Concretismo: diferenças entre revisões

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Na literatura o '''Concretismo''' foi um movimento artístico surgido na [[década de 1950]] que extinguia os [[versos]] e a [[sintaxe]] normal do discurso, dando grande importância à organização visual do texto.<ref>Infopédia, [http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/concretismo Definição do termo], página visitada em 30 de março de 2015.</ref>, com o intuito de acabar com a distinção entre [[forma]] e [[conteúdo]] e criar uma nova linguagem. Seus princípios, de certa forma, dialogam com proposições do Cubismo aplicado tanto à literatura quanto às artes plásticas. Foram precursores mundiais das tendências do movimento o suíço [[Max Bill]], e o russo [[:en:Vladimir_Mayakovsky|Vladimir Mayakovsky]]<ref>{{citar web|url=http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/concretismo.html|titulo=Concretismo|data=|acessodata=|publicado=Globo Educação|ultimo=Nascimento|primeiro=Anderson}}</ref>
 
No Brasil, esse movimento vanguardista chegou por volta de 1950, através do Suíço, [[Max Bill]] (1908-1994).<ref name=":1">{{citar web|url=https://www.todamateria.com.br/concretismo/|titulo=|data=|acessodata=|publicado=Site Toda Matéria|ultimo=|primeiro=}}</ref>
No movimento havia o intuito de acabar com a distinção entre [[forma]] e [[conteúdo]] e criar uma nova linguagem.
 
NoO Brasil,movimento umconcreto grupose deconstituiu, primeiramente, na concretistascidade de São Paulo, em meados da década de 50, sendo liderado pelos poetas e irmãos ([[Augusto de Campos|Augusto]] e [[Haroldo de Campos]]), conhecido como os "irmãos Campos”, e [[Décio Pignatari]]. Estes (também conhecidos com "Grupo Paulista"), fundaram a Revista “[[Noigandres]]” (1952), para divulgador as ideias atreladas ao concretismo. Posteriormente, o grupo também seria integrado pelos poetas cariocas [[Ronaldo Azeredo]] e [[José Lino Grünewald|José Lino]], se destacou.
 
A partir da [[década de 1960]], poetas e músicos do movimento, como [[Ferreira Gullar]] e [[Paulo Leminski]], passaram a se envolver em temas sociais, surgindo várias tendências [[neoconcretismo|pós-concretistas]]. <ref name=":0">Enciclopédia Itaú Cultural, [http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo9594/concretismo Concretismo], página visitada em 30 de março de 2015.</ref>
 
== História e Contexto ==
No início dos anos de 1950, quando os poetas concretistas brasileiros começam a se agrupar em torno da revista ''[[Noigandres|Noigrandes]]'', os países da Europa começavam a se recuperar dos horrores da [[Segunda Guerra Mundial]]. Iniciava-se um período de reestruturação geográfica, política e econômica.<ref name=":0" />
 
No Brasil, vivia-se uma época de democratização política e de desenvolvimento econômico, que se tornou intenso durante o governo de [[Juscelino Kubitschek]] (1956-1960), cuja propaganda oficial prometia uma avanço histórico de "cinqüenta anos em cinco". Os Planos de Metas de Juscelino para a modernização do país resultaram em impressionante crescimento industrial, que aumentou os empregos e a renda dos brasileiros. O desenvolvimento, as grandes realizações, como a construção de Brasília, e a estabilidade política contribuíram para criar a atmosfera de otimismo dos chamados "anos dourados".<ref name=":0" />
 
A poesia concreta, segundo [[Philadelpho Menezes]], estava "intimamente associada ao movimento de ''boom'' desenvolvimentista que levanta o país nos anos 50, simbolizado exemplarmente pelo plano de criação de [[Brasília]], uma nova cidade idealizada como centro do poder, matematicamente situada no centro geográfico do país. Basta recordar que o principal texto da poesia concreta, publicado em 1958, tem o título ''Plano Piloto para Poesia Concreta'', assinado por [[Augusto de Campos]] (1931), [[Haroldo de Campos]] (1929-2003) e [[Décio Pignatari]] (1927-2012). É uma citação direta e assumida do ''Plano Piloto para a Construção de Brasília'', elaborado por [[Lúcio Costa]] e [[Oscar Niemeyer]], que sonhava construir do nada, em meio ao inóspito cerrado do Planalto Central brasileiro, uma cidade dentro dos moldes mais racionalistas idealizados pelo urbanismo modernista europeu (...)."<ref name=":0" />
 
"[[Juscelino Kubitschek]] é eleito anunciando 50 anos em 5. O horizonte político é o desenvolvimentismo e o lema, o progresso. Brasília é construída. Nas artes e na arquitetura o moderno é consagrado. Niemeyer, Lúcio Costa, Reidy e outros fundam um novo cânone arquitetônico, pontuando a vida urbana com símbolos do futuro planejado (...). A música é a [[Bossa nova|Bossa Nova]], o cinema é o [[Cinema novo|Cinema Novo]]. Nas artes e na poesia, o Concretismo assinala o sentido do moderno, ditando as normas da ruptura."<ref>{{citar web|url=http://www.nusc.ifcs.ufrj.br/sa_cfch.pdf|titulo=“Pecados de heresia”: Trajetória do Concretismo carioca|data=2004|acessodata=|publicado=Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ|ultimo=Sant’Anna|primeiro=Sabrina}}</ref>
 
== Características ==
O poema do Concretismo tem como característica primordial o uso das disponibilidades gráficas que as palavras possuem sem preocupações com a estética tradicional de começo, meio e fim e, por este motivo, é chamado de poema-objeto.<ref name=":2">{{citar web|url=http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/poesia-concreta.htm|titulo=Poesia Concreta - Mundo Educação UOL|data=|acessodata=|publicado=UOL|ultimo=Vilarinho|primeiro=Sabrina}}</ref>
 
Dessa forma, a poesia concreta absorve somente a palavra, ou seja, “a palavra-objeto”, sem que haja preocupação com estruturas literárias, desde estrofes, versos e rimas.
 
A partir disso, há o predomínio de imagens em detrimento ao caráter discursivo da poesia.
 
A despeito de o concretismo não se preocupar com a temática, uma vez que o objetivo principal era criar uma nova linguagem ao mesclar a forma e o conteúdo, alguns temas prevaleceram na poesia concreta, desde as críticas feitas à sociedade capitalista e ao consumo exacerbado.<ref name=":1" />
[[Ficheiro:E.jpeg.gif|miniaturadaimagem|307x307px|Poema concreto de [[Augusto de Campos]], 1962]]
Outros atributos que podemos apontar deste tipo de poesia são:<ref name=":2" />
* A eliminação do verso;
* O aproveitamento do espaço em branco da página para disposição das palavras;
* A exploração dos aspectos sonoros, visuais e semânticos dos vocábulos;
* O uso de neologismos e termos estrangeiros;
* Decomposição das palavras;
* Possibilidades de múltiplas leituras.
 
== Autores Concretistas ==
(Lista incompleta)
* [[Augusto de Campos]]
* [[Haroldo de Campos]]
* [[Décio Pignatari]]
* [[Ronaldo Azeredo]]
* [[José Lino Grünewald]]
* [[Ferreira Gullar]]
* [[José Paulo Paes]]
* [[Paulo Leminski]]
 
== Ver também ==