Frederico II da Prússia: diferenças entre revisões

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A sexualidade de Frederico II tem sido motivo de debate entre historiadores<ref>Mitford, Reiners, Steakley, Henderson</ref>. Alguns consideram que era [[homossexual]], outros [[bissexual]], sendo também discutida a possibilidade de que fosse [[celibatário]]. Na corte prussiana alguns consideravam que a relação com [[Hans Hermann von Katte]] seria romântica<ref name="ReferenceA">N. Mitford, ''Frederick the Great'', New York, 1970</ref>, sendo que foi o próprio pai de Frederico II que mandou executar Katte e que forçou o filho a casar com [[Isabel Cristina de Brunswick-Bevern]], de quem nunca teve filhos. Frederico II acabaria por viver separado da sua mulher logo após a morte do seu pai, em 1740, passando a visitá-la formalmente apenas uma vez por ano<ref>L. Reiners, ''Frederick the Great'', New York, 1960</ref>.
 
Frederico gostava de viver em [[Sanssouci]], o seu palácio preferido em [[Potsdam]]. Nos jardins do palácio mandou erguer um Templo à Amizade, celebrando as ligações homoeróticas da [[Grécia Clássica]], decorado com as figuras de [[Orestes]] e [[Pilades]], entre outros<ref>J.D. Steakley, Sodomy in Enlightenment Prussia, ''Journal of Homosexuality'', 16, 1/2 (1988): 163-175</ref>. Em Sansoucci, Frederico recebia os seus convidados privilegiados, em particular o filósofo francês [[Voltaire]], a quem convidou em 1750 para viver no seu palácio. A correspondência trocada entre Frederico e Voltaire ao longo de 50 anos, está marcada por uma fascinação intelectual mútua. Pessoalmente, contudo, a sua amizade era muitas vezes conflituosa uma vez que Voltaire condenava o militarismo de Frederico. O ataque violento de Voltaire a Maupertuis, o diretordirector da academia de Frederico, levou Frederico a ordenar a destruição pública do panfleto de Voltaire e a sua detenção domiciliária. Voltaire seria posteriormente acusado de publicar anonimamente ''A Vida Privada do Rei da Prússia'', depois de regressar da Prússia, onde se referia a homossexualidade de Frederico e se expunha a sua corte de amantes masculinos. Frederico nunca admitiu nem negou as alegações do livro, nem sequer acusou Voltaire de o ter escrito. Alguns anos mais tarde, Voltaire e Frederico reataram a sua correspondência e enterraram as suas recriminações mútuas, acabando amigos de novo<ref>S.W. Henderson, ''Frederick the Great of Prussia: A Homophile Perspective'', Gai Saber,1,1 (1977): 46-54.</ref>.
 
Outros historiadores discordam desta interpretação da sexualidade de Frederico, alegando que os escritos de Frederico indicam simplesmente que ele teria prioridades demasiado importantes para perder tempo com mulheres. O professor francês Dieudonné Thiébault declarou mesmo que Frederico teria amantes em [[Neuruppin]].<ref>Mes souvenirs de vingt ans de séjour à Berlin, Paris, 1804, .5 vol.</ref>. O médico de Frederico, Johann Georg Ritter von Zimmermann, afirmou que o rei teria deixado correr os rumores quanto à sua homossexualidade de forma a evitar que fosse publicamente conhecido que os seus órgãos genitais haviam sido seriamente afectados por uma "cruel operação cirúrgica" que lhe havia salvado a vida de uma grave, mas não identificada, [[doença venérea]]<ref>Snyder, pp. 132-136</ref>. O historiador [[Christopher Clark]] conclui que Frederico "pode ter-se abstido de actos sexuais com qualquer dos sexos depois da sua subida ao trono e, possivelmente, mesmo antes. Se não o fez, seguramente que o mencionou; as conversas do círculo íntimo da sua corte eram frequentemente apimentadas com comentários homoeróticos."<ref>Clark, p. 188</ref>.