Crucificação: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 118:
Famosas crucificações em massa se seguiram à [[Terceira Guerra Servil]] in 73-71 AEC (a rebelião de escravos sob o comando de [[Espártaco]], outras às [[Guerras civis romanas|guerras civis romanas]] nos séculos II e I AEC, e à [[Destruição de Jerusalém]] em 70 EC. [[Crasso]] crucificou 6.000 dos seguidores de Espártaco caçados e capturados após sua derrota em batalha.<ref>http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Appian/Civil_Wars/1*.html#120</ref> Josefo registrou a história dos Romanos crucificando pessoas ao longo das muralhas de Jerusalém. Também registrou que os soldados romanos se deliciavam crucificando criminosos em diferentes posições.
 
[[Constantino|Constantino, o Grande]], o primeiro [[Imperador Romano|imperador]] cristão, aboliu a crucificação no Império Romano em 337 devido à veneração por [[Jesus Cristo]], sua mais famosa vítima.<ref name="britannica">{{cite web|url=http://www.britannica.com/eb/article-9028045|title=Encyclopædia Britannica Online: crucifixion|author=Encyclopædia Britannica|publisher=Britannica.com|acessodata=2009-12-19}}</ref><ref>[https://books.google.com/books?id=GGJmFIf6mtIC Dictionary of Images and Symbols in Counselling By William Stewart] 1998 {{ISBN|1-85302-351-5}}, p. 120</ref><ref>{{cite web|url=http://www.bible-archaeology.info/crucifixion.htm|title=Archaeology of the Bible|publisher=Bible-archaeology.info|acessodata3acessodata=2009-12-19}}</ref>
 
A maior crucificação de que se tem notícia ocorreu em [[71 a.C.]], ao tempo de [[Pompeu]], em [[Roma]]. Dominada a revolta de 200 mil escravos sob o comando de [[Espártaco]] (a [[Terceira Guerra Servil]]), as legiões romanas, furiosas, num só dia crucificaram cerca de 6000 dos revoltosos vencidos.
Linha 129:
{{Double image|right|alexorig.jpg|140|Alexamenos trazo.png|140|O [[Grafite de Alexamenos]], uma representação satírica da adoração cristã, ilustrando um homem adorando um burro crucificado (Roma, período estimado de 85 EC ao século III EC). Possui a inscriçãoΑΛΕΞΑΜΕΝΟΣ (ΑΛΕΞΑΜΕΝΟϹ) ΣΕΒΕΤΕ (ϹΕΒΕΤΕ) ΘΕΟΝ, que pode ser traduzida como "Alexamenos respeita Deus". Em exibição no museu Colina do Palatino, Roma, Itália.(''esquerda''). Um traçado moderno.(''direita'').}}
 
A crucificação tinha por objetivo ser um espetáculo pérfido: a mais dolorosa e humilhante morte possível.<ref name=":7">{{Cite journal|last=Robison|first=John C.|data=2002-06-01|title=Crucifixion in the Roman World: The Use of Nails at the Time of Christ|url=https://scholarsarchive.byu.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com/&httpsredir=1&article=1014&context=studiaantiqua|journal=Studia Antiqua|volume=2|pages=|via=}}</ref><ref name=":9">{{Cite web|url=http://www.mercaba.org/FICHAS/upsa/crucifixion.htm|title=Crucifixion in Antiquity: The Evidence|last=Zias|first=Joseph|data=1998|website=www.mercaba.org|archive-url=|archive-date=|dead-url=|acessodata=2018-03-10}}</ref> Era utilizada para punir [[escravos]], [[piratas]] e inimigos do estado. Originalmente era reservada para [[Escravidão na Roma Antiga|escravos]] (então ainda chamada de "supplicium servile" por [[Sêneca]]), e posteriormente ampliada para cidadãos das classes baixas (''[[Roman Empire#Unequal justice|humiliores]]'').<ref name=":0" /> As vítimas da crucificação eram despidas<ref name=":0" /><ref>{{bibleversecitar bíblia||MatthewMateus|27:35}}, {{citacitar bíblia||Marcos|15:24}}, {{citacitar bíblia||Lucas|23:34}}, {{citar bíblia||João|19:23-25}}</ref> e colocadas em exibição pública<ref name=":8" /><ref name=":4" /> enquanto eram lentamente torturadas até a morte de modo que pudessem servir como um espetáculo e dissuasão.<ref name=":7" /><ref name=":9" />
 
