Cidade de Deus (filme): diferenças entre revisões

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'''''Cidade de Deus''''' é um [[filme de ação]] [[Cinema no Brasil|brasileiro]] de [[2002 no cinema|2002]] produzido por [[O2 Filmes]], [[Globo Filmes]] e [[Videofilmes]] e distribuído por [[Lumière Brasil]]. É uma adaptação roteirizada por [[Bráulio Mantovani]] a partir do [[Cidade de Deus (livro)|livro de mesmo nome]] escrito por [[Paulo Lins]]. Foi dirigido por [[Fernando Meirelles]], codirigido por [[Kátia Lund]] e estrelado por [[Alexandre Rodrigues (ator)|Alexandre Rodrigues]], [[Leandro Firmino da Hora|Leandro Firmino]], [[Jonathan Haagensen]], [[Matheus Nachtergaele]], [[Douglas Silva]] e [[Seu Jorge]].
 
O filme retrata o crescimento do crime organizado na [[Cidade de Deus (bairro do Rio de Janeiro)|Cidade de Deus]], uma favela que começou a ser construída nos anos 1960, e se tornou um dos lugares mais perigosos do [[Rio de Janeiro]] no começo dos anos 1980. Para contar a trajetória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens e eventos que vão sendo entrelaçados no decorrer da trama,. tudoTudo pelo ponto de vista do narrador, Buscapé,. umO meninoprotagonista-narrador que cresceu em um ambiente muito violento,. porémPorém, encontra chancessubsídios depara não ser fisgado pela vida do crime.
 
A [[Adaptação fílmica|adaptação cinematográfica]] iniciou-se no segundo semestre de 1997, quandoum pouco depois de [[Heitor Dhalia]] presenteoupresentear Fernando Meirelles com o livro de Paulo Lins. Dhalia sugeriu a adaptação a Meirelles que, tempos depois, acatou a sugestão, comprou os direitos e chamou Bráulio Mantovani para escrever o roteiro, que, por sua vez, foi concluído em tempo recorde, tendo seu primeiro [[Tratamento (cinema)|tratamento]] no início de 1998. Durante um longo período, Meirelles e a equipe trabalhou com mais de quatrocentos jovens e adultos em uma oficina de atores feita exclusivamente para o filme. As filmagens duraram nove semanas, entre junho e agosto de 2001.
 
''Cidade de Deus'' é considerado um dos filmes brasileiros mais importantes de todos os tempos, sendo enaltecido pela crítica especializada, que, em geral, enfatizou suas qualidades artísticas e estéticas. O longa representa o marco final no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como "[[Cinema do Brasil#Retomada: 1992-2003|cinema da retomada]]". Foi lançado no Brasil em 30 de agosto de 2002, acumulando um público total de {{Formatnum:3307746}} espectadores. Mudou o paradigma do cinema brasileiro ao ser o único até agora a receber quatro indicações ao [[Óscar|Oscar]], nas categorias de [[Oscar de melhor diretor|melhor diretor]], [[Oscar de melhor roteiro adaptado|melhor roteiro adaptado]], [[Oscar de melhor edição|melhor edição]] e [[Oscar de melhor fotografia|melhor fotografia]].<ref>{{citar web|último=Dávila|primeiro=Sérgio|título="Cidade de Deus" muda paradigma brasileiro|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u40918.shtml|obra=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=12 de janeiro de 2016|data=28 de janeiro de 2004}}</ref>
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Em 1997 estava sendo publicado o livro de [[Paulo Lins]], no qual o longa ''Cidade de Deus'' é baseado. O livro foi rapidamente aclamado pela critica especializada, sendo considerado um dos primeiros romances contemporâneos a narrar, com eloquência e qualidade literária, a vida dos moradores da favela com um ponto de vista único.<ref>{{citar web|último=Duarte|primeiro=Lívia Lemos|título=Cidade de Deus e a dramatização da estrutura social brasileira|url=http://www.uel.br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol9/9_8.pdf|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> Pouco tempo depois do lançamento nas livrarias, Fernando Meireles ganha de presente o livro de [[Heitor Dhalia]] — que na época era redator de [[agência de publicidade]] e admirava Meireles por seus trabalhos no meio publicitário.<ref name="cult">{{citar web|título=Diretor de O Cheiro do Ralo e À Deriva, Heitor Dhalia fala sobre seu novo longa, Serra Pelada, a experiência de filmar em Hollywood e a “guerra” em que se transforma um set de filmagem|url=http://revistacult.uol.com.br/home/2013/09/terra-de-conflitos/|obra=Revista CULT|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=agosto de 2009}}</ref> Dhalia sugeriu a adaptação cinematográfica à Meirelles que de imediato recusa, considerando não ser apto ao projeto por morar em [[São Paulo]]. "Sabia pouco sobre a organização da favela e sobre o tráfico e jamais sairia de São Paulo para rodar um longa-metragem no Rio, sobre um assunto tão distante da minha realidade", analisa abruptamente Meirelles.<ref name="notas">{{citar web|título=Cidade de Deus - Notas de produção|url=http://www.webcine.com.br/notaspro/npcideus.htm|obra=WebCine|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref>
 
