Batalha da Praça da Sé: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 33:
{{quote1|A essa altura, quatrocentos homens, pertencentes ao 1º, 2º e 6º Batalhões de Infantaria, Corpo de Bombeiros e Regimento de Cavalaria, já ocupavam toda a Praça, sob o comando do coronel Arlindo de Oliveira. A Guarda Civil também estava presente com um grande dispositivo armado de fuzis e metralhadoras. Logo, todas as ruas que levavam à Praça da Sé foram fortemente policiadas. Na João Mendes, cavalarianos, com grossos mosquetões, estavam cuidando das passagens que davam acesso à Sé. Na Rua Santa Teresa ... um contingente da Guarda Civil ostentava fuzis-metralhadoras.{{Sfn|Abramo|2014|p=75}}}}
 
Não demorou para que irrompesse o conflito. Um grande número de manifestantes antifascistas se encontravam em frente ao prédio Santa Helena.{{Sfn|Abramo|2014|p=80}} Muito próximos dos integralistas, iniciaram algumas provocações, com gritos de “morra o integralismo” e “fora galinhas verdes”. Os integralistas prontamente reagiram e iniciou-se um princípio de tumulto, com bengaladas, pontapés, socos e safanões. A polícia logo interviu e alguns tiros foram disparados, causando pânico entre os presentes. Cerca de dez minutos depois, os integralistas se reagruparam e o grosso de suas formações entrou na praça e foi se colocando nas escadarias da [[Catedral Metropolitana de São Paulo]], entoando seu hino oficial e dando “[[anauê]]s”.{{Sfn|Abramo|2014|p=80}} Foi durante a calmaria que sucedeu esse primeiro conflito que maior parte dos integralistas entrou na praça, contornando os fundos da Catedral, no Largo João Mendes, e aparecendo pelo lado do prédio Santa Helena. O clima continuou tenso, com manifestantes antifascistas gritando palavras de ordem contra os integralistas, enquanto estes cantavam seus hinos.{{Sfn|Abramo|2014|p=83}} O confrontou explodiu após os disparos de uma metralhadora, que atingiu três guardas civis, matando um deles e causando o pânico geral.{{Sfn|Abramo|2014|p=83}}{{Nota de rodapé|Existem várias versões sobre o incidente. Uma delas, sustentada pelo jornal ''[[Folha da Manhã (São Paulo)|Folha da Manhã]]'', diz que os policiais haviam colocado uma metralhadora sobre um tripé em frente à Catedral. Um dos populares, que se retirava apressadamente do local, temendo um conflito, teria tropeçado na arma, que começou a disparar. Outra versão ainda afirma que a metralhadora estava colocada na esquina da Rua Senador Feijó, e um cavalariano que não conseguiu dominar o nervosismo de sua montaria teria sido levado pelo animal até onde se encontrava a arma, derrubando-a e causando os disparos.{{Sfn|Abramo|2014|p=83}} Os integralistas sustentaram que os disparos foram intencionais, partindo dos antifascistas. O historiador Alexandre Samis, por sua vez, afirmou que os anarquistas João Perez Bouzas e [[Simón Radowitzky]] retiraram a metralhadora das mãos da Força Pública, investindo contra os guardas civis e em seguida contra os integralistas.{{HarvRef|Samis|2004|p=177}} Outras fontes afirmam que quem acompanhou João Perez Bouzas na verdade foi Ossef Stepanovetchi, anarquista ucraniano ativo nas comunidades russas brasileiras durante a década de 1920.}}
 
Mais tarde, [[Goffredo da Silva Telles Júnior]], que em sua juventude participou da AIB, minimizou o caráter do conflito, numa entrevista concedida em 1990 a [[Eugênio Bucci]], na revista ''Teoria e Debate'':