Hélder Macedo: diferenças entre revisões

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| pseudónimo =
| ocupação = ''Emeritus Professor of Portuguese'', [[King's College]]
| nacionalidade = {{PRTbPRTn|a}} português
| grupo_etnico =
|residência = [[Londres]]
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'''Hélder Malta Macedo''' ([[Krugersdorp]], [[África do Sul]], [[30 de novembro]] de [[1935]]) é um poeta, romancista, ensaísta, crítico e investigador literário, [[Portugueses|português]]. A sua obra ficcional, de entre a qual se destaca o romance ''Partes de África'' (1991), no qual o autor usa técnicas narrativas para revelar as ficções da memória, expondo a fronteira entre o facto e a invenção, é considerada uma das mais originais da [[literatura portuguesa]] contemporânea.<ref>Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. VI, Lisboa, 1999</ref>
 
== Vida e Obra ==
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Passou a infância em [[Moçambique]], e a adolescência na [[Guiné-Bissau|Guiné]] e em [[São Tomé (São Tomé e Príncipe)|São Tomé]] até 1948, ano em que veio para [[Lisboa]]. Entre 1955 e 1959 frequentou a [[Faculdade de Direito de Lisboa]]. Ainda que, na juventude, tenha chegado a dedicar-se à ficção, que não só seria censurada como deliberadamente abandonada, foi como poeta que Helder Macedo se estreou: o seu primeiro livro de poesia, ''Vesperal'' (1957), publicado quando tinha apenas 21 anos, foi saudado por [[Jorge de Sena]] como sendo dos «mais perfeitos que por esse tempo se publicaram», denotando «um equilíbrio refinado» e um «notável domínio da expressão e do ritmo». Apesar de não ser normalmente associado a movimentos literários, fez parte do [[Grupo do Café Gelo]]. A participação nessa tertúlia, que incluía alguns surrealistas, nos finais dos anos 50, radicava sobretudo numa atitude ''anti-establishment'' de sinal político, moral e literário.
 
Opositor ao [[Estado Novo (Portugal)|regime]] e como tal censurado, perseguido e preso, acabou por exilar-se em Londres onde, entre 1960 e 1971, foi colaborador regular da BBC. Licenciou-se em [[Literatura]] e [[História]], apresentando como tese de licenciatura um estudo sobre [[Bernardim Ribeiro]], e doutorou-se em Letras em 1974 na Universidade de Londres, onde leccionava desde 1971 no [[King's College]], com a tese intitulada “Nós – uma leitura de Cesário Verde”.
 
Após o [[25 de Abril de 74]] regressou a Portugal tendo sido Director-geral dos Espectáculos (1975) e Secretário de Estado da Cultura (1979). Entre 1981-82, foi ''visiting professor'' em [[Harvard]] ([[EUA]]), tendo também leccionado na EHECS ([[França]]), na [[UNICAMP]], na [[USP]] e na [[UFRJ]] ([[Brasil]]). Professor titular da cátedra Camões, entre 1982 e 2004, função que acumulou com a de director do departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros, do King's College, até 1991. Ainda no King's College, é actualmente ''Emeritus Professor of Portuguese''.
 
Estreou-se na ficção com ''Partes de África'' (1991), mas foi ''Pedro e Paula'' (1998) que lhe garantiu a consagração como ficcionista, estatuto de que usufruía já como ensaísta e poeta. Foi co-organizador, com António Salvado, das ''Folhas de Poesia'' (Lisboa, 1956-58). Fundou em 1975 e dirige ainda a revista ''Portuguese Studies'' (Prémio para a melhor revista nova, 1987, EUA) e em 1998 ''Veredas. Revista da Associação Internacional de Lusitanistas'' (Porto).
Especialista das obras de [[Camões]], [[Bernardim Ribeiro]] e [[Cesário Verde]], a sua obra ensaística encontra-se dispersa por jornais e revistas, tais como The Times Literary Supplement, Modern Language Review, Quaderni Portoghesi, Graal, Colóquio-Letras, O Tempo e o Modo, Hidra I, Nova Renascença, [[Expresso (Portugal)|Expresso]], [[Jornal de Letras, Artes e Ideias|JL]], [[Diário de Lisboa]], [[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]], etc.
Foi o responsável pela edição, no [[Reino Unido]], de duas antologias de [[poesia portuguesa]] do século XX – ''Modern Poetry in Translation-Portugal'' (Londres, 1973) e ''Contemporary Portuguese Poetry'' (em colaboração com [[E. M. de Melo e Castro]], Manchester, 1978) – e de uma antologia de poesia de Camões – ''Camões. Some Poems'' (em colaboração com Jonathan Griffin e Jorge de Sena, Londres, 1976)