As resenhas publicadas sobre o livro eram bastantes positivas — que juntamente com Andrea Barata Ribeiro, sócia na produtora [[O2 Filmes]] —, foram responsáveis por estimular Meirelles a mudar de pensamento e resolver ler o romance. Meirelles relatou que ao chegar na página 100 foi obrigado a concordar que havia um argumento interessante. Continuando a leitura, começou a grifar ao acaso as passagens importantes. Quando chegou ao fim, já havia anotado desenhodesenhos de cenários e os personagens principais.<ref name="notas"/><ref>{{citar web|último=[[Miguel de Almeida (jornalista)|Miguel Almeida]]|título=Sala de Cinema entrevista Fernando Meirelles|url=http://www.sescsp.org.br/online/artigo/6530_A+PUBLICIDADE+ME+ENSINOU#/tagcloud=lista|obra=[[SESC TV]]|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=agosto de 2013}}</ref>
 
Depois das anotações, Fernando Meirelles entrou em contato com o autor, Paulo Lins. De imediato, foi informado que outros cineastas e produtores já tinham demonstrado interesse pela obra. Então Meirelles marcou um encontro com Lins para relatar sua intenção de se desprender da carreira publicitária, que abrangia muitos diretores brasileiros na época, se pudesse adaptar o livro aos cinemas.<ref name="cult"/> Sendo este um dos principais motivos julgadojulgados por Meirelles que o fez conseguir os direitos de reprodução da obra. "Creio que foi minha disposição sincera de mergulhar no projeto que falou mais alto" disse o diretor. Depois da conversa, houve uma semana sem telefonemas, e então Paulo Lins liga informando que lhe venderia os direitos.<ref name="notas"/>
{{quote2|Eu acabava de ganhar um projeto que iria transformar minha vida e me fazer descobrir o Rio de Janeiro e parte do Brasil. De quebra, ganhei um novo amigo.|autor=Fernando Meirelles <ref name="notas"/>}}
 
=== Roteiro ===
Meirelles então tinha em suas mãos um livro com mais de 250 personagens e a tarefa de encontrar uma forma cinematográfica para adaptar o material. Ele descartou o caminho que julgava "fácil" que seria escolher apenas uma das tramas do livro e desenvolvê-la. Para seguir o caminho do livro, não poderia desenvolver uma [[Narrativa linear|história linear]] com início, meio e fim, devido os personagens e as situações que se sucediam. Então, desde os primórdios do desenvolvimento do roteiro, acreditava na ideia de somar várias histórias que, justapostas, iriam fazer com que chegasse ao resultado pretendido. LevandoFoi levado em consideração o começo nos [[anos 60]] e chegandoa chegada aos [[anos 80]],. que segundoSegundo o diretor, isto enfatizaria um aspecto de saga, mostrando o desenvolvimento do tráfico no [[Rio de Janeiro]].<ref name="notas"/> Com esta premissa em sua mente, Meirelles chamaconvida [[Bráulio Mantovani]] para escrever o roteiro. Mantovani nunca havia trabalhado escrevendo projetos para o cinema,. naNa época era roteirista de uma série da [[TV Cultura]] intitulada ''Oficinas Culturais'' que tinha Meirelles como consultor de cinema e TV.<ref name="tropico">{{citar web|último=Giannini|primeiro=Alessandro|título=Braulio Mantovani, o roteirista: "Não quisemos fazer sociologia da violência"|url=http://www.revistatropico.com.br/tropico/html/textos/1399,1.shl|obra=Revista Tropico|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> Em seu primeiro contato com o livro de Lins, Mantovani teve uma reação negativa. "Achei que era muito difícil. Achei, na verdade, que ele [Meirelles] tinha enlouquecido" relata o roteirista em uma entrevista. Ao ler as primeiras 200 páginas do livro, Mantovani achou que adaptação nos moldes estabelecidos por [[Syd Field]] em seus livros de conceito roteirísticos seria impossível. Ele tinha chegado a conclusão que Meirelles tinha escolhido mal,. noNo entanto, se afirmou no projeto, após o diretor em reuniões posteriores desenvolver melhor a linha criativa, cujo maior enfoque seria um filme fragmentado, comreiterando que o enredo conteria várias pequenas histórias.<ref name="tropico"/>
 
