Golpe de Estado no Brasil em 1964: diferenças entre revisões

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Golpe de 1964/Intervenção 1964
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}}
'''GolpeIntervenção de EstadoMilitar no Brasil em 1964''' designa o conjunto de eventos ocorridos em [[31 de março]] de [[1964]] no [[Brasil]], que culminaram, no dia [[1.º de abril]] de 1964, com um [[golpe militar]] que encerrou o governo do presidente democraticamente eleito [[João Goulart]], também conhecido como ''Jango''.
 
Os [[Forças Armadas do Brasil|militares brasileiros]] favoráveis ao golpe e, em geral, os defensores do [[regime militar|regime]] instaurado em 1964 costumam designá-lo como "Revolução de 1964", "Contragolpe de 1964" ou "Contrarrevolução de 1964".<ref name=Defesa>[http://www.caer.org.br/portal/phocadownload/userupload/revistas/revista260/revcaer260.pdf "A Revolução de 31 de março de 1964 (Uma análise sumária de suas causas)"]. Por Manoel Soriano Neto. ''In'' ''Revista do Clube da Aeronáutica'' n° 260, p. 18.</ref><ref>{{citar jornal| último = ARRUDA | primeiro = Roldão |data= 10 de março de 2013 |titulo= Após polêmica, obra é entregue sem alarde | jornal =O Estado de S. Paulo |numero={{formatnum:43608}} |paginas= A10 |editora= S.A. O Estado de S. Paulo | local = São Paulo |issn = 15162931 |url= http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,apos-polemica-obra-e-entregue-sem-alarde-,1006802,0.htm | acessadoem= 10/3/2013}}</ref>
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=== Envolvimento dos EUA ===
==== Reunião de Kennedy com Lincoln Gordon ====
Entre 11h55 e 12h20 de 30 de julho de 1962, ocorreu na [[Casa Branca]] uma reunião que já apontava a influência que teriam os Estados Unidos nona golpeintervenção que viria a ocorrer no Brasil dois anos mais tarde.<ref name="Ayerbe"/> Na presença do subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, Richard Goodwin, do assessor especial para Assuntos de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, e do embaixador americano no Brasil, [[Lincoln Gordon]], que tinha ido a Washington relatar a [[John Kennedy]] a conversa pessoal que havia tido com o presidente João Goulart, no dia 23 de julho de 1962, em Brasília, Kennedy instruiu Gordon a interferir ativamente na política interna brasileira.<ref name=autogenerated1>{{citar web | url=http://www.jfklibrary.org/NR/rdonlyres/625A2955-D0C0-4DC1-A67A-DBFFED354F05/51866/PresidentialRecordingsomni200912.pdf | título=Tape 1: Brazil, Peru, Common Market, Berlin, and Canada | publicado=www.jfklibrary.org }}</ref><ref>{{citar web | url=http://www.cafenapolitica.com.br/component/content/article/51-internacionais/182-a-integra-da-conversa-de-kennedy-gordon-.html | título= ''A íntegra da conversa de Kennedy, Gordon...'' | publicado=www.cafenapolitica.com.br }}, The Presidential Recordings- John F. Kennedy - Miller Center of Public Affaires - University of Virginia, USA.</ref>
{{quote2|(Kennedy): - Então, o que vamos fazer ? Eu digo, quem vamos escolher? Nós temos que mandar para lá alguém que possa estabelecer ligações muito rápidas... e tem de falar em português. (Goodwin): - Por que não falamos com o Ros Gilpatric ou alguém... (Kennedy): - Ótimo, mas isto tem de ser feito hoje. (Quinze segundos suprimidos como documento classificado.)|John Kennedy, Lincoln Gordon, Richard Goodwin<ref name=autogenerated1 />}}
 
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[[Darcy Ribeiro]] citou ainda que "foi desencadeado com forte contingente armado, postado no Porto de Vitória, com instruções de marchar sobre [[Belo Horizonte]]".
 
