Conjunto Nacional: diferenças entre revisões

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| nome_do_shopping = Conjunto Nacional
| slogan =
| imagem = ConjuntoAv. NacionalPaulista 03(2107886691).JPGjpg
| largura_da_imagemimagem_tamanho = 250px
| imagem_legenda = Fachada do Conjunto Nacional. No alto, o relógio-termômetro.
| localização = [[Avenida Paulista]], 2073<br /> [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] ([[São Paulo|SP]]), [[Brasil]]
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O '''Conjunto Nacional''' é um edifício e [[centro comercial]] da [[cidade]] de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[Brasil]]. Ocupa a quadra delimitada pela [[Avenida Paulista]], [[Rua Augusta (São Paulo)|Rua Augusta]], [[Alameda Santos]] e [[Rua Padre João Manuel]]. O projeto é de autoria do [[arquiteto]] [[David Libeskind]] e caracteriza-se por ser um dos primeiros grandes edifícios [[arquitetura moderna|modernos]] multifuncionais implantados na cidade de São Paulo.<references group="13. https://files.numec.prp.usp.br/data/public/7df052" /><ref>{{citar web|url=https://files.numec.prp.usp.br/data/public/7df052|titulo=GUIA DE BENS CULTURAIS DA CIDADE DE SÃO PAULO|data=02/12/2012|acessodata=05/09/2016|obra=Guia de Bens Culturais da Cidade de São Paulo|publicado=Prefeitura de São Paulo|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
O conjunto começou a ser construído em 1952, após a decisão do empresário judeu argentino [[José Tjurs]] de edificar uma grande construção na [[Avenida Paulista]] - a qual, até então, possuía caráter predominantemente residencial. Sua intenção era reunir em um mesmo prédio hotel e centro comercial. No final dos anos 1950, como a prefeitura não permitiu a construção do hotel no local, foram executadas algumas modificações no projeto original de [[David Libeskind]]. A construção do Conjunto Nacional demorou três anos.<ref>{{Citar periódico|data=2015-06-16|titulo=Conjunto Nacional {{!}} Da Redação {{!}} VEJA SÃO PAULO|url=http://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/conjunto-nacional/|idioma=pt-BR}}</ref>
O complexo caracteriza-se pela mistura de diferentes usos em uma mesma estrutura urbana: verificam-se no Conjunto Nacional os usos [[residência|residencial]], [[comércio|comercial]], [[serviços]] e [[lazer]]. A relação entre os usos coletivos - comércio, lazer - e os usos privados - residências - dá-se pela composição entre duas lâminas: na lâmina horizontal, que ocupa toda a quadra na qual se implanta o edifício -, encontra-se uma [[galeria|galeria comercial]] e na lâmina vertical, a qual ocupa apenas uma parte da projeção do terreno, encontram-se os [[apartamento]]s. As galerias convergem para uma área central, onde uma rampa conduz ao mezanino. Ali, há quatro entradas disponíveis (uma em cada uma das ruas que formam a quadra onde se situa o prédio). A lâmina superior conta com 25 pavimentos, que dispõem de três entradas independentes. A galeria proposta no Conjunto Nacional transformou-se em um paradigma arquitetônico para projetos de edifícios similares na área central de São Paulo durante a [[década de 1950]].
 
O complexo caracteriza-se pela mistura de diferentes usos em uma mesma estrutura urbana: verificam-se no Conjunto Nacional os usos [[residência|residencial]], [[comércio|comercial]], [[serviços]] e [[lazer]]. A relação entre os usos coletivos - comércio, lazer - e os usos privados - residências - dá-se pela composição entre duas lâminas: na lâmina horizontal, que ocupa toda a quadra na qual se implanta o edifício -, encontra-se uma [[centro comercial|galeria comercial]] e na lâmina vertical, a qual ocupa apenas uma parte da projeção do terreno, encontram-se os [[apartamento]]s. As galerias convergem para uma área central, onde uma rampa conduz ao mezanino. Ali, há quatro entradas disponíveis (uma em cada uma das ruas que formam a quadra onde se situa o prédio). A lâmina superior conta com 25 pavimentos, que dispõem de três entradas independentes. A galeria proposta no Conjunto Nacional transformou-se em um paradigma arquitetônico para projetos de edifícios similares na área central de São Paulo durante a [[década de 1950]].
 
O Conjunto Nacional apresenta [[restaurante]]s (entre eles o Grill Hall, o Tenda Paulista, o Súbito e o Restaurante Viena<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-23|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>), [[escritório]]s e outros tipos de estabelecimentos de comércio e prestação de serviços (como drogarias, casa de câmbio, academia e lojas<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-23|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>), além da maior livraria da [[América Latina]] em área construída, a [[Livraria Cultura|Cultura]]. Abrigou por muitos anos o Cine Astor e o Restaurante Fasano. O Conjunto Nacional apresenta também uma unidade da [[Caixa Cultural]], em que ocorre exposições de arte e apresentações de teatro e dança<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-23|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>. Em 2005, a edificação foi tombada pelo [[Condephaat]], o conselho estadual de defesa do patrimônio histórico e arquitetônico.
 
== História ==
=== Décadas de 1950 e 1960 ===
O conjunto começou a ser construído em [[1952]], após a decisão do empresário judeu argentino [[José Tjurs]] de edificar uma grande construção na [[Avenida Paulista]] - a qual, até então, possuía caráter predominantemente residencial. Sua intenção era reunir em um mesmo prédio hotel e centro comercial. No final dos [[década de 1950|anos 50]], como a prefeitura não permitiu a construção do hotel no local, foram executadas algumas modificações no projeto original de [[David Libeskind]]. A construção do Conjunto Nacional demorou 3 anos<ref>{{Citar periódico|data=2015-06-16|titulo=Conjunto Nacional {{!}} Da Redação {{!}} VEJA SÃO PAULO|url=http://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/conjunto-nacional/|idioma=pt-BR}}</ref>.
 
