Elevado Presidente João Goulart: diferenças entre revisões

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==Trajeto ==
O Minhocão é uma via expressa com duas pistas de tráfego separadas por barreiras de concreto e com duas faixas de tráfego por sentido. Os acessos ao Elevado ocorrem a leste pela [[Praça Franklin Roosevelt]] e a oeste pela [[Avenida Francisco Matarazzo]]. A estrutura possui, também, cinco acessos intermediários, sendo três entradas e duas saídas. Os 3,4 quilômetros que o compõem, sendo 2.500 metros de via principal e 900 de acessos, são sustentados por 514 vigas, que pesam entre 80 e 120 toneladas cada<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=|titulo=Portaria 21/10|url=http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integra.asp?alt=26032010P%20000212010SMT%20%20%20%20%20%20%20%20%20&secr=31&depto=0&descr_tipo=PORTARIA|jornal=Diário Oficial da Cidade de São Paulo|acessodata=04/05/2017}}</ref>.
 
As ruas e avenidas que se localizam sob o Elevado Pres. João Goulart são:
 
* [[Largo Padre Péricles]]
*[[Avenida Francisco Matarazzo]]
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| rodape = Censos demográficos do IBGE<ref name="HistDemo">{{citar web |url=https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1287#/n6/3550308/v/591/p/all/l/v,p,t/resultado |publicado=IBGE |titulo=Tabela 1287 - População dos municípios das capitais e Percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos |acessodata=24/11/2008}}</ref>
}}<noinclude>
Durante o [[século XX]], a população de [[São Paulo]] cresceu de forma exponencial, passando de pouco mais de 239 mil em 1900, para quase 2.200.000 em 1950 e 10.405.000 no ano 2000. São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando rapidamente. O afã modernizador do século, representado pela [[Semana de Arte Moderna|Semana de Arte Moderna de 1922]], também se estendia a áreas como a arquitetura e influenciava os planejadores urbanos, que desejavam redesenhar a cidade de acordo com os [[Carta de Atenas|novos princípios urbanísticos modernistas]] da época, que eraa entendidaentendiam como um organismo a ser concebido de modo funcional, no qual as necessidades do homem devem estar claramente colocadas e resolvidas.
 
As cidades brasileiras assumiam novos padrões em suas formas e funcionamentos, como resposta às necessidades criadas pela evolução econômica e tecnológica. As cidades industriais lidavam com sua urbanização caótica, consequência da luta de classes, não como resultado de uma contradição sistemática, mas como uma série de problemas conjunturais, a serem resolvidos com obras e reformas. São Paulo, em especial, se renova como forma de afirmar seu novo papel enquanto centro urbano de projeção nacional e internacional, buscando fazer jus ao seu lema “''Non dvcor dvco”'' (Não sou conduzido, conduzo).
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== Histórico ==
Idealizado por Luiz Carlos Gomes Cardim Sangirdadi, arquiteto do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de São Paulo, em 1968, o projeto do Minhocão foi apresentado ao prefeito Brigadeiro [[José Vicente Faria Lima|José Vicente de Faria Lima]] como uma solução ao tráfego pesado da Avenida São João, duplicando sua capacidade sem alargá-la, indo até a [[Praça Marechal Deodoro (São Paulo)|Praça Marechal Deodoro]]. À época, a via elevada era uma tipologia consagrada, que resolvia uma das questões fundamentais do século XX: o conflito entre trajetórias diferentes de veículos ou pedestres, tendo em vista o vertiginoso aumento nos volumes de tráfego urbano<ref>{{citar livro|título=Caminhos do Elevado: Memória e Projetos.|ultimo=ANELLI e SEIXAS|primeiro=Renato, Alexandre|editora=Sempla|ano=2008|local=São Paulo|páginas=59 - 73|acessodata=}}</ref>. O Brigadeiro recusou a obra, considerando-a radical demais, e deu prioridade à construção do [[Metrô de São Paulo|metrô]]. Contudo, enviou o projeto para a [[Câmara Municipal de São Paulo|Câmara dos Vereadores]] e reservou a área necessária para a construção, caso algum de seus sucessores se interessasse.
 
