado=Domínio Público|acessodata=18 de setembro de 2013}}</ref>
 
O [[Norte da África]] é a região mais antiga do mundo. A [[civilização egípcia]] floresceu e inter-relacionou-se com as demais áreas culturais do mundo mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi estreitamente vinculada, há milhares de séculos, depois que a [[civilização ocidental]] foi geralmente desenvolvida. As colônias pertencentes à [[Fenícia]], [[Cartago]], a romanização, os [[vândalos]] aí fixados e o [[Império Bizantino]] influente são os fatores pelos quais foi deixada no litoral [[Mar Mediterrâneo|mediterrâneo]] da África uma essência da cultura que posteriormente os [[árabes]] assimilaram e modificaram. Na civilização árabe foi encontrado um campo de importância em que foi expandido e consolidada a [[Cultura árabe|cultura muçulmana]] no Norte da África. O [[islamismo]] foi estendido pelo [[Sudão]], pelo [[Saara]] e pelo litoral leste. Nessa região, o islamismo é a religião pela qual foram sendo seguidas as [[rotas de comércio]] do [[Sertão (geografia)|interior]] da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e estabelecidos encraves marítimos ([[especiaria]]s, [[seda]]) no [[Oceano Índico]].<ref name="ReferenceA">{{citar web|URL=http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000319.pdf|título=História geral da África, II: África antiga|autor=Gamal Mokhta|data=2010|publicado=Domínio Público|acessodata=18 de setembro de 2013}}</ref> Simultaneamente, na [[África negra]] foram conhecidos vários [[império]]s e [[estado]]s que aí floresceram. Estes impérios e estados nasceram de grandes [[clã]]s e [[tribo]]s submetidos a um só [[soberano]] poderoso com características próprias do [[feudalismo]] e da [[guerra]]. Entre esses impérios de maior importância figuram o de [[Império de Axum|Axum]], na [[Etiópia]], que teve sua chegada ao [[apogeu]] no {{séc|XIII}}; o de [[Reinoimpério dedo Gana|Gana]], que desenvolveu-se do {{séc|V}} ao XI e os estados muçulmanos que o sucederam foram o de [[Império do Mali|Mali]] (do {{séc|XIII}} ao XV) e o de [[Império Songai|Songai]] (do {{séc|XV}} ao XVI); o [[Abomei|Reino de Abomei]] do [[Reino do Benim|Benim]] ({{séc|XVII}}); e a confederação zulu do sudeste africano ({{séc|XIX}}).<ref name="ReferenceB">{{citar web|URL=http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000320.pdf|título=História geral da África, III: África do {{séc|VII}} ao XI|autor=Mohammed El Fasi|data=2010|publicado=Domínio Público|acessodata=18 de setembro de 2013}}</ref><ref name="ReferenceC">{{citar web|URL=http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000321.pdf|título=História geral da África, IV: África do {{séc|XII}} ao XVI|autor=Djibril Tamsir Niane|data=2010|publicado=Domínio Público|acessodata=18 de setembro de 2013}}</ref>
 
Durante o {{séc|XV}} os exploradores vindos da [[Europa]] chegaram primeiramente no litoral da [[África Ocidental]]. O estímulo dado a essa exploração foi uma forma de buscar novos caminhos para as Índias, após o comércio ser fechado por parte dos turcos no leste do [[Mar Mediterrâneo]]. Os colonizadores de [[Portugal]], da [[Espanha]], da [[França]], da [[Inglaterra]] e dos [[Países Baixos]] foram os competidores do novo caminho a fim de ser dominado por meio de feitorias no litoral e portos de embarque para [[Tráfico negreiro|comercializar os escravos]]. Concomitantemente, foram realizadas as primeiras [[Turismo científico|viagens científicas]] que adentraram o interior do continente: Charles-Jacques Poncet na [[Abissínia]], em 1700; [[James Bruce]] em 1770, procurando o local onde nasce o [[Rio Nilo|Nilo]]; Friedrich Konrad Hornermann viajando no [[deserto da Líbia]] sobre a garupa de um [[camelo]], em 1798; [[Henry Morton Stanley]] e [[David Livingstone]] na [[bacia do Congo]], em 1879.<ref>{{citar web|URL=http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000321.pdf|título=História geral da África, IV: África do {{séc|XII}} ao XVI|autor=Djibril Tamsir
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== Migrações para o Sul ==
 
Os negros que falavam as [[línguas bantubantos]], cujas [[atividade econômica|atividades econômicas]] eram a agricultura, e que sabiam usar o ferro, ficaram conhecidos por realizarem uma das maiores [[Migração humana|correntes migratórias]] do mundo, ao longo de três [[milénio]]s, tendo espalhado [[línguas bantu]] ([[línguas nigero-congolesas]]) em praticamente toda a [[África subsaariana]].<ref>http://www.sciencemag.org/cgi/data/1172257/DC1/1</ref><ref>http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/50/Niger-Congo_map.png</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15340834</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19383166</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21109585</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453002</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19425093</ref><ref>http://beta.mnet.co.za/carteblanche/Article.aspx?Id=2619</ref>
 