De acordo com o [[Direito Romano]], se um escravo assassinasse seu senhor ou senhora, todos os escravos do senhor ou senhora seriam crucificados como punição.<ref name=Barth>{{cite book |last1=Barth |first1=Markus |last2=Blanke |first2=Helmut |title=The Letter to Philemon: A New Translation with Notes and Commentary |data=2000 |publisher=Wm. B. Eerdmans Publishing |isbn=9780802838292 |page=16 |url=https://books.google.com/books?id=W6l4jhzIg7oC&pg=pa16 |language=en}}</ref> Ambos homens e mulheres eram crucificados.<ref>{{cite book |last1=Barry |first1=Strauss |title=The Spartacus War |data=2009 |publisher=Simon & Schuster |isbn=9781439158395 |url=https://books.google.com/books?id=j3LowhKACVwC&pg=pa193 |page=193}}</ref><ref>[[Flávio Josefo]], ''[[Antiguidades Judaicas]]'' 18.3.4</ref><ref name=":4">{{Cite book |title=Crucifixion in Antiquity: An Inquiry into the Background and Significance of the New Testament Terminology of Crucifixion |last=Samuelsson |first=Gunnar |publisher=Mohr Siebeck |year=2013 |isbn=9783161525087 |location= |pages=7}}</ref> [[Tácito]] registrou em seus ''[[Anais (Tácito)|Anais]]'' que quando Lucius Pedanius Secondus foi assassinado por um escravo, alguns senadores tentaram impedir a crucificação em massa dos seus quatrocentos escravos<ref name="Barth" /> porque havia muitas mulheres e crianças, mas por fim a tradição venceu e eles foram todos executados.<ref>Tacitus. ''Annals'', Book 14, [[wikisource:The Annals (Tacitus)/Book_14#42|42-45]].</ref> Embora nenhuma evidência conclusiva de crucificação feminina, a mais antiga imagem de uma crucificação romana pode ser de uma mulher crucificada, seja ela real ou imaginária.{{nota de rodapé|É um grafite encontrado em uma taberna em Puteoli, datada do tempo de [[Trajano]] ou [[Adriano]] (final do século I ao início do século II EC). Uma inscrição sobre o ombro esquerdo da pessoa indica "{{lang|grc|Ἀλκίμιλα}}" (Alkimila), um nome feminino. Não está claro, contudo, se a inscrição foi escrita pela mesma pessoa que desenhou a figura ou foi adicionada mais tarde por outrem. Também não se sabe se o grafite tinha por objetivo representar um evento real, sem ser, talvez, o desejo do autor de ver alguém crucificada, ou como uma piada. Como está, o grafite sozinho não fornece evidência de uma crucificação feminina.<ref name="Cook"></ref>}} A crucificação era uma morte tão pérfida e [[humilhação|humilhante] que o assunto era de alguma forma um tabu na cultura romana, e algumas poucas crucificações foram especificamente documentadas. Uma das poucas crucificações femininas que temos documentada é a de Ida, uma [[Liberto|liberta]] (ex-escrava) que foi crucificada por ordem de Tibério.<ref>{{cite book |last1=Barry |first1=Strauss |title=The Spartacus War |data=2009 |publisher=Simon & Schuster |isbn=9781439158395}}</ref><ref>{{cite book|last1=Josephus|title=Josephus: Essential Writings|data=1990|publisher=Kregel Academic|pages=265}}</ref>
Linha 197:
O [[Código Penal]] do [[Sudão]], baseado na interpretação do governo da [[Xaria]],<ref>[http://articles.chicagotribune.com/1988-10-14/news/8802070300_1_sharia-law-fundamentalists-sudanese-citizens ''Chicago Tribune'' (14 October 1988), "Moslem Code Looms in Sudan"]</ref><ref>[https://www.amnesty.org/es/library/asset/AFR54/021/1991/es/a4dffab9-ee4c-11dd-9381-bdd29f83d3a8/afr540211991en.html Amnesty International, Document AFR 54/21/91]</ref><ref>[http://www.deathpenaltyworldwide.org/country-search-post.cfm?country=Sudan Death Penalty Worldwide: Sudan]</ref> inclui execução seguida de crucificação como pena. Quando, em 2002, 88 pessoas foram setenciadas à morte por crimes relacionados a assassinato, roubo armado e conflito entre etnias, a [[Anistia Internacional]] escreveu que eles poderiam ser executados por enforcamento ou por crucificação.<ref>{{cite web|url=http://web.amnesty.org/library/index/ENGAFR540132002|title=Sudan: Imminent Execution/Torture/Unfair trial &#124; Amnesty International|publisher=Web.amnesty.org|data=2002-07-17|acessodata=2009-12-19|archiveurl=//web.archive.org/web/20071203091152/http://web.amnesty.org/library/index/ENGAFR540132002|archivedate=December 3, 2007}}</ref>
 
