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O termo '''ação social''' foi introduzido por [[Max Weber]], naem sua obra póstuma [[Economia e Sociedade]]. É um termo mais abrangente que o fenómenofenômeno social de [[Florian Znaniecki]], posto que o indivíduo executando ações sociais não é passivo, mas (potencialmente) ativo e reativo. Posteriormente, [[Arnold Gehlen]] empregou-a para fundamentar a sua obra ''O ser humano'' (1940). Também [[Georg Simmel]] entendia que o objeto de estudo da sociologia eram as formas assumidas pelas interações sociais. Outro precursor da teoria da ação é [[Vilfredo Pareto]] e a sua distinção entre ações lógicas e ações não-lógicas.
'''Origens:'''
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* '''Ações racionais com relação a valores''': ações tomadas com base nos valores do indivíduo, mas sem pensar nas consequências e muitas vezes sem considerar se os meios escolhidos são apropriados para atingi-lo.
* '''Ações racionais com relação a fins''' (também conhecidas como '''ação por fins''', do [[língua alemã|alemão]] ''zweckrational)''): ações planeadasplanejadas e tomadas após avaliado o fim em relação a outros fins, e após a consideração de vários meios (e consequências) para atingi-los. Um exemplo seria a maioria das transações económicaseconômicas.
* '''Ações afetivas''': ações tomadas devido às emoções do indivíduo, para expressar sentimentos pessoais. Como exemplos, comemorar após a vitória, chorar em um funeral, seriam ações emocionais.
* '''Ações tradicionais''' : ações baseadas na tradição enraizada. Um exemplo seria relaxar nos domingos e colocar roupas mais leves. Algumas ações tradicionais podem se tornar um artefato cultural.
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== Desenvolvimento ==
Dando continuidade a teoria da ação social de Weber, [[Alfred Schütz]] preocupou-se preocupou em analisar o problema da constituição intersubjetiva do significado. Ele enfatiza que os sentidos dados pelos atores as suas práticas não é construído por cada um isoladamente e leva em conta o próprio contexto da relação. Esse autor introduz na sociologia o conceito de [[mundo da vida]] (de Martins Cabaço) como instrumento de teorização do quotidianocotidiano dos indivíduos.
 
Outra importante teoria da ação foi proposta por [[Talcott Parsons]] no livro ''A estrutura da ação social ''de 1937: trata-se da sua teoriateoia voluntarista da ação. Para esse autor a ação social precisa ser analisada segundo três elementos: agente (ator), a situação e os fins visados pelo ator social. Na fase seguinte dade sua obra ele apresentou uma dicotomia de orientações da ação conhecidas como variáveis-padrão: afetividade x neutralidade afetiva, especificidade x difusão, qualidade x desempenho, universalismo x particularismo, orientação para si próprio x orientação para a coletividade. As relações médico x paciente, por exemplo são neutras afetivamente, específicas, baseadas em desempenho e universais. Parsons também adotou a tese da dupla contingência, teorema que leva em consideração a incerteza nas relações entre alter (ator social 1) e ego (ator social 2). Contudo, nasem suas obras seguintes Parsons adota uma orientação cada vez mais distante da teoria da ação social e passa a construir uma teoria dos sistemas de ação.
 
Essa orientação será combatida pelas correntes microssociológicas que buscam entender o quotidianocotidiano dos atores sociais, como é o caso da etnometodologia de Harold Garfinkel. Já a teoria de [[Goffmann|Erving Goffmann]] é chamada de teoria dramatúrgica da ação social dado que para ele os atores sociais desempenham papéis de acordo com a situação e a necessidade.
 
Dentre as principais teorias contemporâneas da ação social, a chamada teoria da [[escolha racional]] ou Rational Choice adota a tese do [[homo economicus]]: os indivíduos dão preferência a cursos de ação movidos pela utilidade ou maximização de preferências. Consideram-se teóricas da escolha racional, entre outros, [[John Elster]], James S. Coleman e [[Hartmut Esser]]. Um importante desenvolvimento dessa vertente é a chamada [[teoria dos jogos]].
 
Essa visão é contestada pela teoria de [[Jürgen Habermas]] que distingue entre ações estratégicas e [[Ação comunicativa|ações comunicativas]]. Cada um desses tipos de ação existe em espaços diferenciados: a ação comunicativa ocorre no mundo da vida e ação estratégica ocorre no nível dos sistemas económicoeconômico, político e jurídico.
 
Com a teoria de [[Pierre Bourdieu]] um novo conceito é introduzido na sociologia para refletir sobre a conduta humana: trata-se do conceito de prática social (termo retirado do conceito de práxis social de Karl Marx). Para Bourdieu as práticas sociais dos indivíduos tendem a conformar-se conformar a esquemas de perceçãopercepção e ação que são incorporados pelos indivíduos noem seu processo de socialização. Esses esquemas prévios de comportamento são chamados por ele de [[habitus]]. Os habitus são incorporados pelos indivíduos a depender do campo social no qual ocorre aquela prática social. Nas teorias pós-estruturalistas (como a de [[Michel Foucault]]) que combatem a centralidade da ideia de sujeito no pensamento social e no qual a figura do indivíduo é uma construção social, a conduta humana é referida como [[prática discursiva]].
 
Na sociologia contemporânea as formas de conduta serão retomadas por [[Anthony Giddens]] que se refere a elas como agência social. Ele procura mostrarmostra que a agência social é constituída e ao mesmo tempo constituinte das estruturas sociais: entre as duas existe uma relação de complementaridade e não de superioridade. Uma visão bastante heterodoxa é defendida por [[Bruno Latour]] que, adotando o [[princípio da simetria]], advoga que a agência não é uma exclusividade humana e que também elementos não humanos possuem poder de causação.
 
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