Em 1952, [[José Tjurs]] compra a mansão que pertencia à família de [[Horácio Sabino]]. Nasceu dos sonhos deste argentino a ideia de criar o Conjunto Nacional. O empresário, que morreu em [[1977]], teve o seu sonho realizado: transformar a Paulista na Quinta Avenida de São Paulo. Em 1953, Tjurs contratou, para a realização do empreendimento, os arquitetos Salvador Candia e Giancarlo Gasperini. As obras iniciadas pela dupla, porém, acabaram sendo paralisadas, no mesmo ano. Com isso, um novo profissional foi chamado para a realização do desenho arquitetônico. O arquiteto [[David Libeskind]], então com 26 anos, ganha o concurso feito por Tjurs para a elaboração do projeto da construção e um Hotel na paulista, que mais tarde foi impedido pela prefeitura de ser realizado<ref>{{Citar periódico|titulo=Morre aos 85 anos o arquiteto David Libeskind, autor do Conjunto Nacional|jornal=Folha de S.Paulo|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/04/1438564-morre-o-arquiteto-david-libeskind-autor-do-conjunto-nacional.shtml}}</ref>, e passou a ser o autor do projeto do Conjunto Nacional.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
=== Década de 50 ===
[[Imagem:Banco Itau Av Paulista (2480975191).jpg|thumb|Fachada inferior do edifício.]]
Em [[1952]], [[José Tjurs]] compra a mansão que pertencia à família de [[Horácio Sabino]]. Nasceu dos sonhos deste argentino a ideia de criar o Conjunto Nacional. O empresário, que morreu em [[1977]], teve o seu sonho realizado: transformar a Paulista na Quinta Avenida de São Paulo.
 
A construção do Conjunto Nacional foi iniciada em 1955 e trouxe para a cidade uma grande novidade na época: uma maravilhosa cúpula geodésica de alumínio, inspirado nos trabalhos do designer e arquiteto [[Buckminster Fuller]] e construído pelo engenheiro [[Hans Eger]]. A volumetria da cúpula é toda montada por um módulo hexagonal, e é finalizada com apenas uma peça pentagonal no topo, sendo esta feita de concreto.<ref>{{Citar periódico|ultimo=ContentStuff.com|titulo=Revista aU {{!}} Conjunto Nacional, de David Libeskind {{!}} Arquitetura e Urbanismo|jornal=Revista aU - Arquitetura e Urbanismo|url=http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/237/conjunto-nacional-de-david-libeskind-302145-1.aspx}}</ref>
Em 1953, Tjurs contratou, para a realização do empreendimento, os arquitetos Salvador Candia e Giancarlo Gasperini. As obras iniciadas pela dupla, porém, acabaram sendo paralisadas, no mesmo ano. Com isso, um novo profissional foi chamado para a realização do desenho arquitetônico.
 
Foi inaugurado em 1956, como o primeiro ''[[shopping center]]'' da América Latina.<ref>{{citar web|url=http://www.ccn.com.br/historia.php|título=História do Conjunto Nacional.}}</ref> E teve a presença do, então, presidente da República, Juscelino Kubitschek.<ref>{{Citar periódico|data=2015-06-16|titulo=Conjunto Nacional {{!}} Da Redação {{!}} VEJA SÃO PAULO|url=http://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/conjunto-nacional/|idioma=pt-BR}}</ref> Em 1957, o Conjunto Nacional recebeu seu primeiro e ilustre estabelecimento: o sofisticado Restaurante Fasano. Com mesas espalhadas pela ampla calçada da Avenida Paulista, o local fervilhava de gente dia e noite. Em 1958, o Fasano abriu o seu luxuoso restaurante no mezanino, onde se realizavam os famosos “jantares dançantes”, e o requintado jardim de inverno, logo eleito o melhor e o mais elegante salão de festas da cidade, com capacidade para duas mil pessoas. O Fasano era palco obrigatório dos grandes nomes da música internacional que visitavam São Paulo, como [[Nat King Cole]], [[Roy Hamilton]] e [[Marlene Dietrich]]. O setor comercial, uma área de 61.354.5142 metros quadrados, foi destinado a um centro de compras e serviços, considerado o primeiro shopping center da América Latina e o maior da América do Sul. A inauguração da primeira etapa do Conjunto Nacional, em dezembro de 1958, contou com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek, que observa a maquete do edifício, elaborada por [[José Zanini Caldas]].{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
O arquiteto [[David Libeskind]], então com 26 anos, ganha o concurso feito por Tjurs para a elaboração do projeto da construção e um Hotel na paulista, que mais tarde foi impedido pela prefeitura de ser realizado<ref>{{Citar periódico|titulo=Morre aos 85 anos o arquiteto David Libeskind, autor do Conjunto Nacional|jornal=Folha de S.Paulo|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/04/1438564-morre-o-arquiteto-david-libeskind-autor-do-conjunto-nacional.shtml}}</ref>, e passou a ser o autor do projeto do Conjunto Nacional.
 
No início dos anos 1960, o edifício instalou duas escadas rolantes no centro comercial, considerada a terceira construída na cidade. Em 1961 foi inaugurado o Cine Astor, logo eleito o mais luxuoso e o mais moderno cinema da cidade. Ao ficar pronto, no início dos anos 60, no alto do edifício foi instalado o relógio luminoso da Willys. O Fasano foi vendido para a Liquigás em 1963 por causa da situação política do país. Em 1968, devido ao Golpe de 1964<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-23|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>, o restaurante e o jardim de inverno foram fechados e o local passou por reformas para ser adaptado e funcionar como escritório. A Confeitaria Fasano permaneceu aberta até 1973. A [[Livraria Cultura]] foi transferida para o Conjunto Nacional em 1969.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
A construção do Conjunto Nacional foi iniciada em [[1955]] e trouxe para a cidade uma grande novidade na época: uma maravilhosa cúpula geodésica de alumínio, inspirado nos trabalhos do designer e arquiteto [[Buckminster Fuller]] e construído pelo engenheiro [[Hans Eger]]. A volumetria da cúpula é toda montada por um módulo hexagonal, e é finalizada com apenas uma peça pentagonal no topo, sendo esta feita de concreto<ref>{{Citar periódico|ultimo=ContentStuff.com|titulo=Revista aU {{!}} Conjunto Nacional, de David Libeskind {{!}} Arquitetura e Urbanismo|jornal=Revista aU - Arquitetura e Urbanismo|url=http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/237/conjunto-nacional-de-david-libeskind-302145-1.aspx}}</ref>.
 