Em 1998, Bráulio Mantovani conseguiu em tempo recorde concluir o primeiro [[Tratamento (cinema)|tratamento]] do roteiro.<ref name="tropico"/> Em 1999, o [[Sesc|Sesc São Paulo]] realizou uma edição do evento ''Laboratório de Novas Histórias'' com uma sessão de apresentação de roteiros no Grande Hotel em [[Campos do Jordão]].<ref>{{citar web|título=Grande Hotel Campos do Jordão recebe mais uma edição do Laboratório de Novas Histórias|url=http://agitosp.com/2012/11/07/grande-hotel-campos-do-jordao-recebe-mais-uma-edicao-do-laboratorio-de-novas-historias/|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> O roteiro de Mantovani foi um dos apresentados na oficina,. ondeChegou foia ser lido por vários consultores internacionais, entre eles [[Fernando Solanas]] — cineasta argentino de ''Tangos: El exilio de Gardel'' —, e [[Alexander Payne]] — que na época estava lançado seu longa ''[[Election]]'' no Brasil.<ref name="notas"/> Payne foi o que mais demonstrou entusiasmo ao primeiro tratamento de ''Cidade de Deus'', e manteve contato com Mantovani mesmo depois do evento. Este primeiro tratamento ganhou um prêmio internacional do [[Writers Guild of America Award]] — sindicato estadunidense dos roteiristas.<ref name="tropico-meirelles"/> Para receber o prêmio, Mantovani foi à [[Los Angeles]] hospedando-se na casa de Payne,<ref name="notas"/> que acompanhou o desenvolvimento do roteiro se permitindo a dar sugestões que foram acatadas por Mantovani ao tratamento final. Payne teve seu nome creditado como colaborador de roteiro nos créditos finais de ''Cidade de Deus'' e compareceu à estreia mundial, no [[Festival de Cannes]].<ref>{{citar web|título=Alexander Payne analisa o sucesso de seu premiado ‘Os descendentes’|url=http://oglobo.globo.com/cultura/alexander-payne-analisa-sucesso-de-seu-premiado-os-descendentes-3725411|obra=O Globo|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> Quando finalizado a primeira versão, as tarefas seguintes foram resumidas no processo de enxugamento. Quando chegou ao quarto tratamento, Fernando Meirelles relata que já tinha um roteiro para ser filmado e foi dado o início a [[pré-produção]]. Durante um ano foi feito uma série de tratamentos no roteiro, estes com colaboração de todos os envolvidos da equipe.<ref name="gazetadigital"/>
 
No livro, Buscapé é baseado em um amigo do autor, um personagem que realmente existiu e que é branco. Ele não possui uma importância central na trama desenvolvida por Paulo Lins,. emEm contrapartida, no momento da escrita do roteiro, Buscapé foi sesendo adaptandoadaptado e tornandotornou-se notável. Sua casa invadida pela polícia, ele sendo coagido a tirar fotos dos traficantes e estas fotos saindoestampando naa primeira página dode um jornal de grande circulação foram situações criadas pelo roteirista para sobrepor o personagem. Mantovani comenta que "queria que ele fosse menos um observador e mais um participante vulnerável entre os perigos e tentações que lhe cercavam". EstaEstas adaptaçãoadaptações buscou inspiraçõesinspiração no próprio Paulo Lins para estruturar Buscapé, e consequentemente, tornando o personagem negro.<ref name="commentkatia">{{citar web|título=Cidade de Deus - Comentários de Kátia Lund|url=http://www.cidadededeus.globo.com/FLASHES/eq01.swf|obra=Globo.com|acessodata=30 de janeiro de 2016}}</ref> Foi filmado o décimo segundo tratamento, porém, novas modificações aconteceram durante as filmagens e percorrendo até o momento da [[pós-produção]] na [[ilha de edição]]. "Esse roteiro contou com a contribuição milionária das improvisações dos atores. Foram eles que 'escreveram' a versão final dos diálogos", comentou Mantovani em uma entrevista concedida à [[Rede Gazeta|Gazeta Digital]] em julho de 2003.<ref name="gazetadigital">{{citar web|autor=Ubiratan Brasil|título=Os diálogos de Cidade de Deus|url=http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/18/materia/6711/t/os-dialogos-de-cidade-de-deus|obra=Gazeta Digital|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=18 de julho de 2003}}</ref> Mantovani considera a adaptação fidelíssima ao livro, com algumas ressalvas à mudanças estratégicas como a fundição de personagens, trocas de elementos de lugar e criação de situações que não existiam. "Mas tudo isso para, eu acho, estar mais próximo do livro" relata o roteirista que julga o livro como poderoso e muito rico e que o filme nunca procurou ser poderoso quanto. O roteirista reiterou que suas ambições para o filme foram modestas, sempre procurando recuperar o ponto de vista exposto por Paulo Lins, que escreveu o livro morando na própria [[Cidade de Deus (bairro do Rio de Janeiro)|Cidade de Deus, Rio de Janeiro]].<ref name="tropico"/>
 
