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A imprensa especializada e o público em geral já tinham começado a aclamar o Brasil como o novo campeão mundial, dias antes da final, e eles tinham razões para isso. O Brasil vencera suas duas últimas partidas, com um estilo muito ofensivo de jogo contra qual todos os esforços se tinham mostrado inúteis. Por outro lado, o Uruguai tinha encontrado muita dificuldade tanto no jogo contra a Espanha, como contra a Suécia, obtendo um empate contra a Espanha e uma vitória magra sobre a Suécia. Quando esses resultados eram comparados ficava óbvio que o Brasil estava preparado para vencer o Uruguai, facilmente, da mesma forma como tinha vencido a Espanha e a Suécia.
 
Na manhã de [[domingo]], [[16 de julho]] de [[1950]], as ruas do [[Rio de Janeiro]] estavam em polvorosa. Foi improvisado um carnaval sob o som de "O Brasil precisa vencer!". Este espírito encorajador não cessou, até o início da partida final, que lotou o lendário [[Estádio do Maracanã]] com um público de aproximadamente 200.000 pessoas, um recorde mantido até hoje.
 
O clima já era exagerado e, para contribuir ainda mais com a ideia do “já ganhou”, minutos antes do jogo começar, o prefeito do Rio de Janeiro, [[Ângelo Mendes de Morais]], discursou no Maracanã com as seguintes palavras: “Vós brasileiros, a quem eu considero os vencedores do campeonato mundial; vós brasileiros que a menos de poucas horas sereis aclamados campeões por milhares de compatriotas; vós que não possuis rivais em todo o hemisfério; vós que superais qualquer outro competidor; vós que eu já saúdo como vencedores!”.
 
No entanto, [[Paulo Machado de Carvalho]], chefe da delegação brasileira que venceu as copas de [[Copa do Mundo FIFA de 1958|1958]] e [[Copa do Mundo FIFA de 1962|1962]], e que na época era dirigente do [[São Paulo Futebol Clube|São Paulo]], pensava exatamente o contrário. Em visita à concentração da seleção no [[Estádio São Januário]], na véspera da partida, Paulo encontrou vários políticos em campanha eleitoral fazendo discursos inflamados aos jogadores, além de jornalistas, fotógrafos e outras pessoas chegando a todo instante para tietar os "futuros campeões". Mesmo alertando o técnico [[Flávio Costa]] do risco que aquilo tinha para a concentração dos atletas, Paulo não foi ouvido e, perplexo, falou ao seu filho [[Antônio Augusto Amaral de Carvalho|Tuta]], que o acompanhava: "''Vamos perder''".<ref>{{Citar livro| autor=Rockmann, Roberto; Carlos, Tom |título=O Marechal da Vitória | subtítulo=Uma História de Rádio, TV e Futebol | local=São Paulo | editora=A Girafa | ano=2005 | páginas=368 | isbn=9788589876759 }}</ref>
 
Na manhã de [[domingo]], [[16 de julho]] de [[1950]], as ruas do [[Rio de Janeiro]] estavam em polvorosa. Foi improvisado um carnaval sob o som de "O Brasil precisa vencer!". Este espírito encorajador não cessou, até o início da partida final, que lotou o lendário [[Estádio do Maracanã]] com um público de aproximadamente 200.000 pessoas, um recorde mantido até hoje.
 
== Preparação do Uruguai ==