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Leticia Almeida de Lima
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== Características ==
O processo de conurbação é caracterizado por um crescimento que expande a cidade, prolongando-a para fora de seu perímetro absorvendo aglomerados rurais e outras cidades. Estas, até então com vida política e administrativa autónoma, acabam comportando-se como parte integrante da [[metrópole]]. Com a expansão e a integração, desaparecem os limites físicos entre os diferentes [[Núcleo urbano|núcleos urbanos]]. Ocorre então uma [[dicotomia]] entre o espaço edificado e a estrutura político-administrativa.<ref name="ROSS">ROSS, Jurandyr. ''Geografia do Brasil''. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 5. ed. ISBN 85-314-0242-5</ref>.
 
Como uma importante característica, deve-se considerar a demanda de espaço na cidade. Todas as cidades do mundo, de modo geral, são constantemente pressionadas pela demanda de espaço. Isto acaba forçando tanto a incorporação de novos territórios como o adensamento dos já ocupados. Assim, as cidades tendem a crescer, ampliando sua periferia no sentido horizontal e [[verticalização (urbanismo)|verticalizando]] as áreas centrais. Quando esse crescimento não é controlado, como acontece com as metrópoles do [[Terceiro Mundo]], o gigantismo deteriora as habitações, torna precários os serviços urbanos, desde os transportes até a segurança, e gera outros problemas<ref name="ROSS"/>.
 
Os [[Países desenvolvidos|países capitalistas desenvolvidos]] foram os primeiros a apresentar esse tipo de espacialização do fenômeno urbano. [[Londres]], [[Nova Iorque]], [[Paris]], [[Tóquio]], mesmo antes da [[Segunda Guerra Mundial]], já apresentavam intensos processos de conurbação.<ref name="ROSS"/>.
 
Principalmente após os anos 30, quando se verificou a grande [[industrialização]] do Brasil, o rápido crescimento ocorrido com as cidades brasileiras gerou um "envelhecimento" dos antigos centros, dada a grande demanda de serviços mais modernos e mais compatíveis com a nova industrialização. Isto acabou significando uma expansão desses centros, que buscavam novas áreas para crescer. Assim, a configuração dessas conurbações então consolidou-se.<ref name="ROSS"/>.
 
Há casos curiosos de conurbações que se desenvolveram junto às linhas de fronteira de diferentes países. É caso das cidades de [[Santana do Livramento]], no estado do [[Rio Grande do Sul]], no [[Brasil]], e [[Rivera (Uruguai)|Rivera]], sede do departamento de mesmo nome, no [[Uruguai]]. O conjunto urbano das duas cidades, denominado tradicionalmente de "[[Fronteira da Paz]]", tem mais de 170.000 habitantes que vivem de forma integrada. É comum, por exemplo, usar o sistema de educação ou de saúde pública de uma ou da outra cidade. O comércio tem especialidades que levam o consumidor a procurar lojas no Brasil ou no Uruguai além de serem muito frequentes os casamentos "mistos" (entre cidadãos dos dois países). A divisão entre as duas cidades é feita por linhas imaginárias traçadas ao longo da malha viária e se estende por muitos quilômetros. Por isso, muitas vezes é difícil para um turista perceber que uma calçada de determinada rua se encontra em um país enquanto que a calçada em frente está no outro.<ref>{{citar web|url=http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000012002000100053&script=sci_arttext&tlng=es|titulo=El fenómeno del bilinguismo en la comunidad fronteriza uruguayo-brasileña de Rivera|data=|acessodata=2007-11-15|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=Silvia Etel Gutiérrez Bottaro}}</ref>
 
Outro caso do gênero é a conurbação entre as cidades de [[Pedro Juan Caballero (cidade)|Pedro Juan Caballero]], no [[Paraguai]], e [[Ponta Porã]], no estado de [[Mato Grosso do Sul]], separadas apenas por uma avenida. Também vale ser mencionada a conurbação existente entre as cidades de [[Leticia (Amazonas)|Letícia]], na [[Colômbia]], e [[Tabatinga (Amazonas)|Tabatinga]], no estado do [[Amazonas]], separadas por uma avenida chamada de "Avenida da Amizade".{{Carece de fontes}}
 
== Fluxo pendular ==
Nas cidades em processo de conurbação é comum a ocorrência do chamado [[Migração humana#Migrações Pendulares|fluxo pendular]]. O fluxo pendular é o fluxo de passageiros (em veículos particulares ou transporte público) atravessando mais de uma cidade com dois picos de maior intensidade, normalmente no período da manhã e no final da tarde. Geralmente, o sentido desse fluxo no final da tarde dirige-se às chamadas [[Cidade dormitório|cidades dormitórios]].{{Carece de fontes}}
 
Essas migrações pendulares são simples fluxos populacionais que não correspondem verdadeiramente a migrações, pois não são realizados com intuito de mudança definitiva, estando embutida na saída do indivíduo a ideia concreta do seu retorno ao local de origem, e por isso o uso do termo "movimento pendular de população". Diferencia-se do conceito de migração por não ter caráter permanente.{{Carece de fontes}}
 
Alguns exemplos de migrações pendulares: deslocamento realizado pelo [[boia-fria]]; viagens de residentes em cidade dormitório, que são realizadas por pessoas que moram em uma determinada cidade e trabalham em outra; o deslocamento de fins de semana e de férias, com objetivos de lazer e descanso ([[viagem]]), que é o principal fator de congestionamentos nas estradas que partem das grandes metrópoles, em fins de semana e vésperas de feriados.{{Carece de fontes}}
 
{{Referências}}