Arianismo: diferenças entre revisões

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Por volta de [[319]], Ário começou a propagar que só existia um Deus verdadeiro, o "Pai Eterno", princípio de todos os seres. O Cristo-Logos havia sido criado por Ele antes do tempo como um instrumento para a criação, pois a divindade transcendente não poderia entrar em contato com a matéria. Cristo, inferior e limitado, não possuía o mesmo poder divino, situando-se entre o Pai e os homens. Não se confundia com nenhuma das naturezas por se constituir em um semi-deus. Ário afirmava ainda que o Filho era diferente do Pai em substância. Essa ideia ligava-se ainda ao antigo culto dos heróis [[gregos]], dentre os quais para ele Cristo sobressaía com o maior, embora apenas possuísse uma divindade em sentido impróprio. Como meio de difusão mais abrangente de suas ideias, fê-lo sob a forma de canções populares.
 
Um primeiro [[sínodo]], em [[Alexandria]], expulsou Ário da comunhão eclesiástica, mas dois outros [[concílio]]s, fora do [[Egito]], condenaram aquela decisão, reabilitando-o. ÁriusÁrio procurou o apoio de companheiros que, como ele, haviam sido discípulos de [[Luciano de Antioquia]], em especial [[Eusébio de Nicomédia|Eusébio]], bispo de ''[[Nicomédia]]'' (atual [[İzmit]]). A luta que se seguiu chegou a ameaçar a unidade da Igreja e, ante o perigo de fragmentar também o império, levou o imperador Constantino a enviar Ósio, bispo de [[Córdova (Espanha)|Córdoba]], seu conselheiro particular, como mediador. O insucesso da missão levou-o a convocar, em [[325]], um concílio universal em ''Niceia'' (atual [[İznik]]).No [[Primeiro Concílio de Niceia]] (325) a maioria dos prelados, corroborada pelo próprio Constantino graças à influência de [[Santo Atanásio]] (criador do termo "''homoousios''", significando "de substância idêntica" – para descrever a relação de Cristo com o Pai), condenou as propostas arianas, e declarou-as [[heresia|heréticas]], obrigando à queima dos livros que as continham e promulgando a pena de morte para quem os conservasse. Definiu ainda o chamado "[[Credo Niceno|Símbolo de Niceia]]".<ref>Nele se afirmava que o Verbo era o verdadeiro Deus, consubstancial ao Pai, possuindo em comum com Ele a natureza divina e as mesmas perfeições.</ref>
 
As várias dúvidas suscitadas pelo Sínodo de Niceia reacenderam as lutas, com os prelados acusando-se mutuamente de hereges. Várias fórmulas dogmáticas foram ensaiadas para complementar a de Niceia, acentuando ainda mais as divisões, num conflito que expôs cada vez mais as diferenças entre o Ocidente latino e o Oriente grego, envolvendo disputas de primazia hierárquica e de política. Desse modo, num novo sínodo geral, celebrado na fronteira dos dois impérios, os ocidentais congregaram-se em torno do símbolo de Niceia e excomungaram os hereges. Os orientais, a seu tempo, apoiaram as ideias de Ário e excomungaram não apenas os bispos apoiantes de Niceia como também o próprio bispo de Roma.