Os negros que falavam as [[línguas bantu]], cujas [[atividade econômica|atividades econômicas]] eram a agricultura, e que sabiam usar o ferro, ficaram conhecidos por realizarem uma das maiores [[Migração humana|correntes migratórias]] do mundo, ao longo de três [[milénio]]s, tendo espalhado [[línguas bantu]] ([[línguas nigero-congolesas]]) em praticamente toda a [[África subsaariana]].<ref>http://www.sciencemag.org/cgi/data/1172257/DC1/1</ref><ref>http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/50/Niger-Congo_map.png</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15340834</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19383166</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21109585</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21453002</ref><ref>http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19425093</ref><ref>http://beta.mnet.co.za/carteblanche/Article.aspx?Id=2619</ref>
 
Fizeram o deslocamento desde a área do que é hoje a [[República dos Camarões]], indo para dentro das florestas com povoamento escasso da África Central, e ali foram responsáveis pela introdução da atividade agrícola e do trabalho de instrumentos de ferro. Depois que passaram cerca de mil anos, eles atingiram a parte meridional, realizando a ocupação da quase totalidade do cone sul da África. Quando caminharam para a parte meridional, povos caçadores foram encontrados pelos [[Bantos|povos bantos]], como os [[pigmeus]], os [[bosquímanos]] e os [[hotentotes]]. Os bantos se casavam com os caçadores, ou então os caçadores foram forçados a fazer a entrada pela floresta ou pelo [[deserto do Calaari]]. Por certos povos, como os hotentotes, foi adotado o ''[[modus vivendi]]'' banto e os hotentotes, propriamente ditos, foram convertidos em [[agricultor]]es. Entretanto, à medida da aproximação dos povos bantos em direção ao sul, iam ficando isolados do desenvolvimento das coisas inventadas pelo homem no Norte da África e no Oriente Médio. Desde então, sempre se progrediram através das próprias coisas que inventaram. Enquanto do deslocamento dos povos bantos em direção ao sul, outros tiveram movimentação das savanas para as florestas do litoral da África Ocidental.<ref name="ReferenceA"/>
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O florescimento dos impérios da [[África Ocidental]] ocorreu no ano 1000. A opinião de alguns [[historiadores]] é de que eles têm se organizado pouco após o tempo em que viveu Jesus Cristo. A opinião de outros autores é de que eles são da mais alta [[antiguidade]]. Um dos impérios, que se chamava [[Império de Canem|Canem]], estava localizado nas imediações do lago Chade. Outro, que se chamava [[Império do Gana]], era situado na extremidade [[Oeste|ocidental]], onde está localizado o [[Mali]] e a parte meridional da [[Mauritânia]]. [[Tacrur]] estava localizado nos atuais países do [[Senegal]] e a [[Mauritânia]].<ref name="ReferenceB"/>
 
A aparência política de Gana era a de um Estado que mais se fortaleceu dentre os impérios durante vários períodos de cem anos, mas seu poder entrou em declínio no {{séc|XI}}. No {{séc|XIII}}, um [[Império do Mali|império que se chamava Mali]], que se localizava nos atuais países de [[Guiné]] e de Mali, substituiu Gana como o império que mais se fortaleceu na África Ocidental. Nos últimos anos do {{séc|XV}} e primeiros anos do {{séc|XVI}}, o [[Império Songai]] fez a substituição do Império do Mali como o império que mais se fortaleceu.<ref name="ReferenceC"/>
 
A atividade comercial no [[Saara]] era uma das coisas mais importantes que esses impérios se interessavam. Em direção para a parte setentrional ia o [[ouro]] e demais [[Produto (economia)|coisas produzidas]] na África ocidental, que os negociantes trocavam pelo sal e demais coisas produzidas no [[Norte da África]] e na [[Europa]], mais precisamente nas cidades às margens do Saara. Para que tivessem força, os impérios da África Ocidental eram obrigados a se responsabilizarem pelo controle dessas [[cidade]]s. Eles se tornavam mais fortes quando têm conquistado o controle das rotas comerciais da extensa área desértica e fronteiras do Norte da África. Entretanto, quando foram reduzidos à maior fraqueza, os responsáveis pela pilhagem dos impérios da África Ocidental foram os [[nômade]]s que caçavam os [[riqueza|ricos valores econômicos]] da África Ocidental.<ref name="ReferenceC"/>
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Foi levado pelos mercadores muçulmanos o islamismo à África ocidental, durante longas viagens pelas rotas comerciais do Saara. Os conquistadores no Oriente Médio tiveram o islamismo como religião, mas os comerciantes na África ocidental também tiveram essa religião. A importância exercida pelo islamismo na África ocidental foi a de influir espiritualmente a população, e foram trazidas pela religião as coisas novas que se conheciam do mundo de fora e foi responsável pela introdução do ato de ler e escrever. O árabe tem se tornado uma língua internacionalmente difundida na época.<ref name="ReferenceC"/>
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Imagem:Mapa ghana-pt.svg|Gana na sua maior extensão.
Imagem:Mapa mali-pt.svg|Império do Mali na sua maior extensão.
Imagem:Mapa shonghai-pt.svg|Império Songai, cerca de 1500.
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