Região Sul do Brasil: diferenças entre revisões

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A maior característica da Região Sul do Brasil é o modo de [[colonização]] e o tipo de colonizadores recebidos.<ref name=":0">{{Harvnb|Arruda 1988}}, p. 7470.</ref> A Região Sul do Brasil começou a ser colonizada durante os [[século]]s [[século XVII|XVII]] e [[século XVIII|XVIII]].<ref name=":0">{{Harvnb|Arruda 1988}}, p. 7470.</ref> Em 1648, os [[portugueses]] foram os fundadores da vila de [[Paranaguá]], a mais antiga cidade da Região Sul do Brasil e do [[Paraná]].<ref name=":0" /> As populações alóctones recebidas pela região foram uma pequena quantidade de [[Negros|escravos africanos]], porém, uma grande quantidade de imigrantes vieram do [[Uruguai]], da [[Argentina]], dos [[Açores]], da [[Espanha]], da [[Alemanha]], da [[Itália]], da [[Polónia|Polônia]], da [[Ucrânia]], dos [[Países Baixos]], entre outros.<ref name=":0" /> A característica populacional dada pelos europeus que contribuíram para o processo de formação da sociedade brasileira do [[século XIX]] foi a predominante [[Grupo étnico|etnia]] [[Brancos|caucasiana]],<ref name=":0" /> sendo deixadas na paisagem características dos países de onde originaram ([[casa]]s, [[transporte]]s, [[Uso da terra|uso do solo]]). Os europeus foram os introdutores do sistema de pequenas e médias fazendas.<ref name=":0" /> A ciência agrícola trazida da [[Europa]] para o Sul do Brasil foi a [[viticultura]], adaptada à [[Serra Gaúcha]].<ref name=":0" />
 
A população das cidades da Região Sul cresceu muito nos anos mais recentes.<ref>{{citar livro|título = Geografia do Brasil|sobrenome = |nome = |local = Rio de Janeiro|editora = IBGE|volume = 5|ano = 1977|página = 155-163|autores = Ruth da Cruz Magnanini & Ariadne Soares Souto Maior}}</ref> As [[Lista de municípios do Brasil acima de cem mil habitantes|cidades mais populosas]] da Região Sul do Brasil são, em ordem de quantidade de moradores, [[Curitiba]] e [[Porto Alegre]].<ref>{{citar web|url = http://www.alunosonline.com.br/geografia/ascidadesmaispopulosasdobrasil.html|título = As cidades mais populosas do Brasil|autor = CERQUEIRA E FRANCISCO, Wagner de|publicado = AlunosOnline.com.br|acessodata = 26 de maio de 2012}}</ref> O [[Desenvolvimento econômico|desenvolvimento industrial]] foi iniciado nas décadas mais recentes, em principalprincipalmente no [[Rio Grande do Sul]], nordeste de [[Santa Catarina]] e [[Região Metropolitana de Curitiba]].<ref>{{citar web|url = http://www.brasilescola.com/brasil/a-industria-na-regiao-sul.htm|título = A indústria na Região Sul|autor = FREITAS, Eduardo|publicado = Brasil Escola|acessodata = 26 de maio de 2012}}</ref> Na região de [[Criciúma]], em Santa Catarina, estão localizadas quase a totalidade das reservas de exploração de carvão no Brasil.<ref>{{citar web|url = http://educacao.uol.com.br/geografia/carvao-mineral-a-fonte-energetica-mais-utilizada-depois-do-petroleo.jhtm|título = Carvão mineral: A fonte energética mais utilizada depois do petróleo|autor = PAREJO, Luiz Carlos|publicado = UOL Educação|acessodata = 26 de maio de 2012}}</ref> O [[Potencial hidrelétrico|potencial energético]], que as inúmeras cachoeiras dos rios das [[Bacia hidrográfica|bacias hidrográficas]] do [[Bacia do rio Paraná|Paraná]] e do [[Bacia do rio Uruguai|Uruguai]] representam, hoje se aproveita muito nas [[Usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]] como a de [[Usina Hidrelétrica de Machadinho|Machadinho]], próximo a [[Piratuba]].<ref>{{citar web|url = http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/05/usina-hidreletrica-de-machadinho-volta-a-operar-depois-de-46-dias-parada-por-causa-da-estiagem-3765080.html|título = Usina hidrelétrica de Machadinho volta a operar depois de 46 dias parada por causa da estiagem|autor = FERREIRA, Marielise|data = 21 de maio de 2012|publicado = Jornal Zero Hora de Porto Alegre|acessodata = 26 de maio de 2012}}</ref>
 
