Protestantismo histórico: diferenças entre revisões

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Conforme os evangélicos do século XIX abraçavam o [[dispensacionalismo]] e se retraíam da sociedade face aos problemas causados pela industrialização, pela urbanização e pela imigração, os protestantes mais liberais abraçavam o evangelho social, que buscava a "regeneração da sociedade" ao invés da salvação individual. Foi neste contexto que teria ocorrido o [[Terceiro Grande Despertamento]], embora os historiadores discutem se de fato ocorreu um movimento organizado de reavivamento da fé cristã. Enquanto os outros dois despertamentos estavam focados na salvação através de avivamentos, este teria defendido a crença [[Pós-milenarismo|pós-milenar]] de que a [[segunda vinda de Cristo]] ocorreria após a humanidade reformar toda a Terra. Influenciado pelo [[pietismo]] luterano, causou o surgimento de novos grupos como o [[Movimento de Santidade]], a [[Igreja do Nazareno]] e a [[Ciência Cristã]].
 
Em 1904, ocorreu um movimento conhecido como [[O Avivamento do País de Gales]] com grande impacto na população local. Dois anos mais tarde, na [[Reavivamento da Rua Azusa|rua Azusa]], em [[Los Angeles]], surgiu o [[pentecostalismo]]. Inspirado pelos eventos ocorridos em Gales e com raízes no movimento metodista de [[John Wesley]], o pregador afro-americano [[William J. Seymour]] liderou cultos de avivamentos acompanhados de testemunhos de curas miraculosas e [[Glossolalia religiosa|glossolalia]] (o ato de falar em línguas). A missão, que continuou até 1915, foi criticada pela mídia secular e por teólogos cristãos, que consideravam o movimento ultrajante e pouco ortodoxo. A partir daí, sua experiência se espalhou por todo o mundo e levou à fundação da [[Assembleia de Deus]] em 1914 em [[Hot Springs (Arkansas)|Hot Springs]], [[Arkansas]]. Essas manifestações alusivas a [[Pentecostes]] ocorreram nos dois primeiros avivamentos e deram luz aos movimentos pentecostais e [[Movimento Carismático|carismático]], sendo uma das maiores forças do cristianismo ocidental ainda hoje. Há quem propõe que a ascensão do pentecostalismo a partir da década de 19601950, junto com o advento da [[teologia da prosperidade]] e a crise do protestantismo histórico, constitua um Quarto Despertamento, mas esse termoisto não é geralmente aceito pelos historiadores.
 
Na década seguinte, aprofundou-se a divisão entre os protestantes evangélicos e não-evangélicos dentro das Sete Irmãs. Os grupos lutavam para tomar o controle das denominações tradicionais. A chamada controvérsia fundamentalista–modernista terminou com a derrota dos evangélicos, que deixaram as igrejas para fundar seus próprios grupos, muitos dos quais adotando alguns princípios do pentecostalismo. Em países como os Estados Unidos e o Brasil, verifica-se um aumento no número dos protestantes evangélicos, em especial os pentecostais, e um declínio das igrejas tradicionais. Até a [[Segunda Guerra Mundial]], o protestantismo liberal estava em ascensão nos Estados Unidos e um número considerável de seminários teológicos ensinavam a partir desta perspectiva. Após a Guerra, no entanto, a tendência começou a mudar a favor do campo conservador nos seminários e na vida religiosa. Durante as décadas de 1940 e 1950, as igrejas tradicionais abraçaram a [[teologia dialética]] de [[Karl Barth]] que, por sua vez, foi substituída pela teologia social – em especial a [[teologia da libertação]] de [[Gustavo Gutiérrez Merino]] – nos anos 1970.