Equivalência ricardiana: diferenças entre revisões
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A '''equivalência ricardiana''' ou '''proposição Ricardo-Barro''' afirma que nem os [[
== Proposição Ricardiana ==
A tese ricardiana sustenta que para um dado montante de despesa pública a substituição de impostos por dívida não tem qualquer efeito na procura global nem na taxa de juro. Como a dívida apenas adia os impostos para o futuro, os consumidores, simultaneamente contribuintes, antecipando a subida dos impostos futuros, vão reagir à redução de impostos aumentando a sua poupança, adquirindo os títulos de dívida pública emitidos. Assim, como a poupança privada aumenta no mesmo montante que o déficit orçamentário, a taxa de juro mantém-se inalterada. O déficit não provoca qualquer redução do ritmo de acumulação do estoque de capital, nem deterioração das contas externas. A dívida pública não afeta a riqueza do setor privado. Então, em termos de efeitos na economia, o financiamento da despesa pública por dívida pública é equivalente ao financiamento por impostos.▼
A argumentação em que se baseia a teoria é a seguinte: o governo pode financiar seus gastos por meio de impostos cobrados dos atuais contribuintes ou pela emissão de dívida pública. No entanto, se for escolhida a segunda opção, mais cedo ou mais tarde teriam que ser pagas as dívidas, aumentando os impostos acima do que eles seriam no futuro, se a escolha tivesse sido outra. A escolha (trade-off) é entre pagar impostos hoje, ou pagar impostos amanhã.
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Suponha, por exemplo, que o governo decida financiar uma despesa adicional através de um déficit, isto é, cobrando impostos amanhã. Ricardo argumentou que, embora os cidadãos tenham mais dinheiro hoje, eles perceberiam que teriam que pagar impostos mais altos no futuro e, portanto, economizar dinheiro adicional para pagar impostos futuros. Essa maior poupança por parte dos consumidores compensaria exatamente a despesa adicional do governo, de tal forma que a demanda agregada permaneça inalterada.
== Equivalência Ricardo-Barro ==
Em 1974, Robert J. Barro forneceu alguns fundamentos teóricos para a especulação de Ricardo, com a publicação de um artigo intitulado "As obrigações do governo são riqueza líquida?" [Os títulos do governo são ricos em riqueza?] No Journal of Political Economy (Vol. 82, nº 6. (novembro-dezembro de 1974), pp. 1095-1117).
Este modelo assume que:
· As famílias atuam como dinastias que vivem até o infinito, devido ao altruísmo intergeracional;
· Os mercados de capitais são perfeitos (no sentido de que todos podem tomar emprestado e emprestar com a mesma taxa de juros) e que;
· Durante o caminho, as despesas do governo são dadas.
Nessas condições, se o governo financiar as despesas emitindo títulos de dívidas, as famílias deixarão doações aos seus filhos suficientemente grandes para compensar os impostos mais altos que serão necessários para pagar esses títulos. Este artigo é uma contribuição importante para a nova macroeconomia clássica, construída em torno da hipótese das expectativas racionais.
A teoria da equivalência ricardiana sugere que as tentativas do governo de influenciar a demanda agregada através da política fiscal estão condenadas ao fracasso. Essa ideia é frontalmente oposta à teoria keynesiana , que afirma que a política fiscal , devido aos efeitos do multiplicador de renda , será eficaz, conseguindo que aumentos no déficit público alcancem maiores aumentos na proporção da demanda agregada do atual governo.
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