A Região Sul propriamente dita é um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem [[Itália|italiana]]<ref>{{citar web|url = http://www.infoescola.com/geografia/imigracao-italiana-no-brasil/|título = Imigração Italiana no Brasil|autor = PACIEVITCH, Thais|data = 22 de dezembro de 2008|publicado = IinfoEscola.com|acessodata = 23 de maio de 2012}}</ref> e [[Alemães|germânica]].<ref>{{Citar web |url = http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1195367,00.html|publicado = Dw-world.de|título = As diferentes fases da imigração alemã no Brasil - Alemanha - Deutsche Welle|data =|obra =}}</ref> A região Sul apresenta índices sociais acima da média brasileira e das demais regiões em vários aspectos: possui o maior [[Índice de Desenvolvimento Humano|IDH]] do [[Brasil]], 0,756,<ref name="IDH_2010" /> e o terceiro maior PIB per capita do país.<ref>[[IBGE]]. ''[http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasregionais/2009/default_pdf.shtm Contas Regionais do Brasil - 2005-2009]: [http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/contasregionais/2009/contasregionais2009.pdf Tabela 8 - Produto Interno Bruto, população residente e Produto Interno Bruto per capita, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 2009 (página 27)]''. Acessado em 23 de novembro de 2011.</ref> A região é também a mais alfabetizada, 95,2% da população, e a com menor incidência de pobreza.<ref>{{citar web |url = http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=P6&uf=00|titulo = Síntese dos Indicadores Sociais 2010|trabalho = Tabela 8.2 - Taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2010|publicado = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)|acessodata = 2 de maio de 2011}}</ref> Sua história é marcada pela grande imigração europeia,<ref>{{Citar web |url = http://www.brasilescola.com/brasil/imigracao-no-brasil.htm|título = Imigração no Brasil|autor = Brasil Escola|acessodata = 23 de julho de 2012}}</ref> pela [[Guerra dos Farrapos]],<ref>{{Citar web |url = http://www.brasilescola.com/historiab/revolucao-farroupilha.htm|publicado = Brasil Escola|título = Revolução Farroupilha (1835–1845)|autor = SOUSA, Rainer|acessodata = 23 de julho de 2012}}</ref> e, mais recentemente, pela [[Revolução Federalista]],<ref>{{Citar web |url = http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u51.jhtm|publicado = Educacao.uol.com.br|título = Revolução Federalista - História do Brasil - UOL Educação|data =}}</ref> com seu principal evento o [[Cerco da Lapa]].<ref>{{citar web|url = http://www.gazetadopovo.com.br/turismo/conteudo.phtml?id=877564|título = Cerco da Lapa: um episódio que durou 26 dias e marcou a vida da população|autor = Gazeta do Povo|data = 16 de abril de 2009|acessodata = 26 de maio de 2012}}</ref> Outra revolta ocorrida na história da região foi a [[Guerra do Contestado]],<ref>{{citar web|url = http://www.mercator.ufc.br/index.php/mercator/article/viewFile/300/290|título = Território do Contestado (SC-PR) e redes geográficas temporais|autor = FRAGA, Nilson Cesar|data = agosto de 2010|publicado = Revista Mercator|acessodata = 1 de julho de 2012}}</ref> entre os anos de 1912 e 1916.
