Esperantinópolis: diferenças entre revisões

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.{{Info/Município do Brasil
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|nome = Esperantinópolis
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|apelido = Terra da Esperança"<br/>
"Boa Esperança do Mearim
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|bandeira = Bandeira de Esperantinópolis.svg
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|fundação = início do século XX
|emancipação={{dtlink|27|6|1954|idade}}
|gentílico = Esperantinopense ou Esperantinopolitano
|lema = ''Terra de FulgenteFulgentes Esperança''
|padroeiro=Nossa Senhora do Rosário de Fátima
|prefeito = [[Aluisinho do Posto]]| partido = PCdoB
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[[Imagem:Matriz de Esperantinópolis.jpg|miniaturadaimagem|Matriz Nossa Senhora do Rosário de Fátima]]
A religião dos pioneiros de Esperantinópolis era o catolicismo, das rezas dos nordestinos que chegavam, das crenças dos sertanejos da Barra do Corda, da fé que os capuchinhos pregavam na região em desobrigas anuais.
 
A fé e o amor na vida e na morte. Perigo de morte que adoece e manda alguém ao Angelim comprar materiais de que um enterro precisa, quando vem de lancha o missionário Frei Josué de Monza,a quem lhe contam de uma vida mãe a morrer e a dias sofrendo como à espera do sacramento que só o sacerdote tem. Pelo que atraca-se a lancha, tripulação e passageiros em terra, é manhã bem amanhecida, e, da outra margem esquerda do rio, boca do caminho do Centro do Boi, belo ginete espera o frade que se embrenha na mata para salvar uma vida.
 
E a salva, sim, cura-a de corpo e alma. Do corpo, com o conhecimento, e a alma, com o sacramento.
 
Após o que, como ao descer da montanha a que o levou o seu ministério sagrado, olhando o povo que o recebia, olhando a terra onde estava, disse a todos:
 
“Este lugar será chamado, de agora em diante, de Boa Esperança”.
 
Bênçãos dadas, mãos beijadas, dores curadas... Até breve, virá o missionário em desobriga, promessa dada.
 
E assim ficou o nome por autoridade religiosa designado. Porém o povo não se acostumou tão cedo a pronunciá-lo, porque o Centro do Boi ficou aquém de até onde o padre foi a pôr sua designação. Ao que, Cícero Gomes, primeiro comerciante da povoação, quis o nome de Boa Esperança para onde sua loja se estabelecia a uns três quilômetros do lugar de Cândido Mendes da Silva, a esse ano já falecido. E combinou com o Gastão Maranhão, que do ponto de seu engenho para o Norte, ficava o povoado Boa Esperança.
 
Dois povoados, dois nomes até que um dia o nome da cidade, que os dois povoados fizeram, se unificaram numa unidade de cidadania.
 
Porque não aceitava a ditadura que havia e o inquietava, na região de Curador, atual Presidente Dutra, e Tuntum, onde residia, Município de Barra do Corda, Galdino Carneiro, natural de Passagem Franca – Maranhão, e sua esposa Roberta de Souza Carneiro e filhos veio morar em Boa Esperança, aqui chegando a 26 de dezembro de 1923.
 
Afastando-se dos conflitos que grassavam na região, que tornavam inseguras as relações de trabalho, de atuação democrática, de vida em espaço de liberdade de pensamento, expressão, trabalho, relacionamento, Galdino Carneiro, em Boa Esperança, ofereceu-se à solidariedade com que se construía a comunidade. Formou uma rua onde é atualmente o bairro do Castelo Branco. O seu único filho homem, Cláudio Carneiro de Souza, mas irmão de muitas irmãs mulheres, tornou-se líder político, comerciante, um dos fundadores da Cidade de Esperantinópolis, pela sua fé e otimismo e espírito de trabalho e integrou a primeira legislatura da Câmara Municipal, exercendo a sua presidência.
 
Da descendência de Galdino Carneiro, dois netos seus foram eleitos Prefeitos Municipais de Esperantinópolis, Anísio Carneiro Corrêa e Natal Jovita Carneiro e mais um grande número de descendentes seus tem-se destacado como profissionais qualificados, educadores, profissionais da saúde, administradores, juristas, políticos, artistas, escritores.
 
A cidade de Esperantinópolis rende sua homenagem à memória de Galdino Carneiro erigindo-lhe um busto-monumento na Praça central da cidade, Praça Galdino Carneiro.
 
A democracia, após 1945, não encontrou espaço em terras do interior do Maranhão. Os entusiasmos com a redemocratização foi o plantio sufocado pelo autoritarismo de uma política de governo a se reimplantar numa oligarquia de coronéis sob o comando do então Senador Victorino de Brito Freire. Apesar das resistências da população da capital São Luís, tornada na “ilha rebelde”, porém confinada dentro só dos limites da linda Upaon-Açu.
 
Eleições eram brincadeiras. Seus resultados, antecipadamente, anunciados. Candidato eleito, só dos ungidos do poder da oligarquia, porque com o voto de cabresto, com a fraude eleitoral, com a conivência do poder judiciário, era um jogo de cartas marcadas.
 
Assim era o Maranhão, quando o comerciante João Ângelo Batista, dono de vastas áreas de terras na região da margem direita do rio Mearim, partindo seus domínios do povoado Axixá, projetou-se como o autor da proposta da criação do Município com sede a ser criada na Vila de Boa Esperança.
 
