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== Marxismo e economia neoclássica ==
Segundo os marxistas existe um problema, no entanto, nas críticas neoclássicas, que é o fato de, nesta escola, o juro ser tido como a remuneração ''natural'' do capital monetário, a qual é gerada pelo seu uso produtivo; daí, na crítica de Böhm Baverck-Bawerk, os trabalhadores, ao abrirem mão de pouparem seu salário, consentirem implicitamente no lucro capitalista. Para Marx, esta noção de que o juro seja uma remuneração "natural" do capital é uma característica daquilo que ele chama, nas suas ''Teorias de Mais-Valia'', "economia vulgar": o juro não é uma categoria natural, e sim ''social''; para [[Marx]], os trabalhadores não podem "escolher" gastar seus salários "mais tarde" (o que já era proposto, com o nome de "teoria da abstinência" por um pós-ricardiano, [[Nassau William Senior]], que Marx critica n'''O Capital''), pela simples razão de que necessitam deles para sobreviver materialmente; o lucro, por sua vez, depende de processos de produção concretos para existir: se eu coloco um capital de longo prazo para render juros com um prazo de carência de 15 anos, e neste ínterim o negócio em que investi falir, ficarei tão inadimplente quanto ficaria se fosse menos "devoto".
 
Para Marx, o juro é apenas e tão somente uma forma pela qual a mais-valia social ''geral'' – a soma das várias mais-valias particulares – circula ao nível [[microeconômico]] e é ''redistribuída'' entre os vários capitalistas - fundamentalmente, daqueles que realizam a produção industrial para os portadores do capital financeiro.