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O território da atual Região Sul do Brasil foi habitado originalmente pelos [[Povos ameríndios|povos &nbsp;indígenas]], principalmente os [[guaranis]] &nbsp;([[Mbiás|mbyás]]),<ref>{{citar web|url = http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/03almanq/estrs.htm|título = Rio Grande do Sul|autor = Escola Municipal Vila Monte Cristo|publicado = Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> os &nbsp;[[Caingangues|kaingangs]]<ref>{{citar web|url = http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/03almanq/estpr.htm|título = Paraná|autor = Escola Municipal Vila Monte Cristo|publicado = Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> e os &nbsp;[[carijós]].<ref>{{citar web|url = http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/03almanq/estsc.htm|título = Santa Catarina|autor = Escola Municipal Vila Monte Cristo|publicado = Secretaria Municipal da Educação de Porto Alegre|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> Posteriormente, ocorreu a chegada dos padres espanhóis da [[Companhia de Jesus]] para a catequização dos indígenas.<ref name=":5" /> Os padres jesuítas foram os fundadores de aldeias que chamavam-se [[missões]] ou reduções.<ref name=":5" /> Os indígenas que passavam a sua vida nas missões eram [[pecuária|criadores de gado]], [[Agricultura|agricultores]] e aprendizes de ofícios.<ref name=":5" />
 
Os [[bandeirantes]] da [[Capitania de São Paulo]] chegaram a atacar as missões jesuíticas para o aprisionamento dos indígenas.<ref name=":5">{{citar web|url = http://www.urisan.tche.br/~iphan/upload/downloads/file1.pdf|título = A formação histórica dos municípios da região das Missões do Brasil|autor = RAMOS, Antonio Dar|data = 25 de janeiro de 2006|publicado = Campus Santo Ângulo da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> Por essa razão, o local de residência dos jesuítas e dos indígenas foi abandonado.<ref name=":5">{{citar web|url = http://www.urisan.tche.br/~iphan/upload/downloads/file1.pdf|título = A formação histórica dos municípios da região das Missões do Brasil|autor = RAMOS, Antonio Dar|data = 25 de janeiro de 2006|publicado = Campus Santo Ângulo da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> Pouco a pouco, uma grande quantidade de [[São Paulo|paulistas]] foram sendo fixados na [[Relevo de Santa Catarina#Litoral|costa catarinense]].<ref name="Historia de Itajai">{{citar web|url = http://www.itajai.sc.gov.br/c/historia#.VdttA_lVikq|título = História|autor = Prefeitura de Itajaí|acessodata = 19 de julho de 2012}}</ref> Os paulistas foram os fundadores dos municípios mais antigos do litoral, como [[Paranaguá]], [[Florianópolis]], [[Laguna (Santa Catarina)|Laguna]] e [[São Francisco do Sul]], por exemplo.<ref name="Historia de Itajai" />
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=== Chegada dos imigrantes, povoamento recente e desenvolvimento agropecuário ===
O crescimento populacional foi grande depois que os [[imigração|imigrantes]] chegaram da [[Europa]].<ref>{{Harvnb|Antunes 1997}}, p. 97.</ref> Os primeiros imigrantes vieram dos [[Açores]].<ref group="nota">A imigração açoriana para o litoral sulista foi bem menos significativa numericamente do que a migração de minhotos e outros portugueses do Norte para a região mineradora. Todavia, o impacto demográfico que esses colonos das ilhas tiveram no litoral do Sul do Brasil foi enorme. Entre 1745 e 1756, cerca de 6 mil ilhéus chegaram ao litoral de Santa Catarina, sendo que a população local era de apenas 5 mil pessoas. Santa Catarina recebeu 4.612 pessoas em 1748, 1.666 em 1749, 860 em 1750 e 679 em 1753. Outros tantos rumaram para o Rio Grande do Sul. Esses colonos portugueses se fixaram ao longo do litoral, onde fundaram pequenas vilas e lugarejos, vivendo da produção de trigo e da pesca.