A "Brother Sam" objetivava abastecer com combustível e armas os militares golpistasintervencionistas. O porta-aviões americano [[USS Forrestal (CVA-59)]] e destróieres foram enviados à costa brasileira e ficaram próximos do [[Porto de Vitória]] (ES) e serviriam de apoio militar às tropas golpistas caso tropas legalistas decidissem resistir aoa golpeintervenção.<ref name="foco"/>
 
==== Envolvimento da CIA ====
{{Mais informações|Atividades da CIA no Brasil}}
Nos telegramas abertos pelos arquivos de segurança nacional americanos, Gordon também reconhece envolvimento americano em "operações secretas de manifestações de rua pró-democracia …e encorajamento [de] sentimento democrático e anticomunista no Congresso, nas Forças Armadas, grupos de estudantes e trabalhadores pró-americanos, igreja, e empresas" e que ele "pode pedir fundos adicionais modestos para outros programas de ações secretas em um futuro próximo".<ref>{{citar web | url=http://history.state.gov/historicaldocuments/frus1964-68v31/d187 | título= 187. Telegram From the Ambassador to Brazil (Gordon) to the Department of State | publicado=history.state.gov }} Rio de Janeiro, 28 de março de 1964. Acessado em 3 de abril de 2012</ref> Apesar de parte dos arquivos operacionais da CIA permanecem confidenciais, impedindo os historiadores de medir precisamente o envolvimento direto da CIA no golpe<ref name="gwunsa">Kornbluh, Peter. {{citar web | url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB118/index.htm#docs | título= BRAZIL MARKS 40th ANNIVERSARY OF MILITARY COUP | publicado=www.gwu.edu }} GWU National Security Archive. Acessado em 3 de Abril de 2012.</ref>, um documento datado de 30 de março de 1964 revela que a CIA, com base em informações colhidas em Minas Gerais, previa oa golpeintervenção em poucos dias, falando que "a revolução não será resolvida rapidamente" e "será sangrenta".<ref>{{citar web|url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB118/bz04.pdf|título=CIA, telegrama da Intelligence Information sobre "Planos de conspiradores revolucionários em Minas Gerais," 30 de Março de 1964|autor=CIA|autorlink=CIA|publicado=CIA|acessodata=6 de agosto de 2013}}</ref>
 
== Correntes de pensamento da época ==
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No dia 28 de março de 1964, na cidade de Juiz de Fora, os generais Olímpio Mourão Filho e [[Odílio Denys]] se reuniram com o governador de Minas Gerais, o banqueiro [[Magalhães Pinto]]. Pinto foi um dos principais financiadores do IPES.
 
A finalidade da reunião era o estabelecimento de uma data para o início da mobilização que culminaria com oa golpeintervenção militar de 1964.
 
=== As datas ===
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Assim, houve a ditadura de direita, alinhando-se ao bloco liderado e financiado pelos Estados Unidos.
 
== Após oa golpeintervenção de 1964 ==
Logo após o golpe de 1964, em seus primeiros 4 anos, a ditadura foi endurecendo e fechando o regime aos poucos. Vieram os [[atos institucionais]], artificialismos criados para dar legitimidade jurídica a ações políticas contrárias à Constituição Brasileira de 1946, culminando numa ditadura. O período compreendido entre 1968 e 1975 foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como "[[Anos de chumbo (Brasil)|anos de chumbo]]".
 
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=== Beneficiados ===
Entre os que apoiariam oa golpeintervenção militar, havia muitos especuladores de capital, banqueiros, [[Latifúndio|grandes latifundiários]], setores da indústria mecânica, construção civil, e principalmente políticos oportunistas que trocavam de partido independente da sua orientação ideológica.<ref name="Scocuglia">{{citar web|url=http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Afonso_Celso_Scocuglia_artigo.pdf |título=Goulart e o Golpe de 1964: por uma nova historiografia |publicado= UNICAMP |autor=SCOCUGLIA, Afonso Celso}}</ref>
 
Os maiores financiadores do golpe foram notadamente as grandes [[oligarquia]]s do Brasil, além das multinacionais e do próprio governo estadunidense.<ref>{{citar web|url=http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/4786/joao_goulart_inacio.pdf?sequence=1 |título=Porque Jango não reagiu? O dilema final do governo deposto em 1964 |publicado=Biblioteca Câmara}}</ref>
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=== Milagre econômico ===
{{Artigo principal|Milagre brasileiro}}
O surto de crescimento econômico que ocorreu em seguida aoa golpeintervenção militar, chamado de "[[Milagre brasileiro]]", caracterizado pela modernização da indústria e pelas grandes obras, estava de fato ocorrendo. Porém, também havia os interesses de grandes grupos econômicos e a especulação do capital. Estes tinham interesse nos lucros advindos da ditadura forçando a construção de grandes obras de infraestrutura.
 
Naquela época, fortunas gigantescas foram ganhas às custas de empréstimos externos. Dizem alguns{{Quem?}} que o retorno do investimento das empresas e grupos multinacionais era necessário, o montante aplicado no golpe foi imenso. O problema não equacionado foi o custo social do retorno.