Linhas de Torres Vedras: diferenças entre revisões

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O estudo do terreno em volta de Lisboa, com a finalidade de organizar posições defensivas que protegessem a capital do Reino e seus arredores, remonta, pelo menos, ao início do [[século XVII]]. Num trabalho publicado em [[1608]] considerava-se necessário implementar o sistema de defesa afastada de Lisboa interceptando as estradas que passavam em [[Cabeço de Montachique]] e em [[Mafra (Portugal)|Mafra]]. Em [[1807]], [[Jean-Andoche Junot]] encarregou o coronel de engenharia Vincent de estudar a defesa de Lisboa e, na execução dessa tarefa, esteve presente o major de engenharia [[José Maria das Neves Costa]], do [[Exército Português]]. Após a expulsão das tropas francesas foram feitas diligências pelas autoridades portuguesas no sentido de fazer o levantamento topográfico que servisse de base aos trabalhos da defesa de Lisboa. Nesta comissão estava novamente o major Neves e Costa<ref>{{Citation | url = http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/p66.html | place = [[Portugal|PT]] | title = José Maria das Neves Costa (1774-1841) | first = Maria Helena | last = Dias | publisher = Instituto Camões}}.</ref>. Estes trabalhos, ainda muito incompletos, foram consultados por Wellington<ref>CÉSAR, p. 136 a 138.</ref>.
 
Após a Batalha de Talavera, Wellington examinou com o coronel Fletcher os documentos que já existiam sobre a defesa de Lisboa e percorreu as principais posições que eram indicadas para a sua defesa. Após este reconhecimento escolheu a linha principal de defesa, como sendo a que passa por [[Vialonga]] (do lado do Tejo), [[Serra de Serves]], [[Cabeço de Montachique]], [[Mafra, Portugal|Mafra]] e foz do [[rio Safarujo]] (do lado do [[oceano Atlântico]]). Ficava assim definida uma linha de defesa com cerca de 40 [[quilómetro]]s. Além desta linha foram organizadas posições à volta da [[Fortaleza de São Julião da Barra]], com o objectivo de, guarnecidas por tropas portuguesas, protegerem o embarque das tropas britânicas no caso de não conseguirem deter as tropas francesas. Esta linha tinha cerca de 2.700 metros de comprimento<ref>CÉSAR, p. 138 e 139</ref>.
 
Além destas duas linhas defensivas, foram construídas obras avançadas que possibilitavam o controlo das principais vias de comunicação que conduziam a Lisboa: as posições de Castanheira, as de [[Monte Agraço]] e as de [[Torres Vedras]]. Estas obras apoiavam a entrada do exército de Wellington na linha de defesa que passava em Mafra e Montachique. O memorando de 20 de Outubro previa ainda a colocação de efectivos elevados naquelas posições (4.000 homens em Monte Agraço, 5.000 em Torres Vedras) assim como a colocação de forças em apoio da retirada destas tropas <ref>NORRIS & BREMNER, p. 31 a 33.</ref>. Aquele memorando continha também referências à distribuição das forças, das linhas de retirada, prioridades de construção, criação de obstáculos, pontos de sinalização (para as comunicações), e outras. Wellington marcou um certo número de posições, deixando ao critério de Fletcher a escolha das demais<ref>CÉSAR, p. 140.</ref>.