Conquista romana da Península Ibérica: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Provincias de la Hispania Romana (Diocleciano)-pt.svg|thumb|Divisão provincial de [[Diocleciano]] que vigorou c.300 a 410, e cuja inovação mais importante foi a criação das chamadas [[diocese]]s ]]
 
O primeiro combate importante entre Cartagineses e [[República Romana|Romanos]] foi a [[Batalha de Cissa]] ({{AC|218|x}}), provavelmente próxima a [[Tarraco]] (atual [[Tarragona]]), embora os historiadores tenham tentado identificá-la com [[Guissona]], na actual [[província de Lérida]]. Os Cartagineses, sob comando de Hanão, foram derrotados pelas [[Exército romano|forças romanas]] sob comando do próprio [[Cneu Cornélio Cipião Calvo]]. O caudilho dos [[Ilergetes]], [[Indíbil]], que combatia aliado aos Cartagineses, terá sido então capturado. Porém, quando a vitória de Cneu parecia próxima, acudiu [[Asdrúbal Barca]], com reforços, que dispersaram os romanos sem, no entanto, os derrotar. Assim, as forças opostas regressavam às suas bases militares — os Cartagineses a [[Cartago Nova]] (actual [[Cartagena (Espanha)|Cartagena]]) e os Romanos a [[Tarraco]] — e já só no ano seguinte a frota de Cênio Cipião [[Batalha do rio Ebro|venceu Asdrúbal Barca]] na foz do [[rio Ebro]]. Pouco depois chegaram reforços da [[Itália (província romana)|Itália]] dirigidos por [[Públio Cornélio Cipião (cônsul em 218 a.C.)|Públio Cornélio]], permitindo o avanço dos Romanos em direcção a [[Sagunto]].
 
Atribui-se a Cneu e Públio a fortificação de Tarraco e o estabelecimento de um porto militar. A muralha da cidade foi provavelmente construída sobre a anterior muralha ciclópica, já que nela se observam algumas marcas de trabalho da pedra tipicamente [[Povos ibéricos pré-romanos|ibéricas]].
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Algures entre {{AC|214-211|x}}, Cneu e Público regressaram ao Ebro. Sabe-se que em {{AC|211|x}} os "Cipiões" incluíam no seu exército um forte contingente de milhares de mercenários [[celtiberos]]. Estes actuavam, frequentemente, como [[mercenário]]s.
 
As forças cartaginesas estruturaram-se em três exércitos, comandados respectivamente pelos irmãos Barca ([[Asdrúbal Barca|Asdrúbal]] e [[Magão Barca|Magão]]) e ainda por outro [[Asdrúbal Giscão]], filho do comandante cartaginês [[Aníbal Giscão]], morto durante a [[Primeira Guerra Púnica]]. Do lado oposto, os romanos organizaram-se em três grupos, comandados por Cneu, Públio, e ainda por [[Tito Fonteio]]. Asdrúbal Giscão e Magão Barca, apoiados pelo númida Massinissa, conseguem derrotar Públio Cipião, matando-o na [[Batalha de Cástulo]]. Cneu Cipião, em pleno combate a {{AC|211|x}}, na [[Batalha de Ilorci]], assiste à [[deserção]] dos mercenários celtiberos — a quem Asdrúbal Barca ofereceu uma soma maior daquela paga por Roma — e é obrigado a retirar-se. Faleceu durante a retirada, deixando os Cartagineses aptos a atravessar o [[rio Ebro]], que só puderam ser contidos graças à intervenção do [[ordem equestre|equestre]] [[Caio Lúcio Márcio Sétimo]], eleito como general pelas tropas. O cenário destes combates é, porém, incerto, embora sabendo-se que [[Indíbil]] combatia novamente do lado dos cartagineses.
 
No ano seguinte, {{AC|210|x}}, foi enviada uma expedição dirigida por [[Tibério Cláudio Nero]] com vista à captura de Asdrúbal Barca. Contudo, Cláudio traiu a sua palavra e fugiu desonrosamente. O senado insistiu, e enviou novo exército ao rio Ebro, para conter o avanço das tropas cartaginesas em direcção à Itália. O líder desta nova força foi o célebre [[Cipião Africano]], filho do [[Públio Cornélio Cipião (cônsul em 218 a.C.)|general homónimo]], morto em combate em {{AC|211|x}} Cipião fazia-se acompanhar do [[procônsul]] [[Marco Silano (general em 207 a.C.)|Marco Silano]] (que deveria suceder a Cláudio Nero) e do seu companheiro de armas, [[Caio Lélio]], chefe de esquadra. À sua chegada, os exércitos cartagineses encontravam-se instalados da seguinte forma: aquele dirigido por Asdrúbal Barca encontrava-se próximo da [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[rio Tejo]]; o exército de Asdrúbal Giscão na região da futura [[Lusitânia]], próximo à actual cidade de [[Lisboa]]. O exército de Magão encontrava-se na zona do [[estreito de Gibraltar]]. Cipião, aparentemente desprezando a importância da região do Ebro, atacou directamente [[Cartago Nova]] por terra e por mar. A capital púnica peninsular, cuja guarnição, insuficiente, era dirigida por outro [[Magão (comandante de Cartago Nova)|Magão]], foi obrigada a ceder, [[Batalha de Cartago Nova (209 a.C.)|sendo ocupada pelos Romanos]]. Rapidamente, retornou Cipião a Tarraco antes que Asdrúbal atingisse as desguarnecidas linhas do Ebro.