=== Escolha e o trabalho com os atores ===
''Cidade de Deus'' exigiu a contratação de mais de 60 atores principais, 150 secundários e 2 600 figurantes, a maior parte sendo crianças e adolescentes. Fernando Meirelles relata que dentre os filmes que mais impressionaram ele, a maioria tinha relação com aas maneiraespecificidades de como é tratada a interpretação. E isto influencioufoi uma das influencias para ele adecidir trabalhar com atores não-profissionais e montar uma oficina com jovens moradores das comunidades humildes do Rio de Janeiro.<ref name="folha-atores">{{citar web|título=Atores vêm dos morros e passaram por oficina de atuação|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/cidadededeus/personagens.shtml|obra=Folha Online|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=agosto de 2002}}</ref> Outro ponto importante é que não existia a possibilidade de abrir um teste de elenco em um espectro de 500 atores negros no fim dos anos 1990. Segundo o diretor, a representatividade negra no cinema brasileiro era abalada devido o baixo número de atores negros. E os que eram aptos aos papéis, não passava pelo filtro de Meirelles. "Tinham no Brasil três ou quatro atores negros jovens e ao mesmo tempo eu sentia que atores da classe média não conseguiriam fazer aquele filme. Eu precisava de autenticidade", diz o diretor em entrevistas.<ref name="cearaassembleia">{{citar web|título=Fernando meirelles conversou com a imprensa durante debate no Cine Ceará 2012 e fez balanço dos 10 anos de "Cidade de Deus"|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/cinema/2012-06-04/dez-anos-depois-diretor-de-cidade-de-deus-diz-ter-prejuizo-de-r.html|obra=UltimoSegundo}}</ref> No fim, Meirelles queria que o espectador se relacionasse diretamente com os personagens, sem filtros estabelecidos devido oos atoratores.<ref>{{citar web|último=Meirelles|primeiro=Fernando|título=Sobre o elenco de Cidade de Deus|url=http://www.cidadededeus.globo.com/elenco_021.htm|obra=Globo.com|acessodata=30 de janeiro de 2016}}</ref> Para isso, a equipe do filme encontrou duas vertentes que os ajudaria: Em primeira instância, [[Kátia Lund]] que já trabalhara em projetos envolvendo favelas no Rio de Janeiro — como ''[[Notícias de uma Guerra Particular]]'' e videoclipe do grupo [[Rappa]] ''A Minha Alma''. A segunda vertente foi refugiada por [[Guti Fraga]], diretor e fundador do Nós do Morro — associação que possui grupo de teatro na [[Vidigal|favela do Vidigal]], zona sul do Rio.<ref name="folha-atores"/><ref name="notas"/>
 
Em julho de 2000, foi montado uma "escola de atores" no prédio cedido pelo centro cultural [[Fundição Progresso]], situado na [[Lapa (bairro do Rio de Janeiro)|Lapa]].<ref>{{citar web|último=Cláudia Moretz-Sohn|título=Entrevista com Fernando Meirelles, diretor do filme "Cidade de Deus"|url=http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT384848-1655,00.html|obra=Revista Época|publicado=Editora Globo S.A|acessodata=27 de maio de 2018|data=9 de set de 2002}}</ref><ref name="dvd"/> De primeiro momento, uma equipe se dividiu em duplas que percorriam comunidades — como [[Rocinha]], [[Cantagalo (Rio de Janeiro)|Cantagalo]], [[Mangueira (Rio de Janeiro)|Chapéu Mangueira]], [[Dona Marta]], [[Vidigal]] e a própria [[Cidade de Deus (bairro do Rio de Janeiro)|Cidade de Deus]] — anunciando que haveria testes para os interessados em participar de uma oficina de atores para o cinema. Numa data previamente marcada voltavam com uma filmadora e entrevistavam centenas de candidatos agendados.<ref>{{citar web|título=Educação a 24 Quadros|url=http://www.grupoestacao.com.br/grupoestacao/oficina_cineescola/cidadededeus/cidadeus.htm|obra=Grupo Estação|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> Em quarenta dias, duas mil entrevistas foram filmadas, e depois foi iniciado o processo de triagem com quatrocentos jovens até chegar aos duzentos que foram selecionados para as aulas de atuação em uma oficina batizada de "Nós do Morro" em homenagem à associação de Fraga.<ref name="folha-atores"/> Na escola montada na Fundição, estes duzentos jovens foram divididos em oito turmas, filtrando a idade e disponibilidade de horários. Todos recebiam lanches e auxilio transportestransporte para as aulas que aconteceram duas vezes por semana.<ref name="folha-atores"/> As aulas eram tutoradas por Fraga, e Lund e Meirelles estavam presentes auxiliando.<ref name="notas"/> Foi descartado técnicas teatrais ou tradicionais de interpretação durante as aulas e toda a abordagem de interpretaçãoatuação foi baseada na improvisação. Em nenhum momento os adolescentes selecionados para o projeto leu o roteiro ou memorizou diálogos que seriam ditos durante as filmagens.<ref name="commentkatia"/> Havia turmas e elas preparavam e apresentavam cenas. Logo depois, os alunos eram convidados a comentar sobre o que apresentou. A partir destes testes, eram feitas as avaliações por Meireles e Kátia Lund. Desde o início das aulas, eles já começaram a ligarvincular os alunos com qual papel seria eventualmente o mais adequado. No fim deste processo, já estavam com os papéis principais escolhidos.<ref name="dvd">Cidade de Deus (2002). DVD - MAKING-OF</ref>
 
