Gilda Abreu: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m reversão: conteúdo é cópia de http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/284770/1/Pizoquero_LucileneMargarete_M.pdf
Foi incluído no verbete a história básica da vida pessoal e profissional de Gilda de Abreu, com suas devidas referências.
Etiquetas: Expressão problemática Inserção do elemento "nowiki", possivelmente errônea Possível conteúdo ofensivo Provável parcialidade Editor Visual Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 10:
|data_nascimento ={{dni|lang=br|23|9|1904|si}}
|localidaden = [[Paris]], [[França]]
|data_falecimento ={{morte|lang=br|43|67|1979|23|9|1904}}
|localidadef = [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro, RJ]]
|altura =
Linha 26:
|IMDB_id = 0009341
}}
'''Gilda de Abreu''' ([[Paris]], [[23 de setembro]] de [[1904]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[4 de junho]]|3 de julho de]] [[1979]]) foi uma [[cineasta]], [[atriz]], [[cantora]], [[escritora]] e [[radialista]] [[brasil]]eira.
 
== Biografia ==
[[File:Gilda de Abreu, 1955.tif|thumb|left|Em 1955.]]
Gilda de Abreu nasceu na França em 23 de setembro de 1904, sua mãe era uma cantora lírica portuguesa e seu pai um médico e diplomata. Filha de família burguesa e católica, foi batizada aos 4 anos de idade aqui no Brasil, pra onde só retornou com o início da primeira guerra mundial, dez anos depois. No Brasil, morava na Tijuca bairro do Rio de Janeiro com seus avôs, sendo educada nos moldes europeus e passando por colégios de elite.
Filha de um [[diplomata]] [[brasil]]eiro e de uma cantora lírica, começou como atriz de teatro em [[1933]], passando ao cinema no papel principal da comédia romântica "[[Bonequinha de Seda]]", produzida por [[Ademar Gonzaga]], em [[1936]].
 
Em 1922, já com dezoito anos ingressou no [[Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Instituto Nacional de Música no Rio de Janeiro]], formando-se em 1927 em canto lírico com medalha de ouro. Gilda iniciou então sua carreira  como cantora lírica, nesse período, mesmo sendo apaixonada por teatro não protagonizou nenhuma peça até o falecimento de seu pai e avô. A carreira teatral na época era muito mal vista, devido a parte das atrizes serem também acompanhantes. Logo, para uma família burguesa da época era um absurdo Gilda ingressar nesse ramo.
Foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes no Brasil, fazendo estrondoso sucesso com o melodrama "[[O Ébrio (filme)|O Ébrio]]" de [[1946]], sobre a ascensão e decadência de um cantor em virtude de uma decepção amorosa e do [[alcoolismo]]. O papel principal foi de seu marido, o cantor e compositor [[Vicente Celestino]], com quem se casou em 1933.
 
Em 1933 estréia a primeira opereta protagonizada por ela, “A canção brasileira”, para essa mesma opereta escreveu um ato “A princesa esfarrapada ou A princesa maltrapilha”  acrescentado no dia 25 de abril de 1933. Após “A canção brasileira”, nesse mesmo ano protagonizou “Maria” de [[Viriato Correia|Viriato Corêa]], “A Casa Branca” de Freire Júnior, “A Cantora do rádio” e “Jurity” também de Viriato Corêa.
Dirigiu também os dramas "Pinguinho de Gente", uma história ingênua e simplória, em [[1947]], "Coração Materno", onde também atuou como [[atriz]] e [[roteirista]], em [[1951]], ao lado de Vicente Celestino, e "[[Chico Viola não Morreu]]", [[documentário]] sobre a vida e as canções de [[Francisco Alves]].
 
Casou-se aos 29 anos no dia 25 de setembro de 1933, segunda-feira com [[Vicente Celestino]], com quem contracenou em "A canção Brasileira". A escolha da data se deu, principalmente, pelo fato de que durante o final de semana eles tinham apresentações em muitos horários o que tornava quase impossível a realização do casamento, e mesmo a cerimônia ocorrendo na segunda feira, ao seu término o casal foi trabalhar. Gilda permanece casada com Vicente até 1968 quando ele morre.
Foi cantora lírica e de operetas, autora de [[radionovela]]s, das peças teatrais "[[Aleluia]]", "A Mestiça", "[[Arca de Noé]]" e "Alma de Palhaço" e de vários livros, dois deles sobre o marido, que morreu em [[1968]]. Quando ela morreu estava casada com José Spinto.
 