=== Décadas de 1970 e 1980 ===
Foi inaugurado em [[1956]], como o primeiro ''[[shopping center]]'' da América Latina.<ref>{{citar web|url=http://www.ccn.com.br/historia.php|título=História do Conjunto Nacional.}}</ref> E teve a presença do, então, presidente da República, Juscelino Kubitschek.<ref>{{Citar periódico|data=2015-06-16|titulo=Conjunto Nacional {{!}} Da Redação {{!}} VEJA SÃO PAULO|url=http://vejasp.abril.com.br/estabelecimento/conjunto-nacional/|idioma=pt-BR}}</ref>
Em 1970, o relógio do Conjunto Nacional passou a exibir a marca da [[Ford]]. A marca do Banco Itaú chegou ao alto do edifício em 1975. Em 1992, o relógio passou por uma grande reforma e recebeu um complexo eletrônico de última geração, controlado por computador e, além das horas, passou a marcar também a temperatura da cidade. Em 1975, surgiu o Viena Delicatessen, que depois de um começo modesto nos corredores do Conjunto Nacional se tornou uma das maiores redes de ''fast-food'' da cidade. No final dos anos 1970, devido a problemas administrativos, o Conjunto Nacional apresentava sinais de decadência e abandono.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
[[Imagem:Cine Arte - Fachada frontal MELHOR FOTO.jpg|thumb|Fachada do Cine Arte.]]
 
Na madrugada do dia 4 de setembro de 1978, por volta das 4h50, um grande incêndio irrompeu no Conjunto Nacional. As chamas foram contidas às 12h30, após a mobilização de cerca de 250 homens do [[Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo]] e 750 em operações de apoio.<ref>{{citar notícia | titulo = Um pouco mais tarde, seria uma catástrofe | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref> A “Operação Incêndio” interditou a [[Avenida Paulista]] e bloqueou parcialmente vias próximas, como Alameda Santos, [[Rua Augusta (São Paulo)|Rua Augusta]], [[Avenida Brigadeiro Luís Antônio]] e [[Rua Vergueiro]], desviando 40.000 veículos.<ref>{{citar notícia | titulo = "Operação Incêndio" desvia 40 mil carros | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref> Carpetes, acrílicos, forros falsos e paredes divisórias de fácil combustão colaboraram para espalhar o fogo.<ref>{{citar notícia | titulo = Legislação atual é insuficiente | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref> O prédio mais atingido foi o Horsa 2, no bloco comercial. O Consulado Geral dos [[Estados Unidos]], um dos estabelecimentos afetados pelas chamas, precisou fechar ao público no dia 5 de setembro.<ref>{{citar notícia | titulo = Consulado atende hoje somente casos urgentes | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref> Como o incidente ocorreu de madrugada, havia apenas moradores da parte residencial no momento do incêndio. Às 5h30, quando os bombeiros chegaram, todos os moradores já haviam saído do edifício, observando a propagação das chamas do lado de fora. O único problema aconteceu com uma das moradoras, do 20º andar, que estava grávida de nove meses e precisou ser levada às pressas para o hospital.<ref>{{citar notícia | titulo = Os moradores começaram a deixar o prédio às 5 horas | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>
Em [[1957]] o Conjunto Nacional recebeu seu primeiro e ilustre estabelecimento: o sofisticado Restaurante Fasano. Com mesas espalhadas pela ampla calçada da Avenida Paulista, o local fervilhava de gente dia e noite.
 
Em 1984, o grupo imobiliário Savoy comprou o que restava dos bens da Horsa no Conjunto Nacional e passou a administrar o condomínio. No mesmo ano, foi eleita síndica a advogada [[Vilma Peramezza]], iniciando um período de recuperação com a realização de diversas obras de restauração. Em 1987, o Cine Rio deu lugar ao Cine Arte. Em poucos meses se tornou um dos melhores cinemas da cidade. O trabalho de recuperação do Conjunto Nacional foi iniciado na galeria comercial. A arquiteta [[Maria Cecília Barbieri Gorski]], da [[Barbieri & Gorski Arquitetos Associados]], foi responsável pelo trabalho de restauração e paisagismo do terraço. Inauguração do Viena, em 1988, na esquina da Rua Augusta com a [[Alameda Santos]].{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Em [[1958]], o Fasano abriu o seu luxuoso restaurante no mezanino, onde se realizavam os famosos “jantares dançantes”, e o requintado jardim de inverno, logo eleito o melhor e o mais elegante salão de festas da cidade, com capacidade para duas mil pessoas.
 
=== Década de 1990 e 2000 ===
O Fasano era palco obrigatório dos grandes nomes da música internacional que visitavam São Paulo, como [[Nat King Cole]], [[Roy Hamilton]] e [[Marlene Dietrich]].
[[Imagem:Conjunto Nacional 07.JPG|thumb|O edifício em março de 2009.]]
 
Em março de 1992, o programa de Coleta Seletiva foi aprovado e oficializado pelos condôminos em Assembleia Geral Ordinária. O terraço, reinaugurado em junho de 1997, devolveu parte do glamour que caracterizou o Conjunto Nacional nos anos 1950, 1960 e início dos 1970. Em dezembro de 1997 foi lançada a semente da criação do Espaço Cultural Conjunto Nacional, com uma exposição que reuniu vários artistas plásticos consagrados. Com a realização de exposições de arte, o edifício passou a fazer parte do corredor cultural em que se transformou a Avenida Paulista.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
O setor comercial, uma área de 61.354.5142 metros quadrados, foi destinado a um centro de compras e serviços, considerado o primeiro shopping center da América Latina e o maior da América do Sul.
 