Crucificação é uma punição legal nos [[Emirados Árabes Unidos]].<ref>{{cite news|url=https://www.independent.co.uk/news/world/crucifixion-for-uae-murderers-1238085.html|title=Crucifixion for UAE murderers |work=[[The Independent]]|acessodata=2017-11-03}}</ref><ref>{{cite web|url=https://www.amnesty.org/en/library/info/MDE25/011/1997/en|title=UAE: Further information on fear of imminent crucifixion and execution|work=Amnesty International|data=1997-09-01|acessodata2017acessodata=2017-11-03}}</ref><ref>{{cite web|url=https://www.amnesty.org/en/library/info/MDE25/010/1997/en|title=UAE: Fear of imminent crucifixion and execution|work=Amnesty International|data=1997-09-01|acessodata=2017-11-03}}</ref>
 
===Jihadismo===
Em 5 de Fevereiro de 2015 as o Comitê dos Direitos das Crianças das Nações Unidas relatou que o Estado Islâmico do Iraque e do Levante haviam cometido "diversos casos de execução em massa de garotos, como também informação de decapitações, crucificação de crianças e sepultamento de crianças vivas.".<ref>{{cite news|last=CBS News|title=ISIS is killing, torturing and raping children in Iraq, U.N. says|url=http://www.cbsnews.com/news/isis-is-killing-torturing-and-raping-children-in-iraq-u-n-says/|acessodata=2015-02-11}}</ref>
 
Em 30 de Abril de 2014, [[Terrorismo Islâmico| extremistas islâmicos]] conduziram um total de sete execuções públicas em [[Raqqa]], no norte da [[Síria]].<ref>{{cite news|title=Death and desecration in Syria: Jihadist group 'crucifies' bodies to send message |url=http://edition.cnn.com/2014/05/01/world/meast/syria-bodies-crucifixions/index.html?hpt=hp_c1|acessodata=2014-05-02|agency=CNN/Associated Press|data=2014-05-02}}</ref> As imagens, originalmente postadas no [[Twitter]] por um estudante de [[Universidade de Oxford|Oxford]], foram compartilhados por uma conta do Twitter de um conhecido membro do ISIS fazendo com que as grandes mídias incorretamente atribuíssem as crucificações ao grupo.<ref name=TDB-Extremists>{{cite news|last=Siegel|first=Jacob|title=Islamic Extremists Now Crucifying People in Syria—and Tweeting Out the Pictures|url=http://www.thedailybeast.com/articles/2014/04/30/islamic-extremists-now-crucifying-people-in-syria-and-tweeting-out-the-pictures.html|acessodata2014acessodata=2014-07-14|work=[[The Daily Beast]]|data=2014-04-30|quote=CORRECTION: This story misidentified the origin of a tweet and attributed it to an ISIS member when it actually came from Aymenn Jawad Al-Tamimi, a student at Oxford University who has no affiliation with ISIS. We regret the error.}}</ref> Na maior parte dos casos de "crucificação" as vítimas são baleadas primeiro e então seus corpos são expostos<ref name="CNN crucifixion">{{cite news|last1=Almasy|first1=Steve|title=Group: ISIS 'crucifies' men in public in Syrian towns|url=http://www.cnn.com/2014/06/29/world/meast/syria-reported-crucifixions/|acessodata=2014-06-30|agency=CNN|data=2014-06-29}}</ref> mas também houve relatos de "crucificação" antes do fuzilamento e decapitação<ref>{{cite news|title=ISIS terror in and around Rojava, March-April 2014|url=http://kurdistantribune.com/2014/isis-terror-around-rojava-marchapril-diary-of-death/|acessodata=2014-06-30|publisher=Kurdistan Times|data=2014-04-13}}</ref> como também um caso no qual um homem teria sido "crucificado vivo por oito horas" sem confirmação de sua morte.<ref name="CNN crucifixion"/>
 
===Outros incidentes terroristas===
O grupo de direitos humanos Karen Women Organization documentou o caso de forças do [[Tatmadaw]] crucificando diversos camponeses [[Karens|Karen]] em 2000 no [[Distrito de Dooplaya]] no [[Kayin|estado de Kayin]] em [[Myanmar]].<ref>{{cite web|url=http://www.karenwomen.org/Reports/WalkingAmongstSharpKnives.pdf|title=Walking amongst sharp knives |data=2010-02-01|work= |publisher=Karen Women Organization|acessodata=2011-04-19|deadurl=yes|archiveurl=//web.archive.org/web/20110421224711/http://www.karenwomen.org/Reports/WalkingAmongstSharpKnives.pdf|archivedate=21 April 2011-04-11}}</ref><ref>{{cite news|url=http://www.bangkokpost.com/news/investigation/35194/regime-human-rights|title=Regime's human rights abuses go unpunished|data=2010-03-28|work=[[Bangkok Post]]|acessodata=2011-04-19}}</ref>
 