Em 1936, Gilda estréia no cinema com o filme [[Bonequinha de Seda|"Bonequinha de Seda"]], dirigido por Oduvaldo Vianna. O filme foi de grande impacto na vida da atriz, devido ao fato de ter sido inspirado e pensado para que Gilda o interpretasse, existem, inclusive, cenas quase biográficas de sua vida no filme. Bonequinha de seda foi de extrema significação para o cinema brasileiro sendo visto como um ponto de retomada dos filmes de qualidades feitos no Brasil, além da exibição no [[Cine Palácio]] foi exibido em alguns outros países como Argentina, Chile, Portugal e Uruguai.
 
No início da década de 40, com o sucesso das radionovelas, Gilda passa a escrevê-las. Para a [[Rádio Nacional]] escreve "Mestiça", "Aleluia", "A Cigana", "Pinguinho de gente", e outras, além de escrever "Alma de palhaço" para a [[Rádio Tamoio]]. Ainda na década de 40, mais especificamente em 1945 começou a trabalhar no filme, do qual seria diretora, [[O Ébrio (filme)|"O Ébrio"]] obtendo um enorme sucesso de bilheteria.
 
Em 1947 junto com a [[Cinédia]] iniciou as filmagens de seu segundo filme "Pinguinho de Gente", este não obteve tanto sucesso quanto o primeiro. Seu terceiro filme foi "Coração Materno", adaptação de uma canção de Vicente que também não foi bem recebido pela crítica. Com o fracasso do filme, Gilda adoece e passa a se dedicar à escrita,  escrevendo poemas, radionovelas e até contribuindo com roteiros.
 
Em 1968 morre Vicente e em 1977 ela filma "Canção de Amor", um curta em homenagem ao falecido marido. Nesse mesmo ano se casa com José Spintto e posteriormente, entre 1977 e 1979 funda o Centro Cultural Artístico Nícia Silva em homenagem a sua mãe. No dia 3 de julho de 1979 Gilda Abreu morre devido a uma trombose cerebral, esta já estava em hospitais desde 3 de maio desse mesmo ano.
 
'''Década de 30'''
 
A década de 30 iniciou com acontecimentos históricos importantes que vieram, mais tarde, influenciar também o cinema. A [[Revolução de 1930|Revolução de 30]], que pôs fim à [[República Oligárquica]], antecedeu o primeiro governo de [[Getúlio Vargas]] (1930-1937), em que houve uma grande expansão da industrialização. Nesse cenário, em que várias cidades se desenvolveram economicamente, surgiu o desejo por uma parcela da burguesia e da classe média urbana de reproduzir no país um estilo de vida europeu. Assim, empresários voltados para o entretenimento, inspirados no modelo de produção norte-americano, tentaram construir estúdios, contratar pessoal técnico e importar maquinário estrangeiro. O cinema brasileira foi impulsionado pela introdução do filme sonoro e pela melhoria das condições técnicas. O primeiro filme sonoro nacional foi a comédia [[Acabaram-se os Otários|"Acabaram-se os Otários"]] (1929), produzido em São Paulo, dirigido por [[Luiz de Barros]].
 
Na década de 30, novos estúdios surgiram em São Paulo e no Rio como a Épica Film, de César Melani e [[Cléo de Verberena]], e a [[Cinédia]], de [[Adhemar Gonzaga]], respectivamente. A Épica Film realizou apenas um filme, "O mistério do Dominó Preto" (1930)., enquanto a Cinédia, com uma proposta de produzir cinema nacional com a qualidade dos estúdios americanos, produziu em seus primeiros anos "Lábios sem Beijos" (1930), sob direção de [[Humberto Mauro]], recém-chegado ao Rio de Janeiro <ref>{{citar livro|título=Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte|ultimo=GOMES|primeiro=Paulo Emílio Salles|editora=Perspectiva|ano=1974|local=|páginas=438|acessodata=}}</ref>, Mulher (1931), de [[Otávio Gabus Mendes|Octávio Gabus Mendes]] e "[[Ganga Bruta]]" (1933), de Humberto Mauro. Os filmes fracassaram e então, a Cinédia se associou a Waldow Filmes e produziu mais alguns filmes. Esses possuíam grande apelo comercial, pois contavam com sucessos do rádio como [[Carmen Miranda]], [[Mário Reis]], entre outros.
 
Também surgia nessa época a Brasil Vox Film, que em 1935 mudou de nome para Brasil Vita Filme, e realizou o longa-metragem de ficção "Favela dos Meus Amores", de [[Humberto Mauro]] e [[Carmen Santos (atriz e cineasta)|Carmen Santos]], os estúdios da Sonofilms, que dedicaram sua produção para chanchadas.
 