Em fevereiro de 2001, após a escolha do elenco principal, Fátima Toledo foi contratada para preparar ponderadamente o elenco. Apesar de sua experiência no ramo, Toledo enfrentou o trabalho como um grande desafio. Ela cita um exemplodos exemplos de dificuldade na preparação de [[Leandro Firmino da Hora]] na interpretação de Zé Pequeno, que não conseguia encontrar o verdadeiro ódio para o personagem.<ref name="administração"/><ref>Cidade de Deus (2002). DVD - MAKING-OF. Aos 10m30s</ref> [[Seu Jorge]] comentou o momento que foi anexado ao projeto, onde Kátia e Meirelles estavam descrevendo [[Mané Galinha]],. Jorge disse que chegou até mesmo a se identificar com seu personagem devido conflitos em sua adolescência.<ref>Cidade de Deus (2002). DVD - MAKING-OF. Aos 25m30s</ref> [[Matheus Nachtergaele]] foi o primeiro ator a ser cotado, sem sequer estavaestar em pré-produção quando. Meirelles entrou em contato a fim de anexá-lo ao projeto mesmo não sabendo qual personagem vincularele aseria elena trama. Durante o desenvolvimento de ''Cidade de Deus'', Nachtergaele fez ''[[O Auto da Compadecida (filme)|O Auto da Compadecida]]'' se tornando bastante conhecido em âmbito nacional. Meirelles não queria atores consagrados em seu filme, e achava que seria difícil formar a "química" com o elenco. Nachtergaele tomou isto como estimulo e falou que "desapareceria no filme". "A não ser minha interpretação", disse ele.<ref>{{citar web|título=Cidade de Deus - Como Matheus entrou para o grupo|url=http://cidadededeus.globo.com/elenco_029.htm|obra=[[Rede Globo]]|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref>
 
=== Filmagens ===
Quando estavam se preparando para os estágios iniciais da filmagem principal, Fernando Meirelles recebeu uma proposta de [[Guel Arraes]] — diretor de núcleo da [[Rede Globo]] —, para dirigir um dos episódios da série ''[[Brava Gente (2000)|Brava Gente]]''. De imediato, Meirelles recusa o convite, porém, depois de repensar, aceita com a condição de que pudesse desenvolver na série uma história ligada a uma das fragmentações de pequenas histórias que há no livro e o uso dos jovens de sua oficina de atores. Arraes assentiu e Meirelles e Kátia Lund dirigiram juntos o episódio que serviu como uma espécie de ensaio para ''Cidade de Deus''.<ref>{{citar web|título=Diretor adapta "Cidade de Deus", de Paulo Lins|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2301200107.htm|obra=Folha|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=23 de jan de 2001}}</ref> Foi filmado na própria comunidade Cidade de Deus e acabou se tornando um [[curta-metragem]] apresentado e premiado em Berlim.<ref>{{citar web|título=Curta brasileiro é premiado no Festival de Berlim|url=http://www.terra.com.br/cinema/noticias/2002/02/18/009.htm|obra=[[Terra Networks]]|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=18 de fevereiro de 2002}}</ref><ref>{{citar web|título=Filme é retrato fiel da guerra do tráfico em núcleo habitacional carioca|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/cidadededeus/sinopse.shtml|obra=Folha Online|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=2002}}</ref> O curta ''[[Palace II (curta-metragem)|Palace II]]'' resultou em aprendizados que favoreceu a equipe como um laboratório de testes para ''Cidade de Deus''. Em primeira instancia, Meirelles concluiu que não poderia filmar na própria Cidade de Deus. Na época, a comunidade estava em grandes conflitos e dividia em três áreas, cada uma comandada por um traficante diferente. "A gente percebeu que era uma coisa muito instável, nunca estava falando com a pessoa certa" contou Meirelles à ''[[Revista Trip]]'' que acabou em busca de outras locações.<ref>{{Harvnb|Revista Trip|2002|p=23}}</ref> [[Globo Filmes]] e [[Videofilmes]] se aproximaram do projeto sendo anexadas como coprodutoras do filme.<ref name="notas de distribuição"/>
 
