Resíduo sólido: diferenças entre revisões

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A geração de algum resíduo sólido que não fossem [[excreção|excretas corporais]] e restos de alimentos foi uma novidade que surgiu na nossa espécie com a sua [[sedentarização]], quando ela começou a praticar a [[agricultura]] e elaborar o seu sistema de comunicação simbólica sob a forma de [[linguagem]], ao mesmo tempo em que criava [[ferramenta]]s para aumentar o poder e espectro de força de seu corpo, algo que nunca existira antes na vida do planeta nesse grau de complexidade. Surgiram, então, necessidades que não existiam antes, necessidades decorrentes do modo de agrupamento dos seres humanos, com relações cada vez mais complexas. Demandas de moradia, de limpeza, de indumentária, de proteção e de recursos. A cada inovação, surgia algum tipo de resíduo sólido que nunca tinha sido gerado antes, e isso foi se tornando cada vez mais intenso, se distanciando cada vez mais de todas as outras espécies animais, que, normalmente, apenas geram [[resíduo orgânico|resíduos orgânicos]] putrescíveis.<ref name="Pucci">PUCCI, F. G. [http://pt.scribd.com/doc/167343732/Biometanizacao-da-Fracao-Organica-dos-Residuos-Solidos-Uma-Revisao-do-Estado-da-Arte Biometanização da fração orgânica do resíduo sólido urbano: Uma revisão do estado da arte.]. p.6-7 Trabalho de Conclusão de curso. Departamento de Engenharia Química Universidade Federal de São Carlos. São Carlos - SP, Brasil, 2013.</ref>
 
O ponto crítico veio com a [[revolução industrial]], que, iniciada no século XVIII na [[Inglaterra]] e espalhada para o mundo todo, deu a partida para que a curva de [[crescimento populacional]] tomasse a forma [[crescimento exponencial|exponencial]], assim como a geração de resíduos. A [[manufatura]] perdeu o sentido de "trabalho com as mãos". O que antes era feito com mãos utilizando [[ferramenta]]s passou a ser feito com máquinas[[máquina]]s, e em massa, sem se aplicar o conceito de durabilidade máxima aos produtos.<ref name="Pucci" />
 
Contudo, até nesse ponto, o pensamento humano em relação a durabilidade e [[obsolescência]] não havia chegado ao ponto que se encontra hoje. No Século XX, com o desenvolvimento da capacidade de uso não energético do [[petróleo]], surgiram os [[Polímero|polímeros sintéticos]], que inauguraram uma nova classe de resíduos sólidos e, mais do que isso, inauguraram uma mudança cultural profunda, que aceita a descartabilidade e não reparabilidade dos objetos, aumentando ainda mais a geração de resíduos sólidos ''[[per capita]]''.<ref name="Pucci" />
 
Na língua portuguesa, o conceito de resíduo sólido está vinculado ao termo popular de "lixo", algo que não serve mais e que tem de ser descartado. Na norma culta, esse conceito de "não servir mais" tem o nome de "rejeito". Contudo, linguisticamente, denominar algo de "rejeito" ou "lixo" expressa que o indivíduo apenas não encontrou mais nenhum uso para este, e que ainda podem existir muitos outros usos para o mesmo. O geocientista e químico [[James Lovelock]] disserta em seus livros sobre a [[Hipótese de Gaia]],<ref>LOVELOCK, J. GAIA: A New Look at Life on Earth. Oxford: Editora da Universidade de Oxford, 1979. 148 p.</ref> em que o resíduo de um ser vivo é o alimento de outro e quando o resíduo de algum ser vivo não encontra um consumidor que consiga consumi-lo totalmente, os ciclos de [[retroalimentação]] da vida na [[Terra]] realizam mudanças nos padrões da vida.<ref name="Pucci" />