'''Estreia no cinema'''
 
Oduvaldo, diretor responsável pela estreia de Gilda no cinema, também começou a carreira cinematográfica na década de 30, quando recebeu em 1935 uma proposta de [[Wallace Downey]] de dirigir “Na Batucada da Vida” . Mas a produção, sob comando dos estúdios da [[Cinédia]], foi interrompida. Assim, Oduvaldo escreveu o roteiro com um novo nome, [[Bonequinha de Seda|“Bonequinha de Seda”]], pensando na estrela, a própria Gilda.<ref name=":0">{{citar web|url=http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/284770/1/Pizoquero_LucileneMargarete_M.pdf|titulo=Cinema e gênero: a trajetória de Gilda de Abreu (1904 - 1979)|data=|acessodata=|publicado=Universidade Estadual de Campinas|ultimo=Pizoquero|primeiro=Lucilene}}</ref>
 
Sua estreia não foi fácil, já que precisou se adaptar a linguagem cinematográfica e ao meio, chegando a passar por uma cirurgia plástica nas maçãs do rosto para de adequar aos padrões fotogênicos da época. Seu sotaque também foi um obstáculo, pois a personagem do filme interpretada por ela era uma brasileira que fingia ser francesa, e ainda, a aparelhagem técnica também não a deixava à vontade.
 
A personagem que ganhou vida através de Gilda era Marilda, representante da burguesia, educada a partir dos cinco anos em Paris. "Bonequinha de Seda" foi um sucesso, rendeu mais de 700 milhões e foi visto por mais de 200 mil pessoas, chegou até mesmo a ser elogiado pelo presidente [[Getúlio Vargas]] <ref>O ébrio: ficha técnica e crítica. In: Nosso cinema: 80 anos. Rio de Janeiro, Embrafilme, 1977. (Folheto).</ref>. A interpretação de Gilda também seguiu o mesmo parâmetro de elogios. A atriz, que também escreveu a música tema do filme e dirigiu a cena musical em que canta uma ária da ópera [[Lucia di Lammermoor|"Lucia di Lammermoor"]], se consolidava como artista.
 
Com tanto sucesso, a [[Cinédia]] pode investir e diversificar suas produções seguintes e Oduvaldo iniciou o roteiro de "Alegria", que também seria estrelado por Gilda de Abreu. Mas por causa de desentendimentos internos, que chegou a envolver uma longa batalha judicial de Oduvaldo contra a [[Cinédia]], a produção foi interrompida. Gilda ficou muito abalada com o ocorrido e se mostrou desiludida com o cinema brasileiro. Uma publicação da Folha da Noite afirmava que a atriz “Não trabalhará mais no cinema nacional, a menos que [[Oduvaldo Vianna]], que hoje se encontra em franca atividade na Argentina, volte ao nosso país, o que julga bastante difícil." <ref>(GILDA de Abreu descrê do êxito do cinema brasileiro. Folha da Noite, Rio de Janeiro, 9 jul. 1938)</ref>
 
'''Retorno ao teatro'''
 
Gilda de Abreu e Oduvaldo trabalharam juntos novamente em 1939, desta vez na opereta "Mizú", que marcou o retorno da atriz para os palcos. Estreada sem divulgação em 15 de julho, pela Companhia Irmãos Celestino, de seu marido Vicente, a peça contava a história do brasileiro Raul, negociante de pérolas na China. Mizú, interpretada por Gilda, lutava na China contra a ocupação japonesa e para fugir dos soldados japoneses embarcou em um navio para o porto do Rio de Janeiro, onde conhece Raul e se sensibilizada com sua história. Infelizmente,  a obra escrita por Oduvaldo foi um fracasso <ref name=":0" />.
 
A atriz então se afastou dos palcos mais uma vez e passou a empresariar a carreira do marido, a fim de conquistar a independência financeira do casal. [[Vicente Celestino]] encerrou a sociedade com seus irmãos na Companhia e abriu com a esposa a Companhia Vicente Celestino e Gilda de Abreu. A partir disso Gilda dedicou-se à carreira de autora teatral e escreveu em parceria com Luiz Iglesias a comédia "Olhos de Veludo" (1944). A peça, musicada por Vicente, aborda a diferença de classes e comportamentos falsos e desonestos, que são superados pelo amor.  
 