''Cidade de Deus'' foi a primeira experiência cinematográfica de considerável parte do elenco. [[César Charlone]], o diretor de fotografia, arquitetou seu trabalho levando em consideração a dificuldade das cenas com estes atores não-profissionais. Apesar do processo de preparação de elenco, não foi imposto a eles a assimilação das técnicas de ''set'' de filmagem, como marcações, localizações a cada ''take'' e luzes. "Pensar em fazer ensaios e em marcar as cenas era uma fantasia" considera o diretor de fotografia que se adaptou com as marcações pensadas sendo modificadas a cada tomada. Charlone compara sua experiência no filme com trabalhos realizados por ele nos anos 1980 quando centrava na produção de documentários, com câmera na mão, tentando interferir o mínimo na realidade e veracidade filmada. As referências que influenciaram nas decisões de fotografia do filme, veio pela paixão de Charlone ao [[neo-realismo italiano]] e o [[cinema novo]]. Como todas outras áreas, a fotografia de ''Cidade de Deus'' também seguiu o esquema de divisão do filmelonga-metragem em três fases. Na primeira, a cinematografia seguiu um padrão acadêmico, com ''takes'' mais "certinhos" facilitado pelo uso de tripés e com, "''[[travelling]]''" e "enquadrados". A segunda fase procurou seguir o que Fernando Meirelles intitulou de "não-fotografia", "com câmera e luz mostrando sem 'enfeitos', sem se deter a exploração, como se Paulo Lins operasse a câmera na mão" considera Charlone. Já na terceira, levou todo o mecanismo usado na fase anterior ao ápice.<ref>{{citar web|título=Cidade de Deus - Comentários de Cesar Charlone|url=http://www.cidadededeus.globo.com/FLASHES/eq02.swf|obra=Globo.com|acessodata=30 de janeiro de 2016}}</ref>
 
Com um orçamento estimado em 8,2 milhões de reais — dos quais 15% vieram das leis de incentivo e o restante sendo bancado pela própria produtora de Meirelles, a [[O2 Filmes]] —,<ref name="época">{{citar web|título=Histórias e curiosidades sobre os bastidores do filme "Cidade de Deus"|url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR51169-5856,00.html|obra=Revista Época|acessodata=9 de janeiro de 2016}}</ref> ''Cidade de Deus'' foi [[Filmagem|rodado]] durante nove semanas entre 19 de junho a 21 de agosto de 2001.<ref name="administração">
{{Harvnb|Rodrigues Matta|2009}}</ref> Muitos dos figurantes e até mesmo jovens que tinham papéis importantes no longa-metragem não tinham telefone em casa,. aA produção ficou encarregada de enviar [[telegrama]]s a todos os envolvidos informando o dia, horário e local de filmagem. Durante todas as semanas, não houve nenhum ator que não compareceu no local agendado.<ref name="época"/> As gravações se deu por três fases, a primeira parte do filme — a Cidade de Deus nos anos 1960 — foi filmada no conjunto habitacional de Nova Sepetiba, Rio de Janeiro. Embora o tráfico já tivesse chegado ao local, não tinha nenhum traficante tomando conta do lugar, o que possibilitou filmar com facilidade.<ref name="oglobo">{{citar web|título=Artigo: Descortinando a Cidade de Deus|url=http://oglobo.globo.com/rio/artigo-descortinando-cidade-de-deus-14158992|obra=O Globo|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=8 de outubro de 2014}}</ref> Na segunda fase da produção, ambientada nos anos 1970, foi também realizada em um conjunto habitacional construído na época, a Cidade Alta; já a terceira e última fase foi filmada nas favelas selecionadas e em estúdios.<ref name="oglobo"/>
 
=== Pós-produção ===
Com o fim das filmagens em agosto de 2001, ''Cidade de Deus'' avançou seu estágio de desenvolvimento para a pós-produção,. emEm um processo de montagem liderado por [[Daniel Rezende]] que durou cerca de cinco meses. Rezende, assim como o roteirista Bráulio Mantovani, era estreante em longa-metragem,no tendoCinema. Havendo trabalhado editando campanhas publicitárias apenas. Rezende iniciou o processo de edição ainda em estágio de filmagens. A cada cena filmada, o material bruto era levado ao apartamento de Fernando Meirelles onde foi montado o primeiro maquinário de pós-produção para o filme.<ref name="commentkatia"/> Ele compôs seu ''[[workflow]]'' com grande influência da estrutura do roteiro, seguindo as fragmentações divididas pelos anos 1960, 1970 e 1980, com um estilo de montagem diferente.<ref name="academiaedu">{{citar livro| nome1= FERREIRA |sobrenome1= Leslie Picolloto |título = Representações de Voz e Fala no Cinema|url = http://www.academia.edu/12996083/Representa%C3%A7oes_de_Voz_e_Fala_no_Cinema}}</ref>
 
