Hans Kelsen: diferenças entre revisões

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De família judaica, Kelsen trocou de religião algumas vezes em sua vida:
 
"''Uma dessas decisões, embora não se refira a isso na 'Autobiografia', foi ter-se convertido ao catolicismo romano em 1905, apesar de seu agnosticismo à época, fato muito comum naqueles tempos nos meios intelectualizados. Essa conversão, posteriormente seguida pela adoção da fé protestante em 1912, é tida por alguns como uma tentativa de melhor se integrar à sociedade austro-húngara".''<ref>{{citar livro|título = Hans Kelsen, o jurista e suas circunstâncias (Estudo introdutório para a edição brasileira da "Autobiografia" de Hans Kelsen.|sobrenome = [[Dias Toffoli|DIAS TOFFOLI, RODRIGUES JUNIOR]]|nome = José Antonio,|sobrenome2 = RODRIGUES JUNIOR|nome2= Otavio Luiz|edição = 4 ed.|local = Rio de Janeiro|editora = Forense Universitária|ano = 2014|página = XXIII|isbn = 978-85-309-4106-2}}</ref>
 
No final da vida, Kelsen voltou ao judaísmo e tornou-se um defensor do Estado de Israel.<ref name="Vida e obra de Hans Kelsen 2">{{citar web | url = https://books.google.com.br/books?id=eiYiAgAAQBAJ&pg=PA389&lpg=PA389&dq=hans+kelsen+Israel&source=bl&ots=SOyUudwLwo&sig=Tf_z49anP26qqV0W-SDF41qOvaI&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CEoQ6AEwC2oVChMIsomqqtiayAIVSoyQCh0Y4wJc#v=onepage&q=hans%20kelsen%20Israel&f=false | autor = ROVIRA, Mónica García-Salmones |titulo = The Project of Positivism in International Law | obra = | publicado = University Oxford |data = 2013 |acessodata = 28 de setembro de 2015 }}</ref>
 
A perseguição de Kelsen pelo [[nazismo]] deu-se inicialmente em razão de suas ligações com a social-democracia. Seu afastamento das cátedras universitárias não se deu inicialmente por sua condição de judeu.<ref>{{citar livro|título = Hans Kelsen, o jurista e suas circunstâncias (Estudo introdutório para a edição brasileira da "Autobiografia" de Hans Kelsen|sobrenome = [[Dias Toffoli|DIAS TOFFOLI, RODRIGUES JUNIOR]]|nome = José Antonio,|sobrenome2 = RODRIGUES JUNIOR|nome2= Otavio Luiz|edição = 4 ed.|local = Rio de Janeiro|editora = Forense Universitária|ano = 2012|página = XLVI|isbn = 978-85-309-4106-2}}</ref> Posteriormente, ele foi afastado também por essa condição. Sua fuga para Alemanha foi curiosamente facilitada por um servidor da Universidade de Colônia, que era membro do Partido Nazista, mas simpatizava com Kelsen. Ele se radicou, após sair da Alemanha, na Suíça e na República Checa. Posteriormente, seguiu para [[Estados Unidos]], onde viveu até a morte, tendo morado em Nova York e, depois, assumido cátedra na [[Universidade de Berkeley]].<ref>{{citar livro|título = Autobiografia|sobrenome = KELSEN|nome = Hans|edição = 4 ed.|local = Rio de Janeiro|editora = Forense Universitária|ano = 2012|página = 107-109|isbn = 978-85-309-4106-2.}}</ref>
 
Sofreu severas críticas por parte das correntes filosóficas não-juspositivistas, alegando que sua teoria pura do direito limita o conhecimento jurídico, enquanto objeto de estudo científico, à sua dimensão estatal, mais precisamente à norma, apartando da discussão sobre o direito a própria realidade histórica que o circunda e que o origina. De acordo com essas críticas, a teoria de Kelsen não permitiria o estudo das relações entre normas jurídicas e os valores sociais (moral e ética)<ref>Vasconcelos, V. V. [[A Crítica da Teoria Pura do Direito em Hans Kelsen: os objetivos do Direito e as normas primárias e secundárias]]. Universidade Federal de Minas Gerais. 2004.</ref>. Vê-se, pois, que o pensamento de Kelsen não fazia unanimidade. Apesar disso, os princípios fundantes de seu raciocínio jurídico-científico permitiram o desenvolvimento da análise lógica entre leis e técnicas jurídicas, e hoje são bastante respeitados, servindo de base para muitas das instituições jurídicas que sustentam o dogmatismo jurídico ideal.
 
Em 2011, foi lançada a versão em língua portuguesa da "Autobiografia de Hans Kelsen" (Forense Universitária, Rio de Janeiro), traduzida diretamente do alemão por Gabriel Nogueira Dias e José Ignácio Coelho Mendes Neto, com estudo introdutório de [[Dias Toffoli|José Antonio Dias Toffoli]] e Otavio Luiz Rodrigues Junior.
 
==Concepções jurídicas==