Gilda também escreveu  “O anfitrião ou Júpiter e Alemena” (1947), a peça infantil “A bonequinha de piche” (s/d), o drama “Mestiça” (1944), e a opereta “A patativa” (1950), em parceria com Ercole Varetto e Vicente Celestino.
 
'''Primeiro filme como diretora: O Ébrio'''
 
Entre junho de 1941 e maio de 1943, Gilda se dedicou as [[Radionovela|radionovelas]], escrevendo para a [[Rádio Nacional]] e para [[Rádio Tamoio]]. Para a primeira, escreveu "Mestiça" (s/d), "Aleluia", "A Cigana" (s/d), "Sorri e o mundo será teu" (s/d), "Pinguinho de Gente" (s/d) e "Coração Materno" (s/d). Para a segunda estação, "Alma de Palhaço" (s/d).
 
O retorno ao cinema de Gilda veio com o desejo em dirigir um curta. Sua intenção inicial era de fazer a película realizada por ela e tendo como produtor e protagonista seu marido, o cantor [[Vicente Celestino]]. Entretanto [[Adhemar Gonzaga]] não pareceu animado com o projeto e o rejeitou, contrariando a promessa feita a atriz anos antes. Gilda de Abreu não desiste e propõe um novo projeto: adaptação do livro de [[José de Alencar]], [[A Viuvinha|"A Viuvinha"]] (1857). A película estava em processo de produção, porém Gongaza, novamente, recusa, dessa vez alegando o alto custo visto que seria um filme de época. O dono da [[Cinédia]], então, sugeriu a filmagem da peça [[O Ébrio (filme)|"O Ébrio]]", que agradou os dois lados visto que era rentável e com apelo popular, além de realizar a vontade da atriz de ver seu marido estrear nas telas.
 
Baseada na canção composta e gravada por Vicente Celestino, em 1936, "O Ébrio" foi um sucesso comercial e por consequente, sucesso no teatro em 1942. A adaptação e a direção teatral foram feitas por Gilda.
 
No longa-metragem, Gilda e Vicente entraram como co-produtores e a [[Cinédia]] com os recursos técnicos. A atriz ficou com a direção e o roteiro da película, sendo este último um desafio para ela que estava acostumada a escrever adaptações teatrais, radionovelas e peças. As gravações duraram oito meses, começando em 26 de agosto de 1945 e finalizando em 18 de março de 1946. Os principais problemas foram relacionados aos horários de gravação e falta de filme virgem.
 
A estreia do filme foi no dia 28 de Agosto de 1946 no Rio de Janeiro e foi um grande sucesso, com 530 cópias tiradas e com apenas duas semanas de exibição foi possível reaver o investimento e pagar o déficit financeiro, material e pessoal. Além de ter sido um sucesso de críticas nas principais revistas sobre cinema da época, como a [[Cinearte|CineArte]] e a [[Fon-Fon (revista)|Fon Fon]]. O lucro da película foi financeiramente positivo para a [[Cinédia]], que prometeu um segundo filme para Gilda, iniciando assim a pré-produção de Pinguinho de Gente.
 
'''Pinguinho de Gente'''
 
Em 13 de Dezembro de 1946, Gilda, mesmo em férias, não deixou seu projeto de lado e começou a enviar cartas a [[Adhemar Gonzaga]] sobre a película. O período de pré-produção foi conturbado. Em sua primeira carta, a diretora, que estava cuidando dos detalhes, fez referência ao uso de grua de ferro e não obteve respostas. Em uma segunda carta, contou sobre mais detalhes técnicos e problemas com o fotógrafo Afrodisio Castro. Insistiu ainda mais na grua e pediu apoio a Gonzaga, que se sentiu pressionado após o sucesso da primeira película de Gilda.
 
As filmagens iniciaram-se em 22 de Abril de 1947 e terminaram em 16 de fevereiro de 1948, durando assim, 9 meses. Há ainda filmagens adicionais em 19 de Agosto de 1949. Assim como na pré-produção, as gravações não foram tranquilas. Sendo a parte financeira o principal problema, os desentendimentos entre Adhemar e Gilda pioraram, já que os custos do filme estavam cada vez maiores. Os bilhetes endereçados a Gongaza aumentaram com reclamações de pagamentos em aberto, salários atrasados, lembrando-o de seu investimento no filme (suas joias estavam penhoradas para conseguir dinheiro) e cobrando os lucros de [[O Ébrio (filme)|"O Ébrio"]].
 
