Teoria quântica de campos: diferenças entre revisões
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Uma '''Teoria
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▲Uma '''Teoria Quântica de Campos''' (abreviada para TQC ou QFT, do inglês, "'''Quantum Field Theory"''') é um conjunto de ideias e técnicas matemáticas usadas para descrever quanticamente sistemas físicos que dispõem de um número infinito de graus de liberdade. TQC fornece a estrutura teórica usado em diversas áreas da física, tais como [[Física de partículas|física de partículas elementares]], [[cosmologia]] e [[física da matéria condensada]] <ref>{{citar livro|título = Quantum Field Theory in a Nutshell|nome = Anthony Zee|edição = second|editora = Princeton University Press|ano = 2010|isbn = 0691010196}}</ref><ref>{{citar livro|título = Quantum Field Theory|nome = Lewis H. Ryder|editora = Cambridge University Press|ano = 1996|isbn = 0521478146}}</ref>.
O arquétipo de uma teoria quântica de campos é a [[eletrodinâmica quântica]] (tradicionalmente abreviada como QED, do inglês
Dentro desse paradigma, além da interação [[Eletromagnetismo|eletromagnética]], tanto a [[força fraca|interação fraca]] quanto a [[Força forte|interação forte]] são descritas por teorias quânticas de campos, que reunidas formam o que conhecemos por
==História==
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===Mecânica, Eletromagnetismo e Relatividade===
O [[eletromagnetismo]] foi a "raison d’être" do surgimento da relatividade. Com a inadequação das [[transformações de Galileu]] quando aplicadas à [[Equação de onda|equação de onda tridimensional]], surgiu um dilema: ou se preservava a [[mecânica clássica]] e abandonava-se o nascente
O caminho foi achado, surpreendemente, numa espécie de conciliação entre as duas alternativas.
Inicialmente, [[Woldemar Voigt]] derivou em [[1887]] um conjunto de relações, baseado apenas na [[Equação diferencial de d'Alembert|equação de onda ordinária]], devida a [[Jean le Rond d’Alembert|Jean D'Alembert]]. Essas relações eram transformações espaciais e temporais que deixavam invariante a
Estas relações são as que se conhecem como [[Transformação de Lorentz|transformações de Lorentz-Fitzgerald]], cientistas que redescobriram estas transformações mais tarde. Em particular, [[Lorentz]] o fez num contexto diferente, na tentativa de se reconciliar as teorias do [[Éter (elemento)|éter]] com os resultados de experiências físicas, tais como a de [[Experiência de Michelson-Morley|Michelson-Morley]]. [[Albert Einstein|Einstein]] então entra em cena, com seu trabalho seminal de [[1905]],
=== Termodinâmica e mecânica quântica ===
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A tentativa de derivação feita por [[Lord Rayleigh]] e por [[James Hopwood Jeans|James Jeans]] postulava que cada [[onda eletromagnética]] estava em equilíbrio com as paredes do forno. Isso se traduz num teorema que mantém sua validade mesmo na mecânica quântica:
Numa cavidade fechada em equilíbrio térmico com o campo eletromagnético confinado, o campo é equivalente a um conjunto enumeravelmente infinito de osciladores harmônicos, e a sua energia é igual à soma das energias desses osciladores. Cada frequência corresponde aos osciladores tomados dois a dois.</blockquote>
[[Max Planck]] obteve a forma correta da distribuição porque postulou a quantização da energia dos [[oscilador harmônico|osciladores harmônicos]] que comporiam as paredes da cavidade que confina a radiação. Essa hipótese teve por efeito introduzir um limite máximo de freqüência acima do qual há um corte (
▲[[Max Planck]] obteve a forma correta da distribuição porque postulou a quantização da energia dos [[oscilador harmônico|osciladores harmônicos]] que comporiam as paredes da cavidade que confina a radiação. Essa hipótese teve por efeito introduzir um limite máximo de freqüência acima do qual há um corte ('''''cutoff''''') nas contribuições dos entes ('''''ondas eletromagnéticas''''') que estão em equilíbrio.
Einstein, para explicar o [[Efeito fotoeléctrico|efeito fotoelétrico]], ampliou o conceito da quantização para a energia radiante, postulando a existência do [[fóton]] (o que "implicitamente" quer dizer que as [[equações de Maxwell]] não tem validade ilimitada, porque a existência do fóton implica [[não-linearidade]]s).