Obteve, sim, o apoio do líder maior do Estado, o Senador Victorino Freire, após o que, o encaminhou à Assembleia Legislativa por meio do Deputado Jefferson Rodrigues Moreira, por ter este fortes ligações familiares e políticas com Barra do Corda. Barra do Corda sob a administração do Prefeito Manoel de Melo Milhomem que já se indispunha politicamente ao contrário do Deputado Jefferson Rodrigues Moreira, o que escreveu nosso nome de Esperantinópolis.
 
O Prefeito Manoel de Melo Milhomem não optou por prejudicar a tramitação do projeto do novo Município, porém determinou que o seu território se limitasse à margem esquerda do rio Mearim.
 
Na margem direita se desenvolvia uma questão fundiária entre João Ângelo Batista, o proprietário da terra, e o posseiro José Maria Martins Jorge, que contestava suas posses.
 
Assim é que se desenhava uma luta de que surgiu o Município de Esperantinópolis, como uma alternativa, que daria ao seu autor, João Ângelo Batista, poderes a fazer as demarcações de suas terras, não mais sob a jurisdição de Barra do Corda, mas de um novo Município criado por influência direta de seu prestígio político.
 
Segundo ilustre jurista, filho adotivo do casal Joaquim Araújo Arruda e Dona Cotinha Sá Arruda, menino criado em Boa Esperança, formado jovem em Direito, Promotor Público da Comarca de Pedreiras, onde veio a falecer, Dr. Ary Sá, em um trabalho literário, “Província dos Coroneis” – 1965, afirma que o Maranhão se constituía, em sua época, uma soma de grandes latifúndios. Para isto havia a indústria do latifúndio que agia “da seguinte forma: o coronel caboclo adquire uma vasta área de terras através de usucapião ilegal, fabricado por alguns advogados, escrivães e juízes desonestos”.
 
E como o estado, nas mentalidades dos coronéis, só existia para lhes favorecer, as suas terras devolutas poderiam ser tomadas dos seus lavradores por ações de usucapião ilegais e tornadas propriedades por sentenças judiciais irrevogáveis, inquestionáveis pelos nós jurídicos dados e feitas escrituras do “para sempreamém”, isto que ouvi um dia um escrivão a dizer.
 
De João Ângelo Batista, porém, guardamos a memória com a gratidão pelo grande bem que nos proporcionou. Seu projeto nos concedeu a Cidade do nosso amor, da nossa vida, do nosso trabalho, da nossa esperança.A comemoração do ser Cidade de Esperantinópolis, a alegria vestido de seda das senhoras, roupa nova das crianças, brilhantina coty em meus cabelos, terno e gravata dos senhores, com um porquê solene, foi o primeiro Dia da Cidade que ocorreu a 27 de junho de 1954.
 
Quando estava presente o Dr. Regino de Carvalho, Juiz de Direito da Comarca de Pedreiras, especialmente designado pelo Tribunal de Justiça do Estado, para, ao lado do Deputado Jefferson Rodrigues Moreira, presidir a sessão solene de instalação do Município de Esperantinópolis criado pela Lei Estadual nº 1.139, de 27 de abril de 1954. Lavrou a Ata o Escrivão João Pinto Neto, em que consta a posse do Prefeito Interino, nomeado por ato do Governador do Estado, o Senhor Antonio Leal Arraes.
 
O local onde se instalou a Prefeitura Municipal foi um prédio rústico, de um armazém, de propriedade do Prefeito Antonio Leal Arraes, cedido para o ato, e onde se fez a beleza de enfeites naturais com a matéria-prima do babaçu que se deu em palmas aos arcos, arranjos e o mais que a imaginação em artes pode compor.
 
Ouvi atento aos discursos proferidos. Palavras, gestos, gravando os vocábulos que a oratória produz, quantos novos, como efemérides, que esperei uns dias até que meu irmão Anísio Carneiro Corrêa conseguisse com seu padrinho Antonio Ribeiro Lopes um Dicionário onde a encontrei e que me falou tanto da minha vocação ao escrever, registrar os atos e fatos pelos quais se contariam a história de Esperantinópolis.
 
É que, até aqui, cem anos após o olhar de descoberta do nosso desbravador Cândido Mendes da Silva, há uma semente de vida da qual me sinto geneticamente ligado, deslumbrado, vocacionado. E, feliz! Muito feliz, quando as crianças, os jovens, os educadores a mim recorrem e eu lhes conto pontos desta história em que nascem todas as nossas fontes.
 
Pois, ao voltarmos da festa, tivemos uma tarde de muitas conversas e à noite foi o baile, no salão da escola, com música de sanfona, banjo, cavaquinho e uma rabeca do conjunto do sanfoneiro Raimundo Honório, a festa que uma noite fez para dizer-se o nome de Esperantinópolis, cidade-abraço-esperança. Difícil pronúncia para um povo analfabeto, mas aprendizado de amor a dizer e a se fazer e a se amar no dia seguinte ao da festa, do primeiro dia de trabalho da nova cidade
 
'''Esperantinópolis''' é um [[município]] [[brasil]]eiro do [[estados do Brasil|estado]] do [[Maranhão]]. Sua população estimada em [[2010]] era de 18452 habitantes. É o município brasileiro com o mais longo substantivo próprio simples, com 16 letras. O município com o nome mais longo é [[Vila Bela da Santíssima Trindade]], em [[Mato Grosso]].