No Rio de Janeiro a estreia foi em 2 de Outubro de 1949 e em São Paulo, dia 10 de Abril de 1950. A recepção da crítica não foi boa, o que foi uma decepção, pois foi o longa-metragem foi o de maior orçamento da [[Cinédia]].
 
'''Adeus ao cinema'''
 
Em 1950, Gilda de Abreu preparava a adaptação para o cinema de mais uma música de [[Vicente Celestino]], [[Coração Materno|"Coração Materno]]". A diretora tinha sido a responsável pela adaptação teatral em 1947 e os atores seriam os mesmos que participaram do espetáculo, sendo a única exceção a própria Gilda no papel principal.
 
Com a [[Cinédia]] não disposta a produzi-lo,  Affonson Campiglia da Filmoteca Cultural associou-se a Gilda após ela o procura-lo. As gravações foram tranquilas, obtendo problemas apenas nas locações, como o Jardim Botânico, devido a dependência da luz natural.
 
A película estreou dia 7 de Maio de 1951 e não obteve grande sucesso de críticas, o que deixou a diretora decepcionada. O público também não aceitou bem, uma vez que já estava acostumado com o padrão [[Companhia Cinematográfica Vera Cruz|Vera Cruz]] e com as chanchadas da [[Atlântida Cinematográfica|Atlântida]].
 
'''Dedicação à literatura'''
 
Após o fracasso de [[Coração Materno|"Coração Materno"]], Gilda de Abreu afastou-se da direção e produção cinematográfica e dedicou-se a escrever romances, novelas radiofônicas e a contribuir com roteiros para o cinema brasileiro.
 
Na década de 40, escreveu "A Mestiça" por sugestão de seu marido. Gilda adaptou para peça e chegou a escrever um roteiro, mas não teve a oportunidade de gravá-lo. Nos anos 70, Letita Perroy pediu a autorização para filma-lo e juntas reescreveram o roteiro, e o longa foi lançado em 1974.
 
Em 1955, a escritora desenvolve o argumento de [[Chico Viola não Morreu|"Chico Viola Não Morreu"]], dirigido por Roman Viñoly Barreto. Publicou os romances anteriormente escritos para o rádio, como "O Ébrio" e "Pinguinho de Gente" e também escreveu dois livros para o setor infantil: o romance "As Aventuras de Nanico" e o livro de contos "Arca de Noé".
 
'''Filmografia'''
 
'''Atriz:'''
 
[[Bonequinha de Seda]] (1936) - Marilda
 
'''<small>Direção:</small>'''
 
[[O Ébrio (filme)|O Ébrio]] (1946)
 
Pinguinho de Gente (1949)
 
[[Coração Materno]] (1951)
 
'''Curiosidades'''
 
<nowiki>*</nowiki> Gilda de Abreu foi a terceira mulher a dirigir um filme no Brasil
 
<nowiki>*</nowiki> Nas gravações de [[O Ébrio (filme)|O Ébrio]], assim como [[Carmen Santos (atriz e cineasta)|Carmen Santos]], ela precisou usar calças, vestimento, que na época não era associada ao público feminino, para ser respeitada e ouvida.
 
<nowiki>*</nowiki> Filha de um diplomata brasileiro e de uma cantora lírica, começou como atriz de teatro em 1933, passando ao cinema no papel principal da comédia romântica "[[Bonequinha de Seda]]", produzida por [[Adhemar Gonzaga]], em 1936.
 
<nowiki>*</nowiki> Foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes no Brasil, fazendo estrondoso sucesso com o melodrama "O Ébrio (filme)|O Ébrio" de 1946, sobre a ascensão e decadência de um cantor em virtude de uma decepção amorosa e do alcoolismo. O papel principal foi de seu marido, o cantor e compositor [[Vicente Celestino]], com quem se casou em 1933.
 
<nowiki>*</nowiki> Dirigiu também os dramas "Pinguinho de Gente", uma história ingênua e simplória, em 1947, [[Coração Materno|"Coração Materno"]], onde também atuou como atriz e roteirista, em 1951, ao lado de Vicente Celestino, e [[Chico Viola não Morreu|"Chico Viola não Morreu",]] documentário sobre a vida e as canções de [[Francisco Alves]].
 
<nowiki>*</nowiki> Foi cantora lírica e de operetas, autora de radionovelas, das peças teatrais "Aleluia", "A Mestiça", "Arca de Noé" e "Alma de Palhaço" e de vários livros, dois deles sobre o marido, que morreu em 1968. Quando ela morreu estava casada com José Spinto.
 
== {{Ligações externas}} ==