Australopithecus: diferenças entre revisões

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O registro fóssil parece indicar que o género ''Australopithecus'' é o ancestral comum do grupo de hominídeos distintos reconhecidos nos géneros ''[[Paranthropus]]'' e ''Homo''. Ambos géneros eram formados por seres mais avançados no seu comportamento e hábitos que os ''Australopithecus'', sendo que estes eram praticamente tão [[inteligente]]s quanto os [[chimpanzé]]s. Contudo, apenas os representantes do género ''Homo'' viriam a desenvolver a [[linguagem]] e a aprender a controlar o [[fogo]].
 
A reconstrução do comportamento social de espécies fósseis extintas é difícil, mas a estrutura social dos ''Australopithecus'' seria provavelmente comparável à dos macacos modernos, dada a diferença média de tamanho corporal entre machos e fêmeas ([[dimorfismo sexual]]). Os machos eram substancialmente maiores que as fêmeas. Se as observações sobre a relação entre o [[dimorfismo sexual em primatas|dimorfismo sexual e a estrutura do grupo social dos macacos modernos]] forem aplicadas aos ''Australopithecus'', essas criaturas provavelmente viviam em pequenos grupos familiares contendo um macho dominante e várias fêmeas reprodutoras ([[poligamia]]), talvez com a presença de machos submissos aos dominantes. {{sfn|Wood|1994|p=239}}. Um estudo de 2011 que utilizou razões de isótopos de [[estrôncio]] em dentes fossilizados também sugeriu que cerca de 2 milhões de anos atrás, entre os grupos de ''Australopithecus'' e de ''[[Paranthropus]]'' do sul da África, as fêmeas tendiam a se estabelecer mais longe da sua região de nascimento do que os machos (sistema patrifocal)<ref name="CavewomenBBC2011">{{citar notícia | primeiro=Neil | último=Bowdler | url=http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-13609260 | título=Ancient cave women 'left childhood homes' | data=2 de Junho de 2011}}</ref><ref name="Copeland2011">{{citar periódico|título=Strontium isotope evidence for landscape use by early hominins |vauthors=Copeland SR, etal |volume=474 |ano=2011 |páginas=76–78 |periódico=Nature |doi=10.1038/nature10149 |url=http://www.nature.com/doifinder/10.1038/nature10149 |pmid=21637256}}</ref>.
 
Um estudo de 2011 que utilizou razões de isótopos de [[estrôncio]] em dentes fossilizados também sugeriu que cerca de 2 milhões de anos atrás, entre os grupos de ''Australopithecus'' e de ''[[Paranthropus]]'' do sul da África, as fêmeas tendiam a se estabelecer mais longe da sua região de nascimento do que os machos, ou seja a espécie tinha um sistema patrifocal<ref name="CavewomenBBC2011">{{citar notícia | primeiro=Neil | último=Bowdler | url=http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-13609260 | título=Ancient cave women 'left childhood homes' | data=2 de Junho de 2011}}</ref><ref name="Copeland2011">{{citar periódico|título=Strontium isotope evidence for landscape use by early hominins |vauthors=Copeland SR, etal |volume=474 |ano=2011 |páginas=76–78 |periódico=Nature |doi=10.1038/nature10149 |url=http://www.nature.com/doifinder/10.1038/nature10149 |pmid=21637256}}</ref>. Em um sistema patrifocal, fêmeas que estão no grupo não são aparentadas, ao passo que os machos são, já que eles permanecem no bando em que nasceram, e esta associação entre os machos é bastante influente em seu comportamento. Geralmente, grupos assim são pequenos.
 
Outros estudos mostraram que poderia haver uma sobreposição substancial de tamanho entre machos e fêmeas. <ref>{{Cite journal| last=Reno| first=Philip L.| last2=Lovejoy| first2=C. Owen| date=2015-04-28| title=From Lucy to Kadanuumuu: balanced analyses of Australopithecus afarensis assemblages confirm only moderate skeletal dimorphism| url=https://peerj.com/articles/925/| journal=PeerJ| language=en| volume=3|doi=10.7717/peerj.925|issn=2167-8359|pmc=4419524|pmid=25945314}}</ref> Isto, juntamente com a redução dos dentes caninos, tem sido argumentado para sugerir que os Australopithecus machos e fêmeas eram monogâmicos (ou pelo menos algumas espécies; cabe frisar que "monogamia" não implica em fidelidade sexual). <ref>{{Cite journal| last=Lovejoy|first=C. Owen|date=2009-10-02| title=Reexamining human origins in light of Ardipithecus ramidus| journal=Science |volume=326|issue=5949|pages=74e1–8|issn=1095-9203|pmid=19810200|bibcode=2009Sci...326...74L|doi=10.1126/science.1175834}}</ref> Os machos podem ter se envolvido no comportamento de provisão (que pode ter iniciado com seus antepassados ''[[Ardipithecus]]''), e a necessidade de levar comida para as fêmeas pode ter levado à evolução do bipedalismo. O dimorfismo sexual então começou a diminuir. Porém estudos sugerem que o dimorfismo sexual alcançou níveis humanos modernos somente no tempo do [[Homo erectus]] 0,5 a 2 milhões de anos atrás. <ref name="Arsuaga,Carretero,Lorenzo,Gracia,Martinez,BermudezdeCastro,Carbonell,1997">{{cite journal | last1 = Arsuaga | first1 = J.L. | last2 = Carretero | first2 = J.M. | last3 = Lorenzo | first3 = C. | last4 = Gracia | first4 = A. | last5 = Martínez | first5 = I. | last6 = de Castro | first6 = Bermúdez | last7 = Carbonell | first7 = E. | year = 1997 | title = Size variation in Middle Pleistocene humans | url = | journal = Science | volume = 277 | issue = | pages = 1086–1088 | doi=10.1126/science.277.5329.1086}}</ref>.