Em 22 de Janeiro de 2014, um ativista antigoverno e membro do [[AutoMaidan]] foi sequestrado por um grupo desconhecido e torturado por uma semana. Seus captores o mantiveram no escuro, cortaram um pedaço de sua orelha e o pregaram em uma cruz. Seus captores finalmente o deixaram ao lado de uma floresta de [[Kiev]] após forçá-lo a confessar que era um espião americano e ter aceitado dinheiro da Embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia para organizar protestos contra o então presidente Viktor Yanukovych.<ref>{{cite news|title=Ukrainian protestor shows scars where he was nailed to a cross when he was crucified by government supporters 'and forced to declare he was a US spy'|url=http://www.dailymail.co.uk/news/article-2553159/Ukrainian-protestor-shows-scars-nailed-cross-crucified-government-supporters-forced-declare-US-spy.html|acessodata=2016-03-11|publisher=The Daily Mail|data=2014-02-06}}</ref>
Linha 229:
The [[Catholic Church]] desaprova a auto crucificação como uma forma de devoção: "Práticas penitenciais que levam a auto crucificação com pregos não são incentivadas."<ref>[http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20020513_vers-direttorio_en.html Directory on Popular Piety 144] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120623000000/http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccdds/documents/rc_con_ccdds_doc_20020513_vers-direttorio_en.html|data=2012-06-23}}</ref> Não obstante, a prática não é mistério.
 
Nas [[Filipinas]], alguns católicos são [[Crucificação nas Filipinas|voluntariamente, de forma não letal, crucificados]] por um certo tempo na [[Sexta-feira Santa]] para replicar os sofrimentos de Cristo. Pregos esterilizados são inseridos pela palma da mão entre os ossos, além de haver um apoio para os pés no qual os pés são pregados. Rolando del Campo, um carpinteiro em [[Pampanga]], prometeu ser crucificado todas Sexta-feira Santa por 15 anos se Deus ajudasse sua mulher em um parto complicado,<ref>{{cite web|url=http://religiousfreaks.com/2006/04/12/man-crucifies-himself-every-good-friday/|title=Man Crucifies Himself Every Good Friday|publisher=Religious Freaks|data=2006-04-12|acessodata=2009-12-19}}</ref> enquanto que em [[San Pedro Cutud]], [[Ruben Enaje]] foi crucificado 27 vezes.<ref>{{cite news|title=Filipino devotees reenact Christ's crucifixion on Good Friday|url=http://www.nydailynews.com/news/world/filipino-devotees-reenact-christ-crucifixion-good-friday-article-1.1302347|acessodata=2014-01-22|newspaper=New York Daily News|data=2013-03-29|agency=Associated Press}}</ref> A [[Igreja Católica das Filipinas|Igreja nas Filipinas]] repetidamente interveio reprovando as crucifiçações e auto [[flagelação]], enquanto o governo alega que não pode impedir os devotos. O Ministério da Saúde as Filipinas insiste que os participantes do rito deveriam se vacinar contra [[tétano]] e que os pregos utilizados deveriam ser esterilizados.<ref>{{cite news|url=http://www.dailymail.co.uk/news/article-540453/Boy-15-nailed-cross-Filipinos-whip-crucify-gory-Good-Friday-ritual.html|title=Boy, 15, nailed to a cross as Filipinos whip and crucify themselves in gory Good Friday ritual |accessdate acessodata= November 6, 2010-11-06|location=London|work=Daily Mail|data=2008-03-22}}</ref>
 
Em outros casos, a crucificação é simplesmente simulada como uma peça da Paixão, como na cerimônia de encenação que é realizada anualmente na cidade de Iztapalapa, na periferia da [[Cidade do México]], desde 1833,<ref>{{cite web|url=http://www.ipsnews.net/interna.asp?idnews=23257|title=Religion-Mexico: The Passion According to Iztapalapa|publisher=IPS News|acessodata=2009-12-19|archiveurl=//web.archive.org/web/20091226173652/http://www.ipsnews.net/interna.asp?idnews=23257|archivedate=2009-12-26}}</ref> e na mais famosa Encenação da Paixão de Oberammergau. Além disso, desde meados do século XIX, um grupo de flagelantes no [[Novo México]], chamados ''Hermanos de Luz'' ("Irmãos da Luz"), têm conduzido anualmente uma encenação da crucificação de Crusto durante a [[Semana Santa]], na qual um penitente é amarrado (mas não pregado) a uma cruz. <ref>{{cite book |last1=Aragon |first1=Ray John De |title=The Penitentes of New Mexico: Hermanos de la Luz |data=2006 |publisher=Sunstone Press |isbn=9780865345041 |page=58 |url=https://books.google.com/books?id=noimuXOCtFgC&pg=pa58 |language=en}}</ref>