Em dezembro de 1998, o jornalista [[Ângelo Iacocca]] lança o livro Conjunto Nacional – A Conquista da Paulista. A obra foi elaborada para comemorar os 40 anos de existência do edifício, e conta a história da avenida Paulista mostrando cada etapa de sua transformação, acelerada a partir do surgimento do Conjunto Nacional. A partir de 1999, todo mês de dezembro, as galerias e a fachada do Conjunto Nacional passaram a ser decoradas com adereços elaborados por comunidades carentes utilizando materiais recicláveis. Em dezembro de 1999, foi instalado, no Horsa II, o painel ‘Festa na Avenida Paulista’, pintado pela artista naif [[Waldeci de Deus]].{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
A inauguração da primeira etapa do Conjunto Nacional, em dezembro de [[1958]], contou com a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek, que observa a maquete do edifício, elaborada por [[José Zanini Caldas]].
 
Em 2003, o Espaço Cultural Conjunto Nacional organizou a campanha "SOS Cine Arte", com o objetivo de evitar o fechamento do cinema. O livro ''Conjunto Nacional – A Conquista da Paulista'' foi ampliado em mais 30 páginas. A obra foi lançada em janeiro de 2004, em comemoração aos 450 anos da cidade de São Paulo. No capítulo sobre ‘Responsabilidade Social e Qualidade de Vida’, o autor relata as várias ações desenvolvidas pelo Conjunto Nacional, voltadas à valorização dos nossos funcionários e comunidade. Em abril de 2005, o Conjunto Nacional foi tombado pelo [[Condephaat]], órgão estadual responsável pelo patrimônio histórico. Em outubro do mesmo ano, o [[Cine Bombril]] substituiu as duas salas do antigo Cine Arte. Em setembro de 2010, o cinema tornou-se Cine [[Livraria Cultura]]. As duas salas de cinema integram o Circuito Cine Arte de exibição, de [[Adhemar Oliveira e Leon Cakoff]].{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
=== Década de 60 ===
No início dos anos 60, o edifício instalou duas escadas rolantes no centro comercial, considerada a terceira construída na cidade.
 
Em maio de 2007, a tradicional sede da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, passou a ocupar o espaço em que funcionava o antigo Cine Astor. A nova loja é a maior livraria do país, com 4,3 mil metros quadrados de área distribuídos por três pisos. Em março de 2008, o arquiteto [[David Libeskind]], aos 79 anos, é tema de um livro que leva seu nome – ''[[David Libeskind]] - Ensaio sobre as Residências''. Em 2007, o cinema do Conjunto Nacional passou por reformas e foi reaberto ao público, após ser readaptado para uso comercial.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Em 1961 foi inaugurado o Cine Astor, logo eleito o mais luxuoso e o mais moderno cinema da cidade.
 
== Características ==
Ao ficar pronto, no início dos anos 60, no alto do edifício foi instalado o relógio luminoso da Willys.
=== Arquitetura ===
[[Imagem:Facade of the Conjunto Nacional croped version.jpg|thumb|esquerda|Detalhe da fachada do edifício.]]
[[Imagem:Cobertura Conjunto Nacional.jpg|thumb|esquerda|Domo geodésico do Conjunto Nacional.]]
 
No início dos anos 1950, José Tjurs planejava idealizar em São Paulo um grande edifício, que deveria reunir em um único espaço um hotel, restaurantes, bares, cinemas, lojas comerciais e de prestação de serviços, além de escritórios e apartamentos residenciais com serviço de hotelaria. Também queria ver a Paulista tornar-se a Quinta Avenida de São Paulo. Mas, para tanto, alguém precisava dar o passo inicial, e esse alguém seria ele.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
O Fasano foi vendido para a Liquigás em [[1963]] por causa da situação política do país. Em [[1968]], devido ao Golpe de 1964<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-23|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>, o restaurante e o jardim de inverno foram fechados e o local passou por reformas para ser adaptado e funcionar como escritório. A Confeitaria Fasano permaneceu aberta até [[1973]].
 
A primeira providência foi comprar a mansão que pertencia à família de Horácio Sabino, que ficava exatamente na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Para concretizar o audacioso empreendimento, Tjurs realizou uma espécie de concurso para a elaboração do projeto, que teve a participação de diversos arquitetos. Para surpresa dos concorrentes, foi escolhido o projeto de [[David Libeskind]], de apenas 26 anos, recém-formado e quase desconhecido.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
A [[Livraria Cultura]] foi transferida para o Conjunto Nacional em [[1969]]
 
Ao iniciar as obras, em 1954, Tjurs dava a largada para a futura ocupação comercial da avenida. A lâmina horizontal, concluída em 1958, cobria todo o andar térreo, que formava uma ampla galeria onde se cruzavam quatro amplos corredores que formavam uma praça de 1.600 metros quadrados, com entradas pela Avenida Paulista e pelas ruas Augusta, Padre João Manoel e Alameda Santos.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
=== Década de 70 ===
Em [[1970]], o relógio do Conjunto Nacional passou a exibir a marca da [[Ford]].
 
A construção da torre que abrigaria o Hotel Nacional de São Paulo foi vetada pelas autoridades: não era permitido construir hotéis na Avenida Paulista. Então Tjurs mudou o projeto e reduziu a lâmina vertical para três edifícios de 25 andares: um residencial, o Guayupiá, com apartamentos de 180 a 890 metros quadrados, e dois comerciais: o Horsa I, para pequenos escritórios e consultórios, e o Horsa II, para empresas de grande porte. Em 1962, a lâmina vertical estava pronta, com 120 mil metros quadrados de área construída.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
A marca do Banco Itaú chegou ao alto do edifício em [[1975]]. Em [[1992]], o relógio passou por uma grande reforma e recebeu um complexo eletrônico de última geração, controlado por computador e, além das horas, passou a marcar também a temperatura da cidade.
 
Como José Tjurs havia planejado, o Conjunto Nacional era, de fato, uma cidade dentro da cidade. Depois de concluído, o edifício passou a ser um marco na cidade de São Paulo, que ostentava um novo cartão-postal, e anunciava novos tempos para a [[Avenida Paulista]], dando a largada para a verticalização de toda a região. O edifício também deu início à valorização do metro quadrado dos terrenos das mansões, que com a chegada do poder financeiro, nos anos 1970, alcançaria valores astronômicos, uma tendência que transformaria radicalmente a avenida.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Em [[1975]], surgiu o Viena Delicatessen, que depois de um começo modesto nos corredores do Conjunto Nacional se tornou uma das maiores redes de ''fast-food'' da cidade.
 