</ref> Após a imigração açoriana em [[Santa Catarina]] e no [[Rio Grande do Sul]], ocorreu a chegada em principal de imigrantes da [[Alemanha]] (1824, &nbsp;[[São Leopoldo]], &nbsp;Rio Grande do Sul)<ref group="nota">A primeira colônia alemã foi fundada em 1824, com o nome de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, numa área de terras públicas do Vale do Rio dos Sinos.</ref> e da [[Itália]].<ref group="nota">Os italianos chegaram de início à região sul, onde estavam instalando colônias de imigrantes. Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias. Estas colônias foram fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves (1875). Estes imigrantes eram, na maioria, da região do Vêneto, norte da Itália. Depois de cinco anos, face ao grande número de imigrantes, o governo teve de criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul. Nestas regiões os italianos começaram a cultivar a uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná.</ref> Demais agrupamentos buscavam a região para passar a sua vida.<ref>{{citar web|url = http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=77|título = Etnias|autor = Secretaria de Estado do Turismo|data = |publicado = Governo do Paraná|acessodata = 18 de julho de 2011}}</ref> Os imigrantes foram os fundadores de colônias transformadas em cidades de importância como, por exemplo, [[Caxias do Sul]].<ref>{{citar web|url = http://www.caxias.rs.gov.br/cidade/|título = A Cidade: Histórico|autor = Prefeitura de Caxias do Sul|acessodata = 21 de julho de 2012}}</ref>
 
Os [[solo]]s de [[Terra roxa (solo)|terra roxa]] do [[norte do Paraná]] e do [[Mesorregião do Oeste Catarinense|oeste de Santa Catarina]] foram as regiões de povoamento mais recente.<ref>{{citar web|url = http://cj.uenp.edu.br/ch/anpuh/textos/011.pdf|título = COLONIZAÇÃO DO OESTE DO PARANÁ ENTRE AS DÉCADAS DE 1950 A 1960|autor = PEREIRA, Sidnei Aparecido Peliçon|data = maio de 2008|publicado = Campus Jacarezinho da Universidade Estadual do Norte do Paraná|acessodata = 21 de julho de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url = http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_598.pdf|título = MIGRAÇÕES NO OESTE CATARINENSE: HISTÓRIA E ELEMENTOS EXPLICATIVOS|autor = ALVES, Pedro Assumpção; MATTEI, Lauro Francisco|publicado = Universidade de Campinas|acessodata = 21 de julho de 2012}}</ref> O povoamento do norte do Paraná apareceu depois que foram criadas colônias agrícolas.<ref>{{citar web|url = http://www.ipesdaminhaterra.com.br/historia.htm|título = História: A Companhia de terras e o desbravamento|autor = RECCO, Hermínio Rogério|publicado = À Sombra dos Ipês da Minha Terra|acessodata = 21 de julho de 2012}}</ref> [[Migração interna no Brasil|Migrantes]] de demais [[Unidades federativas do Brasil|unidades federativas]] e de mais de 40 [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes por continente|nações estrangeiras]] chegaram na região para serem colonos trabalhadores no cultivo de [[café]] e de [[cereal|cereais]].<ref>{{citar web|url = http://www.rotadocafe.tur.br/norte-do-parana.html|título = Norte do Paraná|autor = Rota do Café|acessodata = 7 de setembro de 2015}}</ref> No oeste de Santa Catarina, foi desenvolvida a [[pecuária]], além de serem exploradas a [[erva-mate]] e a [[madeira]].<ref>{{citar web|url = http://www.pesquisa.uncnet.br/pdf/historia/BUSCA_TERRA_COLONIZACAO_EXPLORACAO_MADEIRAS_OESTE_CATARINENSE.pdf|título = Em busca da terra: Colonização e exploração de madeiras no Oeste Catarinense|autor = WOLOSZYN, Noeli|publicado = Centro de Pesquisas UnC|acessodata = 26 de julho de 2012}}</ref>
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{{Artigo principal|[[Demografia da Região Sul do Brasil]]}}
 