No ano seguinte, o engenheiro [[Paulo Maluf]] assumiu como [[Cargo biônico|prefeito biônico]] da cidade disposto a fazer uma obra que marcasse sua gestão. Maluf teria tentado imprimir sua marca, para se contrapor<ref name="triste futuro">{{citar jornal|url=http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19701201-29342-nac-23-999-23-not/|titulo=Elevado, o triste futuro da avenida|data=1 de dezembro de 1970|editora=S.A. O Estado de S. Paulo|jornal=O Estado de S. Paulo|numero={{formatnum:29342}}|local=São Paulo|volume=|paginas=23|idioma=|formato=|issn=15162931|autor=|acessadoem=5/6/2013}}</ref> ao prefeito anterior como um bom administrador público, uma vez que, aos 38 anos, nunca havia assumido um cargo dessa envergadura.Assim, retomou o projeto do Elevado, uma construção grandiosa e de rápida execução, que contrastava com o prefeito anterior pela importância que o projeto dada ao automóvel. Deste modo, dia [[25 de janeiro]] de 1971, aniversário da cidade de São Paulo, apenas 11 meses após o começo da construção, era inaugurado o Elevado Presidente Costa e Silva, uma via expressa com velocidade máxima de 80 km/h. 950 homens trabalharam em um ritmo febril de 16 horas por dia, totalizando seis milhões e 80 mil horas.
O Brigadeiro recusou a obra, considerando-a radical demais, e deu prioridade à construção do [[Metrô de São Paulo|metrô]]. Contudo, enviou o projeto para a [[Câmara Municipal de São Paulo|Câmara dos Vereadores]] e reservou a área necessária para a construção, caso algum de seus sucessores se interessasse.
 
Construído para desafogar o tráfego, o Minhocão ironicamente foi cenário de um congestionamento em seu primeiro dia de funcionamento, quando um carro quebrado provocou um engarrafamento, agravado já que os demais motoristas não podiam fazer uma rota alternativa pela pequena quantidade de acessos e saídas à via elevada<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=26/01/1971|titulo=Minhocão aberto, sem repercussão esperada|url=http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19710126-29388-nac-0016-999-16-not/busca/minhoc%C3%A3o|jornal=O Estado de S. Paulo|acessodata=10/06/2017}}</ref>. O equipamento possuía torres de observação para alertar os motoristas sobre acontecimentos assim, algo importante quando rádios não eram acessórios comuns em carros.
No ano seguinte, o engenheiro [[Paulo Maluf]] assumiu como [[Cargo biônico|prefeito biônico]] da cidade disposto a fazer uma obra que marcasse sua gestão. Maluf teria tentado imprimir sua marca, para se contrapor<ref name="triste futuro">{{citar jornal|url=http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19701201-29342-nac-23-999-23-not/|titulo=Elevado, o triste futuro da avenida|data=1 de dezembro de 1970|editora=S.A. O Estado de S. Paulo|jornal=O Estado de S. Paulo|numero={{formatnum:29342}}|local=São Paulo|volume=|paginas=23|idioma=|formato=|issn=15162931|autor=|acessadoem=5/6/2013}}</ref> ao prefeito anterior como um bom administrador público, uma vez que, aos 38 anos, nunca havia assumido um cargo dessa envergadura.Assim, retomou o projeto do Elevado, uma construção grandiosa e de rápida execução, que contrastava com o prefeito anterior pela importância que o projeto dada ao automóvel. Deste modo, dia [[25 de janeiro]] de 1971, apenas 11 meses após o começo da construção, era inaugurado o Elevado Presidente Costa e Silva, uma via expressa com velocidade máxima de 80 km/h.
 
A questão do custo final do Elevado não é totalmente esclarecida. Ao anunciar o projeto em 1969, Maluf assegurou um preço de [[Cruzeiro (moeda)|Cr$]] 37 milhões. No entanto, a [[Folha de S.Paulo|Folha de São Paulo]] aponta um valor de Cr$ 50 milhões, discriminando o valor pago às duas vencedoras da licitação pública: ao Consórcio Brasileiro Construtor de Estruturas, foram repassados Cr$ 32 milhões para a construção do trecho entre as praças Roosevelt e Marechal Deodoro, e à Rossi Engenharia, responsável pela parte até o Largo Padre Péricles, se transferiu um montante de Cr$ 18 milhões<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|data=01/01/1971|titulo=Elevado Costa e Silva: a maior obra da Capital depois do Metrô|url=http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1971/01/01/2/|jornal=Folha de S. Paulo|acessodata=08/06/2017}}</ref>.