=== Relógio ===
No final dos anos 70, devido a problemas administrativos, o Conjunto Nacional apresentava sinais de decadência e abandono.
[[Imagem:File by Peteris P1160205 (3665464702).jpg|thumb|Relógio do Conjunto Nacional.]]
 
O relógio do Conjunto Nacional marca a hora e a temperatura da [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]]. Está localizado no alto do Edifício Horsa - Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, sendo visível a partir de vários pontos da cidade, num raio de aproximadamente cinco quilômetros de distância. A [[Willys Overland]] do Brasil usou como estratégia publicitária em 1962, um luminoso de cor verde com o nome Willys, no alto do Conjunto Nacional. Em 1967, a [[Ford do Brasil]] compra a Willys Overland. Em 1970, foi, então, colocado um painel com o nome Ford, e marcando as horas, que era visto em vários pontos da cidade.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Na madrugada do dia 4 de setembro de [[1978]], por volta das 4h50, um grande incêndio irrompeu no Conjunto Nacional. As chamas foram contidas às 12h30, após a mobilização de cerca de 250 homens do [[Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo]] e 750 em operações de apoio <ref>{{citar notícia | titulo = Um pouco mais tarde, seria uma catástrofe | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>. A “Operação Incêndio” interditou a [[Avenida Paulista]] e bloqueou parcialmente vias próximas, como Alameda Santos, [[Rua Augusta]], [[Avenida Brigadeiro Luís Antônio]] e [[Rua Vergueiro]], desviando 40.000 veículos<ref>{{citar notícia | titulo = "Operação Incêndio" desvia 40 mil carros | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>.
 
No ano de 1975, o [[Banco Itaú]] comprou o espaço publicitário, e mais uma vez o nome foi trocado, para Itaú. Em 1992, o relógio, que podia ser visto a mais de cinco quilômetros,<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-21|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref> foi reformado, passando a ser controlado por [[computador]], regulando a hora e mostrando a temperatura. Tem três faces e pesa 230 toneladas.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Carpetes, acrílicos, forros falsos e paredes divisórias de fácil combustão colaboraram para espalhar o fogo<ref>{{citar notícia | titulo = Legislação atual é insuficiente | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>. O prédio mais atingido foi o Horsa 2, no bloco comercial. O Consulado Geral dos [[Estados Unidos]], um dos estabelecimentos afetados pelas chamas, precisou fechar ao público no dia 5 de setembro<ref>{{citar notícia | titulo = Consulado atende hoje somente casos urgentes | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>.
 
Em 2007, a propaganda do Itaú teve que ser retirada devido à [[Lei Cidade Limpa]], implantada pelo prefeito [[Gilberto Kassab]]. A princípio, a propaganda não foi retirada quando a lei entrou em vigor pois ela fazia parte de uma lista de exceções, que logo foi extinguida.<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/948822-sindica-nao-deixa-itau-retirar-marca-do-conjunto-nacional.shtml|título=Síndica não deixa Itaú retirar marca do Conjunto Nacional|publicado=Evandro Spinelli. ''[[Folha de S.Paulo]]''|data=23 de julho de 2011}}</ref> Em seguida, o Banco Itaú consultou o Condephaat sobre se a propaganda também era tombada. A resposta saiu em maio de 2011: o relógio deve ser preservado, mas a publicidade não. A prefeitura deu um prazo até 18 de julho para que o banco retirasse a publicidade. E, até lá, mandou apagar o relógio. Mas a administração do condomínio não permitiu a retirada do anúncio. O Banco Itaú, que foi multado em R$ 14 milhões pela Prefeitura de São Paulo por desrespeitar a lei, comunicou que continuará dando manutenção ao relógio e estuda apresentar um recurso administrativo, para manutenção do anúncio.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}} Em 2012, o letreiro foi retirado.<ref>http://www.meioemensagem.com.br/home/meio_e_mensagem/em_pauta/2012/01/05/Ita--retira-logomarca-de-rel-gio-na-Av--Paulista-.html</ref><ref>http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/01/05/relogio-do-conjunto-nacional-em-sao-paulo-continua-funcionando-diz-condominio.htm</ref><ref>http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2222/relogio-conjunto-nacional</ref><ref>http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/relogio-do-conjunto-nacional-vai-parar-em-fevereiro-20111123.html</ref>
Como o incidente ocorreu de madrugada, havia apenas moradores da parte residencial no momento do incêndio. Às 5h30, quando os bombeiros chegaram, todos os moradores já haviam saído do edifício, observando a propagação das chamas do lado de fora. O único problema aconteceu com uma das moradoras, do 20º andar, que estava grávida de nove meses e precisou ser levada às pressas para o hospital<ref>{{citar notícia | titulo = Os moradores começaram a deixar o prédio às 5 horas | jornal = [[Folha de S.Paulo]] | date = 5 de setembro de 1978 | url = http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1978/09/05/2/| acessodata = 28 de agosto de 2016}}</ref>.
 
=== DécadaEspaço de 80Cultural ===
[[Imagem:Livraria Cultura, Avenida Paulista, São Paulo, Brazil.jpg|thumb|[[Livraria Cultura]] no interior do edifício.]]
Em [[1984]], o grupo imobiliário Savoy comprou o que restava dos bens da Horsa no Conjunto Nacional e passou a administrar o condomínio.
 
