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[[Milton Guran]] em seu livro '''Agudás – os “brasileiros” do Benin''' resume: Brasileiros (brésiliens, brazilians) é o nome de referência que foi dado a este grupo, e por ele adotado, havendo algumas variações locais: agudás no [[Benim]], [[amarôs]] em [[Togo]] e na [[Nigéria]], [[tabom]] em [[Gana]]. Mas a referência a estes como brasileiros aparece praticamente em todos os lugares.
 
Segundo [[Milton Guran|Guran]], eles são diferentes dos outros, vestem-se como brancos, comem com talheres e possuem profissões no sentido [[Capitalismo|capitalista]] do termo, como pedreiros, marceneiros, carpinteiros, alfaiates, entre outras. Muito frequentemente, são alfabetizados e se consideram do lado do progresso e da modernidade diante de uma sociedade que eles percebem agora como primitiva a atrasada. Enquanto esta sociedade, continua vendo-os como [[Escravidão|escravos]], mas com “maneiras de branco”.
 
"Os “brasileiros” do [[Benim]], nas línguas locais (versões arcaicas do português "brasileiro"), são descendentes dos antigos escravos do [[Brasil]] que retornaram à [[África]] durante o século XIX, bem como dos comerciantes baianos lá estabelecidos nos séculos XVIII e XIX. Possuem nomes de família como ''Souza, Silva, Almeida'', entre outros, festejam [[Senhor do Bonfim|Nosso Senhor do Bonfim]], dançam a ''burrinha'' (uma forma arcaica do [[bumba-meu-boi]]), fazem desfiles de [[Carnaval]] e se reúnem frequentemente em torno de uma [[feijoada|feijoadá]] ou de um ''kousidou''.
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Os negros africanos eram desumanizados, tornados objetos e comercializados como escravos. Assim, os [[senhores de escravos]] conseguiriam ter maior controle sobre eles, como também sobre a produção. Esses homens e mulheres tirados de seu local de origem, chegavam aos portos brasileiros e eram comprados e levados para trabalhar em lavouras, nos engenhos, nas minas, nas cidades, nas casas dos senhores e até aprendiam pequenos ofícios em que a renda era transmitida ao seu dono, que ficaram conhecidos como [[escravos de ganho]]. Ocorreu dessa forma desde o [[século XVI]], por volta do ano [[1550]] até o [[século XIX]], quando em [[1888]] houve a promulgação da [[Lei Áurea|lei áurea]].
 
=== Estabelecimento na África ===
Houve dois momentos principais em que os ex-escravos retornaram à [[África]]. O primeiro foi após a [[Revolta dos Malês]] que aconteceu na [[Bahia]] em janeiro de [[1835]], em que os [[Escravidão|escravos]] que participaram da revolta foram deportados para seu continente de origem. E o segundo momento foi após a [[Abolição da escravatura no Brasil|abolição da escravidão no Brasil]] em [[1888]]. Mas desde o século [[XVIII]] já haviam [[Escravidão|escravos]] que conseguiam sua [[alforria]] e retornavam ao seu país.
 
== Construções Históricas ==
Os [[Escravidão|escravos]], ensinados a ser carpinteiros, marceneiros e pedreiros no [[Brasil|Brasil,]] eram [[artesões]] notáveis pelas suas habilidades técnicas e eram conhecidos pelo estilo exuberante e individualista nas portas, fachadas que eram pintadas de cores vivas e colunas de concreto volumosas, as quais tem raízes nos estilos [[Barroco no Brasil|barroco]] populares no [[Brasil]] no século [[Século XVIII|XVIII]].
 
No inicio do século [[Século XVIII|XVIII]], em [[Lagos (Nigéria)|Lagos]], o estilo de [[arquitetura]] dominante eram [[casas de barro]] e [[Palafita|palafitas]] usando folhas de [[colmo]] como telhados, estas casas eram geralmente divididas em compartimentos para manter a família extensa. A residência dos Oba e dos chefes eram muito maiores, possuíam grandes pátios, pilares e arcos, uma mistura de estilos europeus e indígenas. A influência europeia se enraizou durante o reinado de [[Oba Akinsemoyin]] que convidou ex-escravos portugueses para Lagos, e em troca, eles renovaram seu palácio usando tijolos para a estrutura e as telhas importadas de [[Portugal]]. Na década de 1830, a migração dos retornados emancipados começou a mudar o estilo arquitetônico. Influenciados pelos planos simétricos da [[Casa Colonial|casa colonial brasileira]], eles introduziram um novo estilo em [[Lagos (Nigéria)|Lagos]] que logo foi adotado por comerciantes ricos.
 
==Referências==