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É bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da [[literatura infantil]] no Brasil. Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, o sábio sabugo de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, [[Saci Pererê]] e outras personagens que fazem parte da famosa obra ''[[Sítio do Picapau Amarelo]]'', que até hoje é lido por muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras obras infantis, como ''A Menina do Nariz Arrebitado'', ''O Saci'', ''Fábulas do Marquês de Rabicó'', ''Aventuras do Príncipe'', ''Noivado de Narizinho'', ''O Pó de Pirlimpimpim'', ''[[Emília no País da Gramática]]'', ''[[Memórias da Emília]]'', ''[[O Poço do Visconde]]'', e ''[[A Chave do Tamanho]]''. Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, tais como ''[[O Choque das Raças]]'', ''Urupês'', ''A Barca de Gleyre'' e ''O Escândalo do Petróleo''. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por empresas brasileiras.
 
== A Carreiracarreira ==
=== Os Primeirosprimeiros Anosanos ===
Criado em um sítio, Monteiro Lobato foi alfabetizado pela mãe Olímpia Augusta Lobato e depois por um professor particular. Aos sete anos, entrou em um colégio. Nessa idade descobrira os livros de seu avô materno, o [[Visconde de Tremembé]], dono de uma [[Bibliotecabiblioteca]] imensa no interior da casa. Leu tudo o que havia para crianças em [[língua portuguesa]]. Nos primeiros anos de estudante já escrevia pequenos [[conto]]s para os jornaizinhos das escolas que frequentou.
 
Aos onze anos, em [[1893]], foi transferido para o Colégio São João Evangelista. Ao receber como [[herança]] antecipada uma bengala do pai, que trazia gravada no castão as iniciais J.B.M.L., mudou seu nome de José Renato para José Bento, a fim de utilizá-la. No ano seguinte, os pais o presentearam com uma calça comprida, que usou bastante envergonhado. Em dezembro de [[1896]] foi para São Paulo e, em janeiro de 1897, prestou exames das matérias estudadas na cidade natal, mas foi reprovado no curso preparatório e retornou a Taubaté.
[[Ficheiro:Monteiro Lobato 1900s.jpg|miniaturadaimagem|301x301px|Monteiro Lobato Nana Juventudejuventude.]]
Quando retornou ao Colégio Paulista, fez as suas primeiras incursões literárias como colaborador dos jornaizinhos "Pátria", "H2S" e "O Guarany", sob o [[Pseudônimopseudônimo]] de Josben e Nhô Dito. Passou a colecionar avidamente textos e recortes que o interessavam, e lia bastante. Em dezembro prestou novamente os exames para o curso preparatório e foi aprovado. Escreveu minuciosas cartas à família, descrevendo a cidade de São Paulo. Colaborou com "O Patriota" e "A Pátria". Então, se mudou de vez para São Paulo, e tornou-se estudante interno do Instituto Ciências e Letras.
 
No ano seguinte, a [[13 de junho]] de [[1898]], perdeu o pai, José Bento Marcondes Lobato, vítima de [[Edema pulmonar|congestão pulmonar]]. Decidiu, pela primeira vez, participar das sessões do Grêmio Literário [[Álvares de Azevedo]] do Instituto Ciências e Letras. Sua mãe, vítima de uma [[Depressão nervosa|Depressãodepressão]] profunda, veio a falecer no dia [[22 de junho]] de [[1899]].
 
Tendo forte talento para o [[Desenhodesenho]], pois desde menino retrata a Fazenda Buquira, tornou-se desenhista e [[Caricatura|caricaturista]] nessa época. Em busca de aproveitar as suas duas maiores paixões, decidiu ir para São Paulo após completar 17 anos.
 
Seu sonho era a [[Escola de Belas-Artes]], mas, por imposição do avô, que o tinha como um sucessor na administração de seus negócios, acabou ingressando na [[Faculdade do Largo de São Francisco]] para cursar [[Direito]]. Mesmo assim seguiu colaborando em diversas publicações estudantis e fundou, com os colegas de sua turma, a "Arcádia Acadêmica", em cuja sessão inaugural fez um discurso intitulado: ''Ontem e Hoje''. Lobato, a essas alturas, já era elogiado por todos como um comentarista original e dono de um senso fino e sutil, de um "espírito à francesa" e de um "humor inglês" imbatível, que carregou pela vida afora. Dois anos depois, foi eleito presidente da Arcádia Acadêmica, e colaborou com o [[Jornaljornal]] "Onze de Agosto", onde escreveu artigos sobre [[Teatroteatro]]. De tais estudos surgiu, em [[1903]], o grupo O Cenáculo, fundado junto com [[Ricardo Gonçalves]], Cândido Negreiros, Godofredo Rangel, Raul de Freitas, Tito Lívio Brasil, Lino Moreira e José Antônio Nogueira.
 
Era anticonvencional por excelência, dizendo sempre o que pensava, agradasse ou não. Defendia a sua verdade com unhas e dentes, contra tudo e todos, quaisquer que fossem as consequências. Venceu um concurso de contos, sendo que o texto ''Gens Ennuyeux'' foi publicado no jornal "Onze de Agosto". (11/08).
 
=== O Advogadoadvogado ===
Em [[1904]] diplomou-se [[bacharel]] em Direito e regressou a Taubaté. No ano seguinte fez planos de fundar uma fábrica de geleias, em sociedade com um amigo, mas passou a ocupar interinamente a promotoria de Taubaté e conheceu Maria Pureza da Natividade de Souza e Castro ("Purezinha"). Em maio de [[1907]] foi nomeado [[promotor público]] em [[Areias (São Paulo)|Areias]], e casou-se com Purezinha, a [[28 de março]] de [[1908]]. Exatamente um ano depois nasceu [[Marta Monteiro Lobato|Marta]], a primogênita do casal.