Oficialmente inaugurado em 1997, o Espaço Cultural do Conjunto Nacional tem como proposta ser aberto a diversas tendências artísticas, acessível a todo tipo de manifestação e temáticas da arte contemporânea.<ref>{{Citar web|url=http://www.sp360.com.br/site/conteudo/index.php?in_secao=38&in_conteudo=48|titulo=Espaço Cultural Conjunto Nacional {{!}} Centros Culturais {{!}} SP360° {{!}} A maior viagem virtual pela cidade|acessodata=2017-04-24|obra=www.sp360.com.br}}</ref> O Conjunto também recebe eventos de entidades de assistência social, ONG's, e diversos órgãos que prezam pelos direitos do cidadão. Faz, inclusive, atos de utilidade pública, como campanhas de prevenção de doenças e reciclagem.<ref>{{Citar web|url=http://www.sp360.com.br/site/conteudo/index.php?in_secao=38&in_conteudo=48|titulo=Espaço Cultural Conjunto Nacional {{!}} Centros Culturais {{!}} SP360° {{!}} A maior viagem virtual pela cidade|acessodata=2017-04-24|obra=www.sp360.com.br}}</ref> Quatro vezes no ano ocorre a Feira Criativa. É uma parceria do Conjunto Nacional com o Núcleo de Economia Criativa da Associação Paulista Viva, o qual oferece aos artesões, o espaço gratuitamente, para comercialização dos produtos com preços accessíveis.<ref>http://www.ccn.com.br/noticias.php</ref><ref>http://www.associacaopaulistaviva.org.br/site/feira-criativa-reune-cerca-de-200-opcoes-de-presentes-para-o-dia-das-maes-no-conjunto-nacional.php</ref>
Em [[1984]], foi eleita síndica a advogada [[Vilma Peramezza]], iniciando um período de recuperação com a realização de diversas obras de restauração.
 
=== Segurança ===
Em [[1987]], o Cine Rio deu lugar ao Cine Arte. Em poucos meses se tornou um dos melhores cinemas da cidade.
 
O trabalho de recuperação do Conjunto Nacional foi iniciado na galeria comercial.
 
A arquiteta [[Maria Cecília Barbieri Gorski]], da [[Barbieri & Gorski Arquitetos Associados]], foi responsável pelo trabalho de restauração e paisagismo do terraço.
 
Inauguração do Viena, em [[1988]], na esquina da [[Rua Augusta]] com a [[Alameda Santos]].
 
=== Década de 90 ===
Em março de [[1992]], o programa de Coleta Seletiva foi aprovado e oficializado pelos condôminos em Assembleia Geral Ordinária.
 
O terraço, reinaugurado em junho de [[1997]], devolveu parte do glamour que caracterizou o Conjunto Nacional nos anos 50, 60 e início dos 70.
 
Em dezembro de [[1997]] foi lançada a semente da criação do Espaço Cultural Conjunto Nacional, com uma exposição que reuniu vários artistas plásticos consagrados. Com a realização de exposições de arte, o edifício passou a fazer parte do corredor cultural em que se transformou a Avenida Paulista.
 
Em dezembro de [[1998]], o jornalista [[Ângelo Iacocca]] lança o livro Conjunto Nacional – A Conquista da Paulista. A obra foi elaborada para comemorar os 40 anos de existência do edifício, e conta a história da avenida Paulista mostrando cada etapa de sua transformação, acelerada a partir do surgimento do Conjunto Nacional.
 
A partir de [[1999]], todo mês de dezembro, as galerias e a fachada do Conjunto Nacional passaram a ser decoradas com adereços elaborados por comunidades carentes utilizando materiais recicláveis.
 
Em dezembro de 1999, foi instalado, no Horsa II, o painel ‘Festa na Avenida Paulista’, pintado pela artista naif [[Waldeci de Deus]].
 
=== [[2000]] em diante ===
Em [[2003]], o Espaço Cultural Conjunto Nacional organizou a campanha “SOS Cine Arte”, com o objetivo de evitar o fechamento do cinema.
 
O livro Conjunto Nacional – A Conquista da Paulista foi ampliado em mais 30 páginas. A obra foi lançada em janeiro de [[2004]], em comemoração aos 450 anos da cidade de São Paulo. No capítulo sobre ‘Responsabilidade Social e Qualidade de Vida’, o autor relata as várias ações desenvolvidas pelo Conjunto Nacional, voltadas à valorização dos nossos funcionários e comunidade.
 
Em abril de [[2005]], o Conjunto Nacional foi tombado pelo [[Condephaat]], órgão estadual responsável pelo patrimônio histórico.
 
Em outubro de [[2005]], o [[Cine Bombril]] substituiu as duas salas do antigo Cine Arte. Em setembro de 2010, o cinema tornou-se Cine [[Livraria Cultura]]. As duas salas de cinema integram o Circuito Cine Arte de exibição, de [[Adhemar Oliveira e Leon Cakoff]].
 
Em maio de [[2007]], a tradicional sede da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, passou a ocupar o espaço em que funcionava o antigo Cine Astor. A nova loja é a maior livraria do país, com 4,3 mil metros quadrados de área distribuídos por três pisos.
 
Em março de [[2008]], o arquiteto [[David Libeskind]], aos 79 anos, é tema de um livro que leva seu nome – [[David Libeskind]] - Ensaio sobre as Residências’.
 
Em 2007, o cinema do Conjunto Nacional passou por reformas e foi reaberto ao público, após ser readaptado para uso comercial.
 
== Relógio ==
O relógio do Conjunto Nacional marca a hora e a temperatura da [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]]. Está localizado no alto do Edifício Horsa - Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, sendo visível a partir de vários pontos da cidade, num raio de aproximadamente cinco quilômetros de distância.
 
A [[Willys Overland]] do Brasil usou como estratégia publicitária em [[1962]], um luminoso de cor verde com o nome Willys, no alto do Conjunto Nacional.
 
Em [[1967]], a [[Ford do Brasil]] compra a Willys Overland. Em [[1970]] foi, então, colocado um painel com o nome Ford, e marcando as horas, que era visto em vários pontos da cidade.
 
No ano de [[1975]] o Banco Itaú comprou o espaço publicitário, e mais uma vez o nome foi trocado, para Itaú. Em [[1992]], o relógio, que podia ser visto a mais de cinco quilômetros<ref>{{Citar web|url=http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/2079-conjunto-nacional|titulo=Conjunto Nacional|acessodata=2017-04-21|obra=www.cidadedesaopaulo.com|ultimo=Omuro|primeiro=Adriana|lingua=pt-br}}</ref>, foi reformado, passando a ser controlado por [[computador]], regulando a hora e mostrando a temperatura. Tem três faces e pesa 230 toneladas {{Carece de fontes|data=maio de 2010}}.
 