Para a primeira fase, nos anos 1960, foi utilizado uma linguagem clássica do cinema. Rezende optou por uma montagem com cortes corretos utilizando ''raccord'', respeitando eixos e privilegiando a ação, com uma continuidade plano a plano.{{nota de rodapé|''Raccord'' denomina-se uma construção de ligação formal entre dois planos sucessivos. É também o que reforça a ideia de continuidade representativa, provocando um efeito de ligação.<ref>{{citar web|título=Montagem|url=http://www.univ-ab.pt/~bidarra/hyperscapes/video-grafias-139.htm|acessodata=11 de janeiro de 2016}}</ref>}} OOs poucos plano-sequênciasequências utilizadoutilizados enfatizaenfatizam a situação dramática e o diálogo. Na segunda fase, nos anos 1970, onde a criminalidade já não é a maior fonte de renda dando espaço às drogas e ao tráfico, a técnica de corte ''raccord'' não é mais importante. "A liberdade dos cortes causa um certo estranhamento no espectador, preparando-o para um clima bem mais pesado que vai se aproximando" comenta Rezende.<ref name="academiaedu"/> Na terceira fase, nos anos 1980 com a história de Mané Galinha e seu conflito com Zé Pequeno, a montagem não levou em consideração nenhuma regra de edição. Neste trecho, o filme tem uma carga explosiva de ação, e segundo o montador, o uso da liberdade total nesta parte "causa estranhamento, sensações de sufocamento e tensão ao espectador". Rezende exemplifica estas condições de estranhamento com cenas que alguém fala, mas não precisar mexer necessariamente os lábios, uma outra levanta em um ''take'' e está totalmente acomodada no próximo. "O estranho é bem vindo" define Rezende. Foi decidido usar estas técnicas, em virtude da decisão de Meirelles e Katia Lund — em fazer o elenco não ler os diálogos definidos pelo roteirista —, da qual possibilitou uma maior liberdade de improvisação visando tornar o filme com uma tonalidade verdadeira. Porém, deixando dificuldades para o montador.<ref name="academiaedu"/><ref>{{citar web|título=Cidade de Deus - Comentários de Daniel Rezende (montador)|url=http://cidadededeus.globo.com/FLASHES/eq04.swf|obra=Globo.com|acessodata=30 de janeiro de 2016}}</ref> De acordo com o músico [[Ed Côrtes]], responsável pela trilha de ''Cidade de Deus'', a última fase do filme, foi usado músicas sombrias, com flautas, batuque do samba bem lento, e alguns efeitos sonoros.<ref name="academiaedu"/>
 
O pôster do filme foi desenvolvido pelo [[designer gráfico]] especialista em cinema Marcelo Pallotta, a partir de fotografias de Claudio Elizabetzky.<ref name="folha-cartaz">{{citar web|último=Redação|título=Locadora expõe cartazes feitos para o filme "Cidade de Deus"|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u34132.shtml|obra=Folha de S. Paulo|acessodata=9 de agosto de 2017|data=16 de junho de 2003}}</ref> O projeto de comunicação de um filme é comumente um trabalho de muitos envolvidos na liderança,. eE o pôster deve conter um balanço de ideia não pesando tanto para o lado artístico, bem como o comercial. Nesse contexto, as [[Criatividade#Processo criativo|linhas criativas]] que foram levadas em consideração para a divulgação do filme de Meirelles foram estabelecidas após o designer junto à equipe assistir ao [[Montagem#Trabalho de montagem|primeiro corte]] do filme.
Pallotta tinha em mente que o filme não possuía um protagonista fixo que levasse a história do inicio ao fim de forma efetiva. E esta produção conta com um quadro de atores não famosos e até mesmo não profissionais. Portanto, não seria interessante comercialmente destacar alguém desconhecido.
Com tais constatações, Pallota criou cerca de 25 variações do cartaz de ''Cidade de Deus''. Dentre eles, o escolhido: uma galinha em destaque, o nome do filme ao centro, e ao fundo a gangue de garotos.<ref>{{citar web|último=Rebeca Oliveira|título=Confira cartazes famosos de filmes criado por brasileiro|url=http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/08/08/interna_diversao_arte,615881/cartazes-de-filmes-feitos-por-marcelo-pallotta.shtml|obra=Correio Braziliense|acessodata=9 de agosto de 2017|data=8 de agosto de 2017}}</ref>
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== Lançamento ==
=== Exibição e bilheteria ===
''Cidade de Deus'' estreou em maio de 2002 no [[Festival de Cannes]].<ref>{{citar web|último=Garcez|primeiro=Bruno|título='Cidade de Deus' é destaque do Festival de Cinema de Londres|url=http://www.bbc.com/portuguese/cultura/021106_londonfilmbg.shtml|obra=BBC|acessodata=9 de janeiro de 2016|data=6 de novembro de 2002}}</ref> A aproximação da equipe com a [[Rede Globo]] ainda nas filmagens, tornando a [[Globo Filmes]] uma das coprodutoras, facilitou o arranjo de distribuição do filme,. possibilitandoO que também possibilitou o acesso a eficazes canais de divulgação. A emissora uniu forças dando suporte de mídia na campanha de lançamento, com ''[[crossmedia]]'', referências em telenovelas, programas e telejornais. As estratégias de lançamento ficaram a cargo de Bruno Wainer — diretor-executivo da [[Lumière Brasil]] — e [[Daniel Filho]] da Globo Filmes, supervisionadas pela [[O2 Filmes]].<ref name="notas de distribuição">{{citar web|último=Rodrigues Matta|primeiro=João Paulo|título=Cinema brasileiro e distribuição: Analise de Cidade de Deus|url=http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19539-2.pdf|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=29 de maio de 2009}}</ref>
 