Segundo o [[censo demográfico]] de [[2010]], a Região Sul do Brasil contava 27 384 815 habitantes, sendo a terceira região mais populosa do país (depois do Sudeste e do Nordeste),<ref name="ContagemIBGE2007">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/populacao_2010_DOU_05_10_2010.xls|título=Contagem da população brasileira em 2007|publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística|acessodata=20 de dezembro de 2007}}</ref> concentrando 14,3% da população brasileira.<ref>{{citar livro|título = Almanaque Abril|sobrenome = Civita|nome = Roberto|local = São Paulo|editora = Abril|ano = 2014|página = 654}}</ref> A &nbsp;[[densidade demográfica]] &nbsp;na região, que é uma divisão entre sua população e sua área, é de 47,59 hab./km², mais de duas vezes maior que a do Brasil como um todo.<ref name="Almanaque Abril 2011 652">{{citar livro|autor=CIVITA, Roberto|título=Almanaque Abril|local=São Paulo|editora=Abril|ano=2011|página=652}}</ref> A Região Sul do Brasil se desenvolve com grande força tanto no [[Zona rural|campo]] como nas [[cidade]]s.<ref name="ANTUNES 96">ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1996. p. 96.</ref> Outras características que fazem parte da demografia da Região Sul do Brasil:<ref name="ANTUNES 96" />
*'''Jesuítas deram início à colonização das áreas que se localizam nos campos do sul:''' Objetivando a catequização dos [[indígena]]s, os [[jesuíta]]s espanhóis foram os fundadores de diversas [[Missões jesuíticas na América|missões]] no território que é hoje o [[Rio Grande do Sul]].<ref>{{citar web|url=http://www.urisan.tche.br/~iphan/upload/downloads/file1.pdf|título=Formação histórica dos municípios da região das missões do Brasil|autor=RAMOS, Antonio Dari|data=25 de janeiro de 2006|publicado=Campus da Universidade Regional Integrada em Santo Ângelo|acessodata=30 de julho de 2012}}</ref> Essas missões, cujas atividades econômicas eram a [[pecuária]] e a [[agricultura]],<ref group=nota>No plano econômico, marcaram presença pela criação de gado e animais domésticos, como ovelhas, porcos, galinhas, patos e cães, tendo esses últimos causado grande fascínio entre os indígenas. Com o gado iniciaram a indústria de laticínios. Introduziram também no país numerosas espécies vegetais europeias e asiáticas, e plantaram, em suas residências, uvas, cidras, limões, figos, cacau, legumes, algodão e trigo, ao mesmo tempo em que procuravam iniciar os indígenas em novas técnicas agrícolas. Das frutas faziam conservas. Iniciaram também o cultivo da cana-de-açúcar.</ref> foram mais tarde invadidas por [[bandeirantes (história)|bandeirantes]] paulistas, que foram responsáveis pelo aprisionamento de [[Povos indígenas das Américas|indígenas]] para serem vendidos como [[Escravatura|escravos]].<ref group=nota>A 18 de setembro de 1628 deixou São Paulo a maior de todas as bandeiras que já haviam atacado o Guairá: 2 000 índios e novecentos mamelucos, dirigidos por 69 paulistas. No comando estava o mestre-de-campo Manuel Preto; seu imediato era Antônio Raposo Taváres. Atingindo a região pelo sudeste, os sertanistas atacaram sucessivamente as reduções de San Miguel, Santo Antônio, Jesus María, Encamación, San Xavier e San José. Diante do massacre, os padres reuniram em Santo Inácio e Loreto os índios sobreviventes e refugiaram-se nas missões estabelecidas entre os rios Paraná e Uruguai; os paulistas aproveitaram-se da retirada para destruir as povoações de Vila Rica e Ciudad Real, situadas respectivamente na margem esquerda do rio Ivaí e junto à foz do rio Piquiri; permitindo entretanto que seus habitantes fossem para o Paraguai, onde fundaram nova povoação às margens do rio Jejuí. Em 1632, não existia mais a província jesuítica do Guairá.</ref> As missões jesuíticas no [[Pampa]] foram destruídas, fazendo com que fossem espalhados os animais que os missionários criavam.<ref>ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1996. p. 97.</ref> Desde o [[século XVIII]], os [[portugueses]] e [[espanhóis]] que eram habitantes da [[bacia do rio Paraná]].<ref name="ANTUNES 97">ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1996. p. 97.</ref> Essa luta fez com que Portugal e Espanha disputassem a posse territorial, o que ajudou a formar grandes [[latifúndio]]s, ainda hoje com muita frequência na extremidade meridional.<ref>{{citar web|url=http://www.jornaldelondrina.com.br/brasil/conteudo.phtml?tl=1&id=756701&tit=MST-invade-fazenda-no-Rio-Grande-do-Sul|título=MST invade fazenda no Rio Grande do Sul|autor=O Globo Online|data=14 de abril de 2012|publicado=Jornal de Londrina|acessodata=1 de agosto de 2012}}</ref>