Em [[2007]] a propaganda do Itaú teve que ser retirada devido à [[Lei Cidade Limpa]], implantada pelo prefeito [[Gilberto Kassab]]. A princípio, a propaganda não foi retirada quando a lei entrou em vigor pois ela fazia parte de uma lista de exceções, que logo foi extinguida.
<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/948822-sindica-nao-deixa-itau-retirar-marca-do-conjunto-nacional.shtml|título=Síndica não deixa Itaú retirar marca do Conjunto Nacional|publicado=Evandro Spinelli. ''[[Folha de S.Paulo]]''|data=23 de julho de 2011}}</ref> Em seguida, o Banco Itaú consultou o Condephaat sobre se a propaganda também era tombada. A resposta saiu em maio de 2011: o relógio deve ser preservado, mas a publicidade não. A prefeitura deu um prazo até 18 de julho para que o banco retirasse a publicidade. E, até lá, mandou apagar o relógio. Mas a administração do condomínio não permitiu a retirada do anúncio. O Banco Itaú, que foi multado em R$ 14 milhões pela Prefeitura de São Paulo por desrespeitar a lei, comunicou que continuará dando manutenção ao relógio e estuda apresentar um recurso administrativo, para manutenção do anúncio.
 
Em 2012, o letreiro foi retirado.<ref>http://www.meioemensagem.com.br/home/meio_e_mensagem/em_pauta/2012/01/05/Ita--retira-logomarca-de-rel-gio-na-Av--Paulista-.html</ref><ref>http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/01/05/relogio-do-conjunto-nacional-em-sao-paulo-continua-funcionando-diz-condominio.htm</ref><ref>http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2222/relogio-conjunto-nacional</ref><ref>http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/relogio-do-conjunto-nacional-vai-parar-em-fevereiro-20111123.html</ref>
 
== Arquitetura ==
No início dos anos 1950, José Tjurs planejava idealizar em São Paulo um grande edifício, que deveria reunir em um único espaço um hotel, restaurantes, bares, cinemas, lojas comerciais e de prestação de serviços, além de escritórios e apartamentos residenciais com serviço de hotelaria. Também queria ver a Paulista tornar-se a Quinta Avenida de São Paulo. Mas, para tanto, alguém precisava dar o passo inicial, e esse alguém seria ele.
[[Imagem:Facade of the Conjunto Nacional croped version.jpg|thumb|esquerda|upright=1.4|Detalhe da fachada do edifício.]]
 
A primeira providência foi comprar a mansão que pertencia à família de Horácio Sabino, que ficava exatamente na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Para concretizar o audacioso empreendimento, Tjurs realizou uma espécie de concurso para a elaboração do projeto, que teve a participação de diversos arquitetos. Para surpresa dos concorrentes, foi escolhido o projeto de [[David Libeskind]], de apenas 26 anos, recém-formado e quase desconhecido.
 
Ao iniciar as obras, em 1954, Tjurs dava a largada para a futura ocupação comercial da avenida. A lâmina horizontal, concluída em 1958, cobria todo o andar térreo, que formava uma ampla galeria onde se cruzavam quatro amplos corredores que formavam uma praça de 1.600 metros quadrados, com entradas pela Avenida Paulista e pelas ruas Augusta, Padre João Manoel e Alameda Santos.
 
A construção da torre que abrigaria o Hotel Nacional de São Paulo foi vetada pelas autoridades: não era permitido construir hotéis na Avenida Paulista. Então Tjurs mudou o projeto e reduziu a lâmina vertical para três edifícios de 25 andares: um residencial, o Guayupiá, com apartamentos de 180 a 890 metros quadrados, e dois comerciais: o Horsa I, para pequenos escritórios e consultórios, e o Horsa II, para empresas de grande porte. Em 1962, a lâmina vertical estava pronta, com 120 mil metros quadrados de área construída.
 
Como José Tjurs havia planejado, o Conjunto Nacional era, de fato, uma cidade dentro da cidade. Depois de concluído, o edifício passou a ser um marco na cidade de São Paulo, que ostentava um novo cartão-postal, e anunciava novos tempos para a [[Avenida Paulista]], dando a largada para a [[verticalização]] de toda a região. O edifício também deu início à valorização do metro quadrado dos terrenos das mansões, que com a chegada do poder financeiro, nos anos 1970, alcançaria valores astronômicos, uma tendência que transformaria radicalmente a avenida.
 
== Espaço Cultural ==
Oficialmente inaugurado em 1997, o Espaço Cultural do Conjunto Nacional tem como proposta ser aberto a diversas tendências artísticas, acessível a todo tipo de manifestação e temáticas da arte contemporânea.<ref>{{Citar web|url=http://www.sp360.com.br/site/conteudo/index.php?in_secao=38&in_conteudo=48|titulo=Espaço Cultural Conjunto Nacional {{!}} Centros Culturais {{!}} SP360° {{!}} A maior viagem virtual pela cidade|acessodata=2017-04-24|obra=www.sp360.com.br}}</ref>
 
O Conjunto também recebe eventos de entidades de assistência social, ONG's, e diversos órgãos que prezam pelos direitos do cidadão. Faz, inclusive, atos de utilidade pública, como campanhas de prevenção de doenças e reciclagem.<ref>{{Citar web|url=http://www.sp360.com.br/site/conteudo/index.php?in_secao=38&in_conteudo=48|titulo=Espaço Cultural Conjunto Nacional {{!}} Centros Culturais {{!}} SP360° {{!}} A maior viagem virtual pela cidade|acessodata=2017-04-24|obra=www.sp360.com.br}}</ref>
 
Quatro vezes no ano ocorre a Feira Criativa. É uma parceria do Conjunto Nacional com o Núcleo de Economia Criativa da Associação Paulista Viva, o qual oferece aos artesões, o espaço gratuitamente, para comercialização dos produtos com preços accessíveis.<ref>http://www.ccn.com.br/noticias.php</ref><ref>http://www.associacaopaulistaviva.org.br/site/feira-criativa-reune-cerca-de-200-opcoes-de-presentes-para-o-dia-das-maes-no-conjunto-nacional.php</ref>
 
