Crucificação: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 129:
{{Double image|right|alexorig.jpg|140|Alexamenos trazo.png|140|O [[Grafite de Alexamenos]], uma representação satírica da adoração cristã, ilustrando um homem adorando um burro crucificado (Roma, período estimado de 85 EC ao século III EC). Possui a inscriçãoΑΛΕΞΑΜΕΝΟΣ (ΑΛΕΞΑΜΕΝΟϹ) ΣΕΒΕΤΕ (ϹΕΒΕΤΕ) ΘΕΟΝ, que pode ser traduzida como "Alexamenos respeita Deus". Em exibição no museu Colina do Palatino, Roma, Itália.(''esquerda''). Um traçado moderno.(''direita'').}}
 
A crucificação tinha por objetivo ser um espetáculo pérfido: a mais dolorosa e humilhante morte possível.<ref name=":7">{{Cite journal|last=Robison|first=John C.|data=2002-06-01|title=Crucifixion in the Roman World: The Use of Nails at the Time of Christ|url=https://scholarsarchive.byu.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com/&httpsredir=1&article=1014&context=studiaantiqua|journal=Studia Antiqua|volume=2|pages=|via=}}</ref><ref name=":9">{{Cite web|url=http://www.mercaba.org/FICHAS/upsa/crucifixion.htm|title=Crucifixion in Antiquity: The Evidence|last=Zias|first=Joseph|data=1998|website=www.mercaba.org|archive-url=|archive-date=|dead-url=|acessodata=2018-03-10}}</ref> Era utilizada para punir [[escravos]], [[piratas]] e inimigos do estado. Originalmente era reservada para [[Escravidão na Roma Antiga|escravos]] (então ainda chamada de "supplicium servile" por [[Sêneca]]), e posteriormente ampliada para cidadãos das classes baixas (''[[Roman Empire#Unequal justice|humiliores]]'').<ref name=":0" /> As vítimas da crucificação eram despidas<ref name=":0" /><ref>{{citar bíblia|MateusMatheus|27:35}}, {{citar bíblia|Marcos|15:24}}, {{citar bíblia|Lucas|23:34}}, {{citar bíblia|João|19:23-25}}</ref> e colocadas em exibição pública<ref name=":8" /><ref name=":4" /> enquanto eram lentamente torturadas até a morte de modo que pudessem servir como um espetáculo e dissuasão.<ref name=":7" /><ref name=":9" />
 
De acordo com o [[Direito Romano]], se um escravo assassinasse seu senhor ou senhora, todos os escravos do senhor ou senhora seriam crucificados como punição.<ref name=Barth>{{cite book |last1=Barth |first1=Markus |last2=Blanke |first2=Helmut |title=The Letter to Philemon: A New Translation with Notes and Commentary |data=2000 |publisher=Wm. B. Eerdmans Publishing |isbn=9780802838292 |page=16 |url=https://books.google.com/books?id=W6l4jhzIg7oC&pg=pa16 |language=en}}</ref> Ambos homens e mulheres eram crucificados.<ref>{{cite book |last1=Barry |first1=Strauss |title=The Spartacus War |data=2009 |publisher=Simon & Schuster |isbn=9781439158395 |url=https://books.google.com/books?id=j3LowhKACVwC&pg=pa193 |page=193}}</ref><ref>[[Flávio Josefo]], ''[[Antiguidades Judaicas]]'' 18.3.4</ref><ref name=":4">{{Cite book |title=Crucifixion in Antiquity: An Inquiry into the Background and Significance of the New Testament Terminology of Crucifixion |last=Samuelsson |first=Gunnar |publisher=Mohr Siebeck |year=2013 |isbn=9783161525087 |location= |pages=7}}</ref> [[Tácito]] registrou em seus ''[[Anais (Tácito)|Anais]]'' que quando Lucius Pedanius Secondus foi assassinado por um escravo, alguns senadores tentaram impedir a crucificação em massa dos seus quatrocentos escravos<ref name="Barth" /> porque havia muitas mulheres e crianças, mas por fim a tradição venceu e eles foram todos executados.<ref>Tacitus. ''Annals'', Book 14, [[wikisource:The Annals (Tacitus)/Book_14#42|42-45]].</ref> Embora nenhuma evidência conclusiva de crucificação feminina, a mais antiga imagem de uma crucificação romana pode ser de uma mulher crucificada, seja ela real ou imaginária.{{nota de rodapé|É um grafite encontrado em uma taberna em Puteoli, datada do tempo de [[Trajano]] ou [[Adriano]] (final do século I ao início do século II EC). Uma inscrição sobre o ombro esquerdo da pessoa indica "{{lang|grc|Ἀλκίμιλα}}" (Alkimila), um nome feminino. Não está claro, contudo, se a inscrição foi escrita pela mesma pessoa que desenhou a figura ou foi adicionada mais tarde por outrem. Também não se sabe se o grafite tinha por objetivo representar um evento real, sem ser, talvez, o desejo do autor de ver alguém crucificada, ou como uma piada. Como está, o grafite sozinho não fornece evidência de uma crucificação feminina.<ref name="Cook"></ref>}} A crucificação era uma morte tão pérfida e [[humilhação|humilhante] que o assunto era de alguma forma um tabu na cultura romana, e algumas poucas crucificações foram especificamente documentadas. Uma das poucas crucificações femininas que temos documentada é a de Ida, uma [[Liberto|liberta]] (ex-escrava) que foi crucificada por ordem de Tibério.<ref>{{cite book |last1=Barry |first1=Strauss |title=The Spartacus War |data=2009 |publisher=Simon & Schuster |isbn=9781439158395}}</ref><ref>{{cite book|last1=Josephus|title=Josephus: Essential Writings|data=1990|publisher=Kregel Academic|pages=265}}</ref>