*'''As terras que se localizam nos planaltos foram ocupadas pelos imigrantes vindos da Europa:''' A Região Sul do Brasil seria completamente ocupada com a colonização, que se divide em ambas as fases. A primeira fase foi a dos colonizadores vindos do [[Açores]] (portugueses) no decorrer do litoral, inclusive se destacando para a [[ilha de Santa Catarina]], onde está localizada [[Florianópolis]], e para a [[Região Metropolitana de Porto Alegre|Região Metropolitana]] de [[Porto Alegre]].<ref>{{citar web|url=http://assisbrasil.org/imigra.html|título=A imigração açoriana|autor=ASSIS BRASIL, José Pinheiro Machado de|data=|publicado=Família Assis Brasil|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref> A segunda teve início nas primeiras décadas do [[século XIX]], com os imigrantes vindos da [[Alemanha]]<ref group="nota">Em 1824 chegam os primeiros colonos alemães ao Rio Grande do Sul, sendo assentados na atual cidade de São Leopoldo. Os alemães chegavam em pequeno número todos os anos, porém eram em número suficiente para se organizar e expandir pela região.</ref> e [[Itália]]<ref group="nota">Os italianos chegaram de início à região sul, onde estavam instalando colônias de imigrantes. Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias. Estas colônias foram fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves (1875). Estes imigrantes eram, na maioria, da região do Vêneto, norte da Itália. Depois de cinco anos, face ao grande número de imigrantes, o governo teve de criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul. Nestas regiões os italianos começaram a cultivar a uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná.</ref> que chegaram ao Brasil e, em número pequeno, da [[Rússia]],<ref>{{citar web|url=http://archive.today/wZmf/|título=Imigração russa completará 100 anos|autor=LOSEKANN, Silvana|data=24 de janeiro de 2009|publicado=Defesa Civil do Patrimônio Histórico|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref> da [[Polónia|Polônia]],<ref>{{citar web|url=http://m.radionajua.com.br/noticia/cultural/geral/evento-comemora-140-anos-de-imigracao-polonesa-no-parana-programacao-irati/9374/|título=Evento comemora 140 anos de imigração polonesa no Paraná|data=18 de outubro de 2011|publicado=Rádio Najuá|acessodata=6 de junho de 2014}}</ref> da [[Ucrânia]],<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/parana/noticia/2011/05/comunidade-ucraniana-comemora-120-anos-de-imigracao-para-o-brasil.html|título=Comunidade ucraniana comemora 120 anos de imigração para o Brasil|autor=G1|data=22 de maio de 2011|publicado=RPC TV|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref> do [[Oriente Médio Vivo|Oriente Médio]] e de outros lugares do mundo. Eles foram os colonizadores dos [[planalto]]s, marcando seus costumes no [[Estilo arquitetónico|estilo arquitetônico]] das [[casa|residências]], no [[idioma]] e na [[culinária]].<ref group=nota>A Região Sul foi povoada por imigrantes europeus, sobretudo, italianos, alemães e poloneses, com isso as características arquitetônicas e culturais se tornaram tradicionais. Os imigrantes, assim como suas descendências diretas, têm conseguido preservar as manifestações culturais trazidas dos países europeus. Geralmente, os imigrantes se agrupam em forma de colônias divididas de acordo com a origem de cada país. Em algumas cidades de Santa Catarina, como Pomerode, uma lei municipal obriga a construção de casas em estilo enxaimel (modelo Europeu). Em outra cidade catarinense, chamada de Tílias, a maioria da população da cidade é composta basicamente por imigrantes e descendentes austríacos que preservam todas as características do país de origem, como a língua, os costumes, as festas e as comidas típicas. Tradicionalmente, as crianças assimilam o idioma tirolês em seu próprio ambiente familiar, dessa forma há possibilidade de estabelecer, por parte do governo municipal, uma lei de inclusão da língua no currículo escolar daquela cidade. As colônias do sul preservam todos os aspectos culturais, e essas são materializadas no espaço geográfico sulista através de todo arranjo paisagístico (arquitetura, atividade econômica, manifestações culturais entre outras). Elas servem para aclamar os países e matar a saudade.