Desindustrialização: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 2:
'''Desindustrialização''' é um processo de mudança social e econômica causada pela eliminação ou redução da capacidade [[Indústria|industrial]] ou atividade em um país ou região, especialmente a [[indústria pesada]] ou [[indústria transformadora]]. É um termo oposto de [[industrialização]].
 
== ExplicaçõesTeorias ==
Teorias que predizem ou explicam o processo de desindustrialização tem uma longa linhagem intelectual. Robert Rowthorn argumenta que a teoria de [[Karl Marx|Marx]] da queda de lucro (industrial) pode ser considerada como uma das primeiras explicações.<ref>Robert Rowthorn (1992)</ref> Esta teoria argumenta que a inovação [[Tecnologia|tecnológica]] permite meios mais eficientes de produção, resultando em aumento da produtividade física, ou seja, uma maior produção de valor de uso por unidade de [[capital]] investido. Em paralelo, no entanto, as inovações tecnológicas substituem pessoas por [[máquina]]s e a composição orgânica do [[capital social]] diminui. Assumindo que o trabalho só pode produzir um valor adicional novo, essa maior produção física incorpora um valor menor. A taxa média de lucro industrial, portanto, diminui a longo prazo.
 
Rowthorn e Wells (1987) distinguem as explicações de que desindustrialização é um processo positivo, sendo sinal da maturidade da economia, e aquelas de que a desindustrialização é um processo negativo, como o desempenho econômico ruim. Eles sugerem que a desindustrialização pode ser tanto um efeito e uma causa de mau desempenho econômico.<ref>Rowthorn e Wells (1987)</ref>
 
George Reisman (2002) identificou a [[inflação]] como um contribuinte para a desindustrialização. EmSegundo sua análise, o processo de inflação de [[moeda fiduciária]] distorceimpede oso cálculoscálculo econômicoseconômico necessáriosdas paraempresas operarcujos as empresasprocessos de produção são capital-intensivos intensivo(ou seja, que empregam mais capital do que outros [[fatores de produção]]) e faztorna não [[lucro|lucrativos]] os [[investimentos]] necessários para sustentar as operações dessas empresas não lucrativas.
 
== No Brasil ==
Segundo o economista [[Ha-Joon Chang]], professor da [[Universidade de Cambridge]] e autor de ''Chutando a Escada: A Estratégia do Desenvolvimento em Perspectiva Histórica'',<ref>{{en}} [http://fpif.org/kicking_away_the_ladder_the_real_history_of_free_trade/ Kicking Away the Ladder: The “Real” History of Free Trade. Debunking the myth of free trade from the historical perspective ... ] Por Ha-Joon Chang (editado por John Gershman). ''Foreign Policy In Focus'', 30 de dezembro de 2003.</ref> o [[Brasil]] está passando por um dos maiores processos de desindustrialização da história, em um período muito curto. Ao longo dos [[anos 1980]] e [[anos 1990|1990]], no ponto mais alto da industrialização do país, a indústria representava 35% do [[PIB]] brasileiro; em [[2017]], essa participação não chegava a 12%, continuado a cair. Segundo ele, ''"muitos economistas [[latino-americanos]] já levantavam o [[teoria da dependência|problema da dependência]] de ''[[commodities]]'' [[setor primário|primárias]] nas [[década de 1950|décadas de 1950]] e [[década de 1960|1960]]."'' O economista alerta para a tendência de que o [[preço]] das ''commodities'' caia no [[longo prazo]], em relação ao preço dos produtos manufaturados, e conclui: <br />
''"Países dependentes de ''commodities'' não conseguem controlar o próprio destino."'' <ref>[https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/05/economia/1515177346_780498.html “O Brasil está experimentando uma das maiores desindustrializações da história da economia”]. Por Regiane Oliveira. ''El País'', 15 de janeiro de 2018.</ref>
 
{{referências}}
 
== {{Ver também}} ==
Linha 13 ⟶ 19:
*[[Indústria]]
*[[Países recentemente industrializados]]
 
{{referências}}
 
=== Bibliografia ===