A antiga teoria quântica cedeu lugar à mecânica quântica moderna quando [[Erwin Schrödinger|Schrödinger]] desenvolveu a famosa equação que leva o seu nome. Entretanto, a primeira versão que ele desenvolveu foi a equação que hoje é conhecida como
<center><math>\left[- \frac{\hbar^2\nabla^2}{2m} + V\left(\bold{r},t\right) \right]\Psi\left(\bold{r},t\right) = i\hbar\frac{\partial\Psi\left(\bold{r},t\right)}{\partial t}</math></center>
A equação de Schrödinger acima colocada é a equação "dependente do tempo", pois o tempo aparece explicitamente. Neste caso, as soluções <math>\Psi</math> são funções das coordenadas espaciais e do tempo.
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A equação que a parte espacial da função de onda <math>\Psi</math> obedece é:
<center><math>\left[-\frac{\hbar^2\nabla^2}{2m}+V\left(\bold{r}\right)\right]\psi\left(\bold{r}\right)= E\psi\left(\bold{r}\right)</math></center>
conhecida como
== Formulação Matemática ==▼
=== Mecânica clássica e
A dinâmica de uma partícula pontual de massa <math>m</math> em um regime não-relativístico, ou seja, em velocidades muito menores que a velocidade da luz, pode ser determinada através da [[Mecânica de Lagrange|função lagrangiana]] <ref>{{citar livro|título = Mathematical Methods of Classical Mechanics|nome = V. I. Arnold|edição = Second|editora = Springer|ano = 1997|isbn = 0387968903}}</ref><ref>Usando a [[Notação de Einstein|convenção de Einstein]] para somas, de modo que índices repetidos significam soma. Por exemplo, o [[produto interno]] de dois vetores no espaço <math>\mathbb{R}^N</math> é: <math>\vec{v}\cdot \vec{u}=\sum_{i=1}^N v^i u^i\equiv v^i u^i</math>.</ref>
<center>
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<math>\partial_\mu \frac{\partial\mathcal{L}}{\partial (\partial_\mu\phi)}-\frac{\partial\mathcal{L}}{\partial \phi}=0</math>.
</center>
==Primeiras unificações. Equações relativísticas==
{{sem fontes|Esta seção|data=fevereiro de 2018}}
===Equação de Klein-Gordon===
Como foi dito acima, quando Schrödinger primeiro procurou uma equação que regesse os sistemas quânticos, pautou sua busca admitindo uma aproximação relativista, encontrando a depois redescoberta equação de Klein-Gordon:
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<center><math>\sqrt{(-i\mathbf{\nabla})^2 + m^2} \psi= i \frac{\partial}{\partial t}\psi</math></center>
Essa expressão, por conter [[Operador diferencial|operadores diferenciais]] sob o radical, além de apresentar dificuldades computacionais, também apresenta dificuldades conceituais, já que se torna uma teoria [[Não-localidade|não-local]] (pelo fato de a raiz poder ser expressa como uma [[série infinita]]). Por ser uma
[[Método de Hartree-Fock|Fock]] deduziu-a através da generalização da
===Equação de Dirac===
Em
#A equação deveria ser
#A equação deveria ser
A equação obtida por ele tinha a seguinte forma:
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e as matrizes <math>\alpha_0</math>, <math>\alpha_1</math>, <math>\alpha_2</math> e <math>\alpha_3</math> devem ser [[Operadores Hermitianos|hermitianas]].
A
===Desenvolvimento da teoria quântica dos campos===
A origem da teoria quântica dos campos é marcada pelos estudos de [[Max Born]] e [[Pascual Jordan]] em [[1925]] sobre o problema da computação da potência irradiada de um átomo em uma transição energética.
Em
Três razões principais motivaram o desenvolvimento da teoria quântica dos campos:
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===Quantização canônica dos campos===
Um
O estado de mais baixa energia, chamado de vácuo, corresponde à ausência de partículas.
Estas, entretanto, podem ser criadas ou destruídas através de dois operadores:
*<math>\mathbf{a}^{+}_k</math>:
*<math>\mathbf{a}^{-}_k</math>:
que agem sobre a função de onda do campo, respectivamente simbolizando a criação e a aniquilação de partículas dotadas de momento <math>\mathbf{k}</math>, possibilidade exigida pela relatividade.
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o que quer dizer que não pode haver aniquilação sobre o estado básico, já que nesse caso não há partículas a serem aniquiladas.
==
{{Referências}}
== Bibliografia ==
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