Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa: diferenças entre revisões
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== Historial ==
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[[File:ESBAL 1968 002.jpg|thumb|left
===1836–1974===
No século XVI o ensino artístico sofre uma profunda reconfiguração. A partir de [[Leon Battista Alberti|Alberti]] as artes deixam de ser vistas como uma atividade estritamente manual; [[Leonardo da Vinci]] aprofunda essa noção, considerando o desenho como ''cosa mentale'', ligado portanto, em primeiro lugar, ao processo intelectual. É dentro desse quadro renovador que surgem as Academias, com o objetivo de transmitir não apenas as técnicas mas também formação teórica necessária aos futuros artistas.<ref name="FBAUL">{{citar web|URL=http://www.belasartes.ulisboa.pt/belas-artes/historia-fotografias/|título=História e Fotografias|autor=|data=|publicado=Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa|acessodata=06-02-2018}}</ref>
Em Portugal o processo inicia-se com [[Filipe II de Espanha|Filipe II]], que cria a Aula do Risco do [[Paço da Ribeira]] em 1594; o ensino das artes percorre depois várias etapas, que conduzirão, em 1836, após a vitória das [[Guerra Civil Portuguesa|forças liberais de D. Pedro e de sua filha D. Maria II]], à criação das Academias de Belas-Artes em Lisboa e no Porto (Decretos de 25 de Outubro e de 22 de Novembro respetivamente). Com funções honoríficas, culturais e pedagógicas
Nascida com cerca de dois séculos de desfasamento relativamente às suas congéneres, a Academia de Belas Artes de Lisboa tinha por objetivo «promover a civilização geral dos portugueses, difundir por todas as classes o gosto do belo», e também «proporcionar meios de melhoramento aos ofícios e artes fabris», atendendo assim pela primeira vez e de acordo com modelos internacionais, à qualidade artística dos «artefactos» de uma indústria que despontava. As várias vertentes do ensino, que abarcava o desenho, a pintura, a escultura e a arquitetura civil, seriam asseguradas pelos docentes disponíveis (muitos dos quais provenientes das obras do [[Palácio da Ajuda ]]), em geral com aptidões e conhecimentos limitados.<ref>[[José-Augusto França|França, José Augusto]] (1991). ''História da Arte em Portugal: o Pombalismo e o Romantismo''. Barcarena: Editorial Presença, 2004, pp. 61, 83-88. ISBN 972-23-3154-X</ref>
Em 1862 a Academia passa a ser designada por Academia Real de Belas-Artes. Em 1881, uma reforma no ensino artístico ratifica algumas inovações curriculares entretanto introduzidas e é efetivada a separação entre a Escola de Belas-Artes de Lisboa, com fins didáticos, e a Academia Real de Belas-Artes propriamente dita, com fins culturais. As duas instituições permanecem, no entanto, estreitamente ligadas e o ensino mantém-se fiel a princípios académicos [[Século XIX|oitocentistas]]. Com a reforma de 1881 o ensino na Escola de Belas Artes passa a distribuir-se por vários cursos: o Curso Geral de Desenho, seis Cursos Especiais (Arquitetura Civil, Pintura Histórica, Pintura de Paisagem, Escultura Estatuária, Gravura a talho doce e Gravura em madeira), o curso Industrial ou de Belas Artes com aplicação às artes industriais e ainda um curso noturno de Desenho para operários.<ref name="FBAUL" /><ref name="Torre do Tombo" /><ref>Lisboa, Maria Helena – ''As Academias e Escolas de Belas Artes e o Ensino Artístico (1836-1910)''. Lisboa; Edições Colibri - IHA/Estudos de Arte Contemporânea, FCSH – Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 66.</ref>
Na sequência da implantação do [[Implantação da República Portuguesa|regime republicano]], em 2011 a Academia é extinta, sucedendo-lhe o Conselho de Arte e Arqueologia; é efetuada uma reforma do ensino na Escola de Belas-Artes, cujo regulamento seria publicado apenas em 1925, marcando a real efetivação da instituição. A reforma seguinte, de 1932, ocorre no momento de consolidação do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] e não introduz alterações de fundo no sistema pedagógico em vigor (que na essência permanece fiel a valores académicos), mas apenas uma reorganização curricular e novas regras de admissão, para a qual passam a ser exigidos títulos [[Ensino secundário|liceais]] e não apenas a [[instrução primária]]. É criado o Curso Superior de Arquitetura.<ref name="FBAUL" /><ref name="França">
A partir de 10 de Junho de 1950 a Escola de Belas-Artes passa a denominar-se Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL) sendo ministrados os cursos de Pintura, Escultura e Arquitetura. Em 1957 uma nova reforma iria criar grande expectativa nas pessoas ligadas à arte e à arquitetura; apesar das alterações introduzidas essa expectativa fica em parte frustrada, devido às "contradições inevitáveis dos programas e das mentalidades" num país distante dos grandes centros europeus e ainda alheio à vivência [[Democracia|democrática]].<ref name="FBAUL" /><ref name="França" />
===De 1974 até ao presente===
[[File:Largo-da-Academia-das-Belas-artes-1918-Escola-Superior-de-Belas-Artes-de-Lisboa-fachada.jpg|thumb|Escola de Belas-Artes de Lisboa, 1918]]
[[File:
[[File:Faculdade de Belas-Artes IMG 1520.jpg|thumb|Piso de entrada, FBAUL, 2016]]
Em 1974, depois do [[Revolução dos Cravos|25 de Abril]], inicia-se uma ampla reestruturação do ensino artístico nas Escolas Superiores de Belas-Artes de Lisboa e do [[Escola Superior de Belas-Artes do Porto|Porto]]; nos anos que se seguem é levada a efeito uma reforma interna conjunta num esforço para melhor sintonizar o ensino artístico e da arquitetura com padrões contemporâneos. São criados os cursos de Design de Comunicação e Design de Equipamento, que vêm juntar-se aos de Pintura, Escultura e Arquitetura. A ESBAL passa a estar dividida em dois departamentos: de Artes Plásticas e Design e de Arquitetura. Em 1979 o departamento de Arquitetura separa-se definitivamente da ESBAL e é integrado na [[Universidade Técnica de Lisboa]], como Faculdade de Arquitetura.<ref name="FBAUL" />
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