Ayaan Hirsi Ali: diferenças entre revisões

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Quando tinha seis anos a sua família fugiu da Somália para se fixar na [[Arábia Saudita]], depois na [[Etiópia]] e mais tarde, em 1980, no [[Quénia]], onde a família obteve asilo político e vivia uma vida confortável. Foi neste país que Ayaan fez a maior parte dos seus estudos tendo frequentado a ''Muslim Girls' Secondary School.'' Hirsi Ali e a irmã eram regularmente agredidas pela mãe, que descarregava nas duas meninas da família as frustrações da sua vida. Também ainda no Quénia, um professor de Alcorão, a fim de a "disciplinar", partiu-lhe a cabeça contra uma parede, o que ocasionou um internamento de urgência no hospital de Nairobi.<ref>{{citar livro|título=Infidel|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2006|local=|páginas=77|acessodata=}}</ref>
 
Quando Hirsi Ali chegou à adolescência, a [[Arábia Saudita]] estava a financiar a educação religiosa em vários países e suas opiniões religiosas estavam a tornar-se influentes entre muitos muçulmanos. Uma professora religiosa carismática, treinada nesta base de pensamento, juntou-se à escola de Hirsi Ali. Ela inspirou a adolescente Ayaan, assim como alguns colegas, a adotar as interpretações mais rigorosas do Islã na Arábia Saudita, em oposição às versões mais relaxadas então correntes na Somália e no Quênia. Hirsi Ali disse mais tarde que ela havia ficado impressionada com o Alcorão e que viveu "pelo Livro, para o Livro" durante toda a sua infância.<ref name=":1">{{citar web|url=https://www.smh.com.au/news/opinion/to-submit-to-the-book-is-to-exist-in-their-hell/2007/06/03/1180809336515.html|titulo=To submit to the book is to exist in their hell|data=4 de Junho de 2007|acessodata=|publicado=The Sydney Morning Herald.|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi}}</ref>
 
Ela simpatizava com os pontos de vista da [[Irmandade Muçulmana]] e usava um [[hijab]] com seu uniforme escolar. Isso era incomum na altura, mas foi-se tornando mais comum entre algumas jovens muçulmanas. Na época, ela concordou com a [[Fátua|fatwa]] proclamada contra o escritor indiano-britânico [[Salman Rushdie]] em reação ao retrato do profeta Maomé em seu romance ''[[The Satanic Verses|Os Versos Satânicos]]'' <ref>{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20070928140712/http://www.lawcf.org/index.asp?page=Evening+Standard+article+on+Islam+in+Britain|titulo=VIOLENCE IS INHERENT IN ISLAM - IT IS A CULT OF DEATH|data=7 de Fevereiro de 2007|acessodata=|publicado=Lawyers’ Christian Fellowship (Arquivado em WAyBack Machine)|ultimo=Cohen|primeiro=David}}</ref>. Depois de concluir o ensino médio, Hirsi Ali participou de um curso de secretariado no Valley Secretarial College, em Nairóbi, por um ano. <ref name=":0">{{citar web|url=http://www.asiantribune.com/index.php?q=node/175|titulo=Controversial Ayaan Hirsi Ali, Muslim turned atheist, to resign from Dutch Parliament|data=20 de Maio de 2006|acessodata=|publicado=Asian Tribune|ultimo=Choudhury|primeiro=Sohail}}</ref> Enquanto crescia, ela também lia histórias de aventuras em inglês, como a série policial Nancy Drew, com modernos arquétipos de heroína que desafiavam os limites da sociedade - ''"histórias de liberdade, aventura, igualdade entre raparigas e rapazes, confiança e amizade"''.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/2007/02/14/books/14grim.html?fta=y|titulo=No Rest for a Feminist Fighting Radical Islam|data=14 de Fevereiro de 2007|acessodata=|publicado=The New York Times|ultimo=Grimes|primeiro=William}}</ref>
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Ayaan Hirsi Ali divide os seguidores da fé muçulmana em três grupos distintos: os muçulmanos de Meca, a grande maioria, que representam o lado mais tolerante da religião, tal como articulado durante o início da pregação de Maomé; os muçulmanos de Medina , que são inspirados pelos aspectos mais duros do Corão, que Maomé expressou durante a consolidação do seu poder posterior em Medina; e os muçulmanos da mudança - os dissidentes e reformistas que desafiam ativamente o dogma religioso.<ref>{{citar web|url=https://www.theguardian.com/books/2015/apr/27/heretic-islam-reformation-ayaan-hirsi-ali-highlights-scale-of-the-task|titulo=Heretic: Why Islam Needs a Reformation Now (Infiel: PorquÊ o Islão precisa de uma Reforma Agora - em inglês)|data=27 Abril 2015|publicado=The Guardian|ultimo=Anthony|primeiro=Andrew}}</ref>
 
Hirsi Ali ficou chocada com os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, pelos quais a al-Qaeda assumiu a responsabilidade. Depois de ouvir vídeos de Osama bin Laden citando "palavras de justificação" no Alcorão para os ataques, ela escreveu: "Eu peguei no Alcorão e nos hadith e comecei a pesquisar, para verificar. Eu detestei fazer isso, porque eu sabia que encontraria lá as citações de Bin Laden , e não queria pôr em questão a palavra de Deus. "<ref>{{citar livro|título=Infidel|ultimo=Ali|primeiro=Ayaan Hirsi|editora=|ano=2006|local=|páginas=271|acessodata=}}</ref> Durante esse período de transição, ela passou a considerar o Alcorão como relativo - não absoluto - um registro histórico, escrito por homens 150 anos após a morte de Maomé e " por outras palavras, apenas mais um livro " .<ref name=":1" />
 
Em [[2002]] o Partido Liberal [[VVD]] convidou Hirsi Ali para integrar as listas do partido, tendo sido eleita deputada em Janeiro de [[2003]]. No livro acima referido, ela diz que a oportunidade oferecida pelo VVD foi um factor importante na decisão de mudar dos trabalhistas para os liberais, de modo a trazer as suas ideias para o parlamento.