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=== Ditados populares ===
Muitos ditados populares usam a cegueira tanto de forma metafórica quanto real. "Mais perdido do que cego em tiroteio" é um ditado popular atribuído a pessoas que não conseguem entender algo. "Em terra cego, quem tem um olho é rei" é outro dito, que refere-se a elevação de pessoas se comparadas a outras de pouco valor, por exemplo em uma área onde a procura por mão de obra qualificada é muita escassa, uma pessoa qualificada mesmo que minimamente já é muito boa. "O pior cego é aquele que não quer ver" fala sobre as pessoas que se recusam aceitar verdade. "Mais vale ser cego dos olhos do que do coração" é um provérbio árabe que enfatiza o amor.
 
== Aspecto filosófico ==
 
[[Denis Diderot]], um dos mais radicais filósofos materialistas dentro do [[Iluminismo]], escreveu acerca da deficiência visual em sua Carta sobre os cegos para o uso dos que veem (1749), em que o autor reflete constantemente sobre o modo como um cego adquire conhecimento. Nela, diz-se que fora entrevistado Puiseaux, um cego [[congênito]], e a ele são feitas inúmeras perguntas para tentar compreender como ele vive e conhece tudo ao seu redor.
 
Diderot chega ao [[raciocínio]], por exemplo, de que os cegos são "amigos da ordem"<ref>DIDEROT, Denis. Carta sobre os cegos para o uso dos que veem, 1749. Col. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 27</ref>, ou seja, tornam-se indivíduos organizados pois estão mais propensos a perderem os seus objetos - e, assim, as pessoas que convivem com eles acabam adquirindo o mesmo hábito de [[organização]].
 
A respeito de outros aspectos, como a [[memória]] e a [[abstração]], ele conclui que os deficientes visuais as desenvolvem melhor do que aqueles que possuem o [[sentido]] da visão<ref>DIDEROT, Denis. Carta sobre os cegos para o uso dos que veem, 1749. Col. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 41 e 42</ref>: a memória porque os cegos conseguem relembrar a [[sensação]] dos corpos com muito mais facilidade, mesmo quando os [[objetos]] já não estão mais presentes adiante; a abstração porque os cegos têm melhor capacidade de separar as qualidades dos corpos, enquanto os que veem podem fazer uma separação insuficiente.
 
Durante todo o contexto da obra, o questionamento gira em torno da relação entre o homem e sua [[razão]] e o processo de construir conhecimento mediante os sentidos, e o pensador não nega que nos haja grandes feitos através dos órgãos e dos sentidos. Quando perguntado se gostaria de poder enxergar, o cego afirma que preferia possuir braços mais longos, mãos mais hábeis a ter a capacidade da visão<ref>DIDEROT, Denis. Carta sobre os cegos para o uso dos que veem, 1749. Col. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 32 e 33</ref>. Isso mostra o quanto o deficiente está ligado ao tato e acaba se adaptando às ferramentas que possui para poder conhecer.
 
Há no texto também outras abordagens. Fala-se sobre Nicholas Saunderson, um importante matemático inglês que, apesar de cego, possuía, sem dúvida, grande habilidade no campo. Além disso, reflete-se a respeito da cirurgia de [[catarata]] e surgem diversas questões<ref>DIDEROT, Denis. Carta sobre os cegos para o uso dos que veem, 1749. Col. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 70</ref>: o cego conseguirá ver logo após a cirurgia estar feita? Em caso afirmativo, ele estará apto a fazer distinção entre as [[figuras]] que se lhe apresentam? Essas e outras indagações mostram a relevância de pensar, através do aspecto filosófico, a deficiência e sua forma de estar no mundo e conhecê-lo.
 
== Animais cegos ==
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* [http://www.afac.org.br AFAC]- Associação Fluminense de Amparo aos Cegos - Niterói - RJ
* [http://www.retinabrasil.org.br Retina Brasil]- Associação de pacientes Retina Brasil - São Paulo SP
* [https://en.wikipedia.org/wiki/Denis_Diderot]
* [http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais15/alfabetica/MachadoIsabelPittaRibeiro.htm]
 
{{Patologia do olho}}