O longa-metragem enfrentou um grande período de negociações para a distribuição internacional,. porémEm primeira análise, os resultados foram pareceream "satisfatórios", uma vez que Fernando Meirelles havia entrado em contato com parceiros internacionais — [[Wild Bunch (distribuidora de filmes)|Wild Bunch]] e [[Miramax|Miramax Filmes]] —, ainda na fase de preparação do elenco em meados de 2000. AsAo fim das questões contratuais foram finalizadas apenas no segundo semestre de 2001, eMeirelles Wildconstatou, Bunchque, assumiuno entanto não tinha feito bons contratos. Na época, quando o papelfilme já estava pronto ele aspirou ao máximo recuperar o que tinha investido do próprio bolso. E mesmo sem experiência na área e sem advogados auxiliando com presença ativa assinou acordos que julgou "contratos que até crianças fariam melhor". O resultado final que reverberou por mais de agenteuma internacionaldécada, foi uma divida de vendas4 nosmilhões paísesde nãoreais exploradoscom pelaa Miramaxdistribuição do filme.<ref name="notas de distribuição"/><ref name="cearaassembleia"/>

Nos [[Cinema no Brasil|circuitos brasileiros]], ''Cidade de Deus'' foi distribuído exclusivamente pela Lumière. Wainer, executivo da Lumière, relatou que, desde quando a distribuidora se tornou parceira da [[Videofilmes]] comercializando ''[[Central do Brasil (filme)|Central do Brasil]]'' em 1998, estabeleceu-se um laço de confiança entre as duas companhias. A partir disto, qualquer projeto em que Vídeofilmes estava envolvida, tendia a ser um bom negócio para Lumière.<ref name="notas de distribuição"/> Lumière juntamente com Globo Filmes conseguiu baixar a classificação etária do filme de 18 para 16 anos.<ref>{{citar web|título=Globo Filmes e Lumière preparam lançamento de ''Cidade de Deus''|url=http://www.epipoca.com.br/noticias/ver/8279/estreias-globo-filmes-e-lumiere-preparam-lancamento-de-cidade-de-deus|obra=e-pipoca|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=20 de agosto de 2002}}</ref>
 
Em 30 de agosto de 2002 o filme foi lançado no Brasil em noventa salas. Porém, na segunda semana já havia 120 cópias em exibição, chegando a 180 cópias na sexta semana nas bilheterias. Na terceira semana em cartaz, com duzentas cópias, ''Cidade de Deus'' alcançou a marca de 1 milhão de espectadores nos cinemas brasileiros.<ref>{{citar web|título=ambivalência e catarse em "Cidade de Deus"Estadao no Twitter|url=http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,ambivalencia-e-catarse-em-cidade-de-deus,20020919p1382|obra=Estadão|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=19 de setembro de 2002}}</ref> Segundo notas de [[Filme B (portal)|Filme B]] divulgadas em 2004, o público total foi de 3 307 746 espectadores.<ref name="notas de distribuição"/> Em 3 de janeiro de 2003 o filme foi lançado na [[Inglaterra]], tornando-se a terceira maior abertura de um filme em língua estrangeira no país, atrás apenas de ''[[O Tigre e o Dragão (filme)|O Tigre e o Dragão]]'' e ''[[Le fabuleux destin d'Amélie Poulain]]'', arrecadando R$ 1,4 milhão de reais.<ref name="folha-inglaterra">{{citar web|último=Arantes|primeiro=Silvana|título="Cidade de Deus" faz a 3ª maior bilheteria estrangeira na Inglaterra|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u29869.shtml|obra=Folha Online|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=8 de janeiro de 2003}}</ref><ref name="filmb-inglaterra">{{citar web|título=Arquivo > Definida a cota de tela para 2003|url=http://web.archive.org/web/20110706152444/http://www.filmeb.com.br/informe/269/n269.pdf|obra=[[Filme B]]|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=janeiro de 2003}}</ref> Em janeiro de 2003, ''Cidade de Deus'' foi lançado nos [[Cinema nos Estados Unidos|cinemas norte-americanos]], e obteve também uma grande recepção positiva.<ref name="folha-eua">{{citar web|título="Cidade de Deus" estréia nos EUA com elogios da crítica|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u27257.shtml|obra=Folha Online|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=17 de janeiro de 2003}}</ref> Durante janeiro o filme foi lançado em outros países da Europa, como na [[Espanha]] em noventa cinemas, e [[França]], em 150 salas.<ref>{{citar web|título="Cidade de Deus" é lançado com destaque na Europa|url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u30604.shtml|obra=Folha Online|acessodata=10 de janeiro de 2016|data=10 de fevereiro de 2003}}</ref>