</ref> Introduziram também a [[policultura]] e o sistema de pequenas propriedades.<ref name="ANTUNES 97" /> É por isso que o Sul é a região [[brasil]]eira que mais tem [[minifúndio|pequenas propriedades]] no campo.<ref name="ANTUNES 97" /> <br />Os [[Alemanha|alemães]] foram estabelecidos principalmente em Santa Catarina, no vale do [[rio Itajaí|Itajaí]], e no Rio Grande do Sul, no Vale dos [[rio dos Sinos|Sinos]].<ref>{{Citar web |url=http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1274817,00.html |publicado=Dw-world.de |título=Deutsche Welle "Brasil alemão" comemora 180 anos (25.07.2004)|data=}}</ref> A [[Serra Gaúcha]] foi ocupada principalmente pelos [[Itália|italianos]], onde começaram a cultivar a [[uva]], fabricar o [[vinho]] e o [[Suco de uva|suco proveniente da fruta]].<ref group=nota>O estado do Rio Grande do Sul recebeu a primeira leva de imigrantes italianos a chegar ao Brasil. Os primeiros imigrantes desembarcaram em 1875, para substituírem os colonos alemães que, a cada ano, chegavam em menor quantidade. Os colonos italianos foram atraídos para a região para trabalharem como pequenos agricultores e lhes foram reservadas terras selvagens na encosta da Serra Gaúcha. Na região foram criadas as primeiras três colônias italianas: Conde D’Eu, Dona Isabel e Campo dos Bugres, atualmente as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, respectivamente. Com o tempo, os italianos passaram a subir as serras e a colonizá-las. Com o esgotamento de terras na região, esses colonos passaram a migrar para várias regiões do Rio Grande. A base da economia na região italiana do Rio Grande foi, e continua a ser, a vinicultura. No centro do estado foi criada a Quarta Colônia de Imigração Italiana, o primeiro reduto de italianos fora da Serra Gaúcha e que originou municípios como Silveira Martins, Ivorá, Nova Palma,Faxinal do Soturno, Dona Francisca e São João do Polêsine. Nesse último, está a localidade de Vale Vêneto, nome dado para fazer homenagem a tal região italiana. Outras colônias italianas foram criadas e deram origens a cidades como Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha, Antônio Prado, Veranópolis, Nova Prata, Encantado, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Guaporé, Lagoa Vermelha, Soledade, Cruz Alta, Jaguari, Santiago, São Sepé, Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul. Essas são as principais colônias italianas do estado. Estima-se que imigraram para o Rio Grande 100 mil italianos, entre 1875 e 1910. Em 1900, já viviam no estado 300 mil italianos e descendentes.</ref> Enquanto isso, [[Rússia|russos]], [[Polônia|poloneses]], [[Ucrânia|ucranianos]] e outros grupos imigrantes foram fixados no oeste de [[Santa Catarina]], no Paraná e em demais pontos localizados na região.<ref>{{citar web|url=http://www.uepg.br/dicion/verbetes/n-z/volga.htm|título=Russos-alemães do Volga|autor=AUER, Marta|publicado=Dicionário Histórico e Geográfico dos Campos Gerais|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.floripol.com.br/cultural/angulski-3.htm|título=Poloneses: Presença e Contribuição em Santa Catarina|autor=ANGULSKIi, Nazareno Dalsasso|data=24 de abril de 2010|publicado=Sociedade Polônia de Florianópolis|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rcub.com.br/rcub/quem-somos/imigracao-ucraniana/|título=Imigração Ucraniana|publicado=Representação Central Ucraniano-Brasileira|acessodata=7 de agosto de 2012}}</ref><ref name="ANTUNES_75">ANTUNES, Celso. ''Capítulo 7: Aspectos humanos e econômicos''. In: ANTUNES, Celso. ''Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil''. São Paulo: Scipione, 1991. p. 75.</ref>