== Segurança ==
O edifício possui monitoramento 24 horas e uma equipe com bombeiros e seguranças, que realizam o atendimento médico de urgência. Os profissionais são periodicamente atualizados por meio de cursos de resgate vertical, técnicas de emergência médica, combate à incêndio, atendimento pré-hospitalar e outras especializações.<ref>{{citar web|url=http://www.ccn.com.br/seguranca.php|titulo=Segurança do Conjunto Nacional|lingua=português|acessodata=28/08/2016}}</ref>
 
Para monitorar o que acontece nas galerias e demais áreas, o prédio tem câmeras distribuídas em pontos estratégicos. As imagens gravadas pelo circuito interno têm acesso restrito. Semanalmente, um grupo formado por profissionais de diferentes áreas do edifício discute o desenvolvimento de um programa de segurança cidadã, inspirado em experiências realizadas em [[Bogotá]]. O Conjunto Nacional possui uma equipe capacitada para utilizar o [[Desfibrilador automático externo]]. Os funcionários treinados para dar assistência em casos de parada cardíaca são identificados com um botton do curso Salva Corações, promovido pela [[Sociedade Brasileira de Cardiologia]]. Os ramais dos apartamentos têm identificador de chamadas. Nos andares dos edifícios Horsa I e Horsa II, ao lado dos elevadores, há um telefone interno que chama automaticamente a segurança, diretamente ligada aos órgãos públicos competentes.{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
Para monitorar o que acontece nas galerias e demais áreas, o prédio tem câmeras distribuídas em pontos estratégicos. As imagens gravadas pelo circuito interno têm acesso restrito.
 
O Conjunto Nacional considera em seu projeto boas práticas associadas aos oito princípios de [http://itdpbrasil.org.br/o-que-fazemos/desenvolvimento-orientado-ao-transporte/ Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS)]. <ref>{{Citar web|url=http://itdpbrasil.org.br/conjunto-nacional-melhores-praticas-de-dots-em-um-icone-da-arquitetura-paulistana/|titulo=CONJUNTO NACIONAL: boas práticas de DOTS em um ícone da arquitetura paulistana|acessodata=2017-04-24|obra=itdpbrasil.org.br|lingua=en-US}}</ref>
Semanalmente, um grupo formado por profissionais de diferentes áreas do edifício discute o desenvolvimento de um programa de segurança cidadã, inspirado em experiências realizadas em [[Bogotá]].
 
O fato de estar a 200m do metrô Consolação, ter alta densidade construtiva, ter diversos serviços disponíveis em uma curta distância e ter um pavimento térreo desenhado conectado a área urbana, e assim estimulando o deslocamento a pé, rendeu ao projeto do Conjunto o padrão Prata com 78 pontos (de uma escala que varia de 0 a 100), segundo os critérios do [http://itdpbrasil.org.br/padrao-de-qualidade-tod/ Padrão de Qualidade TOD]. <ref>{{Citar web|url=http://itdpbrasil.org.br/conjunto-nacional-melhores-praticas-de-dots-em-um-icone-da-arquitetura-paulistana/|titulo=CONJUNTO NACIONAL: boas práticas de DOTS em um ícone da arquitetura paulistana|acessodata=2017-04-24|obra=itdpbrasil.org.br|lingua=en-US}}</ref>
O Conjunto Nacional possui uma equipe capacitada para utilizar o [[Desfibrilador automático externo]]. Os funcionários treinados para dar assistência em casos de parada cardíaca são identificados com um botton do curso Salva Corações, promovido pela [[Sociedade Brasileira de Cardiologia]].
 
== Ver também ==
Os ramais dos apartamentos têm identificador de chamadas. Nos andares dos edifícios Horsa I e Horsa II, ao lado dos elevadores, há um telefone interno que chama automaticamente a segurança, diretamente ligada aos órgãos públicos competentes.
*[[MASP]]
 
*[[Edifício da FIESP]]
O Conjunto Nacional considera em seu projeto boas práticas associadas aos oito princípios de [http://itdpbrasil.org.br/o-que-fazemos/desenvolvimento-orientado-ao-transporte/ Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS)]. <ref>{{Citar web|url=http://itdpbrasil.org.br/conjunto-nacional-melhores-praticas-de-dots-em-um-icone-da-arquitetura-paulistana/|titulo=CONJUNTO NACIONAL: boas práticas de DOTS em um ícone da arquitetura paulistana|acessodata=2017-04-24|obra=itdpbrasil.org.br|lingua=en-US}}</ref>
*[[Casa das Rosas]]
 
{{Referências|col=2}}
O fato de estar a 200m do metrô Consolação, ter alta densidade construtiva, ter diversos serviços disponíveis em uma curta distância e ter um pavimento térreo desenhado conectado a área urbana, e assim estimulando o deslocamento a pé, rendeu ao projeto do Conjunto o padrão Prata com 78 pontos (de uma escala que varia de 0 a 100), segundo os critérios do [http://itdpbrasil.org.br/padrao-de-qualidade-tod/ Padrão de Qualidade TOD]. <ref>{{Citar web|url=http://itdpbrasil.org.br/conjunto-nacional-melhores-praticas-de-dots-em-um-icone-da-arquitetura-paulistana/|titulo=CONJUNTO NACIONAL: boas práticas de DOTS em um ícone da arquitetura paulistana|acessodata=2017-04-24|obra=itdpbrasil.org.br|lingua=en-US}}</ref>{{Referências|col=2}}
 
=== Bibliografia ===
* XAVIER, Denise; ''Arquitetura Metropolitana''. São Paulo: Editora Annablume, 2006. ISBN 9788574197401
 
== Ligações externas ==
{{Commonscat|Conjunto Nacional}}https://files.numec.prp.usp.br/data/public/7df052
* {{Link|oficial|2=http://www.ccn.com.br/conjunto/historia/ |3=Página oficial}}
* Projeto ''Arte fora do museu'': [http://arteforadomuseu.com.br/#!/obra/92 o arquiteto Ricardo Ohtake fala sobre o Conjunto Nacional]
 
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{{Arranha-céus da cidade de São Paulo}}
{{Cidade de São Paulo}}
{{Portal3|Arquitetura|Brasil|São Paulo|São Paulo (cidade)}}
 
[[Categoria:Arranha-céus da cidade de São Paulo|Conjunto Nacional]]